História My favorite writer - Especial SiChul: Resolvendo pendencias amorosas

 Heechul estava irritado, muito irritado.

Teve que ficar durante a festa toda ao lado do Choi, o que o deixava bem desconfortável. Não queria ter que dividir um ambiente com o moreno novamente, mas as circunstâncias e os problemas da empresa não deixaram as coisas ocorrerem como o planejado.

Após a festividade ter acabado, se despediu de todos os convidados que também estavam de partida para suas casas e suspirou aliviado, finalmente tinha acabado.

— Finalmente vou poder descansar. — Falava para si mesmo enquanto ia para a saída do local, que já se encontrava praticamente vazio, tirando os funcionários que já davam inicio a arrumação do local.

Seguia tranquilamente pelo corredor que levava à porta de saída tranquilamente, este se encontrava tão vazio que, dava para ouvir o som de seus sapatos ao caminhar por ele. Já estava quase chegando a passagem para a rua quando sentiu seu braço ser puxado com força e foi praticamente arrastado para uma sala que não ficava muito longe de onde estava, tudo foi tão rápido que nem conseguiu ver quem o puxava.

Quando ele e a pessoa, até então desconhecida chegaram á sala, o outro trancou a porta atrás de si, o deixando sem escapatória. Heechul partiu para cima do outro, começando a lutar para alcançar a saída e a destrancar.

— Me deixe sair! Quem é você e o que quer comigo?

Tentava lutar o máximo que conseguia mas o outro tinha uma força física superior a sua, o que não adiantava muito todo o esforço que fazia.

— Calma Heechul, sou eu. Não precisa fazer esse escândalo todo. —Ouviu a voz forte que conhecia muito bem se pronunciar.

— Siwon?! Enlouqueceu me puxando assim? E você queria que eu fizesse o que? Ficasse quieto enquanto era arrastado para uma sala que nunca vi e ser trancado nela por alguém que nem tinha visto quem era?

— Eu sei, eu sei. Desculpe-me, mas se eu chamasse você amigavelmente para conversar, sei que não aceitaria.

— Mas é claro, não tenho nada para conversar contigo. Pedi sua ajuda apenas com as questões da empresa e tenho certeza  que essa conversa não é sobre elas. — Fala em um tom ácido.

— Realmente, não é sobre a empresa, quero conversar sobre o que aconteceu no passado.

— O que te interessa conversar sobre aquilo agora? Já passou e não tenho vontade de desenterrar essas coisas.

— Quero o desenterrar porque sei que guarda rancor. — Fala o olhando sério. — E porque também me arrependo do que fiz. — Fala um pouco mais baixo do que seu tom normal.

— Acho que é meio tarde para isso, Siwon.

— Eu sei que errei feio, mas quero me redimir.

— Siwon, você me traiu, isso não tem perdão.

— Chul, nós não estávamos em um relacionamento sério...

— Não interessa, estávamos saindo e mesmo discretamente eu deixei claro que queria algo a mais além de só encontros casuais contigo.

— Eu sei, mas não sou bom em perceber essas coisas e eu também estava com medo de me envolver  emocionalmente com você porque sabia que não queria uma relação e sempre preservou sua liberdade, assim como eu.

— Eu sei Siwon, mas eu confiei em você e o que fez... quebrou toda a confiança  que tinha em ti.

Siwon suspira.

— Eu queria que recomeçássemos, construir uma nova história.

— Não Siwon, isso já deu tudo o que tinha que dar e já sabemos o resultado.

Heechul aproveita que o outro estava atônito pelo o que tinha ouvido e passa por este sem muita dificuldade, saindo pela porta para ir embora.

Mas Siwon era determinado, não iria desistir tão fácil.

O maior fez de tudo, até falou com os amigos e com o pessoal que trabalhava com Heechul para saber como podia o conquistar novamente. O chamou para ir no cinema, lhe deu flores e chocolate, mas nunca dava certo. Em todas as vezes não dava certo, sempre recebia olhares reprovadores e xingamentos em resposta, em uma das ocasiões, quando tentou até se declarar enquanto lhe entregava flores que tinham sido compradas com todo o carinho, o mais velho faltou o fazer engolir o buquê junto com o cartão e o expulsou da sala com fortes tapas e empurrões em suas costas.

Agora estava em um almoço com Kyuhyun e seus amigos da editora. Estava bem cabisbaixo, nem tinha tocado na comida que estava em seu prato e nem fazia questão de se enturmar na conversa que estava rolando entre as outras pessoas da mesa.

