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História My life as a doll - Mais um dia monótono


Escrita por: Kaminna

Capítulo 2 - Mais um dia monótono


Dizem que quando o céu está limpo, os pássaros cantam, a brisa calma e tranquila paira pelo ambiente, é porque uma tempestade se aproxima.

Mas não falo de uma tempestade com chuva, vento e raios, e sim em um sentido mais filosófico. Talvez para minha infelicidade o dia estivesse exatamente deste jeito. Estaria eu me tornando parte dessa filosofia?

Meu relógio me despertou exatamente as 5 e 12 como de costume. Sou aquele tipo de pessoa desinteressante que segue uma rotina, um ser humano comum, com uma vida comum, que todos dias acorda às 5 e 12, abre a janela, toma banho, toma café, e vai para a escola. Muito prazer sou Tsuji Jun, moro sozinho em um pequeno apartamento pago pela minha família, e estudo em uma boa escola. Tenho 1,63 de altura, olhos castanhos escuros, cabelo curto escorrido de coloração castanha. Sou aquele tipo de pessoa que não se destaca na multidão, e bem, eu prefiro que seja assim.

 Tranquei a porta do apartamento e olhei para o céu, levando a mão ao rosto impedindo que os raios de sol me cegassem. Eram 6 horas e 05 minutos, e haviam poucas nuvens no céu, pássaros cantavam, crianças corriam felizes de um lado para o outro, e eu já podia avistar alguns estudantes com o mesmo uniforme que eu estava.

Não corri em direção a eles, ou mesmo me importei, como disse anteriormente sou do tipo que não se destaca. Isso não significa que não tenha amigos, apenas não gosto de ficar andando em bando.

A maioria dos alunos da minha escola gostam de manter-se em um grupo de pessoas, saem para ir ao karaokê, lanchonete, vão juntos para a escola, e tudo mais, eu por outro lado prefiro apenas sorrir e acenar, talvez esse pudesse se tornar meu lema, “apenas sorria e acene”. Acho que já vi isso em algum lugar, bem, pode não ser uma criação minha, mas é uma ideologia de vida que eu ficaria feliz em seguir.

Continuei caminhando vagarosamente e despreocupadamente pela rua. Minha escola não era tão longe assim, de maneira que eu preferia acordar cedo para poder ir caminhando e aproveitar o ar puro do que sair apressado para pegar um trem lotado de pessoas.

Estava tudo bem e tranquilo, eu caminhava fitando o céu e as arvores, até minha atenção ser tomada por um cheiro agradável de rosas que adentrou nas minhas narinas, eu respirei suavemente e então soltei aquele ar. Virei o rosto para o lado no exato momento em que ela passou por mim...

Eu não a conhecia pessoalmente, apenas havia ouvido falar dela, seu nome? Ishihara Arashi!

Ishihara é o tipo de garota que chama a atenção, ela tem lindos cabelos longos e acinzentados, seus olhos azuis tem uma tonalidade um pouco escura, que dependendo da maneira que se olha pode ser confundido com purpura. Ela é delicada, inteligente, prestativa, esta sempre bem arrumada e cheirando a rosas, arrancando suspiros onde quer que passe.

Acho que nesse ponto não sou diferente dos outros alunos, é difícil não reparar na Ishihara, o difícil seria ela reparar a mim.

Levei a mão a boca tentando conter um possível riso, enquanto pensava o quão ao fundo do poço eu estava. Não por pensar na Ishihara naquele momento, e sim por me lembrar que o Valentine’s Day estava próximo.

No ano passado eu havia ganho apenas um Giri Choco (chocolate obrigatório), e eu tenho quase certeza que aquele chocolate seria dado para outra pessoa que acabou recusando...

Apertei o punho da mão direita enquanto uma pequena e solitária lagrima escorria pelo meu rosto – Kami-sama... o que estou fazendo com a minha vida??— Pensei comigo mesmo.

Após esse momento de drama eu dei um longo suspiro e continuei caminhando. A Ishihara já estava a uma boa distancia de mim, apesar de toda aquela delicadeza ela era bem rápida. Não demorou muito e um grupo de garotas passou por mim correndo indo na direção da Ishihara, essas desequilibradas quase me atropelaram, podiam ao menos ter pedido licença.

Levou cerca de 45 minutos até chegar a escola, acho que com isso dava para ter uma ideia da distancia daqui até minha casa.

— Ei Tsuji!!! — Gritou uma voz já familiar a mim, um garoto alto de cabelos loiros e arrepiados, era o Sonma.

Ele se senta atrás de mim na sala, talvez seja a pessoa mais próxima nessa escola. As vezes comemos juntos, e até trocamos lição de casa, entre outras coisas.

— Cara preciso de um favor!!— Ele dizia enquanto juntava as mãos como quem esta desesperado – Você fez a lição que o professor passou ontem??

Eu estava com um sorriso no rosto, mas logo que ouvi a palavra lição, minha expressão lentamente foi mudando para desespero – Li-lição?

