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História My Fair Lady - Inalcançável


Escrita por: UchihaSpears

Capítulo 8 - Inalcançável


 

Por Sasuke;

Hoje resolveram colaborar com o meu estômago essa manhã. Sopa de tomate.

Não querendo comparar com a sopa que Mikoto Uchiha faz, pois ela é especial. Essa aqui está até boa. Pego um pouco de pimenta, elas costumam dar um tempero especial em qualquer comida e no caso da sopa, deixa o gosto bastante saboroso.

— Sua manhã está livre hoje? — me pergunta Tenten, que hoje amanheceu com uma pequena virose e está tentando convencer a Temari que é algo grave e merece o dia de folga.

— Sim. — ontem e hoje praticamente não teve nenhuma obrigação real por aqui. Tem uns dois dias que não a vejo. Depois do incidente, nossa relação de rainha e guarda-costas saiu das conversas silábicas e perguntas sobre o tempo. Sobre a sua atitude, ela me explicou que desde casou sente-se pressionada em ter um filho e que não quer terminar como a sua mãe. Fiquei um pouco surpreso com a atitude dela, porém nada disse.

Desde que vim trabalhar aqui, eu sempre a vi como uma pessoa sem muita atitude e extremamente controlada por Shizune e pelo marido.

— Sortudo, aproveite bem o seu dia.— ela espirra e quase próximo ao meu prato de sopa. Eu a olho com os olhos estreitos e tudo que ela faz é um pedido de desculpa. Por sorte, só tinha um pouco, levanto e deixo o prato sobre a pia e agradeço Temari pela sopa.

Recebo uma mensagem do Naruto avisando que está indo em direção ao pub próximo do centro. Como não tenho expediente hoje pela manhã, irei sair um pouco para distrair. Talvez, passe em alguma livraria e compre outros livros, já que terminei de ler os que eu trouxe. Ócio.

Vou para garagem destinada aos funcionários.

— Essa BMW é sua, Uchiha? — Shikamaru está ao lado da minha moto, eu anuo. — Muito bonita, motor de quatro cilindros?

— Sim. Entende de motos, Shikamaru?

— Sim, eu tive algumas, mas quando a Temari deu a luz, tive que trocar a moto por um carro.

— Entendo. — monto em cima da moto e a ligo. — Se a Shizune perguntar por mim, diga que voltarei pelas duas. — coloco meu fone de ouvido e conecto ao celular.

Dust in the Wind do Kansas vai ser a minha companhia até o pub.

É bom sair dos muros do palácio, tomar novos ares e sem ser controlado a cada minuto por Shizune é algo para celebrar. Gosto de pilotar minha moto, mas aqui na cidade torna-se um pouco desinteressante pelo limite de velocidade imposto. Passo pela London Bridge e hoje está inteiramente congestionada, uma das vantagens de se pilotar moto é que não fico parado no mesmo local, mesmo com o todo congestionamento eu consigo driblar.

Pelo endereço que o Naruto me deu esse é o pub, Princess Louise. Aposto que ele escolheu esse lugar aqui em uma forma de escárnio, aquele dali nunca toma jeito. O pub é um dos mais tradicionais e antigos, é da era Vitoriana e tudo aqui lembra essa época e sem falar que a cerveja daqui é ótima. Quando entro logo vejo o Naruto sentado próximo ao bar pedindo alguma coisa.

— Oi. — falo e me sento no banco ao lado.

— E aí meu amigo real, gostou do lugar? Em sua homenagem. — já era de supor. — Uma cerveja acompanhada com batata, não tem nada melhor.

— Só quero uma, tenho que trabalhar logo mais.

— E como está o trabalho? — ele me entrega uma garrafa de cerveja.

— Monótono.  — olho para os lados apreciando a arquitetura do pub e vejo um mural com fotos dos marcas e lá está uma foto da atual. Ela está com a coroa real adornada por diamantes e outras gemas preciosas, nunca a vi realmente como uma rainha cheia pompa. Talvez seja a coroa.

— Admirando a patroa? — ele fala zombeteiramente. — Ela é bonita. — isso é verdade.

— Chegou hoje de missão? — pergunto, enquanto pego algumas batatas.

— Ontem, porém de tarde tenho que assinar algumas coisas e resolvi ficar.

— Não está com saudades da Hinata?

— Ela virá mais tarde, ela quer ir ao shopping e já vi que vou andar muito. — ele fala com um certo pesar e pelo tempo que eu o conheço, ele não deve estar gostando da ideia. Ele me cutuca com o cotovelo. — Oito horas. — isso é um código de horas usado no exército que refere-se á  posição a minha direita e quando olho são duas mulheres. — Bonitas.

