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História My Heartbeat II KiriBaku - O Sorvete


Escrita por: gabizera123 e KatsukiProject

Notas do Autor


Hey.

Sei que não é quarta.

Perdão pela falta de capítulo na semana passada.

Música citada: Calma - Pedro Capó e Farruko

Capítulo 11 - O Sorvete


Fanfic / Fanfiction My Heartbeat II KiriBaku - O Sorvete

Narrado por Kirishima Eijirou

Certo. Câmeras por todas as partes me filmando, de ângulos até mesmo constrangedores; uma equipe inteira me olhando para determinar onde pareço mais viável para gravar; meia dúzia de modelos, que já brilharam como estrelas, cochichando e me encarando sem piedade.

Esse não é o meu lugar. Acho que quanto mais me convenço disso, mais os outros também tomam isso como realidade. Agora, não sei como fazer para recuar, já que estou no ponto alto da coisa. Aoyama teve a boa vontade de vir me dar uma dica que, na verdade, não me serviu muito bem; Ashido veio me dizer que posso desistir dessa parte, se eu quiser, mas, um pequeno pedaço de mim, clama com todas as forças para que eu não deixe novamente meus objetivos decaírem pela metade.

Chega de começar algo, e não ir até o fim! Mesmo que seja constrangedor estar exposto assim, todos os outros conseguiram, então... por que eu não conseguiria também?

Olho brevemente para baixo, apertando o pano vermelho em volta da cintura, enquanto procuro ignorar os olhares repreensivos ao redor. Ah, sim, porque eu não sou como todos eles. Não sou confiante; não sou assim tão atraente; até mesmo alguns dos meus músculos são meio desproporcionais, por conta das inúmeras lesões que já tive ao longo dos anos. A cada momento que passa, com a visão do meu próprio corpo quase nu nesse cenário, consigo me afundar mais no fundo do poço. Sentindo que, decerto, irei ser um covarde e desistirei... Não que isso seja uma surpresa para alguém. Nunca é, e nunca será, principalmente, para meu próprio eu.

Respiro fundo, erguendo o olhar para achar forças, buscando escolher as palavras certas que me deixarão menos idiota ao dizer que não consigo fazer o que me pedem. Porém, antes que isso seja possível, algo mais assustador se faz presente na minha frente.

Bakugou levantou-se da cadeira com uma expressão mais do que furiosa. Ele tem um picolé na mão, e nem se abala ao tirar os saltos para caminhar rapidamente na minha direção, ainda ostentando àquele vestido perfeito e a maquiagem forte, com o batom levemente borrado pelo consumo do sorvete. Elegante e... puto. Muito puto.

Meu Deus! É agora que levarei o maior esporro da minha vida inteira! Por onde começo as orações? Eu nem liguei para às minhas mães nesse final de semana, ainda. Como elas vão receber a notícia da minha morte prematura?

Oh, céus, eu não consigo ficar calmo! Vou fechar os olhos, e esperar a bronca. Vai doer, mas, eu posso chorar depois no banheiro, e ninguém vai poder me julgar porque já estou sendo julgado desde minutos atrás. Sendo assim, a regra do julgamento diz, que alguém muito julgado não pode continuar sendo alvo de julgamento em um nível acima e- O que, diabos, eu estou pensando?

Encolho-me sem nem olhar mais para a aproximação ferrenha do loiro, tensionando o corpo por inteiro, aguardando a voz melodiosa se tornar um berro catártico para me dizer o quanto sou inútil, por não conseguir, nem ao menos, fazer algumas simples poses para...

— Kirishima, abre os olhos. — Nada de grito, nem palavrão, só meu nome e um pedido calmo demais. Eu devo ter me distraído tanto que já cheguei no céu, e agora um anjo vai me dizer que está tudo bem. Deixo os ombros caírem em alívio e suspiro, abrindo os olhos em seguida, somente para me deparar com Bakugou olhando-me com seriedade. Tensiono de novo e prendo a respiração ao notar que não estou no plano espiritual, continuo no meio do local de gravação.

Beleza, muita calma nessa hora! Se ele ainda está tranquilo, provavelmente, quer uma justificativa. Você consegue, Eijirou! É só usar as palavras certas, devagar, sem pressão.

