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História My Heartbeat II KiriBaku - A Distração


Escrita por: gabizera123 e KatsukiProject

Notas do Autor


Eai pessoal?

Eu pretendia responder os comentários, mas eu estou sem computador e pelo celular eu não consigo responder do jeito que eu gosto ;-; então peço perdão e responderei tudo antes do próximo capítulo. No mais, obrigada a todoooos, vocês são incríveis.

As músicas citadas no capítulo de hoje são (Recomendo muito que vejam o clipe da primeira pra saber o que esperar do Bakugou):

• Nails, Hair, Hips, Heels — Todrick Hall (Música do Bakugou)
• Turn Up The Speakers — Afrojack e Martin Garrix (Treino do Kirishima)
• Mary, Did You Know — Pentatonix (Dança do Kirishima

Boa leitura ^^

Capítulo 3 - A Distração


Fanfic / Fanfiction My Heartbeat II KiriBaku - A Distração

Narrado por Kirishima Eijirou

A primeira coisa que faço quando o cantor arrogante sai da sala, surpreendentemente, não é me vestir. Respiro fundo olhando para as minhas roupas, e solto o ar que estava segurando lentamente. Não tem como ficar pior, o máximo de humilhação foi esse, então nada mais me abala.

Puta merda, que mentira, irei muito chorar em casa!

Seguro a minha força de vontade — sabendo que minha dignidade nem adianta juntar — e, muito calmamente, visto minhas roupas ao som das conversas que se instauravam ao meu redor. Poxa vida, Mina poderia ao menos ter me dado uma prévia do que eu viria fazer aqui, não esperaria ficar pelado mesmo assim, mas a desistência seria uma opção.

Como foi que consegui ser selecionado? Beleza... Aquela determinação toda que tive deve ter me ajudado; aquele cara é tão narcisista que fiquei estressado demais para não revidar. Ele também é muito bonito, obviamente, não é à toa que pode sair exigindo essas coisas como bem entender. Agora, estou curioso para saber como são as músicas dele... Talvez, procure mais tarde.

Depois que devolvo as roupas ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, o homem alto que estava anotando coisas em uma prancheta se aproxima de mim, ele tem uma expressão meio fechada no rosto, pendendo mais para o desapontamento do que outra coisa. Quando seus olhos encontram os meus, pigarreia e levanta os ombros por um instante, está se preparando para um pedido de desculpas.

— Olha, me desculpe pelo Bakugou. Ele é tudo o que você deve estar pensando que é, mas aguentá-lo só um pouco vai valer a pena — o assistente que lembro ser o tal Sero me fala com um sorriso sem graça e eu tento retribuir, mesmo que não tenha disposição nem para fingir.

— É, mas eu posso desistir a qualquer momento, certo? — questiono dando um passo de segurança. Não vou me forçar a nada que me deixe desconfortável, e se ele quiser ser rude que seja com esses marombeiros igualmente arrogantes.

— Claro! Eu vou te dar uma cópia do contrato, você pode se desfazer do compromisso a qualquer momento. Esses são os papéis que preciso assinados na próxima vez que nos virmos — Sero acena educadamente, e pega um envelope meio grosso por conta dos documentos. — Agora, sobre o trabalho, teremos uma semana consecutiva de treinos para a coreografia. Não é nada muito complicado, mas você deve tirar de letra, né? — ele sorri com gentileza e eu até simpatizo com o assistente, igualando a expressão suave com sinceridade dessa vez.

— Acho que sim, é o que eu faço mesmo — respondo com um tom meio incerto. Tudo que quero agora é sair daqui e ir treinar para me libertar desse sentimento ruim, essa experiência eu prefiro não repetir mais. O moreno me encara por longos segundos, e eu até penso em me despedir quando ele interfere, chamando-me novamente.

— Opa, esqueci de te dar isso — seus dedos folheiam os inúmeros papéis em cima da prancheta antes de me entregar outro envelope menor. Olho para ele com as sobrancelhas franzidas em confusão, e as explicações chegam em seguida. — É uma ajuda de custo para qualquer despesa que você tenha tido ‘pra vir até a seleção, nós entregamos para todos os participantes.

Inclino a cabeça um pouco para o lado com essa informação, e decido abrir o envelope para dar uma olhada na quantia. Meus olhos se arregalam brevemente, e faço os cálculos de quantos sorvetes de baunilha da Häagen Dazs consigo comprar usando isso. Realmente, é sorvete pra caramba!

