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História My Little Light - O Desejo... Dela


Escrita por: Viihproject0

Notas do Autor


oiii <3 bem?
Bom, amanha vou ta meio ocupada entao decidi postar hoje.
E o cap já tava prontinho int pq nao, huh? u.u

Boa leitura <3

Capítulo 4 - O Desejo... Dela


Os dias outra vez voavam. Com meninas novas indo e vindo. O castelo estava outra vez um caos. Havia uma fofoca na cozinha que contava sobre os dois homens que tentaram invadir na noite passada e sobre como a Lady “cuidou” deles. 

 

Com gritos de misericórdia na noite confirmando as dúvidas. No dia seguinte, as 3 meninas pareciam brilhar de bom-humor. Provavelmente haviam espantalhos novos no jardim.

 

A entrada de homens no castelo era proibida. Por algum motivo que, curiosamente, ninguém sabe. Só se sabe que no fim eles viram espantalhos no jardim. Ouvindo assim, parece até lenda local. Pode ser lá fora e na vila, mas não aqui atrás dos muros e dentro das paredes do castelo Dimitrescu.

 

E assim como os dias, a relação da Lady e sua donzela também voava perante nossos olhos. A rotina não mudou muito. Luminita continuava levando o vinho matinal da senhora e ficando o dia todo lá, mas agora... a Lady também requisitava a presença da menina à noite em seus aposentos.

 

Outra forma dela apenas admirar sua Joia intocável. 

 

Sim, intocável. Ninguém sabe como exatamente começou, mas de repente Luminita recebia tratamentos diferentes das outras empregadas. A "empregadinha pessoal da megera!" 

 

Isso com toda certeza ninguém ousava dizer em voz alta, mas todas, senão a maioria compartilhavam o pensamento.

 

Inveja.

 

Raiva. 

 

Medo. 

 

Circulavam por trás das fofocas.

 

De repente ela era importante novamente e todo mundo no castelo falava dela. Mas não como antes, onde ela era uma desastrada que estava com o pescoço na lâmina, não… ela era “A favorita das Dimitrescu”.

 

Um título e tanto, né?

 

Talvez. 

 

Porém, a menina não sabe reconhecer que já não é mais uma empregada comum. Ela diz que continua sendo uma de nós e em parte acho que ela fala a verdade. De fato os dias continuavam com ela limpando isso e aquilo, fazendo chá para os encontros familiares e ficando por lá, na maioria das vezes. 

 

Irina contou ter ouvido risadas e o nome de Luminita sendo citado casualmente. Como se fizesse parte dali..

 

É, de repente ninguém mais sabia com certeza o que acontecia. Mas sabíamos que Luminita não era uma de nós, ela estava em um “rank” muito maior.

 

Na sua segunda primavera, Luminita já sabia se situar bem no castelo, pra lá e pra cá com um balde e um esfregão, o chão lustrado, inúmeros desatinos e um sorriso satisfeito no rosto pálido. Os cabelos já estavam um pouco abaixo da nuca. A menina nem parecia se lembrar de que no ano passado perdia seus longos cabelos pelas mãos da mulher de que hoje é tão leal.

E talvez, até havia os cortado nas últimas semanas. Com certeza deveriam estar maiores, não?



 

Era uma manhã um tanto quente. As mangas dos vestidos arregaçadas até os cotovelos e suor pingando de uma testa aqui e ali. Para Luminita não era diferente.

 

Ela descia as escadas animadamente na direção do quarto da condessa. Hoje elas tinham um convidado especial, praticamente o único homem permitido no castelo. O Duque. Um homem gentil e falante, com um sotaque francês que ele insistia em mostrar quando falava o sobrenome da Lady. 

 

Em um dia não muito longe, ela estava esperando do lado de fora da sala, com o corpo praticamente todo escondido, ela estava atrás da grande Condessa, como se ela fosse um escudo para Luminita. Sua Lady tratava de negócios com o curioso e enorme homem. 

 

“Dimitress”.. era assim que Luminita havia ouvindo, querendo ter rido com o jeito engraçado que o homem falava, ou, até mesmo da expressão de sua Lady, mas não se atrevendo.

 

Luminita olhou para o lado, onde enxergou a porta aberta e o grande homem loiro sentado, fuçando nas suas velharias e tesouros. Luminita tentou não se distrair com as bugigangas infinitas e não ficou muito, continuando seu caminho com a grande garrafa em mãos. Hoje a Lady já havia tomado uma garrafa inteira, lidando com negócios do vinhedo, assuntos com a Grande Mãe Miranda e anotações que a menina desconhecia.

E só de lembrar da forma rápida que a caneta dançava pelos papéis ela já ficava tonta. Letras e letras, palavras e frases. Textos!

 

Luminita finalmente bate à porta e ouve o famigerado e distraído, entre

 

Ela obedeceu e empurrou a porta, sua Lady estava sentada confortavelmente na poltrona florida perto da lareira. Luminita viu a Lady bater em um ritmo musical uma caneta preta e dourada contra um livro de capa dura. Anotações talvez? a menina se conteve para não perguntar, podia ser um assunto pessoal. Ela pensou.