Nós nos entreolhamos e sincronizadamente corremos na direção da sala de aula.

Sonma era bem mais atlético que eu, então ele passava pelo corredor como um raio, esquivando-se de tudo e de todos a sua frente. Eu por outro lado, não era nem mesmo bom nos esportes, meu tempo na pista de corrida era um dos piores da sala, então ele rapidamente me deixou para trás. Minha ultima visão do mesmo foi quando ele virou a direita no final do corredor, a essa hora ele já deve estar terminando de subir as escadas, e eu... bem eu estou na metade do caminho, correndo como um verdadeiro perdedor, posso até ouvir as vaias da torcida...

Eu já estava exausto e suado, quando finalmente fiquei a um passo do final do corredor. Decidi juntar todas minhas forças restantes e em uma explosão de adrenalina tentar correr como nunca, porém assim que coloquei meu plano em pratica e fiz a curva acabei batendo de frente com algo que me jogou para trás.

Eu me levantei lentamente, e quando olhei a minha frente meus olhos se arregalaram, ali no chão estava Ishihara e uma boa quantidade de livros velhos – Tenha mais cuidado! — Ela me repreendeu enquanto se levantava.

Mesmo parecendo estar um pouco nervosa pelo ocorrido, sua voz parecia macia como seda, talvez eu jamais tivesse chegado tão perto dela como agora, para falar a verdade essas foram as primeiras palavras que trocamos até hoje. Ela abaixou-se para pegar suas coisas, eu obviamente me prontifiquei a ajuda-la – M-me desculpe! — Eu dizia enquanto entregava a ela os livros que peguei.

— Tudo bem! — Disse ela ainda com uma expressão série no rosto – Só tenha mais cuidado da próxima vez.

— Sim, eu prometo que terei! — Abaixei lentamente minha cabeça em 10 graus enquanto me desculpava.

Ela parecia ter aceito as desculpas, mas ainda assim eu estava um pouco ressentido com o que havia acontecido, criei coragem e corri até ela – Pode deixar que eu levo esses livros. É o mínimo que posso fazer.

A princípio ela pareceu meio confusa, e então sorriu entregando aquela pilha com mais ou menos 15 livros a mim – Se isso vai te fazer feliz! — Ela brincou. Isso para mim era um bom sinal, eu estava redimido – O sensei me pediu para levar esses livros velhos até o depósito próximo a pista de corrida!

— O deposito é...?! — Minha voz soou meio desanimada pois a pista de corrida ficava um pouco distante do prédio principal, onde estavam as salas. Conclui que não conseguiria chegar a tempo para fazer minha lição.

Ela me entregou a chave, e acenou enquanto se despedia. Dei um suspiro, e rumei para o local, me arrependendo seriamente de ter seguindo minha consciência.

Quando cheguei ao deposito pude ouvir o sinal bater – Que ótimo! — Praguejei, enquanto observava que já não tinha praticamente ninguém por ali, possivelmente já estavam todos em suas salas.

Coloquei os livros no chão e com a chave que Ishihara havia me dado abrir a porta.

O deposito não estava tão sujo quanto imaginei, havia muita coisa ali, uma grande cesta com várias bolas tanto de futebol, vôlei quanto basquete, uma estante com vários livros velhos, onde possivelmente eu deveria colocar aqueles que trouxe, e caixas, muitas caixas lacradas.

Dei de ombros e com dificuldade caminhei pela sala, tentando desviar das caixas no chão, o que não era uma tarefa simples já que a luz do deposito havia queimado e ninguém se deu ao trabalho de trocar, a pouca iluminação que havia ali era graças à luz do sol que passava por uma janela.

— Prontinho, missão cumprida! — Disse aliviado com a tarefa cumprida, levei as mãos a cintura e respirei aliviado.

Meus olhos por alguns instantes percorreram aquele deposito, realmente havia muita coisa ali, não faria mal algum dar uma olhadinha, pensei comigo. Eu já estava atrasado mesmo, o que tinha a perder?

Primeiro dei uma olhada na estante de livros, haviam alguns bem antigos ali, pela data tinham cerca de 12 anos, imaginei que eles deveriam estar dentro de uma caixa e não ali juntando poeira, mas quem era eu para dizer onde as coisas deveriam estar?

Dei uma olhada em algumas caixas abertas, em um canto da sala – Uau, troféis!! — Eram alguns troféis antigos que talvez a escola tivesse ganho, mas a grande maioria estava quebrada.

Ainda mais ao canto notei que havia um pano cobrindo algo, fui até lá e removi o pano, era um espelho – Mas porque será que tem um espelho aqui? — Pensei e imaginei que deveria pertencer a algum clube antigo da escola, e então olhei a direita do espelho e ali havia uma outra caixa, esta era maior que as outras e estava aberta.

Caminhei lentamente em sua direção e me abaixei olhando em seu interior – Nossa...



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