1. Spirit Fanfics >
  2. My Escape >
  3. Perdida

História My Escape - Perdida


Escrita por: ArumGirl

Notas do Autor


Preparados para uma badzinha?
Desde já, me perdoem, meus babes!

Aah, e para este capítulo eu sugiro a música Forest Fire do Brighton, ela é a grande referência desse capítulo, e citarei-a em algum momento, então... ouçam, vcs vão entender como o clima muda quando lerem o capítulo com a música.

Amo vcs!💙

Capítulo 28 - Perdida


Fanfic / Fanfiction My Escape - Perdida

  Mônica


 - O que disse? - perguntei a Toni, incrédula.

 Ele abriu um sorriso psicopata, retirando seu celular do bolso da costumeira jaqueta preta de couro. Após desbloquear o celular e mexer um pouco, encontrou o que queria e me entregou o aparelho. Olhei para os lados afim de conferir se alguém conhecido estava por ali. Não sei se foi o meu desespero ou a minha desatenção, mas não avistei ninguém que pudesse me tirar dessa.

 Meus olhos cresceram perceptivelmente à medida que vi o que estava estampado no visor.

 - Vê que não estou brincando, gatinha?

 Engoli em seco, buscando conter a onda de pânico que ameaçava se expandir para cada uma das minhas terminações nervosas. 

Toni pegou o celular de minhas mãos trêmulas, guardando-o no bolso novamente. A vitória era um troféu estampado em seu rosto.

 - Não o machuque. - pedi com a voz fina de preocupação.

 - Eu te avisei para se afastar do Cebola e você não me deu ouvidos, Mônica. - falou de maneira simplista, alisando a curta barba por fazer.

 - Por favor! - toquei em suas mãos - Por favor, deixe ele em paz! É a mim que você quer, não é? - recorri baixinho.

 O loiro ergueu uma mão e me tocou no rosto. Pulei com o seu toque gélido pelo frio noturno e pelo gelo que corria em suas veias.

 - Me dê um beijo. - falou.

 - Na frente de todos? - recuei um passo para trás. - P-por que não subimos? Ficamos mais à vontade e... - gaguejei, e ele me puxou pelo braço, colando nossos corpos rudemente.

 Balançou a cabeça em discordância, olhando para os meus lábios com um desejo doente. Ele era doente.

 - Quero que todos nós vejam, gatinha. Afinal, estaremos namorando a partir de hoje, não? - se aproximou, sua respiração afastando os fios de cabelo soltos pela minha face.

 - Toni...

 - O quê? - ele franziu o cenho com irritação, apertando o braço que envolvia a minha cintura - você só vai entender que não pode fugir de mim, quando eu fizer um estrago no rostinho bonito do seu namorado? - deu uma risada sádica - eu não peguei todas aquelas informações a toa, tenha isso em mente.

 Um comichão de tristeza me atingiu outra vez, e senti minha visão embaçar momentaneamente com sua ameaça. Em seu celular, estava presente todo o horário de trabalho do Cebola. Toni, de fato, não blefaria já que chegara a tal ponto. Eu não sabia como ele possuía todos aqueles dados, porém tampouco me importava, minha maior aflição era o perigo que Cebola estava correndo nas mãos do homem a minha frente. Ele sabia a hora exata que meu vizinho chegava e saía de casa, e até os dias e horários das reuniões que ele teria durante todo o mês.

 Baixei a cabeça para reorganizar os pensamentos. Algo ruim gritava na minha mente para resolver logo aquele assunto. Eu não podia deixar que Cebola tivesse o mesmo fim que o Maurício, mesmo que fossem situações distintas. A maior diferença agora era que eu tinha a oportunidade de salvar o filho mais velho dos Menezes, e com certeza, seria capaz de sacrificar absolutamente tudo para mantê-lo a salvo.

 - Faça o que quiser. - respondi num sussurro.

 Não o fitava, mas sabia que o seu sorriso aumentara ao ouvir a minha decisão.

 - Boa garota. - elogiou, isto é, se assim posso definir, e se aproximou mais para me tocar nos lábios.

 Permaneci imóvel enquanto ele me beijava com luxúria, não dando nem espaço para que eu pensasse quando invadiu a minha boca com sua língua ávida. Ele jamais seria capaz de me fazer sentir como o Cebola fazia.

 O gosto amargo do beijo tornou-se salgado ao passo que minhas lágrimas se projetavam para fora de meus olhos, eu não estava conseguindo mais conter a dor lancinante em meu peito. Parecia que o mundo que eu estava lutando para reconstruir, aos poucos desmoronava.


 Não mais do que um minuto depois a boca de Toni se desgruda bruscamente da minha, e ele é puxado para trás pela jaqueta, sendo arrastado para fora de sua moto.

 - Seu desgraçado! não está vendo que ela não quer? - Cebola grita, o rosto vermelho de raiva.

 Toni sacode os ombros, saindo do seu agarre para fitá-lo. Eu nunca vi tanto ódio nas íris de uma pessoa.