— Desculpa, desculpa, desculpa! Eu juro que vou tentar! Não consigo ser tão ‘seduzente’ assim, coisa e tal, é que minha vibe é outra, e... Sei lá! Sabe, ‘tá calor ‘pra caramba, né? Na verdade, isso não tem nada a ver, eu gosto do calor. Sem o sol, a gente nem estaria vivo, não é mesmo? Caramba, eu acho que ‘tô divagando... É que eu ‘tô nervoso, sabe? Ai, desculpa! Olha, desculpa... — Não deu nada certo a minha tática de ser calmo e usar as palavras certas, pois, tudo o que sai de minha boca, não faz o menor sentido.

Bakugou parece ficar muito impaciente com o meu falatório, e sinto minhas mãos tremendo pelo medo. Droga! Agora eu dei motivo para que ele me afunde na areia, e pise na minha cara como um idiota.

— Chega, Kirishima, já deu, porra! Para de se desculpar, merda! — o loiro dita, irritado, lambendo o picolé que estava derretendo por poucos instantes, fazendo meu olhar desviar para o sorvete que parece muito gostoso, mas logo volto a prestar atenção na sua expressão furiosa.

— Desculpa por pedir desculpas. — Não consigo controlar o impulso de dizer, mais uma vez, o que ele pediu para que eu parasse de falar, notando que suas sobrancelhas se unem ainda mais pela chateação que estou proporcionando. Eu sou um merda, pelo amor de Deus!

— Abre a boca — ele ordena, de repente, me deixando completamente confuso, ainda que sua entonação firme me faça obedecer de imediato. Bakugou coloca o picolé na minha boca e, por instinto, fecho meus lábios em torno do mesmo, sorvendo o sabor refrescante de limão e algo mais que deixa a cremosidade do sorvete diferente de um jeito indefinido por mim.

Essa ação é estranha, mas acabo suspirando ao fechar um pouco mais os olhos, passando minha língua pelo doce gelado antes de erguer minha mão para segurar o palito do mesmo.

— É gostoso, certo? Você gosta de doces, não é? — Katsuki questiona, cruzando os braços, e sua pergunta me deixa pensativo por um momento. Bom, sim? Eu gosto muito! Acho que acabei deixando isso óbvio, mesmo que ele não saiba qual sorvete é o meu favorito.

— Sim — respondo, depois de chupar o picolé avidamente, tirando-o da boca com um “ploc” audível que pareceu incomodar o loiro, pois, ele estremece e fica meio vermelho na altura das bochechas.

— Então, seja um sorvete — Bakugou diz, com uma tranquilidade inigualável, levando-me a engasgar com a própria saliva ao me deparar com uma dica tão... estranha.

— Co-Como é? — questiono, tentando entender ao certo o que ele pretende dizendo isso, e procuro relacionar com o que Aoyama me falou, há pouco tempo atrás. Ele comentou sobre me imaginar seduzindo alguém que eu goste, e considere sedutor. Delicioso, nas exatas palavras dele, para que eu me sentisse disposto a ser tão sedutor quanto. Será que é isso? Bakugou quer que eu seduza um... sorvete? Mais fácil ele me seduzir mesmo.

— Chupa isso aí e respira, caralho — o loiro volta a ordenar, e eu sequer penso em negar, aproveitando o picolé com devoção por ele ter um teor refrescante no meio desse calor todo. — Se você não consegue se imaginar sendo sexy como alguém que deseja, seja sexy como um sorvete que você quer muito comer.

Estreito os olhos para essa explicação sem pé nem cabeça, e surpreendo-me quando o picolé é retirado de mim, repentinamente. Bakugou o puxa para si, e coloca inteiro na boca.

Literalmente, seus lábios encostam na base do palito, seus olhos semicerrados e a face tranquila, de modo que consigo até mesmo notar sua garganta se expandindo no topo do pescoço, como se não fosse nada de mais.

Katsuki parece fazer questão de deixar essa ação “inocente” soar o mais obscena possível, ao se inclinar na minha direção, puxando o picolé para fora da boca lentamente enquanto os olhos vermelhos cravam-se nos meus intensamente.

— Gostoso... Como um sorvete, entendeu? Não vai ser difícil, Kirishima, gostoso você já é, só precisa ser sexy como esse picolé — ele diz, balançando o sorvete na minha frente, deixando-me com água na boca mesmo após o constrangimento de vê-lo engolindo isso como se fosse... — Vê como ele derrete no calor, as gotas descendo por ele... Você sabe que o sabor é maravilhoso, cítrico e refrescante... Dá vontade de...

