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História My Jujutsu Academia - O julgamento!


Escrita por: mr_nobody408

Notas do Autor


Desculpem a demora, eu acabei tendo uma semana de saco cheio e tirei um tempo de escrever também, espero que gostem!

Mais um desenho refeito, poucas pessoas vão ler isso, mas... a partir deste dia (09/02) o próximo capítulo está oficialmente em produção, explico melhor quando lançar!

Capítulo 82 - O julgamento!


Fanfic / Fanfiction My Jujutsu Academia - O julgamento!

Eu já havia perdido toda a minha noção de tempo, mesmo que eu tentasse contar os segundos, eles pareciam intermináveis e eu perdia a conta antes de se passar um minuto, tempo parecia não existir onde eu estava, seja lá onde eu esteja, ou o que tenha acontecido, as perguntas apenas fluíam em minha cabeça como se fossem disparos de uma arma.

Onde eu estava? O que havia acontecido? Quem ainda estava vivo? O que aconteceu na operação no hospital? O que aconteceu comigo? O que vai acontecer comigo?

Minha cabeça parecia prestes a explodir, minha memória parecia ter uma mancha negra no meio, como se fosse um erro de gravação, eu conseguia ouvir vozes, ver vultos, mas não fazem nenhum sentido, as vozes que eu ouço, os vultos que eu vejo, estavam todos distorcidos e borrados, incompreensíveis.

Até as memórias e vozes que deveriam ser minhas, ou pelo menos pareciam ser, eram estranhas a mim, eu não falo daquele jeito, eu não luto daquela forma, droga! Aqueles nem são os meus poderes! Por que diabos eu tenho memórias de um poder capaz de abrir uma maldita trincheira no meio da cidade?

O chão duro e frio pressionava contra as minhas pernas, que por mais que eu tentasse mudar de posição, continuavam sempre desconfortáveis e doloridas, impotentes, assim como eu mesmo no momento, impotente e sem esperanças.

Eu estava em uma sala escura, iluminada apenas por velas pequenas e fracas, que mal me permitiam ter noção do tamanho da sala, a qual tinha suas paredes cobertas por papéis com algum tipo de símbolo estranho, como se fossem aqueles talismãs de proteção que você encontra em templos budistas.

Minhas mãos estavam atadas com uma corda grossa e áspera, claramente mais apertada do que deveria estar, essa corda também estava coberta por esses papéis estranhos.

Enquanto eu examinava o que eu conseguia enxergar dessa sala, eu ouvi pegadas vindo de fora, pareciam haver várias pessoas, estranhamente eu parecia sentir algo vindo delas, mas era diferente de sentir a presença delas, era algo como uma energia, que parecia emanar de fora, tentando entrar em meu pequeno cárcere.

Os passos se aproximaram cada vez mais, quem quer que fossem meus raptores, era claro que tinham a intenção de vir para onde eu estava, se não fossem entrar, pelo menos ficariam na frente da porta, uma vez que suas sombras já eram visíveis por baixo da porta.

Com um alto estalo metálico, a porta foi aberta, a luz que passou a penetrar a sala me cegou por alguns instantes, apenas o suficiente para eu não conseguir enxergar os rostos das pessoas que passaram a ocupar todo o espaço, embora talvez fosse inútil de qualquer forma, uma vez que todos contavam com capuzes cobrindo seus rostos, então mesmo enxergando bem, eu provavelmente não veria seus rostos.

Os longos e pesados passos aos poucos foram parando, conforme mais deles entravam e o exterior da sala se tornava discernível, embora, eu não possa dizer que um corredor iluminado apenas por velas me fazia ter uma noção de onde estava, se essa informação fez algo, foi é deixar ainda menos claro onde eu me encontrava.

Conforme minha visão ia se acostumando, meu corpo também retomava lentamente as forças, como se eu fosse uma bateria e estivesse recebendo algum tipo de energia, eu estava pronto pra começar a fazer perguntas, começando por onde eu estava, porém antes que eu pudesse abrir a boca, um dos encapuzados me fez uma pergunta e, o que eu viria a ouvir em seguida, me faria calar a boca.

