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História My Heartbeat II KiriBaku - O Surto


Escrita por: gabizera123 e KatsukiProject

Notas do Autor


Hey.

Música citada: Danza Kuduro - Don Omar e seila mais quem.

Capítulo 18 - O Surto


Fanfic / Fanfiction My Heartbeat II KiriBaku - O Surto

 

Narrado por Bakugou Katsuki

Certo, com muita calma agora, vamos recapitular: Kirishima está, claramente, muito mais animado. Beleza, não tem mais aquela cara de cu azedo porque ficou sem a bolsa sei lá das quantas.

Estão quase todos muito loucos, aqui, e ele, com toda a certeza, está incluso.

Aoyama é uma cobra venenosa para um caralho, pois só faltou agarrar a bunda do ruivinho enquanto dançava perfeitamente. Eijirou sabe mesmo como mover os quadris, puta merda!

Agora, neste exato momento, depois de ficar completamente sem reação com o baixinho soltando a voz e dançando como se não houvesse amanhã — aliás, haja fôlego! —, ele está segurando em mim para se equilibrar e meteu o nariz no meu pescoço, inspirando de um jeito que faz meu corpo inteiro estremecer de expectativa.

Puta que pariu, esse é o maior gay panic da minha vida! E nunca torci tanto 'pro meu pau não ficar duro.

— Kirishima, você 'tá muito louco... — declaro, afastando-o gentilmente com as mãos espalmadas em seu peito, por mais que eu tenha vontade de agarrá-lo e beijá-lo como se não houvesse amanhã. Pela proximidade, bastava apenas que eu virasse um pouco o rosto para capturar seus lábios, que tanto desejo, mas não seria nem um pouco correto me aproveitar de alguém que, obviamente, não está em condições para isso. Ele também sempre deixou explícito que não me deseja da mesma forma, coisa que já estou cansado de saber.

No entanto, o brilho indecoroso das írises de cor avermelhada, destacadas pelo delineador vermelho e preto que fiz em suas pálpebras, torna-se perigoso e muito provocativo quando se alinham aos meus olhos, ainda mais, quando as palavras que saem emboladas de sua boca me deixam a ponto de explodir.

— Calma, eu não pretendo te beijar ainda, mas seu cheiro é muito bom! Acho que todo mundo concorda, não é? — Arregalo os olhos, ao ponto de temer que meus globos oculares saltem para fora do rosto, minha respiração fica presa na garganta e não consigo achar palavras para determinar o quão chocado estou ao me deparar com essa face desinibida do ruivo sempre tão tímido.

Seu sorriso leve me desestabiliza por completo, mas o que mais chama minha atenção, agora, é uma única palavra no meio dessa fala sugestiva.

Ainda.

Puta que pariu! Eu gritaria se tivesse fôlego para dar, ao menos, uma resposta.

— Eiji, vem dançar, vem! — Ashido aparece, do quinto dos infernos, puxando o ruivo para si, que não oferece resistência alguma para a amiga ao ir com ela para a pista, como se nada tivesse acontecido.

Mas, porra, aconteceu! Aconteceu pra caralho!

Fico ainda um tempo embasbacado, apenas sentindo os batimentos cardíacos indo às alturas, enquanto minhas mãos permanecem meio estendidas, como se ainda estivesse segurando a cintura firme do ruivo, que há pouco esteve nos meus braços.

— Vai babar no chão mesmo? Já até sei qual filtro no Instagram vai ser bom 'pra guardar essa cena, 'pera aí. — Aoyama surge, me tirando dos devaneios, e viro em sua direção com um rosnado baixo, tentando realmente tirar a cara de idiota que devo estar ostentando agora.

— Eu 'tô muito lascado, Yuga — digo, sem saber bem como reagir, desejando ao máximo encher meu cu de bebida para simplesmente fingir que tudo isso não aconteceu. A forma como ele se movia pelo salão, dançando com todo mundo e cantando em um idioma sexy daqueles; insinuando-se com os quadris balançando para todos os lados habilidosamente, de um jeito que somente Kirishima é capaz de fazer.