— Lamber — respondo automaticamente, e Bakugou sorri, aproximando o picolé dos meus lábios uma vez mais, permitindo que eu passe a língua pelo mesmo vagarosamente, as pálpebras pesando sobre meus olhos, de modo que me sinto menos tenso. Ele morde a boca quando faço isso olhando para ele, e me pergunto se estou conseguindo parecer mais sexy como um sorvete.

— Sim, você tem que fazer as pessoas desejarem lamber você. — Ouvir isso me deixa extremamente nervoso, e não é lá muito bom pensar nas pessoas me lambendo. Porém, imaginar que eu seria como o sorvete que Katsuki sorve com tanta audácia... Creio que fica até mais fácil de compreender.

— Ce-Certo, mas... ninguém vai me lamber de verdade, né? — pergunto, me sentindo idiota assim que as palavras saem da minha boca. Que dúvida idiota, Eijirou!

Bakugou me encara com um sorriso largo, e então dá uma risada alta, chamando atenção de algumas pessoas ao redor, antes de me responder com malícia transbordando em cada sílaba.

— Só se você quiser... — A resposta me deixa arrepiado por poucos instantes, e me questiono seriamente sobre essas reações espontâneas em relação ao jeito meloso de Katsuki ao falar. Talvez, eu esteja realmente focando demais no conceito do sorvete. Pode até ser melhor assim...

Minhas preocupações se dissipam de verdade quando o loiro fala algo mais, fazendo-me inclinar a cabeça para o lado, a fim de buscar o significado desse questionamento.

— Qual o seu sabor favorito? — Dessa vez, a dúvida me faz voar entre os pensamentos sobre os inúmeros sorvetes que já experimentei e, até mesmo, esqueço que estou sem roupas no meio de um local cheio de areia e mato, prestes a gravar cenas sensuais.

— Ah... Baunilha com pedaços de brownie e molho de caramelo! — declaro convicto, salivando ao pensar no sabor do gelato gourmet que eu amo comprar, mas que raramente encontro por ser vendido em locais bem específicos. Devo ter transparecido demais a expressão sonhadora com o doce, pois, Bakugou sorri ainda mais, dando de ombros, antes de se afastar com uma proposta muito interessante.

— Eu te dou um pote extra grande disso, se conseguir fazer sua parte por aqui. Não esquece, Kirishima... — O loiro se vira para mim novamente só para lamber o picolé inteiro uma vez mais, sorrindo maliciosamente e me olhando de cima a baixo. — Gostoso como um sorvete, huh?

Fico sem ter a chance de responder e, mesmo que a tivesse, não teria palavras para dispor. Observo Katsuki afastando-se com elegância naquele traje esplendoroso e depois, o diretor me olha com aquela expressão irritada, de braços cruzados, apenas aguardando que eu faça o que preciso. Suspiro, relaxando um pouco mais com a ideia abstrata de ser um sorvete, e olho para cima, notando como o sol já vai se afastando para logo menos não estar mais sobre nós.

— Eijirou! Olha, usa meus fones, assim eu posso te ajudar com uma música mais tranquila. — Ashido se aproxima de mim com dois pequenos aparelhos auriculares e franzo o cenho, ainda meio consternado com a rosada pela situação constrangedora em que ela me colocou.

— Hum, ok — digo, sem expressar muito minha chateação, mas ela percebe que não quero conversar e faz biquinho como se isso pudesse me convencer tão facilmente.

— Ai, Eiji! Me desculpa, vai! — ela fala, com exasperação, ao gesticular com os braços ao lado do corpo, e eu dou de ombros, sem olhar em seus olhos por enquanto. — Ahn... Tudo bem, depois a gente conversa! Coloca os fones. — Faço o que ela pede, e antes que eu posicione o lado direito, ela faz mais um comentário que me deixa vermelho de vergonha, mas também pensativo. — Tenta mostrar suas pernas, esses anos de ballet vão vir a calhar agora, ‘migo.

Mina não me dá tempo de respondê-la com repreensão, pois, o diretor sinaliza agressivamente para que ela pare de atrapalhar a gravação dos últimos takes.

— Agora vai, garoto? — o homem questiona, e soa meio abafado para mim pelos fones ainda desligados. Aceno positivamente e respiro fundo, caçando toda e qualquer centelha de tranquilidade para lidar com essa coisa estranha.