— Uau, beleza! Eu não gastei nem um décimo do que tem aqui dentro — revelo um tanto surpreso com o quão fácil foi ganhar alguma coisa vindo até esse lugar. Ashido ainda me paga, porém, pelo menos, posso comprar mais doces e ainda manter uma parte guardada. O assistente me olha provavelmente achando graça da minha reação, sua mão pousa no meu ombro por breves segundos, e eu o encaro com atenção.

— Isso não é relevante, depois da cena que você precisou protagonizar, acho que deveria apenas aceitar, certo? — questiona com sábias palavras, e eu balanço a cabeça em concordância. Com certeza vou fazer ótimo uso desse dinheiro, em consideração à minha autoestima que foi para o núcleo da Terra. — Os primeiros ensaios começam na próxima segunda-feira, e as gravações no final de semana.

— Certo, muito obrigado — meus lábios se contorcem e eu mal consigo conter o sorriso radiante quando faço o caminho para longe daquele saguão. Primeiro, passo pelo local onde vi Ashido pela última vez e, felizmente, não a encontro. Não estou psicologicamente preparado para estar chateado com ela — e ainda ter que contar tudo o que aconteceu. Continuo indo para a saída e suspiro aliviado ao chegar na calçada, o fim da tarde já se mostra cada vez mais denso e o céu escurece pouco a pouco. Ao menos, não tive que encontrar ninguém no caminho, duvido que faltariam comentários desse tipo de gente.

Seguro o tanto de papéis em minhas mãos e forço os pés em direção à minha casa, com passos longos e agitados, me ponho a andar quase correndo, sentindo a necessidade de me esconder de repente. Nuvens escuras começam a se formar, e tenho a sensação de que irei pegar chuva quando sair para treinar, isso se eu realmente não deitar na cama ao chegar.

Minha respiração já deixou de ser controlada há tempos, e quando me vejo em frente à minha casa, consigo sentir uma breve dor na lateral do abdômen por conta da corrida desfalcada. Respiro fundo e entro rapidamente, deixando os papéis em cima da mesa na sala enquanto vou para a cozinha. Os pensamentos degradantes insistem em continuar na minha mente, lembrando-me da situação constrangedora.

Por mais que eu tente não pensar, fica meio contraditório lutar com a sensação de não ser bom o suficiente, ainda mais quando isso foi esfregado na minha cara mais uma vez. Concentro-me em pegar os potes que deixei na geladeira com algumas opções de refeição, escolho: brócolis, cenoura, peixe e um pouco de arroz; meço o peso de cada ingrediente para ter certeza da porcentagem de fibras, proteínas e carboidratos que irei ingerir.

Da mesma forma metódica de sempre, separo a quantidade exata e coloco no micro-ondas para esquentar, guardo os potes que ainda tem um pouco para amanhã, e suspiro ao olhar para os envelopes na mesa da sala. Acho que não vai adiantar eu ficar adiando para ler todo aquele contrato, preciso saber de uma vez onde estou me metendo.

Aqueles olhos vermelhos detalhados com delineador preto não saem da minha cabeça, mesmo que ele tenha sido o ser mais cruel do mundo fazendo aquilo comigo na frente de todos. Espero que não haja problemas iguais a esse. Na verdade, ficar seminu já será um grande desafio; ter que aturar arrogância seria o cúmulo.

Depois que a comida está quente, busco o prato e me sento à mesa para comer, enquanto abro o envelope pardo que contém diversos papéis grampeados. Passo os olhos pelas cláusulas com atenção enquanto foco em não mastigar menos do que seria necessário; conter a ansiedade quando estou comendo tornou-se costume para evitar as compulsões alimentares.

Pelo que consigo distinguir entre os termos formais de um contrato, de fato, não há objeções ou punições caso eu decida não prosseguir até que comecem as gravações. Eles devem se preparar para esse tipo de coisa, não duvido que seja por conta da estrela purpurinada cheia de grosserias. Reviro os olhos pensando nisso, a curiosidade infelizmente acaba falando mais alto do que minha vontade de esquecer a cara dele.

Deixo para assinar o contrato posteriormente, e pego meu celular no bolso da calça para conferir uma música do tal Bakugou Katsuki; se vou dançar ao som disso quero, pelo menos, ver se o trabalho dele é tão bom assim. Escolho uma das músicas que estão em alta, e viro a tela do celular para assistir o clipe.