 

—Ah, Luminita mea... Pode deixar aqui.


 

Ela ainda não sabia o significado do “apelido” após o seu óbvio nome que a Lady decidiu usar com ela nos últimos dias, desde aquela noite. Mesmo assim, Luminita acenou como sempre e se dirigiu até a Condessa distraída, ela já sentia o cheiro inexistente frutífero envolvendo-a, como uma aura embriagante. A menina deixou a garrafa na mesinha.

 

O momento de proximidade compartilhado entre as duas foi rápido, mas não passou despercebido pela Lady que fez questão de inalar o cheiro viciante de lavanda que a menina sempre tinha. Alcina fecha seu diário com um longo suspiro, havia sido um dia cheio. E a garrafa vazia de seu vinho favorito na cozinha já dizia isso.

 

De fato... os testes, as anotações, as ligações para a Mãe Miranda e os assuntos com o duque. Alcina preferia ficar bem longe do homem se pudesse, mas negócios eram negócios.

 

Então, com tudo isso rodando na cabeça da Condessa, o menor dos odores de Luminita já era um calmante natural. 

 

Os olhos brilhando com aquela euforia contida de sempre.Era como quando Daniela lia em voz alta, ou Bela simplesmente existia ao lado dela e Cassandra com aquele humor ácido que sempre arrancava um sorriso da Lady. 

 

Era familiar e era doce

 

Era Luminita e ela estimava sua companhia.

 

Oh! e também havia isso.

A constante preocupação com as três meninas querendo sair. Sim, o inverno acabou e elas poderiam ter um pouco mais de liberdade, mas não significa que a Lady goste de ver as meninas saírem por aí. Ainda estava frio na Romênia. A neve mal havia derretido. Não importa as carinhas que suas meninas fizessem, ela não iria dar o braço a torcer.


 

—Luminita? Onde estão as meninas? —A Lady perguntou olhando para sua taça pintada pelo carmesim do vinho. Ela notou a menina levantar os ombros, provavelmente havia saído de seu mundo de fantasias. 

 

E outra vez a Lady se viu sorrindo ao lado da menina. Automático, não é?

 

—Bela está no salão principal… Daniela passou por mim a caminho da biblioteca, como o esperado —Luminita falou, como se contasse algo nos dedos.—E... Cassandra está no ateliê, M’Lady.

 

—Ateliê?

 

—Sozinha.


 

Alcina acenou mais para ela mesma. Finalmente virando sua atenção para Luminita que continuava ao seu lado, a Lady analisou a criaturinha. 

 

As mangas puxadas até a altura dos cotovelos, deixando seus braços à mostra, um obvio sinal da falta de sol. Alcina não lembra se já havia visto algum “fragmento” da pele da menina que não fosse parte de seu pescoço ou suas pequenas e delicadas mãos. Tão avidas  por fazer um bom trabalho.

 

Alcina se inclinou e abriu seu precioso vinho enchendo sua taça mais do que devia e de imediato levando um gole. Sua garganta parecia seca mesmo depois de ter secado uma garrafa inteira no início da manhã. Como de costume, as coisas devem começar cedo para a venerável Mãe Miranda. Ela sentia um pouco de náusea e uma leve fraqueza, ela precisava da bebida e não era só por conta de seu estresse.

 

A Lady solta outro suspiro cansado e leva mais um gole. 


 

—Algum problema M’Lady?

 

—.. sente calor, eu vejo. —A condessa olhou de canto para os braços da mais jovem e um pensamento bobo tomou sua cabeça ocupada outra vez. Se perguntou como Luminita pareceria em um vestido de verão. Iluminada, provavelmente.

 

—oh… eu..

 

—Está tudo bem, criaturinha. —Alcina diz quando vê as mãos da menina se inquietarem. Era adorável.—De fato está quente, não é?


 

A Lady apontou para o lado e Luminita olhou para a lareira, assim como a condessa. Era assim que relaxar significava. O calor confortável do fogo, o gosto suave do vinho que revigora cada célula de seu corpo.

 

A condessa jogou a cabeça de leve para trás e os lábios vermelhos outra vez encostaram na taça, o líquido descendo pela garganta pálida da mulher mais velha, era um simples trabalho de músculos que chamou a atenção da criaturinha, que aos poucos tinha uma expressão completamente embasbacada no rosto, enfeitiçada com tudo na grande Condessa. A forma como o corpo de sua Lady era igual ao dela e ao mesmo tempo não era nada!

 

Ela queria tanto encostar seus dedos na pele de seu pescoço. E explorar, e saber se era tão macia quanto parecia, conhecer a pele que tanto… venerava. De repente a pirueta em seu estomago a atinge e seus lábios tremiam com o desejo de encostar na palidez do pescoço de sua Lady. 

 

Pela primeira vez ela estava desejando e compreendendo o sentimento. Era tão estranho, mas era bem vindo.

 

Suas mãos estavam frias devido ao trabalho, será que a Condessa estava quente? Aquela forte vontade de tocar em algo quente quando suas mãos estão frias. Mas ela jamais se atreveria.

