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História My future with you - supercorp - A segurança da solidão


Escrita por: HarmonizerAna

Notas do Autor


Heey gays!

Preparem os lenços e não queiram me matar (Sim, já recebi ameaças u.u) kkkkk

Boa leitura!!

Capítulo 9 - A segurança da solidão


Fanfic / Fanfiction My future with you - supercorp - A segurança da solidão

O café da manhã havia sido deveras silencioso. Lena se apressou para que não tivesse que fazê-lo na companhia de kara. E kara fez toda sua rotina do modo mais lento que conseguiu, visando não encontrar a morena dos olhos verdes.

O que acabou resultando nas duas fazendo o desjejum juntas.

Em completo e oportuno silêncio, recheado com mágoas.

Kara tentou abrir a boca para dizer algo, nada saiu. Apesar de arrependida, também se sentia magoada e de certa forma, usada por Lena. Quantos dos funcionários e convidados de Ramsay já não haviam caído naquele personagem de moça sozinha e indefesa? E pensando nisso, bloqueou qualquer menção de falar com Lena. Não era a única a ter errado na história. Seu único erro havia sido a reação um tanto quanto explosiva. E isso ela admitia.

Parecendo prever suas pretensões e talvez querendo evitá-la, Lena se levanta sem nada dizer, na verdade, tirando o momento em que havia chegado para tomar café, seu olhar se manteve baixo, evitando o de Kara. Apesar de tentar manter distância, tinha esperanças que ela pedisse desculpas pela forma como havia a tratado.

Deste modo, acabou racionalizando todos os sentimentos em um só: raiva da loira de cabelos dourados.

Sentia raiva daquela situação. De sua própria situação. Da vida. E de qualquer um que cruzasse seu caminho durante aquele dia.

Infelizmente, o primeiro a fazer isso, seria seu próprio tio, horas mais tarde.

- Como vai as coisas com sua amiga? – O deboche usado na ultima frase desceu até o estômago de Lena, amargo feito fel. Estavam na sala de estar dessa vez. Ramsay linha um jornal em suas mãos, enquanto sentava no sofá e Lena estava um pouco mais a frente, sentada a frente de seu velho piano.

- Como você acha? – Pergunta sem direcionar o olhar ao homem.

- Ela não acreditou, não é? – Sorri ladino – Nem todos estão preparados para presenciar os poderes do divino – Dá de ombros – Paciência. Está sendo paga para cuidar de minha saúde, veio aqui com este propósito e não para fazer amizades.

Lena engole a seco. Sentia a respiração se alterar, conforme tentava conter sua raiva do homem.

- Hoje teremos um convidado muito importante, um manda chuva de Londres para você atend...

- Eu não irei atender.

- Como? – Olha Lena por cima dos óculos de leitura.

A menina levanta do banco se aproximando do homem.

- Eu não irei atender ninguém – Grita, se rebelando, como não fazia desde que era criança.

- Acho que não compreendi – Coloca o jornal de lado, tirando os óculos, levantando-se vagarosamente.

Lena já não pensava em seus atos ou nas consequências que eles poderiam lhe acarretar, só conseguia sentir.

- Eu estou farta de você. Farta de achar que pode me controlar, de me usar como uma fonte de dinheiro, a vida é minha, eu tenho o direito de vive-la como quiser – Algumas lágrimas já desciam furiosamente – E. Eu. Não. Vou. Mais. Fazer. Porcaria. Nenhuma. Para. voc...

Antes que pudesse concluir sua sentença, sente o ardor em sua pele. O impulso do golpe fez seu corpo ir de encontro ao tapete persa. As duas mãos amorteceram sua queda, o que causou uma ardência instantânea em seu pulso direito.

- Peça desculpas e eu posso pensar em reconsiderar este seu ato – Lena nada dizia. Tinha uma das mãos no local atingido e chorava baixinho – Agora Lutessa. Acima de tudo você me deve respeito – Diz com a voz alterada.

- Por que... – Soluça – Por que não me mata de uma vez, do mesmo jeito que fez com minha mãe? – Conclui com amargor em sua voz.

O velho Ramsay fecha os olhos, puxando uma longa respiração. Usa o comunicador em seu bolso, chamando dois de seus seguranças que logo apareceram, olhando com incômodo para a menina caída chorando no chão.