Hipnotizando-me, levando minha sanidade para o inferno e minha alma para o céu, deixando apenas o meu corpo parado e minha expressão impassível, pois era notório o meu esforço para não transparecer o pânico que me rendeu cada palavra direcionada a mim, indiretamente. Eu vi a tradução no telão e, por um bom tempo durante a música, desejei que ele estivesse realmente me chamando para ter uma noite louca.

— Você descobriu isso só agora, meu bem? Oh, Katsuki... — Aoyama é tão filho da puta, que parece até soar como uma cobra, sibilando com esse sorrisinho maldito. — Já não bastava ser Rei dos Viados, precisava ser dos Gados, também?

— Por que eu ainda te considero um amigo, sua bicha? — questiono, irritado por sua audácia de sempre me fazer ferver mais de ódio ao invés de comentar algo produtivo.

— Porque eu sou uma bicha que não tem medo de falar a verdade 'pra essa sua cara de tribufu pistolado! — o loiro diz, se inclinando para pegar um copo de água e estendendo-o para mim, mesmo com meu arquejo incrédulo. Obviamente, eu esperava um copo de vodka, no mínimo.

— 'Tá me tirando!? Eu preciso é de álcool! — reclamo para incitar minha vontade por qualquer coisa que possa nublar um pouco minha mente, mas o comentário de Yuga me faz pegar o copo no automático, por conta da confusão que me traz sua conclusão tosca.

— Você tem é que ficar um pouco mais sóbrio 'pra cuidar do ruivo sem camisa. — Travo no instante em que as últimas palavras alcançam minha consciência, levando-me a questionar algo, porém já tendo em mente uma breve ideia do que está acontecendo às minhas costas quando uma música muito animada começa a tocar.

— Como assim "sem camisa", Aoyama? — rosno colérico, tremendo demais para evitar que isso não se torne evidente com o copo em mãos. Respiro fundo para manter a calma, apenas virando o rosto quando o loiro aponta para a pista de dança, com um semblante divertido demais para o meu gosto.

A batida potente começa e eu vejo o ruivo arrancando a camisa, enquanto Ashido já fez o mesmo com a blusa de tule transparente, ficando apenas com o sutiã de tecido perolado, contrastando com sua pele. Ela bate palmas junto com a melodia incentivando Kirishima, que está sorrindo que nem um bobão.

"La mano arriba, cintura sola

Da media vuelta, Danza Kuduro"

Ambos ignoram completamente todos que uivam animados pela performance, os dois sabem a coreografia perfeitamente, pois se movem em sintonia, mas o meu foco, com certeza, é todo do ruivo muito louco, porém feliz para caralho com isso.

Os braços se erguem, depois ele leva as mãos à nuca, ondulando os quadris de um lado a outro, como em uma dança do ventre. A meia volta chega, como a letra dita, e se eu tivesse ousado tentar beber a água agora, teria engasgado com o movimento fluído e circular desses quadris.

"No te canses ahora, que esto solo empieza

Mueve la cabeza, Danza Kuduro"

Tudo é perfeitamente calculado para me deixar de quatro porque não é possível... Sua expressão é a mais radiante que já pude ver, mas o movimento profano de seus músculos me fazem estremecer. Eijirou fica praticamente na ponta dos pés enquanto une os joelhos, as pernas afastadas e flexionadas, talvez descendo mais a cada rebolada pesada, a cintura com passadas ignorantes e suaves ao mesmo tempo.

— Bebe a água, bebe. Acho que depois dessa alguém tem que ir 'pra casa para não se arrepender — Aoyama fala ao meu lado, ocupando um espaço muito pequeno na minha mente, enquanto mal consigo piscar diante a cena mais fodidamente atraente que eu já tive na vida.

