História My hot madness -Imagine HOT Jungkook - Unexpected

Confesso que minha vida já está ficando meio óbvia, porém não é culpa minha...

  No momento estou trancada em uma cabine no banheiro, tentando ao máximo não surtar e sair gritando pelos corredores. Eu sabia que estava bom demais pra ser verdade. Novamente estou parecendo uma ingrata, eu sei disso tá! eu sinto isso... poxa, é a porcaria de um Deus grego encarnado em um coreano. Seria maravilhoso manter um relacionamento com ele, não por causa da sua fama (o que bem pelo contrário, seria um ponto negativo), mas por sua personalidade, pela pessoa que ele é.

  Ele é um cara perfeito, até demais. É horrível eu saber disso, porque eu fiz uma tremenda besteira e joguei tudo no lixo. Acho que ele tinha gostado de mim, não sei, não faço ideia do que se passa na cabeça desse ser, só espero não tê-lo magoado. Sempre fui uma pessoa leal, pelo menos sempre presei por isso, tanto com amizades quanto relacionamentos, evito pisar na bola. Geralmente penso mais nos outros do que em mim mesma, esqueço de meus sentimentos e vontades... mas eu falhei dessa vez, e acreditem ou não, estou me sentindo mal pra caramba. Como eu já disse, não sei como ele reagiu a isso, talvez tenha seguido a vida e não ficado preso nessa bobeira como eu, já que diferente de mim ele tem todas as garotas do mundo na palma da mão. Vai que eu me livrei de uma decepção maior... vai que ele ia me dar um pé na bunda feio... nunca se sabe...

  Mesmo não o conhecendo a fundo, é perceptível o quanto ele é necessitado de atenção. Ele é bem carente. O que me faz, mais uma vez, reforçar meu arrependimento. Estou chata já né? Desculpaaaa, estou ficando paranoica. Daqui a pouco vou estar batendo a cabeça na parede, juro. Pior que não é uma má ideia. Vai que eu esqueço disso tudo, apague totalmente e acorde menos perturbada. Tá... agora enlouqueci de vez. Aaaaaa eu não sei que fazer. Queria poder contar pra alguém, desabafar, mas minhas opções são bem limitadas. Se eu contar para meus pais eles com certeza vão me mandar voltar para o Brasil e talvez me internem, sei lá, não duvido de nada vindo deles. Já a Sara, bom, de duas uma, ou ela vai rir da minha cara ou ela vai gritar histericamente desacreditada, o que significa que qualquer uma dessas opções, no fim, o mundo acabará sabendo.

  Já estou cansada de ficar me lamentando, eu queria apenas aproveitar a vida, seguir em frente, esquecer do passado. Mas parece que estou amarrada, e cada vez que tento me desvencilhar eu sou puxada de volta. Preciso cortar essas amarrações, preciso voltar a viver sem receio. Faz anos que não tenho esse sentimento. A adolescência foi me tirando pedaços, de pouco em pouco, eu até tentei remendar, mas os curativos não estão segurando mais.  Eu não quero largar mão de um sonho que acabei de conquistar, não por um cara. Preciso levantar a cabeça e seguir em frente. Eu vou arrasar nesse projeto. Vou aprender a dançar e mandarei muito bem nisso! Aprendam crianças... motivação é tudo! Só é preciso levantar do chão e encarar os desafios, o que está sendo meu grande problema no momento...

 O chão é legal né?

  S/n- Tá agora chega de drama, levanta do chão que você não é uma molenga! – Levanto determinada... e escorrego parede abaixo... Pensa em uma risada de desespero, ainda bem que não tem ninguém aqui.

  Vejo que tem uma mensagem de Sara perguntando o que aconteceu. Acho que meu tempo está acabando.

  MENSAGEM ON

  S/n- Já estou voltando.

  S/n- Minha mãe estava me ligando, pensei que era algo sério...

  Sara- Está tudo bem?

  S/n- Sim sim, só paranoia de mãe.

  Sara- Vê se volta logo.

  Sara- O Jungkook é incrível!

  Sara- Ele é ainda mais lindo pessoalmente.

  Sara- Acho que estou apaixonada rsrs

  MENSAGEM OFF

  S/n- Eu te entendo Sara, pior que eu te entendo bem...

  Ele deve ser feiticeiro, sei lá, ou é aquela áurea desgraçada que encanta qualquer um. Só sei que cansei de me abalar com isso. Não vou deixar ele me controlar novamente. Tudo bem, não é culpa dele, ele só foi amigável comigo, e eu me apaixonei. Mas agora sou uma S/n mudada, vou levantar daqui, lavar meu rosto e ser gentil, dizer que é passado e que já superei. Talvez ele esteja puto comigo? Com certeza, mas ele vai ter que superar. Eu cresci e deixei isso de lado, mesmo que tenha sido de uma hora para a outra, mas deixei de lado. Espero não desabar quando ver ele cara a cara...

