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História .my little squirrel season 2 ; minsung EM REVISÃO - Chapter 20 - Nothing Better


Escrita por: chanisteles

Capítulo 20 - Chapter 20 - Nothing Better


Fanfic / Fanfiction .my little squirrel season 2 ; minsung EM REVISÃO - Chapter 20 - Nothing Better

O fim daquela madrugada foi agraciado por uma fresca chuva de verão, com os pingos mornos empertigando-se nos pequenos vãos da porta e vários suspiros de alívio daquele verdadeiro time de resgate. Todos os que nos esperavam comemoraram com vivas e nos deram abraços em conjunto, dizendo coisas ao mesmo tempo tão rápidas e enérgicas que se tornavam apenas um zumbido aos meus ouvidos. Mas eu também não poderia estar mais feliz.

Após confirmarmos que nenhuma das crianças possuía machucados mais profundos que os arranhões causados por galhos e arbustos, e que os nós de corda dados ao redor da geladeira estivessem fortes o suficiente para que ela não pudesse ser aberta com tanta facilidade pelas próximas horas, todos voltamos para o nosso apartamento. Também me preocupei com Han, que havia levado a pior naquela missão; em sua testa havia um pequeno corte causado pelas tábuas de madeira e mínimas gotas de seu sangue rubro ainda desciam em cascata por sua têmpora, seu pescoço estava adornado com as marcas dos dedos de seu pai e em suas costas havia uma série de hematomas devido à queda contra os móveis. No entanto, afirmou a todos nós que nada daquilo fora sério, e até mesmo levou as filhas chorosas em seu colo até a metade da escadaria, eu levando Eunchan comigo até o fim do segundo andar. Talvez apenas palavras não podiam expressar corretamente o quão surpreso e orgulhoso estava do menor. A coragem que vi nele naquela noite, coisa que eu nunca esperaria dele, me fez refletir sobre minhas próprias escolhas do passado. Talvez eu estivesse colocando minha própria personalidade recuada sobre a de Han quando o assunto se tratava de traumas. Ele havia feito tudo com tanta convicção e sem um pingo de arrependimento, mesmo estando completamente quebrado ao fim. Eu apenas queria abraçá-lo pelo resto da noite e dizer o quanto ele me inspirava, mas infelizmente ainda tínhamos assuntos a tratar.

Quando chegamos no apartamento, todos fomos para a cozinha, puxando novamente a boa e velha caixa de primeiros socorros que, felizmente, possuía um estoque enorme de curativos e desinfetantes. A bancada quase parecia uma fila de pronto-atendimento, com Woojin sendo o nosso médico: fez curativos nas bochechas e braços de Jihye e Eunchan, desinfetou o corte na testa de Han, que segurou meu braço para evitar choramingar com a ardência do remédio, e por fim, enfaixou os nós dos meus dedos que estavam um verdadeiro estrago. Quando o mais velho encarou aquelas feridas, arregalou os olhos e me fitou assustado, talvez pela quantidade de sangue que manchava até minhas unhas, mas nenhuma ferida profunda o suficiente que pudesse liberar tal quantidade. Ao olhar para as crianças na sala, que estavam sendo cuidadas pelos outros com cobertores e xícaras de chocolate quente, vi que não seria adequado contar sobre os detalhes sórdidos naquele, então apenas murmurei um “depois” a ele. Ele concordou sem questionar, o medo e a incerteza do que poderíamos ter encontrado em nosso caminho o calando.

Após terminarmos tudo, voltamos para a verdadeira concentração de pessoas na casa. As crianças estavam ocupando o sofá, com Kevin adormecido no colo de Felix e as nossas filhas descansando a cabeça sobre os braços de Han, que o abraçavam com os olhinhos marejados de alegria, mas quase fechados por conta do sono. Me agachei em frente a Han, que me encarou com uma expressão cansada e dolorida, mas tenra.

- O dia foi cheio de aventuras, então acho que as crianças já têm que ir para a cama, certo? – Disse, e as meninas me olharam com um biquinho triste e sonolento.

- Queremos ficar com os papais... – Elas choramingaram em uníssono, mas sem convicção suficiente para que eu cedesse. Peguei Eunchan no colo, o corpinho da pequena parecendo se derreter em meus braços. Han fez o mesmo, e as levamos juntos para seu quarto. Me ajoelhei em frente à cama da pequena híbrida, colocando sua cabeça delicadamente sobre o travesseiro e a cobrindo com a coberta estampada com flores. Ela segurou minha mão com os seus dedinhos, dando um sorriso cansado.

- Estou feliz de estar em casa com os papais.