Um grande salão escuro aparece na tela em meio ao silêncio e quando a batida começa, o loiro aparece desfilando em saltos altos numa cor rosa, semelhante ao triângulo neon que está nos fundos iluminando o local. As luvas rosa-choque indo até os cotovelos realçam a cor dos cabelos claros, e só consigo concluir que essa cor é muito a cara dele. A roupa toda preta colada em seu corpo deixa os músculos aparentes de forma sutil, e ao começar a cantar, o close da câmera no rosto de Bakugou permite que eu veja a leve maquiagem iluminando as curvas doces e másculas de sua face. Ele dança muito bem, e acompanha o ritmo com facilidade, algo que eu já deveria esperar de um cantor famoso, obviamente.

Sua voz é muito boa de ouvir, e cantando nem aparenta ser tão estressado como se mostrou mais cedo, aquela expressão contraída de sempre some completamente quando ele move os braços e as pernas em total sincronia com os dançarinos, o sorriso sacana se desenha em sua face pouco antes de desfilar mais uma vez, com cada vez mais bailarinos surgindo na cena.

(…) Drop for me, drop for me, drop (…)

Quando Bakugou começa a repetir as mesmas palavras consecutivamente, fico um pouco mais corado que o normal, minhas bochechas queimam ao vê-lo agachando a cada frase, olhando para a câmera sempre que pode, ostentando uma expressão maliciosa ao extremo.

Decido que já foi o suficiente para saber um pouco do que devo esperar, portanto, saio do aplicativo de vídeos e bloqueio a tela do celular para não me distrair mais, vejo que algumas notificações aparecem na tela de bloqueio e nem faço menção de olhar as mensagens, tenho certeza que deve ter muitas de Ashido.

Levanto da mesa ao terminar de comer no silêncio e tento me motivar com argumentos sólidos, a fim de não ceder ao desânimo enquanto lavo os utensílios que usei:

— Você deve treinar, mesmo que pareça inútil. Você gosta disso, não é? Então não desista! — falo comigo mesmo como se fosse um doido; de certa forma isso até que funciona, às vezes. Vou para o quarto arrumar minha mala com as roupas para o treino, já estava tudo meio preparado antecipadamente, então, somente ajeito a alça da mochila no ombro e pego um isotônico na geladeira.

As nuvens carregadas do lado de fora ainda estão apenas acumulando-se, portanto, uma caminhada rápida deve ser suficiente para que eu não chegue todo encharcado. Posiciono um dos fones de ouvido na orelha, deixando o outro guardado para não tirar minha atenção da rua, conecto em uma música animada e sigo meu caminho um tanto desanimado.

Vamos lá, Kirishima. Você ama isso, não abra mão do que ainda tem.

[...]

Por sorte, quando saio do vestiário da academia, consigo vislumbrar o ginásio vazio, com parte das luzes apagadas por conta da ausência de alunos. Suspiro aliviado por ter essa liberdade para treinar e espairecer, até mesmo Aizawa não está nos arredores e isso é melhor ainda. Eu gostaria de sair um pouco da rotina hoje.

Deixo minha mochila no primeiro degrau da arquibancada que se estende no lado direito do grande saguão, o espaço é grande o suficiente para todos os aparelhos de ginástica que estão posicionados ao longo dos metros quadrados, as barras ficam mais ao fundo, logo ao lado das argolas que eu gosto de usar para testar o equilíbrio do meu corpo, mais até do que o cavalo com alças, este eu prefiro não chegar muito perto por motivos específicos...

Balanço a cabeça para afastar memórias inoportunas e ajeito a regata preta colada no meu corpo, a calça legging me dão mais mobilidade pros treinos, mas eu fico meio envergonhado de usar quando outras pessoas estão olhando.

Enquanto começo alongando o corpo conforme o treino padrão, observo o local vazio com certa nostalgia. Gosto muito de ter construído uma experiência vívida com tudo isso até o dia de hoje, porém, não sei o quanto realmente sou dedicado a tal esporte, mal consigo competir e usufruir da habilidade que reuni... Como posso me orgulhar tanto? Talvez, a felicidade que isto traz tem sido o que me mantém focado, ginástica é muito mais do que só um hobby pra mim, por mais negligente que eu seja comigo mesmo...