  Agora sim, levanto e vou lavar meu rosto. Repeti seguidas vezes no espelho o quanto sou incrível e forte. Dizem que isso funciona né?

 É maravilhoso o fato de eu estar me preparando tanto emocionalmente para ver um cara. Deprimente S/n, deprimente!

  Com minhas pernas mais bambas do que tudo, caminho aquele corredor interminável, dando o meu melhor para repassar confiança, mas convenhamos, estava tiritando por dentro. Sabe aquela música Firework da Katy Perry? Pois é, estou igual as pessoas do clipe, prestes a estourar um fogo de artifício na minha barriga. Logicamente me dirijo a porta dos fundos da sala, porque ninguém seria idiota o bastante para encarar o inimigo de cara, é necessário elaborar táticas, estratégias para não pirar. Sondo a pequena janela quadrada, cruzando os dedos para não ter ninguém aí dentro, mas bem pelo contrário, a sala estava cheia, e meu alvo estava bem destacado no meio de todos.

  Eles haviam arrastado as carteiras para os cantos e formado uma grande roda. Então me esconder não seria mais uma alternativa, já que não teria mais ninguém na minha frente.

  E a motivação surreal sumiu...

  S/n- Acho que o Brasil é um país legal né?  Vivi todos esses anos lá sem problema nenhum. É calor, alegre, tem o samb..

  Antes que eu pudesse terminar meus delírios, sou puxada brutalmente pra dentro da sala.

  Sara- Meus Deus que demora louca! Eu estava preocupada. - Minha única reação foi um pequeno sorrisinho. Gelei... pra variar.

  Eu estava de costas para meu alvo, acho que ele não percebeu minha presença, bom, não sei como, depois desse estrondo com a porta.

  Sara- O que foi? Você tá estranha... Aconteceu alguma coisa com sua família? – Engulo em seco, tentando responder algo coerente.

  S/n- N-não é n-nada, tá t-tudo certo.

  Sara- É alguma coisa sim! Você tá pálida garota. Senta aqui, não quero ninguém desmaiando aqui perto de mim, estamos perto de uma celebridade, imagina o vexame louca. – Ela puxava meu braço em direção à uma das mesas que estavam encostadas no canto. Minha espinha queimou de ponta a ponta, meu pé derreteu e grudou no chão. Eu só consegui fechar meu olhos, respirar fundo e contar até dez. Não posso entrar em colapso agora. – Amiga você tá me assustando, vou chamar o professor, ele pod...

  S/n- NÃO! Não precisa. – ainda bem que havia bastante barulho na sala, acho que ninguém escutou meu desespero, espero que pelo menos ele não tenha escutado. – Eu já disse que estou bem, é só um mal estar, não comi hoje cedo, deve ter sido isso...

  Sara- Então tá...

  Sei que ela está desconfiada, mas não posso simplesmente contar do nada, pelo menos não agora, talvez depois que tudo isso passar...

  Com muita relutância, mas muita mesmo, me viro para o centro da sala e me encosto na carteira. Já aprendi que não posso confiar nas minhas pernas. Ao erguer os olhos, vejo ele ali parado, perfeitinho, em carne e osso, bem na frente da sala. Como saí correndo da sala, não tinha reparado direito nele, além do fato que fiquei alguns meses sem ver qualquer atualização dele na internet, apenas me contentando com memorias embaçadas. Poder analisar cada tracinho daquele rosto novamente me deixou sem chão. Ele estava lindo com aquele conjunto de moletom, seu cabelo havia crescido um pouco, parecia feliz enquanto conversava com um pequeno grupo de garotos, tudo muito inofensivo, só que ele lançou aquele sorriso, puts, aquele sorriso que derrete qualquer um só de olhar.

  Juro que estava determinada, mas sou fraca por seus feitiços. Preciso manter a postura, voltar a erguer a cabeça e não deixar ser levada diretamente aos seus pés. Respiro fundo mais uma vez, conseguindo me manter estável, pelo menos por fora. Tento ao máximo não olhar em sua direção, por enquanto está tranquilo, a onda de paixonite passou. Puxo assuntos totalmente aleatórios com Sara, assim eu me distraio um pouco, acho que ela ainda não percebeu o motivo de meu desconforto.

  Uma queimação novamente sobe minha espinha. Apoio uma das minhas mãos na mesa para não cair. Sem conseguir me controlar, olho em direção ao fogo.

   Desapontamento.

  Eu esperava qualquer outra coisa vinda dele, indiferença, raiva, ignorância, mas desapontamento? Seu olhos estavam mais profundos do que da última vez. Eram escuros, mas tinham uma nevoa, aquela facilidade que tínhamos de nos entender apenas com o olhar havia sumido. Tinha uma barreira me impedindo de continuar, de poder entender seus sentimentos. Eu realmente havia cometido um tremendo de um erro. E pela primeira vez percebi que não era eu quem havia saído mais afetado nessa história toda...