 

Alcina Dimitrescu era a mulher mais refinada que Luminita já pôs os olhos. Enquanto outros viam a megera que rasgava corpos e bebia seu sangue, Luminita via uma gentil Lady, mãe de três meninas encantadoras. A criaturinha se perguntava como não adorá-las?


 

Oh, Luminita. Criatura burra! Carente por amor, ávida por fazer o que julga certo e agradar a víbora que vos comanda! 


 

A condessa suspirou outra vez ao sentir o olhar distraído sobre ela, quando abriu os olhos encontrou Luminita voltando à realidade. 

 

E em tempo a Lady se lembrou de algo que fez o meio sorriso dela desaparecer.

 

—Receio ter que te dispensar, criaturinha. —Os olhos azuis se arregalaram e a Lady quase cedeu outra vez às risadas.—Hmm… o dia ainda será um pouco alvoroçado... 

 

Luminita lentamente acenou e deu alguns passos para trás. O cheiro doce e a presença suave sumindo aos poucos, os olhos azuis pareciam outra vez distantes, mas não estavam sonhando, não. 

 

Alcina com certeza saberia.

 

Em um ato rápido demais até para as duas assimilarem, Alcina largou sua taça e segurou no antebraço da menina, outra vez cobrindo boa parte dele com sua mão. E como da última vez, os olhares se encontraram, a diferença era que não havia força no aperto, não havia a mesma violência daquela manhã de primavera. 


 

A Lady pendeu sua cabeça para o lado enquanto puxava Luminita de volta ao seu posto ao lado dela. Bem ali, onde deveria ficar com seu viciante aroma e doce presença. A criaturinha não protestou e apenas obedeceu, nunca deixando as orbes verdes, que novamente, brilhavam em um lindo e suave cobre a luz do fogo. 

 

Alcina estava calma? ela parecia.. as cores, os traços. Tudo indicava calmaria

 

Fique. —Ela acenou a cabeça com tanto cuidado que Luminita não tem certeza se viu direito. Era como se a Lady não quisesse perder um segundo da estranha troca de olhares.—Fique até eu terminar esta taça…sim?

 

Luminita sabia que a palavra de Lady Dimitrescu era sempre uma ordem, mas então por que soou como um pedido? não só um pedido, mas um clamor.

A criaturinha estava nas nuvens naquele momento. Imaginando sua rainha pedindo algo assim para alguém em seu mundo e se sentiu animada para saber aonde aquilo iria levar sua Alteza. 

 

Ela acenou sem desviar seu olhar e a Lady voltou a se encostar na poltrona. Um leve aperto no braço de Luminita e ela finalmente soltou, com um longo suspiro.

 

E ali a menina ficou. Em silêncio, ao lado de sua Lady que levava goles cada vez menores de seu vinho. Mas é claro que a boba Luminita não percebeu. Ela também deixou passar os olhares curiosos que a Lady lançava na direção dela e de seu braço. 

 

Em sua cabeça ocupada, pensamentos de ter machucado a criaturinha martelavam contra o seu crânio, ela queria ter alguma afirmação de que não havia a machucado. Mas ela não encontrou nada. Nenhum arranhão ou marca. E a expressão sonhadora estava de volta no rosto de Luminita.

 

—No que está pensando, criaturinha?

 

—...oh!...hmm.. na rainha. 

 

—Oh? é mesmo? e o que ela está aprontando eu me pergunto. —Alcina diz, testando o terreno. Ela sabia que a pequena Luz comparava a tal rainha com ela.

 

—Ah… eu acho que.. ela adoraria andar a cavalo. Praticar tiro ao alvo.. ah! talvez até caçar. 

 

Alcina juntou as sobrancelhas, tentando entender como aquilo respondia sua pergunta, mas esqueceu, quando se lembrou com quem falava.

 

—E o que você acha se... a rainha cantasse? hm?

 

—Hmm..  isso combina muito com ela…! a realeza tende a ter vários dons...

 

Alcina riu sem fazer um som, enquanto assistia a menina divagar outra vez.Adorável, sem dúvida alguma. 

 

—E a rainha? —A Lady perguntou respirando fundo perto de sua taça.—acontece de ter algum... confidente?—Ela queria ter dito companheira, mas não saberia dizer se Luminita entenderia.

 

—Oh..! sim! uma cavaleira..  uma valente e ousada cavaleira. —Alcina estudou os traços frágeis da menina enquanto ela sonhava alto e contava sobre a tal cavaleira.—Ela sonha em viver longe. Assim como eu antes do papa...

 

Houve um lampejo pelos olhos da Lady ao ouvir o novo pedaço de informação da criaturinha. Ela não sabia muito da menina, nada do passado da coisinha que lhe era tão leal. Ela se lembra da manhã onde a menina apareceu no castelo e foi contratada. Apenas isso.

 

Lábios vermelhos se apertam, formando uma linha e então ela fala.

 

—Oh..?

 

—...papa dizia que eu precisava de um destino rápido.. —Luminita falou como se estivesse em uma espécie de transe. Um loop de memórias.