— Você é Katsuki Bakugo? — É sério? Eles me capturam sem nem saber quem eu sou? E como diabos eles não sabem quem eu sou? Eu sou o maldito Dynamight, Rei das Explosões Assassinas! E futuro herói Nº1!

— Sou... onde caralhos eu estou?

— Não adianta eu lhe responder essa pergunta, uma vez que não há como encontrar esse lugar no mapa e, não é como se alguém pudesse lhe salvar do destino final.

— Do que diabos você está falando? Encapuzado de merda! Vocês me capturam e nem ao menos se importam em dar explicações? Eu vou acabar com vocês quando eu me soltar dessas amarras seus merdas!

— De fato, você vai se soltar, mas quem vai estar acabado quando isso acontecer irá ser você mesmo, uma vez que vai ser apenas após sua execução.

— Do que você está falando porra!?

— Você ainda não entendeu seu pirralho? Você vai morrer, nós estamos aqui para prosseguir com a sua execução! Você é o atual receptáculo do Sukuna, e por isso, deve morrer antes que se torne uma ameaça, não apenas ao mundo jujútsu, mas a todo o Japão.

— Receptáculo do que? Para de falar em charadas filho da puta! Tá achando que eu sou detetive?

— Como assim? Você não lembra do que aconteceu em Jakku? Da destruição que causou? Da trincheira que causou no meio da cidade? Do braço que arrancou daquele titã? Sinceramente, essa foi a parte que mais me impressionou.

— Do que você est— Antes que eu terminasse de gritar, antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, minha mente foi inundada com as memórias completas do que havia acontecido, eu pude sentir todos os cheiros, ouvir todos os gritos e ver claramente toda a destruição, eu não desejaria tal coisa ao meu pior inimigo, a agonia que eu senti, somada à risada, que não me pertencia, ecoando no fundo da minha cabeça, foi o suficiente pra me fazer cair de joelhos naquele chão escuro e, botar pra fora tudo que eu ainda tinha em meu estômago.

— Oh! Parece que finalmente se lembrou do que aconteceu! — Aquele maldito sádico se divertia em ver o desespero em meus olhos, mesmo sem olhar para cima, sem ver seu rosto, eu conseguia dizer isso de seu tom de voz, esses malditos, quem quer que fossem, eram um bando de desgraçados sádicos.

Você quer que eles parem de olhar pra você como inferior não quer? Você quer que calem a boca! Você quer mostrar o quão poderoso você é, não é?

— Pare de se divertir às custas do receptáculo! Você não quer que Shibuya se repita, não é? A gente não sabe quanto controle ele ainda tem sobre Sukuna, seria uma desgraça se ele assumisse o corpo agora!

— Qual foi?! Somos mais de vinte! E ele apenas recebeu uma fração do poder dele, não é como se ele fosse páreo pra todos nós! O mais fraco de nós é grau dois!

— Não subestime Sukuna! Eu estava em Shibuya quando aquilo aconteceu, e vai por mim, mesmo que fosse em escala reduzida, mesmo com apenas uma fração de seu poder, eu apostaria em Sukuna numa luta contra nós.

O cara que estava me provocando antes deve ter fiado envergonhado, ou pelo menos, desmotivado após levar uma bronca dessas, porque, após isso, ele apenas me ergueu bruscamente pelo braço, claramente sem se importar em deixar uma marca roxa no mesmo.

— Vamos logo seu merdinha! Hora da sua execução! — exclamou enquanto me arrastava pelos corredores escuros de onde quer que eu esteja.

— DO QUE CARALHOS VOCÊS TÃO FALANDO?! VOCÊ FICA FALANDO DE EXECUÇÃO ISSO, EXECUÇÃO AQUILO, MAS POR QUE DIABOS EU VOU SER EXECUTADO? E SOB QUAL AUTORIDADE? VOCÊS PRIMEIRO ME CAPTURAM E AGORA QUEREM ME MATAR SEM NEM EXPLICAR ANTES!? NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA!