— Naruto. — falo em tom brincalhão. — Quer apanhar em casa? — bebo um gole.

— O que foi? Só estou admirando duas belas mulheres que não tiram o olho de nós. Meu amigo paquerador pisca para uma das mulheres. — Relaxa, eu amo a Hinata e nunca a trairia.

— Estou vendo, melhor ficar quieto, cara. Mulher sempre traz problemas. — o Naruto sempre foi um bom boêmio e quando ele disse que iria se casar foi uma surpresa daquelas, já que ele não pode ver uma mulher e quer se engraçar com qualquer uma.

— E você, como anda? A Shion casou-se semana passada, minha irmã me contou. — essa foi minha namorada alguns anos atrás, tivemos um relacionamento de uns três anos e acabou quando eu resolvi ingressar no exercito.

— Felicidades. — conversei um bom tempo com o Naruto, de tudo possível, é bom ter um amigo para falar. As mulheres do outro lado vieram até nós, porém tiveram uma decepção quando viram a aliança no dedo do meu amigo e vieram para o meu lado e por insistência do Naruto eu acabei pegando o número de uma, mas que foi em vão, já que o meu amigo passou o meu contato. Parece que alguns costumes não mudaram entre nós.

— Ela ficou caidinha pelo Major, não vai decepcioná-la, não é?

— Veremos. Bem, tenho que ir agora meu caro amigo. — o abraço ligeiramente. — E Naruto, tome um pouco de juízo.

 

[...]

 

Infelizmente o tempo aqui em Londres não colabora muito com os motoqueiros, está chovendo e pelo visto irei levar um bom banho de chuva. São exatos dez minutos para chegar ao palácio, mas com o tempo isso fica uns quinze minutos.

Pilotar com cuidado sempre.

 

Cheguei ao palácio e completamente molhado, exceto pelos meus cabelos. O capacete os manteve secos. Troco de roupa e coloco meu uniforme, hoje sem gravata. Pelo menos eu não uso aqueles uniformes dos guardas tradicionais da frente do palácio.

—Senhor Uchiha?— ouço a voz da Shizune e abro a porta. — Precisamos conversar sobre a segurança de Vossa Majestade. — sua expressão é preocupada, mas pelo pouco tempo que tenho aqui sei que Shizune é exagerada. — O chefe da Scotland Yard esteve aqui essa manhã e falou sobre o atirador. — ela senta-se na cadeira da escrivaninha e cruza as pernas. – O atirador cometeu suicídio.

— Então está resolvido? —encosto-me à parede e cruzo os braços.

— Não, os agentes da Inteligência e um detetive lunático da Baker Street chegaram à conclusão de que ele não agiu sozinho e tem pessoas por trás. Então, peço que não desgrude de Vossa Majestade e esteja sempre atento.

— Como se eu desgrudasse dela.

— Compreendo.

— Hoje ela está aqui no palácio em um evento com algumas crianças que ganharam um concurso de redação, hoje está aparentemente tranquilo. E senhor Uchiha, Milady não sabe desse fato e o quanto menos ela souber é melhor.

— Ela deveria saber.

— Por enquanto não, motivos de segurança e a saúde dela. Milady é frágil.

Apenas murmuro.

— Estamos entendidos? — anuo.

 

 Compreendo os receios de Shizune, mas não concordo em esconder isso dela. Essa história de atentado começa a tomar rumos incertos e tenho uma intuição que tem algo nessa história.

Quantos fatos será que escondem dela? Uma rainha que não sabe de nada á sua volta.

 

Eu esqueci de ir numa livraria comprar alguns livros, tudo graças ao tagarela do Naruto e a tal da Anabel. Essa que já mandou mensagem. Ela tem uns cabelos roxos e é um pouco parecida com a minha cunhada, creio que Konan gostaria dela de primeira. Eu não estou afim de entrar em um relacionamento no momento, embora que minha mãe sempre me fala que estou na hora de iniciar algo sério. Por enquanto, darei um vácuo na Anabel.

Vou à galeria da rainha, aqui é um espaço de exposição de objetos e tesouros da coleção Real e isso inclui artes, móveis, jóias, nem preciso dizer que as meninas estão entretidas com os vestidos usados na época da rainha Vitória e os meninos observam com fascínio a coleção de espadas reais. Milady está divertindo-se com as meninas mostrando algumas jóias, parece bastante concentrada contando sobre a história de uma tiara. Alguns minutos depois a visita termina.

— Me protegendo de crianças hoje, Major? — ela fala gentilmente, já estou acostumado com o humor dela, ás vezes ela tenta ser ácida, mas não consegue e na maioria das vezes ela é repreendida por Shizune.