 - Não se mete, porra! quem você acha que é pra falar comigo assim? tá doido que eu arrebente essa sua cara de idiota, né? - ruge, se aproximando do bancário com as narinas infladas.

 Posso ver a tensão na mandíbula de Cebola e sua mão esquerda se fecha em punho.

 - Sou muito mais pra ela do que você. E acho que se tem alguém aqui que não quer manter o rosto a salvo, este alguém é você. - rebate, sem baixar a guarda.

 O motoqueiro dá uma risada sarcástica, assobiando no final.

 - Acho que só a própria Mônica pode te dar a resposta real. - seus olhos encontram os meus. Meu estômago esfria com a ameaça implícita em suas íris esverdeadas. - O que ele diz é verdade, gatinha? você prefere a ele do que a mim?

 Sinto o olhar de Cebola em mim e não tenho a capacidade de olhá-lo de volta. Aperto as unhas na palma da mão, querendo distrair a dor que ocupava tudo em mim.

 Se magoá-lo o deixaria vivo, eu estava disposta a fazê-lo.

 - Não, isso não é verdade.

 - O quê? - o Menezes pergunta, confuso. Num passo, estava na minha frente, segurando os meus braços. - Mônica, olhe pra mim.

 Não atendo ao seu pedido, dando tudo de mim para manter o semblante imparcial. Aquilo estava exigindo o máximo de cada partícula do meu ser.

 - Olha pra mim, flor. - pede mais uma vez, pondo uma mão na minha bochecha. Aquele toque doeu como se tivesse me dado um tapa. O encaro, encontrando um desespero parecido com o meu no seu olhar. - Por que está agindo assim?

 Suspiro, retirando sua mão do meu rosto.

 - Eu menti pra você, Cebola. Pensei que poderíamos nos divertir por um tempo, não queria que ficasse sofrendo pela Amanda.

Cebola dá um passo para trás como se eu tivesse o estapeado. Ele jamais deixara de me olhar nos olhos.

 Vai embora, por favor.

 - Essa não é você, Mônica. O que ele fez pra te deixar assim?

 A decepção em sua voz causa um arrepio em meus braços e os cruzo sob o peito para disfarçar. Ele me conhecia bem, mas eu precisava fingir que não. Pra isso que minhas aulas de teatro no ensino médio serviriam, não? mesmo não desejando seguir carreira, eu sempre fora uma ótima atriz.

 - Você não me conhece de verdade, só viu o que eu queria que visse. - prossigo, ríspida.

 Meu vizinho engole em seco visivelmente, olhando de mim para Toni como se esperasse algum de nós dois abrir um sorriso estrelado e revelar que tudo não se passava de uma pegadinha.

 Mas isto não aconteceu.

 A chuva começa a cair, afastando da rua as pessoas que ainda aproveitavam a feirinha que ali acontecia.

 Nenhum de nós se mexe, pouco importava as gotas que nos molhavam, quando o meu coração e o dele, mesmo em meio à multidão, enfrentavam uma tempestade de dor e mágoa.

 - Eu não acredito em você. - fala o cara pelo qual eu estava apaixonada. Suas lágrimas se misturando à água da chuva, escondendo aquele brilho tão lindo que seus olhos carregavam.

 Toni nos assiste como se fôssemos o filme mais esperado do ano. Expressão mais satisfeita não poderia surgir em seu rosto.

 Dou de ombros, sentindo-os como se fossem dois sacos de farinha, e engajo um braço ao redor do pescoço de Toni, depositando um selinho em seus lábios.

 - Aceitar vai doer menos, mas de qualquer forma eu não me importo. Agora, se me der licença, eu e o Toni temos assuntos melhores para resolver. - despejo. Meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia ouvir o que falava.

 Cebola anui com a cabeça baixa, enfiando as mãos dentro de seus jeans molhados.

 - Faça bom proveito, não irei mais incomodar.

 Me viro e o assisto nos dar as costas e atravessar a rua, indo para a açaiteria do outro lado. Mais e mais lágrimas rolavam por minhas bochechas molhadas pela água da chuva.

 Ah, Cebola...

 - Acabou de salvar a vida do nosso Cebolitos, gatinha. Você é espetacular! - o loiro me beija na bochecha, sorrindo.

 Eu não conseguia fingir mais nada. Não ligava se iria ficar doente por estar debaixo de toda aquela água torrencial há tempo suficiente. Uma simples gripe nunca iria doer tanto como ter que afastar Cebola de mim. E o desconsolo que vi em seus olhos quando beijei o Toni... jamais esqueceria daquilo.

 Me sentia tão perdida dentro de mim mesma, que tinha medo de nunca mais conseguir me reencontrar.

 

E como eu deveria saber,

Eu não sou forte

Eu deveria ter salvo você, e oh,

E eu espero que você saiba

Que você é a minha casa

Mas agora eu estou perdido

Tão perdido...


Notas Finais


Tadinha da Mô, está sofrendo tanto por ter que fazer o que fez... e o nosso Cebola? Sentiram dó dele tbm? :/ 💔


Me digam suas opiniões. Kisses no coração😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...