— Pra falar a real... o moleque não tá errado não! É realmente algo moralmente certo a gente matar um moleque de dezesseis anos, secretamente e sem ao menos explicar para ele? — disse um dos extras que me acompanhavam.

— OBRIGADO! PARECE QUE NÃO TEM APENAS MALUCOS AQUI!

— Você realmente tá falando de moral agora? O moleque tem um ser milenar no corpo, que pode apagar uma cidade do mapa com um movimento de mãos se quiser, e você tá falando de moral e justiça?

— Bom... não é como se ele tivesse pedido pra se tornar um receptáculo e, o corpo principal e a parte que a gente está executando ainda é de um moleque de dezesseis anos, não é como se a gente pudesse usar o Sukuna como desculpa pra isso, até porquê, ele não fez nada com esse corpo ainda.

— Você não viu o que aconteceu em Jakku?

— Honestamente, considerando que aquele maluco, o tal do Shigaraki, deletou uma cidade inteira, o Sukuna só decepou o braço daquele vilão gigante... o que cá entre nós, não foi tão ruim assim... eu acho que a gente devia dar uma chance pro moleque, já que são menos pedaços do Sukuna, talvez seja uma chance melhor de acabar com ele do que foi com o Itadori...

— Você tá realmente defendendo a vida de um psicopata possivelmente genocida enquanto a gente está o levando pra própria execução?

— Eu não estou defendendo a vida de um psicopata, eu tô defendendo o direito de viver de um jovem de dezesseis anos!

— A maioria das pessoas concordaria que são basicamente a mesma coisa... além de concordar com a execução...

— Às vezes a maioria pode ser composta de imbecis...

O homem que me carregava parou bruscamente de andar, me jogando com força no chão, antes de se virar para o homem que tentava me defender com suas palavras, eles se encaravam intensamente, era possível enxergar a inimizade crescente entre os dois no ar, que parecia ficar mais denso a cada segundo.

— Você está querendo insinuar alguma coisa? — Ele posicionou seus braços ao lado de seu corpo, como se preparasse para sacar espadas, ou talvez armas, para atacar seu companheiro, que não parecia impressionado com sua atitude, uma vez que sua postura continuou desleixada.

— E se eu estiver...? O que um simples grau dois vai fazer contra mim? — A única coisa que ele fez foi se inclinar, mas ainda assim, todos os outros encapuzados se afastaram, demonstrando medo, esse cara... esse cara é tão poderoso assim? Eu apenas teria essa resposta muito tempo depois, mas naquele momento, eu apenas segui os meus instintos e também me afastei, me arrastando pelo chão, até encostar na parede, apenas encarando a discussão que se desenrolava em minha frente.

— Grau dois você diz né? Você vai ver o grau dois na sua cara! — Eles estavam prestes a engajar em uma luta, eu pude ver o homem que queria me executar erguer seus braços e sacar várias facas, enquanto o que me defendeu continuou sem se mover, apenas esperando o que quer que viesse a seguir.

— Muito bem rapazes, sem usar suas técnicas nos corredores, vocês não são mais alunos, eu sei e por isso mesmo eu não deveria ter que lhes dizer isso! — Um velho simplesmente apareceu no meio dos dois, os empurrando e afastando um do outro.

— Ga-Gakuganji—sama! — exclamou um dos encapuzados, numa mistura de surpresa e desespero. — O que o senhor está fazendo aqui? Não me diga que veio presenciar pessoalmente a execução?

— Hohoh! Vejo que minha correspondência não chegou a tempo em Quioto! Eu quero fazer questão de presenciar a execução de Sukuna, da ultima vez que apenas me disseram ter eliminado o receptáculo, perdemos metade de uma cidade e mais de centenas de milhares de civis.

Todos ali pareceram se encolher com a fala do velho, todos menos eu, é claro, que ainda não tinha a mínima ideia do que diabos eles estavam falando, de quem eram Sukuna, Itadori ou que diabos aconteceu em Shibuya.