"Quien puede parar eso que al bailar

Descontrola tus caderas (sexy)"

As mãos passando pelo cabelo curto; os braços tensionando no movimento; o rebolado sensacional fazendo o abdômen se tornar mais aparente ao ter uma volta completa. Caralho, por que, diabos, eu precisava ter tanto fogo no meu rabo?

Faço o que Yuga diz, realmente, tendo parte da consciência de que preciso cuidar dele para que a calça não tenha o mesmo destino que a camisa jogada no chão. Se para aquela seleção e o clipe, o ruivo faltava apenas enterrar a cabeça no chão como a porra de um avestruz, com certeza, poderá remoer-se por essa farra depois. Ser culpado por tal vergonha perdurando em sua mente vai me deixar puto, mesmo que todos aqui duvidem muito que esse show seja motivo para se constranger.

Ainda bem que Kaminari segura a barra da camisa decotada de Ochako, pois, sem lembrar que está sem nada por baixo, a doida já ia tirar também para ir no embalo dos amigos dançando.

"Oi oi oi, oi oi oi oi"

Sigo hipnotizado enquanto almejo a mais pura serenidade para lidar com o calor, mas a forma como o ruivo tem total consciência de cada movimento sutil de seu corpo, me deixa sedento.

"É pra quebrar Kuduro, vamos dançar Kuduro

Oi oi oi, oi oi oi oi"

Seus dedos encostam na cintura suavemente, enquanto os quadris requebram de um lado a outro, travando a cada frase e sucedendo o molejo com uma meia volta. Salguei a Santa Ceia, e agora estou pagando pelos meus pecados. Isso é sacanagem demais!

Bêbado ele dança com tanta confiança, que se fosse qualquer outro iria parecer uma lombriga com hemorroidas. Ah, ótimo, um pensamento bizarro para disfarçar o surto.

Fico vidrado na performance, mas ao mesmo tempo rezando para que chegue logo ao fim. Demora uma eternidade, assim como parece levar poucos segundos em minha inebriada consciência.

— Uau! Vocês arrasaram, gente! — Aoyama toma à frente indo conversar com os dois que pararam de se mover, ofegantes ao fim da melodia agitada, porém com sorrisos e expressões radiantes. Kirishima parece estar ardendo pela coloração avermelhada de suas bochechas. Eu pego sua camisa do chão, ao deixar o copo vazio sobre a mesa, aproximando-me a fim de cobri-lo.

— Acho que podemos encerrar por hoje, já são 3h da manhã — comento distraidamente, tocando no ombro de Eijirou para chamar sua atenção. Ele me olha com aquele sorriso largo, mas ao ver a camisa em minhas mãos, seus lábios se projetam em um biquinho fofo, como se a expressão de gatinho abandonado pudesse me convencer a deixá-lo sair por aí pelado. — Parece que o jogo virou, agora eu 'tô pedindo 'pra você colocar a camisa.

— Mas 'tá tão calor, Baku... — a voz dele está arrastada, e me deixa com vontade de apertar essas bochechas fofas, mas não recuo como ele almeja, quando indico para que erga os braços para vestir a blusa.

— 'Tá mesmo, vamos lá fora 'pra refrescar um pouco e depois para casa, certo? — Minha sugestão não parece agradar muito os dois raios de sol em plena madrugada, Kirishima e Mina, mas Momo também se levanta do sofá e se aproxima de nós, ajudando na missão de mandar cada um para sua própria cama.

— Meninas, durmam na minha casa, mais tarde eu contrato o SPA. — Sua riqueza e elegância se tornam aparentes no convite, levando as outras duas mulheres a concordarem plenamente com a partida. Não quero nem ver como isso vai render.

— Uh, la la! Eu também quero participar desse momento de fofocas, tem espaço 'pra mim na sua mansão, "YaoMomo"? — Aoyama já se intromete no maior interesse, conseguindo sua vaga no SPA prometido pela morena.