Certo, focar nas pernas. Acho que não é tão complicado.

A música que começa a tocar nos fones de ouvido é animada, e eu reconheço de imediato, sorrindo como um idiota na direção de Ashido, mesmo com a ideia de ficar bravo com ela sendo posta de lado com essa ação.

“Cuatro abrazos y un café

Apenas me desperté

Y al mirarte recordé

Que ya todo lo encontre”

Sou incapaz de fingir que não me sinto imediatamente afetado pelo toque sereno da música, contrastando totalmente com o embalo agitado da melodia que origina, de fato, o clipe do qual estou participando. Respiro fundo pela tranquilidade que o toque me traz, relaxando o corpo parte por parte, desde as pernas que mal se dobravam nos joelhos até o tronco que se esticava mais do que o necessário. Meus ombros pesam com o alívio, e ergo a cabeça para sentir os raios de sol no rosto, sussurrando parte da letra:

"Tu mano en mi mano, de todo escapamos... Juntos, ver el sol caer..." — Sorrio ao fim da frase, imaginando de fato o pôr do sol citado com tanta harmonia e paz. Tento ignorar ao máximo que diversas pessoas estão me assistindo agora, permanecendo de olhos fechados nestes primeiros momentos, imaginando que estou derretendo como um sorvete saboroso enquanto a música me leva ao ar.

“Vamos pa' la playa, pa’ curarte el alma

Cierra la pantalla, abre la Medalla”

A imagem de uma praia para curar minha alma como diz o som, realmente me deixa nas nuvens e auxilia no conceito de me imaginar e reinventar, como se fosse um sorvete na frente de pessoas calorentas sobre a areia. A textura arenosa sob meus pés nunca foi tão bem-vinda quanto agora, incitando minha mente a ir além nesta estranha ilusão.

“Todo el mar Caribe viendo tu cintura

Tú le coqueteas, tú eres buscabulla y me gusta”

Minha... cintura? Bom, Ashido comentou sobre mostrar o que tenho de melhor, então, sonhando com o mar do Caribe ao meu redor, finjo ser o tal encrenqueiro provocante por alguns ínfimos momentos, soltando o pano ao redor e deixando-o somente cobrindo o tapa sexo, ao segurar o tecido sobre o meio da virilha; com o punho cerrado.

Ouso visualizar o sorvete que está nas mãos de Bakugou, naquele exato momento, encarando-o com o desejo que eu mesmo possuo: de ter um daqueles, para mim, depois desta gravação. Creio que dá certo, pois, muitos agora estão me olhando com expressões que vão de surpresa à espanto, porém nada de julgamento como anteriormente. Ashido não para de pular animada pela funcionalidade de todo esse circo, levando-me a sorrir levemente.

“Lento y contento

Cara al viento

Lento y contento

Cara al viento”

Respiro lentamente, e inclino a cabeça brevemente enquanto sinto o vento do ventilador enorme, que botaram na minha frente em algum momento. De todo modo, veio a calhar para alimentar minha criatividade em torno da música. Junto as duas mãos na frente da virilha dessa vez e ergo um pouco o queixo, semicerrando os olhos e tensionando levemente os braços, novamente, surte algum efeito, mas Bakugou parece ter problemas engasgando com seu palito já sem sorvete, levando-me a sair da pose e encará-lo preocupado.

O diretor faz um sinal, como se fosse para eu me virar, e sigo sua instrução, agora mais confiante por notar que minha tática está dando muito certo. Sou o sorvete mais desejado dessa praia do Caribe, mesmo que toda essa fantasia não passe de uma mentira óbvia.

Quando fico de frente, noto que ele faz o sinal de novo, dessa vez rolando os indicadores um sobre o outro, levando-me a encarar Ashido, que me ajuda com uma mímica mais específica, colocando os braços para cima e jogando-os para trás por cima da cabeça.

Ah, uma cambalhota?

“Y darle lento, meterle violento

Te puse reggaeton pa' que me apagues ese cuerpo

Métele hasta abajo, está duro ese movimiento

El único testigo que tenemos aquí e' el viento”

Dou de ombros prendendo o pano com mais firmeza na cintura e, aproveitando a parte mais rápida e agitada da música, jogo meu corpo facilmente para trás, fazendo o pano vermelho esvoaçar quando as palmas atingem o solo e minhas pernas passam para pousarem no chão novamente adiante. Faço o movimento lentamente para auxiliar na captura, mas não o bastante para que o tecido caia. Creio que, pela expressão alegre do diretor pela primeira vez em que estive à sua frente, o conceito deu muito certo.