 

Com aquilo dito Alcina sentiu algo dentro de si. Sua garganta se fechou e uma expressão de pura aversão tomou suas belas feições. Feições estas que antes estavam tão relaxadas. 

 

Ela olhou para o lado, esperando ver uma Luminita cabisbaixa, mas o que viu foi a menina fazendo uma expressão concentrada, outra vez absorta em outro mundo.

 

A mais velha suavizou sua expressão e se ajeitou na poltrona, olhando para a sua taça e percebendo que restava menos que um gole. Sim, ela poderia simplesmente demandar que a menina ficasse se quisesse, mas ela estava procrastinando. Ela ainda tinha uma tarde inteira.

 

 

E então, ela levou o último gole. Luminita ainda divagava em seu mundo, mas a Lady não se importou.

 

—Criaturinha? —Não demorou muito e a pequena se virou timidamente na direção da Lady. —Obrigada pela terna companhia, mas agora.. prossiga com suas tarefas, sim?

 

Ela acenou avidamente enquanto se curvava e calmamente se retirava dos aposentos de sua senhora. Quando a porta se fechou a condessa deixou um suspiro sair. A única coisinha que poderia mantê-la sã, relaxada e calma, havia acabado de sair pela porta. Precisava de outro cigarro e outra taça de vinho e já.

 

A menina subia preguiçosamente as escadas, tentando se lembrar de possíveis tarefas, mas a sensação de pressão inexistente em seu braço persistia. 

 

Ela sentia como se a Lady ainda estivesse segurando seu braço. A sensação fria do couro em sua pele quente. O cheiro familiar Dimitrescu, metálico e frutífero ficando mais forte à medida que era cuidadosamente guiada até o lado de sua Lady. O aperto mantinha Luminita ancorada..

 

Luminita não sabia que sua senhora estava tão tensa. Deveria ter trazido outra garrafa? de outra safra? oh, oh! deveria?

 

A tola menina se perguntava enquanto passava pelo salão principal, cabeça baixa e mão no braço. As meninas que a viram  acharam que ela finalmente havia aprendido uma lição. Outras preocupadas e outras, tinham um sorriso no rosto. 

 

Mas Luminita não via a maldade. Elas não tinham o que temer ao olhar a pobre tola daquela forma. A única coisa que importava para ela era o seu braço e os pensamentos longínquos.

 

Mas e se ela tivesse ficado?

 

Luminita acaricia seu braço indolor e respira fundo. Ela já sentia falta do aperto, dos olhos brilhando como cobre..

 

Oh… oh Luminita… fuja enquanto ainda há tempo. Enquanto as garras ainda não te envolveram e te fizeram dela. Te reduzindo a nada mais nada menos que um corpo vazio, necessitado por um toque apenas. 


 

~*~


 

O próximo encontro entre a donzela e a Lady foi dias depois. Algumas meninas já cochichavam os possíveis motivos e Luminita parecia cada dia com menos luz. Era vista andando pelos corredores cabisbaixa, de repente ela voltou a ser a devaneadora de antes. Onde tropeçava nos próprios pés por não olhar por onde anda.


 

Era início da noite, Luminita estava na cozinha onde lentamente desfazia o perfeito laço de seu avental. Havia um burburinho atrás da menina que mal ouvia, suas mãos desfazem sem pressa o nó, mas foi o ranger rápido da porta se abrindo que fez a criaturinha olhar assustada para o lado. Onde uma silhueta muito conhecida por Irina, se encostava na parede. 

 

—Você, criatura! a mãe pediu que você leve o vinho dela… Agora!

 

Cassandra não precisou falar uma segunda vez e a criaturinha já se apressava para amarrar seu avental de qualquer jeito. Apertando em sua cintura. Cassandra sorriu para Irina no canto, um sorriso faminto que fez a menina recuar, os olhos dourados voltaram para a criaturinha que vinha apressada até a morena. A grande garrafa adornada fazia com que as mãos de Luminita ficassem menores ainda. As duas cruzaram um rápido olhar e Cassandra partiu com a criaturinha. Deixando as meninas na cozinha respirando aliviadas. 

 

 

Ninguém sabia se finalmente havia voltado ao de sempre. Onde a atenção das Ladys ficaria na criaturinha burra ao invés delas, mas por ora, todas suspiraram e agradeceram por terem outra noite de vida. Irina principalmente.


 

O caminho até os aposentos da Lady foi silencioso. Cassandra guiou a menina até a conhecida porta, para o quarto onde a Condessa frequentemente usava nos últimos dias. 

 

Cassandra bateu a porta, houve um longo silêncio antes que uma voz soasse. Luminita nem olhou para Cassandra quando abriu a porta e muito menos percebeu quando a mulher fechou a porta. Como de costume eram apenas Luminita e sua Lady no quarto. 

 

A criaturinha sentia o famoso rodeio em seu estômago. Faziam dias que ela não via sua Lady, dias que a senhora se trancava e praticamente só aceitava a presença de suas filhas. A menina sentia suas pernas desistindo de si, suas mãos tremendo, suando! se aquilo não a entregava com certeza seu olhar sim. 

