Jeon Jungkook
— Virgem?
Ele assentiu, desviando o olhar. E acho que o ouvi sussurrar um “desculpa”.
— Você não parecia virgem ontem comigo naquele bar — eu disse.
Ele não respondeu. Respirei fundo, saíndo de cima dele.
— Você não quer? — perguntei.
— Não é isso — ele se apressou em dizer, tentando explicar — eu quero! Só não sei se estou pronto ainda...
Eu ri, sem acreditar que aquilo tinha acontecido. A única pessoa que podia empatar a minha foda era ele mesmo, e essa eu não tinha previsto, mesmo que não fosse uma coisa ruim ele ser virgem. Na verdade, era muito bom, podia até chamar de sorte.,
Eu não disse nada e com o mei silêncio, Jimin se levantou e vestiu a blusa dele que estava no chão, como se agora estivesse com vergonha de ficar sem ela ma minha frente.
— É melhor eu ir embora — ele disse.
— Não, não precisa — fui até ele, não podia deixar ele ir — fica aqui, a gente assiste um filme e vai deixando rolar...
Mas ele negou.
— É melhor eu ir mesmo, Jungkook — sorriu fraco, sem olhar pra mim — não tem mais clima, né? E eu disse pro Taehyung que não ia chegar tarde.
Eu quis insistir, mesmo sabendo que ele não ia mudar de ideia — e se eu pedir por favor?
Jimin negou mais uma vez, me deu um beijo na bochecha e foi em direção a porta.
— Sério que você vai fazer isso? — fui atrás dele e segurei no pulso fino.
— Isso o que?
— Não precisa ir embora, Jimin — eu disse mais uma vez — para de drama!
— Drama? — riu de escárnio e saiu — tchau, Jungkook.
Droga!
— Me liga? — perguntei alto porque ele já estava longe, mas não tive uma resposta.
[...]
— E aí? — Hosoek perguntou, sentado atrás de mim na aula de desenho básico, a única aula que fazia comigo — como foi ontem?
— E aí que não foi — respondi, e ele deu uma risadinha — ele não quis.
— Por que?
— Ele é virgem.
— E você acreditou nisso? — debochou.
— Ele é.
— É? — levantou as sobrancelhas, quase acreditando no que eu estava falando.
— É, porra!
— Calma, gay — levantou as mãos, como quem se rende — ele é mesmo?
Concordei com a cabeça, confirmando aquilo mais uma vez. Quando ele me disse que era virgem eu acreditei, não só nas palavras, mas também porque o corpo dele também dizia isso e o jeito tímido na hora de me tocar. Não que isso fosse uma coisa ruim, pra falar a verdade, era muito bom.
Hobi me olhou sério, dessa vez acreditando no que eu disse — E você vai deixar assim mesmo? Vai deixar ele escapar?
— Você acha que eu vou deixar de foder uma bundinha virgem? — falei, rindo com ele.
Hoseok sempre ia na minha. Diferente do Namjoon ou do Seokjin, que adoravam dar uma de pai, e me passavam um sermão por qualquer coisa que eu dissesse, até quando eu não falava nada demais.
— Qual é o nome dele mesmo? Ji o que?
— Jimin — dei de ombros.
— Será que ele não tem um amigo virgem pra mim não? — quis saber, com um sorriso maldoso — pergunta pra ele aí.
— Se ele ainda quiser falar comigo, né.
— O que você fez?
— Eu? Nada! Ele que foi embora todo estranho — respondi.
Tá, talvez eu devesse ter sido um pouco menos idiota com ele, e ter falado coisas do tipo “tudo bem”, “não tem problema”, “no seu tempo”. Mas, eu não ia admitir isso na frente do Hoseok. E eu também não era do tipo que pedia desculpa por ser homem.
— Então faz alguma coisa, manda mensagem ou flor — disse, guardando as coisas na mochila pra gente ir embora.
— Eu vou — nós saímos da sala, passando pelo meio da multidão no corredor.
Distraído, enquanto Hoseok continuava falando, olhei pro lado e vi uma cabeleireira loira que eu já conhecia muito bem.
Espera!
Estiquei o pescoço e apertei os olhos. Era ele, Jimin estava alí, conversando com umas garotas. O que ele tá fazendo aqui?
— Olha alí — apontei com o queixo.
— É ele? — Hoseok olhou na mesma direção, tão surpreso quanto eu por ele estar alí, mesmo que não o conhecesse — Sabia que ele estudava aqui?
— Não.
— É gostoso — disse Hoseok, rindo.
— É, né? Perai, eu vou lá!
Eu não sabia se era uma péssima ideia ou a melhor que eu já tive. De qualquer forma, eu fui, mas fiquei um pouco afastado e encostado em uma parede, observando de longe.
Jimin estava vestindo uma calça preta e uma camiseta branca com detalhes por baixo da jaqueta jeans, e eu percebi que ele tinha mania de passar a mão no cabelo. Ele ficava lindo assim.
E quando ele finalmente percebeu que eu estava encarando, me olhou de volta e abriu um sorriso. Eu sorri também, me sentindo um pouco envergonhado, e sai correndo.
— Era ele mesmo? — Hoseok perguntou quando eu voltei.
— Mmm-hum.