O velho se aproximou de mim, andando tão devagar que chegava a ser irritante o quão lerdo ele era. — Então você é o receptáculo dessa vez? Não me impressiona... me parece ser mais chato que o anterior, talvez por ser mais velho... não sei... eu quase tenho dó dele...

— Eu não quero sua piedade velho, eu quero respostas, onde diabos eu estou?

— Quioto! Ou melhor, escondido em Quioto, não se preocupe, pode gritar à vontade, ninguém vai te encontrar...

— Ok... uma resposta, agora... POR QUE DIABOS EU TÔ SENDO EXECUTADO? QUEM DIABOS É SUKUNA E POR QUE ELE TÁ DENTRO DE MIM?!

— Sukuna é um homem de dois mil anos atrás, que era tão poderoso que nem a morte pôde pará-lo!

— Gakuganji—sama!

— O que foi? Se o garoto vai morrer, pelo menos que ele saiba o motivo

Quem diabos é esse velho, e por que ele tá tão tranquilo?

— Muito bem, se você quer saber mais, vamos andando enquanto eu lhe explico tudo.

— Já que eu não tenho outra opção mesmo... — Eu disse, enquanto me levantava, seguindo o velho em seguida.

Nós continuamos seguindo pelo corredor, onde haviam mais encapuzados a cada alguns metros que andávamos, eles ficavam com as costas na parede até passarmos por eles, após isso eles passavam a nos seguir pelo corredor.

— Muito bem, você deve estar confuso, não? Você estava em Jakku e, de repente você recebe um ataque desconhecido, desmaia e acorda em Quioto prestes a ser executado, deve ser um choque e tanto.

— É... e o fato de ninguém me explicar nada não ajuda...

— Vai ser um prazer lhe explicar, mas eu suspeito que eu tenha que começar desde o começo...

— Eu não tô com pressa nenhuma!

— Heh... eu imagino que não! — O velho parecia se divertir com a nossa conversa, mas ele logo tomou um semblante sério novamente, e voltou a falar. — Todo ser vivo, é capaz de produzir algo que chamamos de energia negativa, que flui a partir dos seus medos e pensamentos e, quando essa energia negativa se acumula sobre algum lugar, pessoa ou ideia, esse acumulo resulta em uma maldição, e para evitar que essas maldições causem caos, existem os xamãs, que lutam contr—

— Xamãs...

— Oh... então vejo que já é familiar com a palavra?

— Não exatamente... eu já ouvi essa palavra algumas vezes, e agora ela me parece mais familiar por algum motivo...

— Provavelmente por causa de Sukuna em seu corpo... suas memórias e as dele devem estar se conectando!

— Quem é esse tal de Sukuna, afinal?

— Ryomen Sukuna foi um Xamã que viveu há dois mil anos atrás, discutivelmente o xamã mais poderoso que já viveu, ele era tão poderoso e tão temido, que ao ser morto, por um complô entre os demais xamãs mais poderosos, ele se tornou uma maldição e, mesmo após ser exorcizado, não foi o suficiente para mata-lo, e seu corpo teve de ser fatiado e seu poder foi selado, originalmente em vinte dedos de suas mãos...

— Calma lá... como diabos “vinte dedos de suas mãos”?

— Ele tinha quatro braços!

— Ah...

— Sim... bizarro...

— Totalmente...

— Anualmente, cerca de dez mil pessoas morrem de maneiras misteriosas ou inexplicáveis, mas a verdade é que essas mortes são causadas por essas maldições que eu mencionei e, isso apenas serve para as fortalecer, uma vez que começam a surgir boatos e lendas sobre essas maldições.

— Então quanto mais pessoas acreditam ou pelo menos propagam essa energia negativa, mais fortes as maldições ficam?

— Basicamente, você entende rápido, me surpreendeu!

— Eu não sou o melhor à toa!

Ele apenas deu risada e seguiu com a explicação.

— Enfim, energia negativa, e consequentemente, energia amaldiçoada, tendem a se acumular mais facilmente em lugares que pessoas costumam aglomerar, como escolas e hospitais, e quanto mais sentimentos negativos se relacionam a esses lugares, maiores são as chances de uma maldição aparecer e marcar esses locais como seu “território” ou “domínio”, nesse momento, é como se você fosse o domínio de Sukuna.