 

Era uma mistura de brilhos em seus olhos azuis. Nervosismo, antecipação, dúvida. Luminita não sabia o que fazer se não esperar pela sua Lady, que falava educadamente ao telefone. A falta de sua assinatura era visível, o chapéu de aba larga descansava em um manequim atrás de Luminita.  Os cachos negros de Alcina estavam um pouco soltos depois de um longo dia, a base em sua pele sumindo aos poucos, revelando um cinza azulado suave. 

 

Mas não o batom. Luminita percebeu. Nunca o batom. Ele continuava forte em seus lábios perfeitos.


 

As sobrancelhas continuamente se estreitavam. A condessa sempre muito expressiva mesmo que com quem ela estivesse falando não pudesse vê-la. Havia raiva, repulsa e melancolia. A mente de Luminita se preocupou quando viu aquela expressão, se perguntou se alguém estava sendo maldoso com sua Lady. 

 

Mas a conversa continuou e continuou. Até finalmente Alcina concordar e desligar o telefone com uma força mal contida, um grunhido poderoso reverberou pelo peito da mais velha e ressoou pelas paredes do quarto, Luminita acha que se fosse possível, fumaça sairia das narinas de sua Lady. O som das mãos batendo na penteadeira e o firme aperto rachando as duas pontas fez a criaturinha fechar os olhos, se preparando para os estouros. 

 

 

 

 

 

Mas nada aconteceu. 

 

 

 

 

 

Outro grunhido irritado deixou a Lady o que fez a menina abrir os olhos. O que viu foi sua Lady, aos poucos soltando a madeira marcada da penteadeira e voltando a se sentar. Os cachos balançando enquanto a condessa sacudia a cabeça e segurava a testa. 

 

Estava envergonhada pelos seus atos. E na frente de Luminita. Ela havia visto pelo espelho, a pobre menina encolhida, assustada. Já não bastava aquela manhã onde agarrou no braço da pequena luz.

 

Vergonha. Vergonha era tudo o que ela sentia. 

 

Maldito Heisenberg! a condessa sentiu seus dentes batendo com força um contra o outro ao pensar no homem. No repulsivo e mentiroso, que insistia em tirá-la do sério. Afinal ela sabia sobre a questionável lealdade do homem para com Mãe Miranda. 


 

—M...M’Lady?


 

Mas aquele não era o momento para isso e a pequena luz estava ali para lembra-lá disso. Lembra-lá de que haviam coisas muito mais agradáveis para se pensar, pensamentos para  se afundar. Iluminando um caminho e acalmando os nervos sensíveis da mulher, ainda assim ela teve que reunir toda coragem que tinha para olhar para a pobre criaturinha atrás dela ainda perto da porta. 

 

Uma distância segura. A Lady imaginou.

 

—M’Lady?

 

A garrafa estava em suas mãos e condessa lutou outra vez para não se virar. 


 

—Eu agradeço, Luminita, mas... poderia me trazer até aqui?

 

A Lady esperou, mãos no colo, puxando o tecido de seu vestido e olhar na criaturinha, que ainda não havia se mexido. Ela nunca foi uma mulher de implorar por algo, seus desejos sempre foram uma ordem, mas ela se encontrava indo contra isso há alguns dias na ausência da companhia da garota. 

 

Lady Dimitrescu nunca desejou tanto não ver medo ou hesitação nos olhos de alguém como agora. E se visse, ela saberia que havia assustado para longe e para sempre a pequena luz. 

 

Mas outra vez não foi o que aconteceu.

 

Não houveram hesitações enquanto a menina ia até sua senhora, não demorou muito e a garrafa foi entregue para Lady Dimitrescu, a mais velha pegou e largou rapidamente na penteadeira onde sua taça aguardava vazia. Ela se virou outra vez para Luminita e encarou por longos segundos aquelas orbes azuis das quais tanto sentiu saudade..


 

—Obrigada. 

 

—M’Lady.

 

O corpo de Luminita se moveu, era apenas para uma breve reverência, mas os instintos de Lady Dimitrescu gritaram e sua mão se moveu outra vez. Um gentil aperto no braço de Luminita que fez a menina parar tudo que fazia.

 

—Eu te assustei, não foi?

 

Um sussurro, uma pergunta. Um olhar cheio de dúvidas, medos? não, Luminita duvidava. Sua Lady não tinha medo de nada. Ela era uma absoluta rainha! 

 

—...não, M’Lady.. a senhora jamais me assustaria. 

 

—Oh, mesmo…?

 

—Sim, eu...  

 

Luminita teve que desviar para poder formular alguma frase, ela precisava assegurar sua Lady. E se fizesse da forma errada mal entendidos poderiam acontecer. Mas a senhora, astuta como sempre, levou sua mão direita ao queixo da menor e o levantou. O contato do couro em sua pele era sempre estranho, mas tão bem vindo.  

 

Um ato tão singelo e tão íntimo. Alcina fazia com cuidado, não querendo machucá-la e isso não passou despercebido por Luminita.