— Eu e o Denki pediríamos 'pra ir também, mas temos muitas coisas 'pra resolver da estreia. — Sero parece realmente desanimado com o fato de não ter o rabo de saia que admira, mas é verdade que estou pagando muito bem para que eles trabalhem duro com isso.

— E eu não posso, porque tenho que... — a voz de Kirishima surge quando ele finalmente ajeita a camisa que coloquei nele, mas morre antes que complete sua frase. O sorriso morno despenca e seus olhos se enchem de lágrimas ao concluir sua fala: — ...treinar.

Seguro em sua mão com um gesto repentino, fazendo seu olhar perdido focar no meu, ainda que seus olhos estejam estreitos para conseguir se concentrar na minha declaração de última hora:

— Você vem comigo, vai estar calor e podemos ficar na piscina mais tarde. — Ao passo de que menciono a piscina, as írises de cor avermelhada retomam o brilho anterior e a boca de Kirishima se abre em surpresa. Até consigo ignorar as expressões sugestivas dos outros em virtude do meu sorriso besta.

— Meu Deus! Então, vamos logo! Estamos esperando o quê? Tchau, gente! Eu vou 'pra piscina! — Ele dá pulinhos animados e sai pela porta, sem nem me esperar para acompanhá-lo. Os outros começam a pegar suas próprias coisas e eu saco o celular, notando que Yuga se aproxima para dizer mais alguma coisa.

— Não deixa ele nadar a essa hora, viu? Deixa que eu peço 'pra alguém vir pegar seu carro com a chave reserva. — Sua ajuda nesse momento, finalmente, vem a calhar, e eu aceno positivamente, dando um tchau breve para todos os outros antes de seguir atrás do ruivo agitado.

Ele nem está indo em direção ao local certo, mas enlaço sua cintura rapidamente, fazendo-o se virar para o corredor que devemos seguir para o estacionamento. Eijirou suspira com o movimento e eu também, apesar de conseguir disfarçar mais que o baixinho inebriado.

— Uh... É muito grande? — o questionamento chega, de repente, quando estamos nos aproximando da porta de saída, mas o ar gelado que recai sobre nós ainda é insuficiente para me deixar menos quente.

— Oi? — pergunto de volta, meio desprevenido para sua dúvida, olhando para o celular nervosamente enquanto o carro parece fazer um caminho longo demais no mapa do aplicativo.

— Sua piscina — a explicação me faz suspirar, ao mesmo tempo em que acabo me xingando mentalmente por ser tão pervertido.

— Ah, acho que sim — respondo sem muitos detalhes, respirando melhor quando Kirishima parece ficar em silêncio, apenas de olhos fechados e cantarolando algo consigo mesmo. O motorista chega o quanto antes, nos cumprimentando apenas quando entramos no banco de trás, e então partindo para minha casa sem muitos dizeres.

Eijirou se encosta em mim com ternura, apoiando a cabeça no meu peito enquanto enlaça minha cintura com os braços, quase como se eu fosse um maldito travesseiro enorme. Não que isso me incomode tanto, mas eu realmente estou fervendo e o coração acelerado deve estar audível tão perto de sua orelha.

Porra, eu sou muito foda por aguentar isso. Eu sou incrível pra caralho! Como pode?

Estávamos quase chegando nos portões da minha casa, quando o rosto de Kirishima roça no meu peito com mais pressão, apenas antecedendo uma pergunta que me faz tossir e engasgar com o ar:

— Seu peito é tão macio e farto, que exercício você faz 'pra ficar assim? — Seu dedo indicador toca meu peitoral com curiosidade, quase descendo demais ao traçar uma linha em direção ao mamilo. O tecido sobre a pele é a única coisa que separa seu toque de mim, sendo o bastante para que meu surto se torne maior, quase uma calamidade dentro do meu cérebro.

— Nada de mais, Kiri. Vamos entrar — falo já em estado de choque, processando vagamente o que acabou de acontecer enquanto procuro não colapsar com os pensamentos libidinosos. Sempre que eu pego minha vontade de foder sobre na mesma proporção que o álcool, mas com esse fodido me provocando assim, eu fico a um fio de perder a sanidade e me tacar na piscina para apagar essa tocha olímpica no meu cu.