— As crianças que deveriam ser protegidas de você Milady. — falo com um discreto sorriso de canto e ela sorri.

— Confesso que contar a história da tiara é um pouco entediante, no entanto as espadas animaram os meninos.

— Foi comovente sua narrativa sobre como o rei George I usou aquela espada. — ela ergue a sobrancelha de forma divertida. — Não foi sarcasmo.

Ela leva a mão ao peito em clara expressão de zombaria. — Ufa. Não se preocupe Major, eu já sei quando está sendo sarcástico. — ela é divertida.

— Até mais tarde, Major.

 

[...]

 

Depois do jantar tive um tempo livre e aproveitei para trocar o óleo da moto e passar cera na lataria. Eu desde pequeno nutro uma paixão por motos e ás vezes exagero. Quando comprei minha primeira moto, eu passava horas encerando e polindo e ai de quem a pegasse sem minha permissão. Eu costumava pilotar por horas pelas rodovias e até entrei em um daqueles clubes de motociclistas, mas aqueles casacos e atitudes punk´s me fizeram sair, nunca gostei daquele estilo alternativo.

Faltam poucos minutos para meia-noite e me arrumo, Vossa Majestade irá correr. Eu sempre costumei ter um horário de sono rígido enquanto não estava em missões, dormir cedo é algo que aprecio, no outro dia sinto minha mente descansada, mas ultimamente tive que me acostumar com uma rotina que não é a minha.

Essa hora o palácio é silencioso e posso ouvir o barulho das pisadas do meu tênis na cerâmica. Alguns lugares as luzes estão ligadas e em outros corredores eles desligam e isso aqui vira sombrio. Sempre a espero no hall da sala e lá está ela descendo.

— Boa noite, preparado? — ela espreguiça-se e ajusta seu relógio.

—Sim.

— Vamos?

— Não. — ela me olha confusa.

— Não? — novamente ela ergue a sobrancelha e franze o cenho.

— Em todas as nossas caminhadas notei que Milady sempre demonstra certa tontura e logo fica exausta e isso deve ser devido a sua péssima alimentação. — ela cruza os braços em sinal de protesto. — Terá que comer algo antes de ir.

— É tarde e não quero incomodar ninguém.

— Não seja por isso, me siga. — acho que esqueci de algo, ah claro. — Milady. — ela caminha ao meu lado desconfiada e vamos até á cozinha, ligo as luzes, ela fica admirada. — Nunca veio aqui?

— Tem um bom tempo. Eu jantei Major, estou saciada. — abro a geladeira e pego verduras, presunto, queijo e tomate. Coloco-as sobre a pia e pego pão no armário. Percebo seus olhares curiosos.

— Se não quiser presunto e queijo, tem frango desfiado ali dentro, posso preparar um sanduíche natural.

— Cozinha?

— Sei me virar.

— Então meu guarda-costas tem outro talento. Quero o sanduíche natural. — solto um sorriso anasalado e ela coloca os cotovelos sobre o balcão de mármore e encontra seu queixo nas mãos. — Qual outro talento seu eu não conheço?

Acendo uma das bocas do fogão e coloco a panela com o frango desfiado para refogar. Me pego pensando a sua pergunta. — Alguns.

— Anabel está te mandando mensagens. — me viro imediatamente, deixei meu celular sobre o balcão. — Desculpa.

— Tudo bem.— pego o celular e vejo que tem notificações na tela da Anabel. Pensei que tinha desligado o Wi-fi. Coloco sobre o balcão cenouras e cebolas. — Escolha um e corte, Milady.

— Ouch. — ela faz uma careta. — Cenouras. — lhe entrego a faca e fico com a cebola. — Espero que não chore pela cebola.

— Sei lidar com elas. — ela começa a cortar e parece que entramos em um ritmo e meu celular volta a tocar e fico constrangido pelo toque do meu celular e ela olha o visor.

Anabel.

— Eu já ouvi essa música antes, More Than Words.

— Esse não é o meu toque, um amigo pegou meu celular hoje e fez isso. — ah Naruto, isso terá volta. Desligo o celular.

— Não se incomode e atenda sua namorada. — ela fala com certo humor.

— Não é minha namorada, não tenho namorada. — silencio de vez o celular e volto ao fogão mexo e desligo.

Saying, i love you, is not the words I want to hear from you, it's not that I want you not to say, but if you only knew, how easy it would be to show me how you feel.

 

  Ouço sua voz em ritmo com a música que tocou no celular antes, sua voz é doce e tão serena.