Depois de ter certeza que estou pronto para iniciar, me posiciono bem no meio do extenso espaço com tatames no chão, utilizado para os solos. Respiro fundo ao inclinar meu corpo para frente, apoiando as palmas da mão no chão; com certa cautela, concentro meu peso nos braços e ergo minhas pernas, coladas uma na outra, esticando os pés para tensionar as panturrilhas. Faço tudo bem devagar em meio ao silêncio, me posicionando em uma parada de mão por alguns segundos, prossigo com a respiração calma e serena, sentindo exatamente o ponto de tensão em cada grupo muscular ativo na execução.

Impulsiono uma das mãos no chão para girar o corpo, mantendo as pernas esticadas e retas enquanto aumento o espaço entre cada palma no solo, ao ter certeza do eixo de equilíbrio, deixo a lombar se curvar pouco a pouco. Tensiono o abdômen para me manter assim até dobrar as pernas e encostar a ponta dos pés no solo, empurro o chão com as mãos e fico de pé novamente.

Talvez, um pouco de música pode ser o ideal. Com este pensamento, caminho até a arquibancada para pegar meu celular e o conecto ao sistema de som, rolando o dedo pela tela para conferir as opções na playlist. Escolho uma eletrônica bem animada que me faz sorrir brevemente, se Ashido estivesse aqui, com certeza ia estar dançando loucamente, e, consequentemente, me distraindo.

Tá, eu não deveria pensar nela, tenho que ficar minimamente chateado ainda.

Deixo a música rolando e vou para uma das pontas do tatame, fico pulando um pouco no lugar para pegar o embalo e as batidas da música tomam sua forma animada. Isso me contagia muito, logo estou sorrindo que nem um idiota só por conta de uma melodia enérgica, meu corpo aquece como se precisasse a todo custo me deixar levar pelo som ao meu redor.

No primeiro ponto alto que surge no hit, dou alguns passos em uma corrida curta, jogando-me para frente no ritmo das batidas para saltar o máximo que consigo, minhas mãos tocam o solo por poucos segundos e meus pés seguem o mesmo raciocínio. Duas piruetas e, então, um mortal duplo para frente; ainda insatisfeito, assim que piso no tatame ao fim da acrobacia, impulsiono meu corpo para trás com um mortal simples. Me desafio a continuar durante o ápice da música, levando a explosão muscular a um conceito mais elevado. Mais um mortal, piruetas ao redor do tatame, um pulo com grand jeté invertido, mortal duplo carpado.

Logo a melodia chega ao fim e, finalmente, paro no meio do tatame suando pelo exercício anaeróbico, retomo minha respiração aos poucos e sento no chão, sentindo-me ainda estranhamente incomodado. Droga, ser ansioso é um fardo tremendo, e eu odeio ter que lidar!

Fecho os olhos quando estico as pernas ao máximo nas laterais, inclinando meu tronco completamente para frente. Relaxo nessa posição, e me deixo pensar um pouco enquanto Avicii toca nos alto falantes. Eu consigo sentir exatamente as batidas do meu coração acelerado, meus pulmões inflam em busca de ar, e minha mente traz as memórias recentes do dia desastroso de hoje.

Sou tão insuficiente, por que ele não me eliminou logo de cara se estava tão incomodado com minha altura — ou a falta dela? Talvez, eu esteja muito magoado com isso para não esquecer de uma vez. Pelo menos, irei receber bem por esse trabalho, deveria estar feliz por ter conseguido.

A confusão e os sentimentos ruins que isso me traz, levam-me a tentar induzir um pouco de calma ao meu espírito de outra forma. Levanto já um pouco mais descansado e sigo até meu celular para escolher uma música específica, a que eu sempre uso quando quero simplesmente me agarrar ao meu próprio universo, ignorando tudo o que possa existir ao redor.

O coro de vozes é completamente calmo, taciturno, quase como um chamado. Me posiciono no meio do tatame novamente, começando a me mover junto com a letra. Primeiro, mãos na altura dos quadris, os braços levemente curvados em um arco, dedos unidos e polegares apoiados na palma. Conduzo as mãos para cima suavemente, deixando meu olhar sobre as mesmas quando as ergo acima da cabeça, meus pés se mantêm na terceira posição, o calcanhar direito colado ao meio do pé esquerdo. Dobro os joelhos em um plié ao afastar as mãos, abrindo os braços na lateral, deixando que meu rosto se volte para o lado esquerdo desta vez. Repito o movimento por inteiro, seguindo o tempo lento da música e respirando profundamente ao descer brevemente.