— Ele tá bem desanimado. — Comentou Sungmin comovido pela tristeza do outro.

— É... parece que nossas diva conseguiu laçar nosso cavalo indomado. — Kyuhyun não resistiu em fazer a piada, as demais pessoas deram risada, menos quem era o principal desta.

— Aish, cala a boca seu gamer insuportável, não sei como Sungmin aguenta conviver contigo. — Siwon fala em um tom irritado enquanto mexe freneticamente o canudinho de seu suco, mas sem vontade de tomar o liquido.

— Ih, a coisa é realmente séria. — Comenta Kyuhyun, já que o outro sempre lidou muito bem com as brincadeiras desse tipo e nunca reclamou.

— Poderíamos tentar outro plano, eu tenho uma ideia. — Comentou Ryeowook, atraindo a atenção do moreno.

— Que ideia? — Perguntou Siwon interessado.

O pequeno Ryeowook explicou seu plano e todos concordaram em ajudar em alguma coisa para que este desse certo.

Fariam de tudo para que os dois ficassem juntos.

Todos se prontificaram em ajudar á elaborar o jantar, cada um ficou responsável por algo, como arrumar um lugar tranquilo, fazer a comida, convencer Heechul, entre outros. Foi um tanto trabalhoso, mas no fim deu tudo certo.

A parte mais difícil foi convencer Heechul a ir até o local combinado e essa tarefa ficou com Ryeowook, que o organizador de tudo.

O pequeno aproveitando um dia que não teria nenhuma reunião para o outro comparecer — tinham conseguido a ajuda até de sua secretaria e por isso tiveram acesso a aquela informação. — foi a empresa para por seu plano em pratica.

Chegou a empresa e nem se deu ao trabalho de bater antes de entrar na sala de seu superior, que ao vê-lo entrar daquela forma, ficou muito surpreso.

— O que aconteceu para entrar em minha sala dessa forma, Ryeowook? — Heechul pergunta um tanto mau humorado.

— Uma tragédia, hyung. — Faz um drama para dar mais ênfase no que falava.

— Que tragédia?

— É que minha mãe marcou um jantar em família amanhã e eu não queria ir sozinho, chamei o Yesung para ir comigo, mas ele disse que estava ocupado e não podia ir. — Fingiu uma cara triste, mas que convence o mais velho.

—Aish, esse gótico de uma figa, só lhe dá decepções.

Ryeowook confirma de forma triste com a cabeça.

— Hyung, eu queria saber se você poderia ir comigo. Por favor, não quero ficar sozinho nesse jantar. — Faz um olhar pidão para o outro, tentando o convencer.

— Certo, que horas é o jantar?

— Amanhã, às sete horas da noite.

— Tudo bem, me mande o endereço que nos encontramos lá.

— Tudo bem, se chegar depois de mim e eu não tiver do lado de fora, é só entrar. Minha avó não aguenta me ver que sai me puxando para a mesa para me entupir de comida até não conseguir mais mastigar nada, então ela não deixaria eu te esperar tranquilamente do lado de fora da casa.

— Tudo bem bebê da vovó, estarei lá.

Do outro lado da cidade, Siwon esperava pela confirmação de que mais uma parte do plano estava cumprida e essa logo veio com uma mensagem de Wook dizendo que tinha convencido o outro de ir ao jantar.

O moreno não conteve a animação e comemorou de forma elétrica. Ainda bem que estava só em casa, quem o visse daquele jeito pensaria que era louco.

O plano já estava pronto, agora era só aguardar e torcer para que tudo desse certo no outro dia.

Já era quase sete horas quando Heechul parou seu carro na frente da casa que o endereço indicava e se dirigia até a entrada.

Quando entrou, notou que o ambiente estava um tanto silencioso, só com uma musica em um tom bem baixo tocando ao fundo. Logo estranhou, já que aquele não parecia um clima para um jantar de família nem de longe. Foi andando até a sala de jantar, de onde parecia que o som ficava um pouco mais alto.

Chegando  lá, viu uma mesa recheada de comida mexicana, que é a sua favorita e pratos e talheres espalhados pela mesa, que era iluminada por algumas velas.

Heechul arregalou os olhos. Aquilo era... um jantar romântico!

— Ryeowook? — Perguntou completamente estupefato. — O que diabos significa isso?

Sentiu uma movimentação atrás de si e rapidamente se virou e quando o fez, deu cara com quem menos queria.