Mina faz um sinal com o polegar e o indicador quase se encostando, indicando que falta só mais um pouco; tal informação já é suficiente para me deixar muitíssimo aliviado! Mal posso esperar para colocar uma roupa.

Vejo Bakugou de braços cruzados, ainda mais perto do que estava antes de começar a gravar, noto que seu rosto está mais sério agora, e pergunto-me se ele não está gostando da minha performance. De todo modo, não deixo de continuar seguindo os conselhos que me foram dispostos.

“Calma, mi vida, con calma

Que nada hace falta

Si estamos juntitos bailando”

Sinto vontade de ondular os quadris no ritmo da música, e o pano acaba se desprendendo da minha cintura quando o faço, inconscientemente, seguro o mesmo na frente da virilha assim como antes e, por acaso, levo a mão ao cabelo para empurrar os fios que caíram sobre minha testa com o movimento brusco ao baixar meu rosto. Calmamente, levanto o rosto ainda com a mão sobre a nuca, deixando minhas pernas expostas sem o tecido e a boca entreaberta por tê-la seca; preciso de um pouco de água depois daqui. Meus olhos não se abrem totalmente por conta do suor que os fazem arder, levemente, mas, pelo visto, todo esse conjunto não proposital faz até Ashido surpreender-se.

Sorrio largamente com o sinal de finalização do diretor, tão largo que minhas bochechas doem por isso! Meu pesadelo chegou ao fim, e eu nem esperava que fosse tão satisfatório enfrentá-lo de verdade.

Caminho apressado, com o tecido cobrindo minha cintura firmemente, amarrando com um nó para me certificar, antes de ficar na frente de Bakugou que ainda me olhava com algo indefinido no rosto.

— Bakugou, muito obrigado pela ajuda! Eu não teria conseguido sem você! Espero que tenha agradado ‘pra estar no seu clipe — falo, inseguro por não ter uma boa expressão vinda dele, mas logo noto um sorriso forçando a curva em seus lábios, como se ele tentasse muito trazê-lo à tona.

— Te devo um sorvete. Você foi ótimo como um! — seu comentário até faz sentido, e saber que a promessa ainda estava de pé, me deixa completamente eufórico, porém, quando Ashido chega ao meu lado, não deixo de questionar à ela o que achou sobre minha performance. Recebo, então, uma informação nova, que me faz refletir um pouco mais sobre o sorriso forçado de Katsuki.

— Você foi incrível! O Bakugou babou horrores, engasgou com palito de sorvete, quase bateu num cara que falou da sua bunda e ainda ficou todo enciumado querendo saber que música eu coloquei para você escutar! Acredita? — Todas essas coisas, de uma só vez, fazem minha cabeça girar. Eu não esperava que fosse conseguir ser tão bom como um sorvete, para surtir tal efeito em alguém tão desejado por todos. Tudo bem, eu já sei que ele teve interesse em mim, mas isso ainda perdura mesmo depois do fora? Tomara que não o decepcione com as expectativas, eu não passo de um mero ninguém perto dele.

— Uau... É, acho que acredito, sim — comento, sem ter muito o que responder. Logo, buscando com o olhar onde posso encontrar um pouco de água. — Diz que já posso colocar uma roupa?

— Ainda tem algumas cenas para gravar antes do pôr do sol, mas você pode, ao menos, colocar uma cueca, ‘tá bem? — Não é o que eu esperava, mas parece infinitamente melhor do que ficar praticamente nu como agora. Aceno resignado, caminhando ao lado de Ashido até as tendas; franzindo o cenho extremamente confuso ao escutar sua última pergunta. — Como você fez aquela expressão super sexy no final? Até eu fiquei com calor!

Penso muito sobre o que estava sentindo naquele momento, eu apenas era um sorvete muito maltratado pelo calor, que derretia demais, portanto, é exatamente o que respondo ao dizer:

— Eu estava com sede, o suor entrou no meu olho e o cabelo caiu na minha cara... Eu era um picolé que já estava para despencar do palito, entendeu?


Notas Finais




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