- Levem-na. Eu a quero... Desacordada.

Lena arregala os olhos tentando se desvencilhar dos homens que a seguraram um em cada braços. Um deles envolve seu pescoço em um aperto que durou até que ela desfalecesse. Antes de tudo escurecer, teve a sensação de ter ouvido um baixo “desculpe”.

Quando acordou novamente já estava naquele quarto escuro. Tateia o chão procurando se levantar. Solta um grito agudo ao sentir suas costas arderem. Lágrimas vem aos seus olhos descendo como cachoeiras.

Com dificuldade se arrasta até a parede, tateando todo o caminho, se encosta ali, tomando cuidado para não magoar ainda mais os ferimentos.

 

(...)

 

O entardecer já dava seus primeiros sinais no céu quando Kara retorna ao local que havia lhe causado tantas emoções em tão poucos dias. Precisou ir a cidade para recarregar seu celular e comprar alguns itens de higiene pessoal e tinha que admitir, que passar um tempo fora havia sido um grande alento.

Quando decidiu deixar os estados unidos e disse a mãe que iria a Ennis buscar mais sobre suas origens, ela foi duramente contra. Assim como suas irmãs. Kara sempre fora a filha perfeita que nunca ia contra nenhuma ordem e de uma hora para outra estava ali. Longe de seu país, longe delas, em busca de algo que nem sabia o quê.

Talvez buscasse conforto para o vazio que aquele acidente havia deixado em sua vida. E vinha funcionando bem até aquele momento.

Lembra-se de Lena instantaneamente, encara o grande casarão sentindo um estranho aperto no peito. Pega suas sacolas no banco do passageiro, criando coragem para enfrentar sua nova realidade. Uma realidade onde pelo visto, ela e Lena não passariam de meras estranhas uma para outra.

 

(...)

 

Celeste enxugava as lágrimas silenciosamente enquanto limpava os ferimentos nas costas da mais nova. Precisava ser forte para ela. Ramsay havia a procurado mais cedo dizendo simplista que precisava que ela arrumasse Lena para a ocasião que aconteceria a noite. O gelo e o medo percorreram todo o corpo da governanta que sabia o que aquilo significava. Sabia pois já havia sido a mãe de Lena ali um dia.

- Ai – Choraminga – Está ardendo muito.

- Me desculpe querida – Evita jogar água em cima dos cortes, limpando ao redor. Riscos avermelhados estavam desenhados nas costas brancas, provavelmente feitos com um chicote de couro.

- Você... Não parece surpresa – Lena comenta quando já estava sentada na cama da mulher que enxugava seus cabelos carinhosamente.

Celeste fica em silêncio, escolhendo que palavras usar. Mas não haviam palavras certas para aquele momento.

- A maldade de seu tio não é novidade para mim. Eu eu... Já fiz isso antes... Com Liliian.

Lena encarava o chão, tentando buscar aqueles momentos em sua mente. Não lembrava de muitos, sua mãe a poupava de ver certas coisas. Lembrava de agressões verbais, muitas vezes físicas, como o tapa que havia levado. Mas açoites? Nunca.

- Ele... – Limpa a garganta – Ele a machucava assim também?

- Lena...

- Por favor – Insiste.

Celeste suspira.

- Por vezes... Eu testemunhei discussões entre eles. Nos últimos meses... Ela sentia que estava enfraquecendo e seu tio também sabia e não poupava as palavras ao dizer que você seria a sucessora caso algo acontecesse com ela. Lillian sempre se revoltava, não aceitava que ele quisesse usar você como a usava e eles sumiam por horas. Quando voltavam... Sua mãe estava machucada e me chamavam para cuidar dos ferimentos.

Porém, no caso da loira mais velha. Tudo acontecia conscientemente. Celeste podia ouvir os gritos de dor. Mas não diria isso a Lena. Não perturbaria ainda mais sua mente que já deveria estar uma bagunça.

Lena derrama algumas lágrimas. Apesar de tudo a mãe sempre tentava a proteger. Dentro de suas possibilidades. Muitas vezes sendo torturada por isso.

Depois de estar devidamente arrumada e de ter comido um pouco, por insistência das mais velha, a morena agradece a mulher que a acompanhou até a porta que fazia Lena ter certeza, que se saísse dali algum dia, a perseguiria em seus pesadelos mais sombrios.