— Eu gosto de músicas antigas, Major. Espero que minha voz não o incomode. — ela continua a cantar entusiasmada. — Terminei de cortar aqui. — adicionei maionese até ficar consistente e acrescentei as cenouras.

Coloco o recheio em um pão e a sirvo. — Espero que goste.

— Eu vejo programas culinários e hoje o julgarei. — me sento a sua frente e mordo o meu, está bom e a vejo mastigando aos poucos. — Hmm… — ela faz um sinal de “beleza”. Passamos alguns minutos em silêncio, termino o meu e ela nem está na metade do seu, subitamente ela leva sua mão a boca.

— Algum problema?

Ela coloca o sanduíche no prato. — Eu não costumo comer essas horas e já enchi com o sanduíche.

— Não está nem na metade. Está ruim?

— Não. – ela fica corada e bota sua mão novamente na boca.

— Está tudo bem? — ela levanta-se. — Milady... — seus olhos marejam, ofereço um copo d´água e ela recusa.

— Vasilha, panela, qualquer coisa. — ela diz ligeiramente e logo pego, seguro em sua frente ela logo inclina sua cabeça em direção e vomita dentro da panela. Ela termina e me olha desolada e com expressão de choro.

— Deveria ter me dito que estava horrível. — falo para mudar o clima.

— Não. — ela dá um mínimo sorriso. — Estava bom. — coloco a panela no chão e pego papel toalha e a entrego. — Me desculpe.

— Tudo bem. — ela tenta se recompor. — sente-se. — e assim ela faz. Pego um copo d´água e lhe dou, ela bebe e parece nervosa.

— Eu tenho bulimia desde pequena. — ela fala um pouco mais calma. — Eu não tenho crise sempre e tinha parado por um tempo, geralmente vem quando estou nervosa ou quando tenho raiva de algo. — ela sorri sem jeito. — Não se preocupe, não tive raiva de você.

— Tudo bem, quer dizer… — olho para panela. — Temari não ficará muito feliz em perder seu caldeirão. — consigo um sorriso dela. — Não poderá correr hoje.

— Será que podemos caminhar um pouco lá fora? Eu quero sentir o vento, um ar fresco.

— Você é a rainha.

 

Hoje está frio aqui fora e acho que ela se arrependeu um pouco da ideia de vir aqui fora. Como está com regata folgada ela cruza os braços. Eu estou com frio, mas meu casaco me aquece um pouco. Essas brisas frias avisam que o verão está indo embora.

— Outono chegando. — ela diz.  — Eu gosto. — meu celular começa a vibrar e eu tiro.—  Deixa me ver, Anabel. — assinto. — Não se incomode, atenda.

— Não é isso, mal nos conhecemos. Coisa do meu amigo que trocou o toque do celular.

Ofereço meu casaco para ela e ela o veste.

— Mas parece que a moça está muito interessada. — ela senta-se em um banco do jardim. — Pode sentar, Major. Eu ordeno. — e sorri. Ela olha para os lados e logo depois encosta a cabeça no banco. — Ser bonito deve ser um problema para você. Como lida com o assédio feminino?

— Não ligo muito, não me deixo levar por esse tipo de coisa.

— Ser bonito é o seu fardo então.

Sorrio. — Nem sempre foi assim. — ela me olha. — Eu era gordo e com espinhas na adolescência.

— Mentira! — ela fica boquiaberta e me bate, logo se retraí. — Ouch, desculpa.

— Tudo bem, não se preocupe. Sim, eu fui e era muito chato, mas quando fiz uns quinze a puberdade me ajudou a emagrecer e claro as espinhas desapareceram.

— Então tivemos o mesmo passado. Acnes. — ela balança a cabeça negativamente. — E eu aqui achando que você era o popular da escola.

— Não, levei muitos foras. Meu irmão que era o popular, ele não enfrentou esses tipos de problemas e sempre foi o galã. Até foi chamado para ser modelo.

— Ele não quis?

— Não, o Itachi não gosta dessas coisas, ele é reservado e prefere o campo.

— Entendi. Hum, tem uma mancha preta em seu braço. — olho e vejo que é óleo da moto.

— Estava cuidando da minha moto e acabei me sujando.

— Moto? – ela me olha pasma. — Tem uma moto? — anuo.

— Gosto de sentir a adrenalina e velocidade, em uma motocicleta eu consigo sentir isso, livre.

— Deve ser incrível andar por ai, sem um rumo certo e se aventurar em uma motocicleta.

— É incrível, se quiser está á sua disposição, Milady. Imagino que nunca andou numa garupa. — pingos de chuvas começam a cair. — Melhor corremos antes que nos molhemos. Consegue correr? – levanto-me.