Era estranho pensar que ele estava alí o tempo todo e eu não sabia, e ele também não me disse nada. Talvez não soubesse.
De qualquer forma, fui perguntar a ele.
Jeon
| estou te esperando aqui fora
Deixei as minhas coisas dentro do carro e fiquei olhando algumas coisas no celular enquanto ele não chegava. Ele demorou um pouco pra aparecer, fiquei uns bons minutos esperando, e quando chegou no estacionamento, disse
— Oi — sorriu, puxando as mangas do casaco para cobrir as mãos — desculpa a demora, é que minha aula só acabou agora.
— Não sabia que você estudava aqui.
— Eu sei — ele riu — você não me reconheceu naquele dia do bar. Mas, eu já imaginava que você não sabia.
— E você não me contar? — perguntei.
Ele se proximou um pouco mais, ficando ao meu lado no carro — Fiquei esperando você perceber. Mas você não é do tipo que repara muito nos outros, né?
— Como assim?
— Ah, — começou a explicar, olhando para o céu — é que você tá sempre com os seus amigos e todo mundo te conhece. Eu fiquei com vergonha.
Eu ri.
— Eu não sóbrio naquele bar, tipo não mesmo — ele confessou — e o Taehyung insistiu muito pra eu ir falar com você...
— Que fofo — fiquei de frente para ele e segurei a cintura fina por baixo da blusa — você podia ter falado comigo antes, eu não mordo.
Brinquei tentando morder o nariz dele e ele começou a rir, segurando meu rosto com as mãos. Era bom ficar assim com ele.
— Você ia me beijar se eu te dissesse só um “oi” no corredor?
— Não, mas eu posso te beijar agora se você quiser — fiz biquinho e beijei a bochecha dele.
— Bobo — disse rindo.
Colei minha boca com a dele e beijei os lábios rosados e macios, do jeito que eu sabia que ele gostava. Jimin tinha o corpo pequeno e magro, todo delicadinho, se arrepiava quando eu sussurrava no ouvido dele ou tocava nas costas, e se isso tudo só em um beijo. Era fácil saber o que o corpo dele queria, mas não o que se passava na cabeça dele.
— Espera... — pediu, quando eu empurrei o meu quadril contra o dele. Talvez ele só gostasse dessa palavra mesmo.
Dessa vez eu só assenti, pra não falar besteira. Mas, acabei dizendo — Desculpa pod aquele dia na minha casa, tá? — pedi, porque achei que era o melhor momento pra isso — eu deveria ter sido menos idiota.
— Eu já esqueci isso. Só não fala mais sobre isso, tá bom?
— Tá — assenti, se era isso que eu precisava pra ele confiar um pouco mais em mim e eu conseguir o que queria.
Depois de mais alguns beijos, eu apontei pro carro e perguntei — Quer entrar?
— Quero.
Abri a porta pra ele entrar e depois dei a volta pra entrar também. Agora eu tinha que fazer essa cafonice. Jimin se esticou para colocar as coisas dele no banco de trás junto com as minhas, e antes que ele pudesse se sentar direito, o puxei para mim.
— Jungkook! — ele começou a rir.
Então eu voltei a beijá-lo, dessa vez com um pouco mais de privacidade. Jimin se ajeitou no meu colo, com uma perna de cada lado, me beijando de um jeito irresistível.
Desci com as mãos até as coxas dele, alisando e apertando com força. Ele arfou baixinho contra a minha boca. Ficamos um tempão assim, as pessoas que estavam passando por fora no estacionamento deviam estar gostando do nosso showzinho.
Eu sabia que era de propósito e não reclamei quando ele começou a rebolar devagarinho no meu colo, levando embora o que me restou de sanidade.
— Vai fazer isso mesmo?
— Isso o que? — se fez de desentendido.
De repente, alguém bateu no vidro, atrapalhando qualquer coisa que poderia começar alí. Era o Taehyung, amigo dele.
— Aí, meu deus! — ele disse, desesperado — desculpa eu não queria atrapalhar.
Eu o fuzilei com os olhos e ele saiu correndo. Sempre tinha alguém pra atrapalhar.
— Eu vou lá ver o que ele quer, tá? — riu baixinho.
— Sabia que é pecado deixar um homem de pau duro e não satisfazê-lo? — eu disse, olhando pra baixo — e seu pecado vale por três.
— Tenho certeza que você vai dar um jeito nisso — respondeu, saindo do meu colo e indo pro banco do lado.
— E por que você não resolve isso pra mim? Passa lá em casa mais tarde — eu tinha que tentar.
— Hoje não dá.
— E amanhã? — insisti.
— Amanhã eu preciso sair — disse, pegando as coisas no banco de trás — tenho que fotografar a cidade pra um trabalho.
— Então eu vou com você.
Acreditem, eu me arrependi de ter dito assim que as palavras saíram da minha boca. Andar a cidade toda era o preço que eu ia pagar pra comer um virgem?
— Sério? — levantou as sobrancelhas.
É, né.
— Sim — abri um sorriso forçado.
— Então tá. Amanhã bem cedo, ok?
Eu assenti.
— Te mando uma mensagem depois — disse e se despediu com um beijo, então foi encontrar com o amigo dele.
Fiquei na mão mais uma vez.
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