— Eu sou um “domínio”...?

— É mais complexo que isso... — Ele suspirou mais uma vez, se preparando para mais uma explicação longa. — Veja bem, há alguns anos, houve um outro receptáculo do Sukuna, chamado de Yuji Itadori, só que, diferente de você, ele não era exatamente uma pessoa comum, ele era o que chamamos de feto amaldiçoado.

— “Feto amaldiçoado”... — Por algum motivo, aquele velho passou a me soar muito suspeito...

— Sim, porque ele não era o fruto de uma reprodução humana normal, mas sim o fruto de um humano com uma maldição, feito especificamente para se tornar o receptáculo do Sukuna, conforme o plano de outro ser milenar, que queria reviver a “Era de Ouro” do Jujutsu, não sei se você se lembra do incidente em Shibuya, onde metade da cidade foi apagada do mapa em um instante...

— Sim eu lembro... disseram que foi um ataque de vilão, mas as pessoas que viram de longe, disseram não ter visto nada no local.

— Precisamente... mas... você já deve ter entendido, pelo rumo da conversa, quem foi o verdadeiro culpado.

— Sukuna...

— Que bom que não precisei falar... — disse com um sorriso falso naquele maldito rosto enrugado. — Oh! Parece que chegamos! Estava tão imerso na nossa conversa que nem percebi o corredor acabando!

— Pois é...

— Não vai tentar fugir? Revidar? Negociar a sua vida?

— Eu sequer tenho essas opções?

— Não!

— Então vai se foder!

— Os jovens costumavam ter mais respeito...

— Que seja... — Eu encarei a porta em minha frente, ela também continha vários daqueles talismãs, aparentemente usados para suprimir energia amaldiçoada.

Desde quando eu sei disso?

A porta foi aberta por um daqueles encapuzados, revelando uma sala grande, onde inúmeras outras pessoas se encontravam sentadas, essas sem estarem encapuzadas e, alguns deles até me pareciam familiares, um deles em especifico, pareceu agitar Sukuna, que eu ouvi falar alguma coisa.

Megumi...

Que seja... eu não vou me preocupar com isso agora que eu não tenho mais tempo...

[...]

— Começa agora, a execução secreta de Katsuki Bakugo! — disse um homem mascarado, em cima de um pequeno palco com um palanque, na sala onde se encontravam as testemunhas. — Que fique claro que todos aqui fizeram um contrato de sigilo, o qual não os permite levar para fora deste local, ou contar para qualquer pessoa que não esteja aqui presente, sobre os fatos que ocorrerão a seguir e, a possível quebra deste, resultara em uma punição imprevisível e inevitável.

O clima parecia tenso no local, algumas das pessoas ali estavam claramente desconfortáveis, talvez fosse a futura presença de Sukuna no local, talvez fosse o fato de estarem prestes a condenar um jovem de dezesseis anos por algo que não tinha controle nenhum, independente do que fosse, algumas das testemunhas estavam prestes a desmaiar ou vomitar, talvez até os dois.

O homem mascarado pegou um pergaminho empoeirado e amarelado, quase desmontando ao toque, e o desenrolou, o levando para a frente de seu rosto e o lendo em voz alta.

— No caso de aquele prestes a ser executado estar amaldiçoado, ou possuído de alguma forma, por uma maldição de pelo menos quatro gerações anteriores, o mesmo deve ser julgado de acordo com as leis da época baseado no nível de ameaça que o mesmo apresenta para a sociedade atual, desconsiderando seus direitos legais e humanos perante à sociedade não xamã. — gritou.

— Me parece bem conveniente essa lei... — sussurrou uma das testemunhas para a mulher ao seu lado.

— O que você esperava de uma lei escrita pelos figurões conservadores? Eles fazem de tudo pra amaciar o próprio ego e e tentar parecer mais fortes... — sussurrou de volta a mulher.