 

—Olhe para mim quando falo com você, Luminita..


 

Era estranho ouvir sua Lady apenas sussurrar,mas outra vez aquilo era agradável. A criaturinha se sentia segura, com as bochechas e corpo todo em chamas, mas segura. As duas mãos de sua senhora estavam tocando em sua pele e aquilo era um abrigo para a menina. 

 

E não só para ela. 

 

Já não era segredo que os odores de Luminita faziam a Lady voltar ao chão, se acalmar. Isso já era o suficiente para fazer a Condessa querer encostar ainda mais na garota, tocar em seus braços e oh, segurar suas adoráveis mãos. Saber quantos mais efeitos aquela curiosa e frágil criaturinha tinha nela.

 

E já eram tantos


 

 

—Sim, M’Lady..


 

Ah, como ela queria ouvir mais da voz da menina. Dizer seu nome. Ouvir ela implorar, ouvir ela elogiar, ouvir ela suspirar e ofegar enquanto mergulhava em um oceano de prazer. A condessa respirou fundo, tentando acalmar aquelas vontades nada adequadas e moveu de leve o queixo da menina que ainda a encarava com olhos eufóricos. A fascinação era evidente. 

 

Luminita mea

 

—Hm..?

 

—Me perdoaria por agir de uma forma tão vexaminosa?

 

—Ah? eu.. eu jamais ficaria brava com a senhora, muito menos a temeria. 


 

E ali estava, o sorriso no rosto cinzento da mulher dizia tudo. Ela precisava da menina. Luminita era a Joia mais rara de todas, e Alcina precisava tê-la pra si. Tocar não era mais o suficiente, olhar nunca foi o suficiente.

 

E então a Lady se inclinou, não foi confiante como quando ela se abaixava para entrar em algum quarto, não, foi da forma mais hesitante em sua longa vida.

 

Seus lábios vermelhos entreabertos deixavam seu propósito óbvio. Olhos verdes cintilavam com aquele brilho. 

 

Desejo.

 

A criaturinha não se moveu e esperou  pelo contato com olhos arregalados, contato que logo veio.Os dois pares de olhos se fecham sem medo e o toque suave dos vultosos lábios da condessa envolveram os agitados de Luminta. 

 

Foi um simples beijo, apenas um encostar de lábios, mas que durou mais do que o normal. Mais do que a Lady antecipou. Mas os lábios de Luminita eram tão... 

 

Fez Luminita se sentir nas nuvens, tonta. Por um segundo ela achou estar voando. A boca de sua Lady era macia e o batom lembrava chocolate com uma pitada de pimenta? ela não sabia, mas queria se jogar naquilo. 

 

Enquanto isso, a Lady se embriagou na menina ainda imóvel abaixo de si. Lábios doces, como tantas vezes já imaginou que fossem. Ela agarrou a seda de seu vestido com força, sentido o tecido se levantar. Procurando por algo que a mantivesse sã diante de tanta doçura.

 

Luminita não moveu um músculo. E sentiu suas pernas ainda mais moles quando a pressão contra seus lábios aumentou, movendo sua cabeça de leve no processo. Ela reclamaria de dor no pescoço se ao menos se importasse.

 

E quando sua Lady se afastou ela começou a tremer. Olhos cristalinos encaravam Alcina como se tivesse descoberto um tesouro perdido. E a Condessa confusa perguntou.

 

—Eu te assustei..? —Ela continuava perto, continuava sussurrando.

 

—Jamais... 

 

Alcina estudou o rosto da menina, tentou achar algum arrependimento, uma linha só de medo…

 

Mas..



 

Felizmente...




 

Nada encontrou.

 

 

 

 

E com isso, puxou o rosto de Luminita e a beijou outra vez. A necessidade crescendo e a vontade nunca cessando, mas foi apenas outro selinho. Um delicado selinho.

 

Ela se encontrou em um desagradável impasse. Ela queria devorar cada parte da menina ali e naquele momento, mas não queria assustá-la para longe. 

 

Alcina queria aprofundar o beijo e experimentar toda a boca da pequena Luminita. Conhecer e decorar cada parte de seu corpo.Saber o que a agrada e o que não a agrada. Tudo.


 

Tudo!


 

Mas os tremores constantes e a menina ainda imóvel a impediram. As mãos da criaturinha continuavam pendidas no ar, sem saber o que fazer. A garota obviamente nunca havia feito aquilo.


 

Alcina foi paciente. Se afastou outra vez com um suspiro e pegou nas duas mãos de Luminita, a diferença de tamanho sendo encantadora, com o polegar de Alcina quase cobrindo a palma inteira da menina. Houve um leve aperto dos polegares de Alcina nas palmas das mãos de Luminita. Uma tentativa bobinha de passar calmaria ao corpo temeroso em sua frente.

 

Elas não desviaram os olhares nem por um instante. O brilho nos olhos da menina só cresceu, e um sorriso se mostrou. Alcina fez o mesmo antes de gentilmente puxar Luminita para mais perto e colocar as mãos trêmulas em seus ombros, se inclinando um pouco mais. Daquela distância, foi fácil de ver como Luminita suspirou aliviada, como ela estudou seus corpos próximos.