Ergo o queixo e ajeito ainda mais a postura, esticando o braço direito para o lado enquanto piso na mesma direção, arrasto a ponta do pé esquerdo pela panturrilha oposta até chegar ao joelho, estendendo a perna ao meu lado em seguida, minha mão esquerda sobe na mesma proporção e eu fecho os olhos ao jogar a cabeça levemente para trás.

Na contagem ininterrupta e ao som da melodia, repito o movimento para o outro lado, me libertando da tensão anterior, entregando-me completamente ao sutil controle de cada parte do meu corpo. Estico o pé pousando a ponta dos dedos no tatame, posicionando um braço na frente do tronco e um estendido para o lado, olhando na direção da minha perna esticada para começar a sequência de giros, com um impulso moderado, piso no solo levando o outro pé em conjunto; uma, duas, três piruetas até parar, jogo minha perna para trás, mantendo-a em um ângulo de noventa graus, girando consecutivamente no mesmo lugar, meus olhos focam em somente um ponto e viro a cabeça sempre no último segundo da volta — a fim de evitar a tontura.

Quando o coro retorna mais cadenciado, sem o fundo melódico, paro no local dobrando as pernas e encolhendo meu corpo como um casulo, as batidas cardíacas são altas em meus ouvidos, respiro controladamente e no próximo ápice da música, estico uma das pernas para trás e inclino o corpo para frente, atinjo o máximo da abertura com o tronco reto à frente dos quadris, mas para ser um pouco mais enfático, dobro o joelho da perna de apoio e uso a liberação da tensão ao meu favor, segurando o pé com os braços acima da cabeça. Ao esticar novamente as pernas, puxo a perna para estender-me ainda mais, seguindo rumo ao limite do meu corpo. Somente um pouco mais, é tudo o que eu preciso, não tem nada ao meu redor que seja mais importante no momento.

A música chega ao fim no exato instante em que eu desço a perna lentamente, encerrando a performance com um balancé básico, ainda que eu mantenha meu corpo inteiramente alinhado e os pés perfeitamente esticados de forma consciente, por mais simples que o passo seja. Mal consigo escutar a música se repetindo e isso chama minha atenção, levando-me a olhar para cima a fim de olhar para quem pausou a playlist.

— Está chateado? É sempre a mesma música... — Aizawa questiona me olhando com os braços cruzados, parado ao lado do banco onde deixei o celular. Ele está vestindo o típico uniforme completamente preto, suas olheiras estão tão aparentes quanto sempre, isso me traz diversos questionamentos sobre sua saúde, já que como preparador físico ele deveria ter um sono mais benéfico, eu creio.

— Sim, mas não quero conversar, obrigado — respondo sem dar muita abertura a qualquer diálogo. Por mais que nossa relação seja bem estreita, desde que ele me apoia nos últimos 6 anos, eu claramente prefiro deixar o que aconteceu hoje bem escondido debaixo dos panos para não ganhar um sermão sobre autoestima e coisas assim. O moreno me encara por longos segundos, e coço a nuca sentindo o constrangimento por sua observação; Aizawa sempre aparenta estar lendo as entrelinhas da sua alma quando te olha, é bizarro.

— Eu não ia perguntar, você nunca fala — rebate dando de ombros, e acabo soltando um suspiro audível pelo alívio. Um pequeno sorriso forma-se em meu rosto, e posiciono as mãos na cintura para olhar o treinador sentando-se no banco. Até parece que não iria perguntar, ele sempre pergunta, mas acho graça de sua pose autoritária. — Vamos começar a série, quero você nas barras paralelas. Antes, flexões e paradas de mão com abertura total até seus braços estarem prestes a cair. — Shouta dita as ordens com firmeza enquanto busca um caderno para suas anotações. A alegria durou pouco, contudo, esse tipo de treino exaustivo também deve ser de alguma ajuda para espantar as reflexões.

— Uau, assim vou cair das barras e meus braços ficarão por lá! — comento dando um sorriso bobo, e Aizawa nem olha para mim quando abana a mão em sinal de discordância. Suas palavras me incentivam e me deixam levemente tenso ao mesmo tempo, porém não deixo que sua ordem seja em vão pela segunda vez.

— Eu duvido, você sempre se supera, e hoje vou fazer você se superar ainda mais. O cavalo de alças te espera, não passa desse ano.


Notas Finais


Links das músicas:

- Nails, hair, hips, heels - https://youtu.be/TQ04gPb4LlY

- Turn Up the Speakers
https://youtu.be/dzHdo4yxidc

- Mary, Did you Know
https://youtu.be/ifCWN5pJGIE

Até mais!


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