— O réu em questão, Katsuki Bakugo, está possuído pelo espirito amaldiçoado de Ryomen Sukuna, o qual representa perigo imediato à sociedade e, portanto, de acordo com a legislação da época, e o fato de ser uma ameaça de grau especial, deve ser executado de imediato, antes que possa causar mais danos ao país Japão e, ou, outros.

Houve uma pequena comoção entre as testemunhas, talvez, eles ainda não pudessem acreditar que Sukuna realmente havia voltado e estava prestes a ser eliminado novamente.

— Entrem os executores e o réu, por favor!

No fundo da sala, uma porta se abriu, revelando Katsuki, que tinha um pano preto cobrindo se rosto, sendo acompanhado por Gakuganji e mais outros dois feiticeiros, que pareciam não se dar tão bem.

Os executores e Gakuganji conduziram o loiro até o palco, tirando o palanque da frente e colocando o garoto de joelhos, enquanto os dois executores amarravam os braços e as pernas do garoto, não deixando de pendurar os talismãs de supressão nas cordas.

— Muito bem rapazes, prossigam com a execução! — ordenou Gakuganji, ao tirar o pano do rosto do garoto.

O homem que anunciava a execução deu uma tossida, chamando a atenção para si, antes de voltar a falar. — Muito bem, estes dois cavalheiros irão ao mesmo tempo, disparar os ataques mais poderosos, rápidos e indolores que suas técnicas permitem, no entanto, apenas um deles será a causa de sua morte, tirando assim, o peso de sua morte de ambos.

— O certo não seria ter vários feiticeiros? Ao invés de dois? Assim como as execuções por fuzilamento costumavam ser? — sussurrou novamente a testemunha.

— Só segue o fluxo... o resultado é o mesmo no final... — respondeu a mulher.

— Muito bem... comecem a execução!

Os dois homens entraram em posição de ataque, carregando suas técnicas, de um deles, sangue começou a escorrer por entre seus braços, carregando o que parecia ser uma granada de sangue.

Enquanto o outro, ergueu os braços ao lado de sua cintura, se preparando novamente para sacar suas lâminas, que aos poucos iam aparecendo ao lado de seu corpo.

Ambos estavam preparados para executar o loiro, seus olhares cheios de determinação e confiança, eles não estavam apenas executando um garoto, mas protegendo o país, se não o mundo com isso.

Ao ver seus executores liberando seus atques, Katsuki simplesmente baixou a cabeça e aceitou seu destino, desta vez, ninguém viria lhe salvar, desta vez, morreria de uma vez por todas, sem chegar perto de realizar seu sonho de se tornar o herói numero um, sem sequer terminar seus estudos na tão sonhada Yuuei.

Tão grande era sua submissão ao inevitável destino e tão pouca era a sua vontade de resistir, que nem sequer ouviu os gritos de surpresa das testemunhas, ao verem a porta de entrada para o local abrir violentamente, com tamanha força que se desencaixou de seu batente, caindo no chão com um baque ensurdecedor.

O loiro apenas recuperou sua consciência alguns segundos após se tocar que os ataques nunca alcançaram seu alvo e, em sua frente, uma presença familiar, mas ao mesmo tempo diferente apareceu.

— Minha nossa... você tá um caco, nunca imaginei que fosse te ver com a cabeça baixa assim, o que diabos esses caras fizeram com você? Kacchan...

É claro... o maldito nerd que sempre aparece onde não é chamado nem desejado, que se preocupa até com um merda como Katsuki, que sempre tentou o afastar.

Os dois se encararam por um momento, era como se nem se conhecessem mais, mesmo sendo amigos de infância, alguns dias era tempo o suficiente para torná-los em total desconhecidos, o olhar determinado e afiado que ambos normalmente tinham, agora era apenas cansado e sem brilho.

Katsuki respirou profundamente antes de responder Izuku. — Olha quem fala, Nerd... o que aconteceu com você e o seu cabelo? Te acertaram com um caminhão de alvejante? — disse, com um leve sorriso convencido.

— Bom ver que seu senso de humor não morreu antes de você!

— É preciso muito mais do que isso pra me derrubar!