 

Alcina outra vez selou seus lábios nos de Luminita enquanto timidamente segurava em sua cintura, obtendo um certo controle, mas não de fato o tendo.

 

Quinze beijos soaram pelo quarto.

 

No décimo, a madame deixou um suspiro deleitoso escapar por entre seus lábios, entrando nos de Luminita e fazendo a menina a beijar.

 

Quinze sons cobertos de querer.

 

Luminita foi quem se afastou dessa vez, seu rosto avermelhado agora combinava com o vermelho de seus lábios, manchados pelo batom de sua Lady. Uma marca que Alcina tinha orgulho de ter deixado. Olhos brilhantes e eufóricos analisaram uma última vez o rosto livre de irritação de Alcina antes de voltar a beijá-la. 

 

O súbito ânimo de Luminita era muito bem vindo.

 

Outro selinho. E mais outro. Seguido de vários outros. Mais quinze ou mais beijos soaram pelo quarto. No espelho, apenas Alcina aparecia, inclinada e completamente entregue a troca de beijos inocentes. As mãos da menina tremulas e agarradas aos ombros da mais velha.


 

Os sons de seus lábios encostando um no outro, ecoando docemente pelo quarto.


 

A condessa logo percebeu a curiosidade da criaturinha crescendo e permitiu que Luminita guiasse, o que a Lady não esperava era que a menina fosse aproveitar tanto a oportunidade dada. As mãos em seus ombros subiram causando pequenos arrepios em sua nuca e segurando o seu rosto acinzentado, a trazendo para outra dose de selinhos. Curiosos e constantes selinhos. Era como se a menina quisesse beijar cada canto de seus lábios, estudá-la. Com uma gentileza que só poderia vir de Luminita

 

Ela descobriu que o rosto de sua madame era macio, ela quis apertar mais, explorar mais! mas ainda estava tão insegura. 

 

Os cílios encostando nas bochechas da condessa, olhos fechados e movimentos naturais guiavam seus lábios contra os doces e finos de Luminita. Era estonteante, era fácil e era simples. Um toque tão rápido. Sua cabeça já pesava com luxúria e uma vontade de aprofundar as coisas, de puxar os pequenos lábios de Luminita nos dela, de segurar e ter o corpo da menor no dela, mas ela nunca passava de selinhos.  

 

A cabeça de Luminita pendendo de um lado para o outro enquanto suas mãos guiavam a de sua Lady. Toda vez que se afastavam, os olhos verdes e pesados encaravam a pequena figura em sua frente, segurando-a firmemente pela cintura, tentando outra forma se situar. Ela se concentrou no simples.

 

O calor da pele de Luminita em seu rosto, o nariz roçando em sua bochecha fervente, as mãos delicadas ameaçando ir até sua nuca, o cheiro, o sabor ficando nos lábios de Alcina com cada rápido beijo. Mas cruelmente, nunca ficando tempo o bastante para satisfazê-la, mas era mais do que o suficiente para deixá-la querendo mais.


 

A cada minuto que passava, Luminita ofegava mais e mais. A criaturinha havia adotado um ritmo curioso, beijando como se sua senhoria fosse sumir daqui a alguns segundos, um desespero intenso e amável. Alcina não sabia esconder o sorriso que aquilo criava em seus lábios.

 

A condessa adorou tocar na cintura de Luminita, as curvas delicadas de um corpo esguio, mas ela queria sentir outras coisas. E foi quando sua mão vagou mais fundo, se aventurando além da cintura da criaturinha faminta. Ela sentiu, ou melhor não sentiu,o famigerado laço de seu avental e sim algo violentamente amarrado. 

 

A Lady recuou da selva de beijos e olhou nos olhos encantadores e semiabertos de Luminita,a menina ofegava e sua pele estava em um tom adoravelmente avermelhado. Uma perfeita sobrancelha se levantou, ela estava curiosa e confusa. Então ela segurou com uma firmeza assustadora os ombros da menina e guiou cuidadosamente seu corpo, o girando. 

 

Ela impediu uma risada com a cena. Não era um laço mesmo, pensou enquanto analisava a bagunça.


 

Luminita? O que significa isso?

 

A criaturinha estava passando por uma tortuosa sensação de vertigem após os beijos. Sua cabeça girava e seus lábios avermelhados pulsavam, já sentindo falta do novo e carinhoso contato com Alcina. A condessa tinha um gosto agridoce, aquele que você não consegue tirar da língua. Ou nesse caso, lábios.

 

—..Ahn! me desculpe, M’Lady. Eu.. eu.. eu estava com tanta pressa, eu não cons-

 

Ora,ora, vamos.. acalme-se. —Alcina segurou a cintura da menina outra vez, para evitar que se virasse. Aquelas mãos enormes e longos dedos, apertando sua cintura, como se pensasse. —Vejamos. 