A governanta vê o objeto se fechando e engole a vontade de chorar mais uma vez. Ruma até a cozinha, deparando-se com a médica sentada a mesa, comendo um sanduíche improvisado.

- Oh... Doutora. Boa noite.

- Apenas Kara, Celeste – Diz de modo desajeitado, pois tinha a boca cheia de comida.

- Posso preparar algo com mais sustância se quiser.

- Não se preocupe. Estou bem assim.

Os azuis curiosos analisam as expressões tensas no rosto da mulher que se vira em direção a pia logo depois, parecia estar com alergia nos olhos, pois sua mão ia até eles vez ou outra.

Em meio ao seu “jantar” começa a ficar sublimemente inquieta com a ausência de cabelos negros e olhos verdes intensos. Olhava de um lado a outro, esperando que ela entrasse, mas isso não aconteceu.

Notando a inquietação de Kara, Celeste decide se pronunciar. Também havia notado a pequena rusga entre elas pela manhã e isso a preocupava. Lena precisava precisaria da loira naquele momento.

- Ela não vai vir – Explica, ganhando a atenção da loira que sorri sem graça – Não precisa ter vergonha. Sei que ficaram amigas. Eu disse, não disse? – Sorri fracamente.

- Não sei mais o que somos...

- Kara – Celeste larga o pano de prato, olhando para os dois lados antes de continuar – Não sei o que houve entre vocês, mas... Sei que Lena não merece.

- Onde ela está?

- Lá embaixo.

- Você sabia que... – Faz uma pausa.

- Sei muito mais do que poderia dizer, Kara – A interrompe com um olhar penetrante – E do que gostaria. Eu só peço que... Não a abandone agora. Ela precisa de você.

Kara volta para seu quarto, minutos depois, ainda sentindo as palavras de Celeste ecoarem em sua mente. E agora passava a refletir, havia garantido a Lena sua educação. Mas que educação era essa, afinal? Havia a ofendido noite passada. Reconhecia que suas palavras tinham sido duras e mesmo que pensasse estar certa naquele momento, nada lhe dava o direito de expressar seus pensamentos de forma tão brusca.

Se joga sob sua cama, sentindo o peso momentâneo que se instalou em seu peito.

O peso de suas palavras.

Ficou praticamente de guarda até que ouvisse passos no corredor de madeira. Se levanta em pulo, indo até a porta.

Abre o objeto de supetão, ficando a frente de Lena que para de caminhar.

Kara não sabia o que estava fazendo, mas sabia que precisava colocar seus olhos na mais nova. E o que viu, criou uma horrível sensação em seu peito ao ter que lidar com os olhos magoados e até mesmo raivosos de Lena sendo direcionados em sua direção. Mas não era apenas isso, eles estavam sem brilho algum.

- Com licença – Lena pede friamente.

Kara suspira ao notar as olheiras logo abaixo dos verdes opacos. Apesar de tudo, Lena estava linda aos seus olhos, como de costume. Não usava um vestido social e sim, uma calça jeans e uma camisa de moletom.

- Você está usando maquiagem? – Pergunta surpresa ao notar os cílios mais pretos do que de costume e a camada aveludada de uma base que parecia ser de alguém dois tons mais escuros que Lena – Você está bem?

- Você não se importa – Tenta passar direto por Kara que a segura pela mão.

- Por Deus, Lena. Posso não concordar com suas atitudes... – Paralisa ao ouvir um gemido vindo da morena que encolhe a mão tocada em seu corpo enquanto fazia uma careta de dor.

- Me deixe em paz – Profere com raiva, entrando em seu quarto, batendo a porta com força. Evitar Kara era mais que um mecanismo de defesa, se fazia necessário para sua própria sanidade mental naquele momento. Ainda se encontrava perturbada por suas visões e agora, ainda mais depois daquele dia infernal.

Não poderia dizer que não sentia uma vontade enorme de falar com ela, de gritar e confrontá-la por ter sido tão má. E por feri-la por algo que nem mesmo tinha culpa.

Mas se ateve ao doce silêncio de sua mente barulhenta e a segurança da solidão de seu quarto.


Notas Finais


Postei e saí correndo...

Até maissss!


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