— Baku, posso te perguntar uma coisa? — O ruivo me segue lentamente, andando em linhas tortas com o auxílio da minha mão em seu pulso, para evitar que caia no chão pela tontura.

— Isso já é uma pergunta, mas fala — declaro, tentado a pegá-lo no colo para irmos mais rápido pela trilha em meio a grama, mas seus passos vacilantes não são confiáveis e ele parece estar observando os arredores no caminho.

— Por que você gosta tanto disso? — Não entendo bolhufas do que ele está tentando descobrir com um questionamento tão abstrato, então, apesar de me arrepender um pouco, busco mais informações para dar-lhe uma resposta digna.

— Gosto do que, criatura? — termino de falar parando para olhá-lo, quase tendo um treco de verdade quando ele tira a camisa perto da porta, murmurando feliz antes de dar de ombros, listando diversos sinônimos bem... específicos.

— De pau, rola, piroca, caralho, cacete, pica, pênis... — Arregalo os olhos pela quinta vez só nessa noite, inclinando o corpo um pouco para trás ao colocar uma mão sobre o peito, chocado demais para esboçar alguma reação diferente.

— Pelamor, Kirishima! Por que isso agora? Não é só por eu ser gay que minha preferência é por rola, existe homem com buceta também e eu gosto do mesmo jeito... — O mundo não gira, ele capota! Porque eu nunca imaginei um contexto em que o ruivinho iria me deixar sem graça com suas palavras, e não o contrário.

— Curiosidade, ué! Mas, agora, vamos entrar. Você tem sorvete? — ele muda de assunto tão facilmente, que decido não pressionar para coisas que estou despreparado para lidar. Abro a porta de casa, deixando que o ruivo entre primeiro, mas o som de latidos altos e patas pesadas no chão, me fazem lembrar do cachorro destrambelhado que vive aqui. — Olha só, que garotão! Vem cá, vem!

— Meu Deus, Kirishima. Ele vai te derrubar, caralho! — digo com a voz alta, mas isso não faz Eijirou deixar de agachar com os braços abertos, muito menos desacelerar a corrida brusca de Lúcifer ao correr para quem está o chamando. Fico paralisado vendo o salto enorme do Pitbull que quase chega perto da altura de Kirishima, porém o ruivo o segura habilmente, erguendo o cão pesado como se não fosse nada enquanto recebe lambidas no rosto inteiro.

Não sei de quem eu fico com mais ciúmes, sinceramente.

— Que bom garoto, você é sim! — Ele se anima soltando o cachorro no chão, e se agachando para fazer carinho nas orelhas dele. Lúcifer abana o rabo feliz, ofegando com a língua para fora enquanto se joga no chão por mais carinho. É um vendido, com certeza. — Qual o nome dele? — As írises de Kirishima me alcançam mais uma vez, levando-me a pigarrear antes de largar a carteira e as chaves na mesinha ao lado, murmurando uma resposta:

— Lúcifer — digo com um sorriso sacana, mas Kirishima mal se importa com a escolha inusitada, apenas virando-se de volta para o cão para falar com uma voz toscamente aguda:

— Ah, quem é o rei do inferno? É você, Lulu! Que coisa fofa, garotão! — O bendito recebendo diversos afagos só falta uivar de tanta felicidade, se contorcendo todo para conseguir mais das mãos de Eijirou sobre si por toda a barriga. Por um breve momento, a ideia de me tacar no chão para ter o mesmo parece até viável, ainda que logo depois eu veja o quanto isso é ridículo.

Eu preciso de um banho frio e cama, urgente!