— Me puxe, por favor. — e ela estende o braço em minha direção e faço, seu corpo está próximo ao meu graças ao impulso, nossos olhos cruzam por um instante. Os pingos de chuva gélidos começam a cair mais fortes e apressamos os passos e quando percebo já estamos correndo fugindo da chuva. Não funciona muito, estamos encharcados.

Segundo banho de chuva em menos de vinte e quatro horas.

Chegamos ao palácio e um guarda abre o portão.

— Não adiantou correr. Aqui o seu casaco, muito obrigada. — ela diz ofegante, a olho e percebo que a alça da sua regata está caída e mostrando um pouco do seu sutiã vermelho, viro o rosto imediatamente. — O que houve, Major? — ela torce.

Levo a mão a boca e pigarreio. — Sua blusa, senhora. — ela olha e faz uma careta e levanta a alça.

— Senhora?

— Me desculpe.

— Você conseguiu ficar mais vermelho que o Kakashi. Quando isso acontece ele fica sem saber o que fazer, sempre me divirto com as expressões faciais dele. — ela solta o seu cabelo e o balança. — seu sorriso é cativante e sua simplicidade lhe faz ficar mais bela, eu nunca a vi tão encantadora como essa noite. — O que vai fazer agora?

— Eu... eu — gaguejo. — Vou me secar e esperar o sono chegar. Infelizmente, acabei de ler os meus livros e acho que hoje irá custar.

— Que tipo de livros lê? — ela me pergunta e amarra o seu cabelo em um rabo de cavalo.

— Biografias, história e se for de guerras sou fascinado.

— Hm, acho que posso lhe ajudar a dormir essa noite. — ela comprime os lábios e eu logo tusso. — Tudo bem? — assinto. — Na biblioteca daqui tenho vários livros sobre guerra.

Ah sim, claro. Minha mente viajou em pensamentos incertos.

Pensamentos errados.

— São do palácio e para pegar teria que ter uma autorização. — falo.

— É... você teria que pedir a rainha, mas acho que ela não se importaria. — seus olhos verdes estão cristalinos, é como se eles me convidaram para algo que não sei decifrar. — Sabe, lá na biblioteca tem várias cartas pessoais de um tal de Winston Churchill para o meu avô e sobre o período sombrio da segunda guerra. Acho que vai ser um passatempo. — ela coloca uma mecha por trás da orelha.

— Adoraria, Milady.

— Eu adoro livros, são minha companhia de dormir a noite, atualmente estou lendo Ana Karenina.

— Do Liev Tolstói. — ela fica admirada. — Já li, triste história.

— Ela só queria ser amada. — ela responde ligeiramente. — Ela é uma mulher angustiada e sem paz de espírito inserida em um casamento fracassado e em uma sociedade hipócrita. Ela se entregou numa paixão cega.

— Que não foi o suficiente para ela esquecer sua família e principalmente seu filho, isso foi fragmentando sua paixão por Vronsky até culminar no seu fim. — ela fica em silêncio. — Vronsky era um canalha.

— Não a culpo, ela se jogaria no primeiro que aparecesse. Ela apenas queria libertar-se do vazio que existia nela.

— Não iremos iniciar um debate acalorado sobre o livro. — corto o assunto e parece que de algum modo aquilo mexeu com ela. Eu sei que tem algo por trás do seu olhar vago, tenho uma noção pelo aspecto que ela me olha.

 

[...]

 

Agradeço ao meu sistema imunológico por não pegar um resfriado. Bem, faz tempo que eu fiquei doente, sou bem forte em ralação a isso. Estou deitado lendo algumas cartas do ex Primeiro-Ministro inglês, mas não consigo me concentrar nelas do jeito que quero, por um simples detalhe, um vermelho detalhe.

Sua peça íntima de renda vermelha ainda passa em minha cabeça como um trailer de um filme. Infelizmente, esse filme eu não posso assistir, pois ele é exclusivo.

Exclusivo de Vossa Alteza real, o príncipe Gaara.

Eu só não entendo como um homem como ele deixa sua esposa sair de noite para correr e ainda por cima ela me conta que sua companhia da noite é o seu livro de cabeceira.

Rainha Sakura.

Vossa Majestade Real, mesmo se ela não pertencesse a outro cara, eu não teria chances, aliás eu sou um plebeu.

Estou fantasiando com uma mulher casada e ainda por cima uma rainha. Uma completa rainha.

A única coisa que consigo pensar, é que se eu estivesse no lugar do Gaara, ela... corto meus pensamentos.

É melhor eu tentar dormir.


Notas Finais


Opa soldado, abaixe o soldado!

Bjux e até


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