— Seu bastardo, poderia me dizer que merda é essa? — Aumentou o seu tom de voz, graças a sua irritação.

— Ah... digamos que precisamos conversar e ter um momento a sós e para isso tive a ajudinha de umas pessoas.

— Eu vou matar você e aqueles infelizes. — O mais velho fala, já quase vermelho de tanta raiva.

— Heechul, pare de exagero, eles apenas querem nos ver bem.

— Eu não vou ficar bem com um traidor. — Já ia voltar para seu carro, quando seu pulso é segurado pelo outro.

— Heechul, apenas me ouça. Eu estava começando a sentir algo por ti naquele tempo, mas tinha medo. Medo de ser rejeitado, sabia que se você não quisesse nada comigo, não pensaria duas vezes em me dispensar caso soubesse dos meus sentimentos e isso me machucaria. Mal sabia eu que ao me envolver com outras pessoas e pior, ver aquele olhar de decepção em seu rosto doeria bem mais do que se tivesse me dispensado e zombado de meus sentimentos. Quando não quis nada comigo depois de me envolver com outro, eu simplesmente desabei e ainda para piorar fez questão de voltar o mais rápido possível á Seul, dizendo que tinha coisas urgentes a resolver, mas eu sabia que não as tinha. Eu fiquei muito mal, chorei por dias, mas tive que me recuperar, sabia que você não me escutaria se viesse falar contigo tão frágil como estava. Então por favor Heechul agora eu te peço, me perdoe e me dê mais uma chance.

Heechul fica paralisado com o que ouve, mas decide ser firme em sua decisão, seu orgulho não o deixaria ter outra escolha.

— Eu te perdoo Siwon, mas dar outra chance... não, não mesmo. — Desprende seu pulso da pressão dos dedos do outro e se vira, querendo sair logo dali.

— Espera só mais um minuto, Chul. — O maior se põe em sua frente, impedindo sua passagem. — Não precisa ir, de qualquer forma esse jantar é pra você, pedi Sungmin que fizesse suas comidas preferidas. Fique e se alimente, eu vou embora para te deixar a vontade. — Faz uma pequena reverencia e sai para o lado de fora.

Heechul fica só naquela sala, agora vazia. O único ruído que se fazia presente era o som da fraca melodia que ainda soava pelo cômodo.

E ali refletiu: Valia a pena todo aquele rancor e raiva guardados? Siwon parecia realmente  arrependido e disposto a começar de novo...

Após mais um tempo pensando, decide pela primeira vez na vida engolir seu orgulho e ir atrás dele, só torcia para que não tivesse ido embora.

Saio correndo da casa e percebeu o pouco mais distante o carro de quem procurava ainda estacionado em seu devido lugar, então foi com ainda mais rapidez até este. Quando chegava perto do outro que estava de cabeça baixa, pode escutar seus soluços e isso cortou o seu coração.

— Siwon... — Falou em um tom baixo, para que apenas este ouvisse.

O moreno levantou a cabeça mas antes secou suas lágrimas.

— Ah, eu já estava de saída... Eu só... — Meio atrapalhado, pegou suas chaves do carro no bolso e já ia rumar para o outro lado do carro, quando sua mão é segurada por Heechul.

— Não... Fica, por favor.

— Heechul...

— Eu não quero que vá, não quero que me deixe, não de novo.

As lágrimas começam a escorrer de seus olhos e o maior se prontifica em as enxugar.

— Não chore Chul, não gosto de te ver assim. — Fala com calma, tentando conter o choro alheio.

— Não quero que me deixe...

Siwon o puxa para mais perto, o abraçando com carinho, enquanto acaricia seus longos fios.

— Está tudo bem, não vou te deixar.

Ficam assim até o mais velho se acalmar. Quando seu choro cessa, ergue seu rosto e começa a falar.

— Eu estou te dando mais uma chance, acho bom não a dispersar e se fizer faço questão de te matar com as minhas próprias mãos, seu bastardo. — Quando termina sorri e seu amado repete sua ação.

E então Heechul rodeia o pescoço do maior com os braços e iniciam um beijo saudoso, transmitindo através deste, toda a falta e a necessidade que sentiam um do outro.

— Eu te amo. — Falam em uníssono quando se separam para recuperar um pouco de ar.

E nem com o oxigênio totalmente recuperado, voltam a se beijar afoitamente.

Parecia que aquela noite o jantar teria que esperar.