 

A mulher analisou os ombros de Luminita, a forma arredondada como eles eram desenhados e desciam por braços frágeis. Luminita era diferente da maioria das empregadas, que tinham um pouco de músculos pelo trabalho. Era engraçado a diferença gritante. 

 

Era lindo

 

Suas mãos movimentavam-se hesitantemente, tentando não segurar naquela cintura delicada e puxá-la, prende-la contra o seu corpo.. enquanto seus lábios ansiavam tocá-la outra vez. Sua visão mudou por alguns segundos, seus olhos pesaram de desejo, mas ela se parou.

 

Alcina acariciou a cintura da menina e piscou antes de desfazer o nó bagunçado do avental e começar a fazer um laço decente. Calmamente.

 

A criaturinha tentava não ganir como uma idiota por ter se esquecido de suas aparências na frente da Lady enquanto grandes mãos roçavam em sua cintura e costas, mas nunca tocando mais baixo do que aquilo. Luminita ouviu um “pronto” meio ofegante, e ela finalmente se virou. Alcina a encarou pensativa, havia um meio sorriso em seus lábios, o batom totalmente bagunçado. Manchando a região abaixo de seus lábios e envolta deles.

 

—Me perdoe M’Lady…

 

Alcina sentiu o calor em seu peito começar a esfriar, ela havia ido longe demais, não havia? Luminita finalmente havia se arrependido? mas imediatamente tornou a falar, tentando manter alguma pose, qualquer que fosse.


 

—Pelo o que?

 

—Seu batom, está completamente arruinado!

 

Alcina soltou uma risada alta, não se contendo nem por um segundo. Luminita despertava coisas nela que a deixavam para lá de desinibida.

 

—Oh, acredito que eu possa te perdoar, criaturinha. 


 

Alcina sorriu de uma forma maliciosa, mas com aquele calor ainda queimando nela. Nem por um segundo Luminita falou do beijo. Não parecia ter se importado, pelo contrário, ela parecia ter adorado (?) seria mesmo?  Luminita disse que não tinha medo dela, não seria uma mentira, correto? 

 

A condessa voltou sua mão ao queixo da menina, desta dez encostando apenas as costas dos dedos e levantando-o, com um cuidado exagerado.

 

—Afinal, me perdoou mais cedo, huh?

 

—M’Lady..—A menina acenou com a cabeça e um rubor cobriu seu rosto outra vez, junto de um sorriso.

 

—Hmm...—Alcina olhou nas orbes azuis uma última vez. —Melhor se retirar, criaturinha. Já é tarde e vai precisar de energia para as tarefas de amanhã.

 

—Sim, M'Lady. A-a senhora tem razão. 


 

Para falar a verdade, Alcina queria mantê-la, como nas várias noites anteriores, só que desta vez pela noite inteira. Ela queria se fartar nos prazeres que a companhia e gemidos de Luminita a traziam pela noite toda.

 

Mas ela sabia melhor do que ninguém que haviam limites, limites que a menina tinha, e ela nunca se perdoaria se machucasse a criaturinha de alguma forma. Em um ato tímido a condessa levou seu indicador até a linha da mandíbula de Luminita, a menina aprisionando o olhar da mais velha enquanto seu rosto ruborizava outra vez.


 

—Tenha uma linda noite, Luminita mea.. —Ela assistiu Luminita se afastar relutante e fazer seu caminho até a porta. —..e obrigada..  

 

—É meu trabalho M’lady. —Alcina sorriu outra vez. Estava começando a soar charmosa a ignorância da menina, achando que a Lady só falava do vinho.—E… eu senti saudades de lhe trazer vinho, M’Lady… espero que não seja atrevimento meu, mas…. 

 

Atrevimento? mesmo depois do terno momento que as duas compartilharam. Oh, Oh doce Luminita.

 

—Mas… gostaria de vê-la outra vez, M’Lady.


 

E a porta se fechou. A condessa soltou um suspiro que nem sabia que segurava e se apoiou na penteadeira. O vinho intocado parecia chamá-la, gritar por ela depois do momento  quente que teve com a criaturinha. 

 

Foi tão simples. Como foi calmo e demorado a forma como os lábios tocavam um no outro, Alcina sentiu o cheiro da menina em si e cogitou nunca mais trocar de roupa, por mais asqueroso que aquilo fosse. 


 

—Hmm… oh, Luminita.. Oh, minha luz. O que fizeste comigo..?



 

Não havia se passado muito tempo desde que a menina havia se trocado e se deitado em sua cama fria. E ali, girando de uma lado para o outro, ela já sentia falta da segurança e do calor dos braços de sua Lady.

 

Confusão dançava nos pensamentos da criaturinha. Ela fez careta ao pensar que errou.

 

Não parecia errado. A criaturinha pensou. Ela não parecia brava. 

 

Eu adorei a sensação, eu adoraria repetir. Ela afirmou quando os pássaros já cantavam do lado de fora.

 


Notas Finais


oh.. ehehe
tnkiu por ler <3 -v-
semana q vem tem mais <3 espero q tenha gostado da cena =v= eheh teh logo bbs <3
sorry qlqr erro <3


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