Gumball
Eu não sabia o que fazer àquela hora. Eu estava bravo por ele ter duvidado de mim, mas feliz ao mesmo tempo por ele ter voltado atrás.
– Eu... Eu não deveria ter duvidado de você. E que eu tenho tanto medo de te perder, e o Fla...
Larguei a mala no chão e o interrompi com um beijo. Não liguei se estávamos no meio do saguão com um monte de gente vendo tudo isso. Eu não ligaria pra mais nada, desde que estivesse com ele ao meu lado.
– Eles vão ver... – Disse ele me segurando pela cintura.
– Eu não me importo. – Sorri e nos beijamos novamente.
– Só nunca mais me de um susto desses ouviu? – Sussurrou em meu ouvido. – Você quase me mata do coração!
– Eu prometo. E nunca mais me faça ir buscar as roupas nu ok?
– Eu prometo. Da próxima vez quem vai sou eu. – Riu.
– Da pra parar com a grudação aqui dentro gente? – Disse Flame - Eu tenho uma reputação a zelar sabiam?
– Cala a boca Flame! – Dissemos juntos e rimos.
– Sempre é “cala a boca flame”, “Você não tem outra coisa pra fazer não?”, mas na hora do aperto eu sou o salvador da pátria né?
– Pois é. – Disse Marshall sorrindo – Agora vamos pra o ap amor?
– Bora.
– Só pra constar... – Disse Flame passando a mão na nuca e dando um sorriso torto - Eu vim de scooter, então alguém vai ter que pegar um ônibus e andar quinze quarteirões levando essa mala...
***
Eu não fazia a mínima ideia que Marshall sabia andar de moto. Eu sentia o vento passando por meus cabelos e apertava sua cintura. A chuva havia parado e o clima estava agradável. Passamos um bom tempo assim - Marshall fez questão de passar pelo caminho mais demorado - ate chagarmos no ap. Onde Flame já estava nos esperando com a minha mala na mão.
– E ai? Gostaram da volta de moto? – Perguntou Flame olhando cada centímetro da scooter – Vocês não a bateram em nenhum lugar não né?
– Adoramos, e qualquer dia desses eu vou pega-la de novo para fazer umas viagens. E sobre bate-la... Claro que não né Flame?
– Ainda bem que você não bateu. Ela e o meu mais profundo amor no mundo - Disse ele passando a mão na lataria velha.
– E... Desculpe-me pelo que aconteceu aquele dia. – Disse Marshall estendendo a mão. – Amigos?
– Amigos. – Os dois fizeram um toque de mãos esquisito e depois sorriram como se não fizessem isso há muito tempo. - Tudo certo cara. Enfim gente já vou pra casa. Ta muito tarde e eu aconselho os dois a fazerem o mesmo. – Disse, subindo as escadas. – Boa noite.
– Boa noite! – Respondeu Marshall, me puxando para mais perto dele pela cintura.
– Então você e o flame já foram amigos?
– Já. – Me deu um selinho.
– Vocês brigaram por quê?
– Longa historia. Brigamos feio por causa de uma menina... Se me lembro bem Marceline é o nome dela.
– Hmm... – Resmunguei.
– Ta com ciúmes é Gum?
– Não. – Falei emburrado.
– Ela foi um caso antigo meu. Nem sei mais como está a vida dela hoje em dia. – Me deu outro selinho – Para de ser bobo. Eu gosto só de você e de mais ninguém.
– Chato.
– Perfeccionista. – Disse ele.
– Bagunceiro.
– Irritante.
– Eu te amo. – Sorriu, e me puxou para perto de si.
– Eu sei disso – Disse e nós beijamos.
Enfim, graças a Glob tudo havia voltado ao normal. Marshall ainda estava comigo, a escola ia bem e... DROGA! O trabalho em dupla com o Flame é pra amanha!
– Marshall, eu não vou dormir essa noite.
– Eu também não... – Disse, dando um sorriso sarcástico e mordendo o meu pescoço.
– Não nesse sentido, seu pervertido! – Ri – Eu acabei de lembrar-me de um trabalho em dupla que tenho que fazer.
– Serio isso? Com quem?
– Flame... – Ataque de ciúmes em três... Dois... Um...
– O F-flame?
– Ta com ciúmes é Marsh?
– Eu... Não! – Ri.
***
Passamos a noite inteira à base de energéticos e café pra conseguir fazer o trabalho, alem disso Marshall também tentou dar uma ajudada - Por mais que eu ache que ele ficou lá pra “marcar território”. No outro dia entregamos o trabalho para o professor e ele nos deu 8,5 em 10, pra mim foi pouco, mas o Flame comemorou como se tivéssemos tirado total. O que foi bastante interessante. Principalmente na parte que ele tropeçou e caiu de cara no chão.
– Eu to bem! – Estendi a mão - Não precisa me ajudar a levantar, eu to bem.
– Sei...
– Então gente, depois da cena do nosso querido colega, acho que vocês já estão dispensados por hoje. – Disse o professor.
Eu e Flame saímos da aula e fomos andar um pouco no jardim do campus. O dia estava ensolarado, perfeito para uma caminhada.
– E então, quando você vai pedir ele em namoro? Quer dizer, oficialmente.
– Eu? – Nunca havia pensado nessa hipótese, pra mim já estávamos meio que namorando. – Não pensei nisso ate agora.
– Então não perca tempo viu? Conheço um monte de meninas que matariam para estar no seu lugar.
– Eu vou pensar em algo – Corei, eu não sabia que o Marshall era tão disputado assim. – E obrigado por ontem. Se não fosse você eu acho que iria estar na minha casa, chorando agora.
– Não é nada. Amigos são para isso certo? – Sorriu. – E afinal de contas, eu devia essa a ele.
– Um dia eu ainda vou te compensar por ter feito tudo isso.
– Você poderia me compensar agora! To meio sem grana... Me compra um hambúrguer?
– Você ta falando serio? – Perguntei, surpreso.
– Mais serio impossível. Eu preciso me alimentar direito! Se não pequenos monstrinhos que vivem na minha barriga se rebelam, e acredite, ninguém gosta quando isso acontece. – Riu.
– Só você mesmo viu? – Disse – Vamos lá comprar o seu sanduiche antes que eu desmaie de sono.
– Você sabe onde está o Marshall? Eu não vi ele ate agora – Perguntou. – E já são 12:15!
– Tai uma boa pergunta... Do jeito que ele é, deve estar acordando agora.
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