— Meio irônico você falar isso logo quando está de joelhos no chão.

— Vai se ferrar Nerd!

— Agora sim, você voltou ao normal, por favor, continue assim, é bizarro te ver de outro jeito.

— Você não vai ter que se preocupar com isso depois de eu ser executado.

— Aí é que está, você não vai mais! — respondeu Izuku de maneira tranquila.

— Hã? — perguntou Katsuki.

— O que? — disseram os dois executores ao mesmo tempo.

— Como...? — questionou Gakuganji.

— O QUE!? — exclamaram todas as testemunhas.

— Não inventa Nerd! Você não sabe o que tá acontecendo aqui!

— Oh! Eu sei bem mais do que você imagina Katsuki, eu sei sobre o Sukuna, eu sei sobre o que ele fez, sobre o que ele pode fazer e mais do que isso, eu tenho uma ideia melhor do que só te matar e desperdiçar a chance de exorcizarmos Sukuna de uma vez!

— Uma ideia melhor...? — interrompeu Gakuganji, se aproximando dos dois garotos.

— É claro! Vamos juntar o resto das partes do Sukuna e o exorcizar de uma vez no final!

— Essa é uma ideia estupida, da última vez que tentamos isso perdemos metade de um distrito em Tóqui, além de incontáveis vidas de feiticeiros e humanos! Como você quer justificar corrermos esse risco mais uma vez?

Izuku apenas abriu um sorriso em seu rosto, demonstrando uma emoção pela primeira vez desde que chegou no local, com um sorriso convencido, mas ao mesmo tempo, intenso e ameaçador.

— Eu imaginei que alguém diria isso, ainda mais sabendo que, mais uma vez, essa execução secreta foi coisa dos figurões conservadores no topo, só não imaginei ver você em pessoa, senhor Diretor!

— Já fazem alguns anos que eu não estou no comando da escola de Quioto, caso não saiba..., mas é esperado que um intruso como você não esteja ciente, garoto...

— Oh, sinto muito, eu estive afastado do mundo Jujutsu desde o meu nascimento, eu ainda estou me atualizando sobre algumas coisas...

— E mesmo assim você tem a audácia de aparecer aqui de repente e fazer uma proposta absurda dessas, sem nem ao menos dizer quem é...

— Oh! — O garoto realmente pareceu surpreso, novamente mostrando uma nova expressão em seu rosto, que começou a corar aos poucos, antes de forçar uma tosse e voltar à por uma expressão confiante em seu rosto. — Meu nome você diz...? — O garoto se virou para as testemunhas, se curvando, em um sinal de apresentação. — Eu sou Izuku Midoriya, filho de Hisashi Midoriya e Inko Gojo, um dos últimos herdeiros vivos do clã Midoriya e atual portador dos Seis Olhos e do Infinito, é um prazer finalmente fazer parte desse mundo!

 A atmosfera na sala se intensificou imediatamente após essa bomba, o ar estava tão denso que tornava a respiração de todos mais difícil, mesmo aqueles que já sabiam, como Megumi, Maki e Yuuta, não podiam deixar de prender a respiração instintivamente.

Até mesmo Gakuganji, com sua calma e serenidade, arregalou os olhos e deixou seu queixo cair, enquanto suas mãos tremiam. — I-isso... é impossível! A Inko nem sequer possuía uma técnica amaldiçoada!

— Se você não acredita, você pode simplesmente olhar nos meus olhos e dizer o que acha... é claro, se você tiver coragem...

O velho engoliu em seco, esse comportamento, essa desforra, o garoto era claramente um membro do clã Gojo e, a aura que o circulava claramente servia como prova para a força do garoto, e se tinha uma coisa que Gakuganji aprendeu depois de anos convivendo com Satoru Gojo, é que não há como contrariar um portador dos Seis Olhos.

Suspirando fundo, o ancião desistiu de argumentar, se voltando para o garoto mais uma vez. — Muito bem... acho que não temos outra opção senão aceitar o seu plano, então faça o favor de explicar melhor...

Izuku sorriu de orelha à orelha com a desistência do mais velho. — Muito bem! Meu plano é o seguinte...