— Certo, vamos descansar e mais tarde tem piscina, okay? — digo, estendendo a mão para levantar o ruivo, e, apesar de sua boca abrir para uma resposta, seus olhos chegam no sofá, onde Hades o encara com um semblante meio irritado. O rabo esbranquiçado indo de um lado a outro denota sua desconfiança, mas Eijirou não parece estar notando o comportamento estranho no felino ao se aproximar.

— Ah! E esse aqui, quem é? Que bolinha de pelo mais... — O baixinho não consegue nem colocar a mão perto o bastante para tocar no pelo do gato, pois o felino se adianta e pula em cima dele, arranhando-o nos braços e quase chegando com as garras em seu rosto. Corro para agarrar essa criatura de Satanás de cima do ruivo, mas Kirishima só dá risada com a ação repentina do animal.

— Puta que pariu, Hades! Tenha calma, cacete. Pelas chamas do Tártaro, meu filho! — praguejo, segurando o gato em meu colo protetoramente, ainda que o olhe com repreensão pela atitude precipitada com alguém que não o faria mal.

— Ele é a sua cara! Todo estressado, que coisa fofa! — Kirishima ainda consegue ser adorável no meio de um ataque mortal da bola de pelo, porém é o meu rosto que esquenta com a menção de um adjetivo estranho voltado para me determinar. Fofo? Eu não tenho porra nenhuma de fofo, e esse pedaço de demônio felpudo muito menos.

— 'Cê 'tá viajando, vamos logo descansar. Acho que bebeu demais por hoje, hein? — Deixo Hades sair do cômodo com aquela cara de convencido que só um gato consegue ter, guiando Eijirou para o quarto em seguida, já mostrando onde é o banheiro para que ele tome um banho se desejar. — Olha, se quiser tomar banho pode ir primeiro, eu vou fazer um café.

— Ah, que ótimo! Obrigado, Suki. Você é demais — ele agradece sorridente e eu quase suspiro aliviado, sendo interrompido com mais uma falha nas batidas do meu coração quando ele caminha até a porta do banheiro, arrancando a calça, e, antes de entrar no local, deixando a cueca cair no chão e ficar por lá.

De onde eu consigo reunir todas as minhas forças para virar antes de ter o vislumbre daquela linda bunda, eu não sou nem capaz de saber, mas o faço para evitar que depois aquela imagem divina percorra meus pensamentos imprudentes, tal como poderia trazer constrangimento ao ruivo por ter deixado que eu o visse assim.

É isso mesmo, eu sou incrível demais por aguentar. Como eu sou foda! Meu pau está pedindo misericórdia, mas tudo numa boa.

Separo uma roupa limpa e saio do quarto quando escuto o chuveiro sendo ligado, imaginando pela cantoria do ruivo, que ele deve estar bem o bastante para se virar por enquanto. Tiro minha própria camisa quando chego na cozinha e busco uma garrafa de água, sorvendo todo o líquido dela antes de pousá-la no balcão, amassando um pouco o recipiente frágil pelo nervosismo.

Não imaginava que o ruivo pudesse ficar tão tentador assim, mesmo que eu já tenha o visto em situação parecida no clipe onde ele aparece quase nu. Aliás, esse clipe será lançado em poucas horas, então já devo lembrar de silenciar as notificações que vão bombar demais para quem estará de ressaca.

Tomo um tempo por ali, pensando em toda a situação em que me meti com o cara no banheiro próximo. Ele disse que não pretendo me beijar ainda, mas há claramente chances de acontecer. Nem ao menos sei como me portar com essa conclusão, porém, meu interesse nele aumenta mais a cada passo dentro desse jogo, como se fosse impossível sair disso agora que teimei em começar.

Suspiro mais calmo quando pego a garrafa para enchê-la com mais água filtrada, mas a fala antagônica do ruivo, no cômodo meio distante, me leva a apertar o plástico forte o bastante para molhar todo o meu rosto.

Eu estou muito fodido.

— Brô, valeu pela roupa! Mas vou dormir sem ela, o lençol é geladinho...


Notas Finais


Obrigada @CecySazs pela betagem <3


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