[...]

Após explicar seu plano, Izuku agora se encontrava sentado no chão, ele e Gakuganji eram as últimas pessoas na sala, juntos de Katsuki, que ainda estava amarrado e de joelhos, Gakuganji havia se sentado em uma das cadeiras e ouvia atentamente o que o garoto falava, a expressão em seu rosto denunciava o quão impressionante Izuku poderia ser, depois de passar dez minutos falando.

— Entendo... é um bom plano, e definitivamente mais seguro do que foi com Itadori...

— É porque dessa vez, ao invés de simplesmente sumir com ele e de repente aparecer com ele vivo no evento de intercambio, eu tirei parte do meu tempo pra negociar, diferente do que Satoru fez.

— De fato..., mas nós também temos uma desvantagem, por não sabermos qual é o plano dos vilões dessa vez, All for One é uma variável no seu plano, é bom que você esteja levando isso em conta.

— É claro que eu considerei isso, acontece que ele não é o meu foco, já que os feiticeiros não têm como se envolver com assuntos heroicos e já temos mais do que heróis o suficiente pra eu não ter que me preocupar com isso.

— Entendo... e quanto ao seu tio? Takeshi? Você também não sabe seu paradeiro, a técnica inata dele é igualmente poderosa, se ele estiver do lado dos vilões...

— Eu duvido, depois de enfrenta-lo e conversar com Tengen, eu acho que entendo os motivos dele, é algo pessoal, ele não se uniria a eles.

— Você já conversou com o mestre Tengen?

— Mais ou menos... eu acho que ele não gostou muito de mim.

— Compreensível.

— Calado!

— De qualquer forma, eu espero que você cumpra a sua parte do plano, seria um incômodo se não o fizesse.

— Se não confia em mim, nós sempre podemos fazer um contrato, o que me diz?

— Um contrato...

— Você e o mundo jujútsu não entram no meu caminho pelos próximos dois anos enquanto eu derrubo All for One e os vilões e no final eu mesmo me encarrego de exorcizar Sukuna ou executar Katsuki.

— É um acordo bem desvantajoso para você... você quer colocar todo esse peso nas suas costas?

— É claro que não, vocês só não podem me atrapalhar, mas com certeza podem, e vão, me ajudar nessa luta.

— É claro... você não deixa nada passar hein garoto...

— É de família! — respondeu, estendendo o braço para um aperto de mão. — Então, temos um contrato?

— Depois de você me explicar tudo isso e com essas condições? É claro. — O velho correspondeu o aperto de mão, selando afinal o contrato entre os dois. — Mas deixe me perguntar, por que dois anos?

— Porque eu queria que o Katsuki pelo menos pudesse se formar como herói, ele dedicou tanto tempo da vida dele por isso, e eu acho que seria injusto ele nem ao menos ter a chance de conseguir isso.

— Você... realmente é outra coisa Izuku Midoriya...

— Eu apenas dou o meu melhor.

— Às vezes isso é até mais do que o necessário.

— Eu acho que sim...

[...]

— Você podia apenas ter me deixado ser morto, Nerd, não precisa se arriscar tanto assim. — disse Katsuki, olhando para Izuku.

— É verdade... eu poderia ter feito isso, mas não o fiz, sabe por que? — perguntou, com um pequeno sorriso começando a aparecer em seu rosto. — Por que parecia que você estava pedindo ajuda! — Completou, com um sorriso tremulo se formando em seu rosto, enquanto algumas pequenas lágrimas começavam a escorrer.


Notas Finais


Já estamos em outubro... daqui a alguns dias a fic vai fazer um ano que está sendo lançada... talvez eu faça algo especial sobre ela... quem sabe...

Espero que estejam gostando, se tiverem sugestões, dúvidas, teorias, elogios ou críticas, sintam-se à vontade para usar os comentários, eu sempre leio e costumo responder!

Se cuidem, bebam água, lavem as mãos, fiquem em casa e se tiverem que sair, usem máscara! Fiquem bem! Bjos do autor e até a próxima!


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