- Eu estou mais ainda. – Murmurei, lhe fazendo um carinho em seus cabelos e dando um beijo casto em sua testa. Antes que eu desse boa noite a ela, meu olhar recaiu sobre seu travesseiro, onde eu sabia estar o seu diário. Assim que pensei naquelas palavras de mais cedo que li naquelas folhas, senti meu coração apertar ao olhar para ela. Suas orelhas felpudas pareciam intactas, mas eu nunca realmente me perguntei por que ela não me deixava tocá-las, especialmente quando voltava da escola, com a desculpa de estar muito suja de terra. Me aproximei dela, dando um leve aperto em sua mão, chamando sua consciência quase entregue ao mundo dos sonhos. – Meu amor, amanhã eu quero conversar sobre algumas coisas com você, tudo bem?

Assim que ouviu aquelas palavras, seus olhos se arregalaram para mim, exalando o medo que eu sabia que aquelas palavras causavam em qualquer criança. Não pude evitar não soltar uma risada.

- Não se preocupe, não está encrencada. Boa noite, durma com os anjos.

- Boa noite, papai. – Ela disse com alívio, sorrindo mais uma vez. Dei um outro beijo em sua mão antes de me levantar e ir para a cama de Jihye, ao passo que Han fazia o percurso contrário. Assim que cheguei próxima da pequena, ela me olhou com preocupação.

- Papai, a Eun está em apuros?

- Não, meu anjo, não se preocupe. – Disse, com um sorriso, mas logo depois a olhando com um ar de desconfiança. – Por quê? Está envolvida em algo?

- Não, eu só não quero que a maninha fique de castigo ou algo assim.

- Nossa, será que eu peguei a Jihye certa? – Perguntei levantando uma sobrancelha, o que a fez rir baixinho para não acordar a irmã. – Nunca a vi se sentindo mal pela Eunchan quando ela faz algo errado; você até mesmo ri!

- Eu mudei, papai. Agora não rio mais da Eun por nada! – Ela disse, o que me roubou um sorriso orgulhoso.

- Isso é ótimo de ouvir, anjo. Boa noite. – Disse, lhe dando um beijo em sua bochecha rechonchuda. Ela se aconchegou nas cobertas, olhando baixo. Quando ia me levantando para sair do quarto com Han, que também já havia dado boa noite à Eunchan, Jihye segurou minha mão. – O que houve?

- Tem uma coisa que eu preciso dizer. É sobre o papai Han. – Ela sussurrou, com os olhos bem abertos. Franzi o cenho.

- Pode me contar amanhã, filha. Já está bem tarde, tudo bem? Boa noite.

Ela concordou meio hesitante com a cabeça, me soltando e se virando para a parede. Han me esperava na porta, enquanto ligava uma luzinha noturna na tomada. Saímos e fechamos a porta com cuidado, deixando apenas a luz lilás no formato de um elefante iluminando o quarto. Han se encostou na parede com um sorriso aliviado, com cuidado para não deixar as costas ou a cabeça enfaixada bater contra o papel de parede com muita força.

- O Han sentiu falta de dar boa noite para elas, mesmo que só por uma noite.

- Espere só até elas ficarem mais velhas. – Disse divertido. – E você, pequeno, não quer ir dormir também?

- O Han não está com sono. E mesmo se estivesse, acho que não conseguiria dormir sem o Minho. – Disse, com os olhos doces para mim. Sorri para ele, me aproximando e lhe dando um beijo nos lábios secos, mas ainda assim perfeitos.

- Vamos ficar um pouco com os outros, provavelmente estão loucos para saber dessa aventura. – Disse, segurando sua mão para voltarmos ao cômodo principal. Lá, todos estavam reunidos em volta de uma poltrona onde Jeongin estava sentado, todos focando sua atenção como se ele fosse uma espécie de profeta.

- Pois é, tem uma vila depois da floresta e mais duas ao norte e ao sul. A nossa é a menor, mas é a mais tradicional.

- E lá tem, tipo, papel higiênico? – Min-ah, que ainda estava conosco, questionou, tomando um gole de seu chocolate quente.

- Acredite, quando eu cheguei aqui, nem sabia o que isso era. Acho que dois terços das coisas que vocês têm aqui nós não tínhamos lá. Mas eu devo confessar que algumas coisas desse mundo são muito inúteis. Por exemplo, mesmo depois de anos, ainda me surpreendo com aquela loja de meias perto da casa do Hyun.

- Loja de meias? – Han questionou, fazendo todos nos virarmos para ele. – Existe uma loja só para meias?

- Exatamente! – Jeongin concordou, estendendo a mão para que Han a tocasse num hi-five. No entanto, quando o menor se aproximou de Jeongin, ele recolheu as mãos e lhe deu um olhar raivoso. – Esquece, estou com raiva de você.

- O quê? Por quê?

- Que ideia foi aquela de me dar o Kevin e ir contra todo o plano, Jisung? – Ele questionou, e Han baixou o olhar. Nós nos sentamos ao lado de Hyunjin e Seungmin, que se mantinham um nos ombros do outro enquanto ouviam aquelas histórias de Jeongin.

- Não sejam tão duros com ele. Não sabem o que ele fez lá, e como isso literalmente salvou a vida das meninas. – Retruquei, e todos arregalaram o olhar para nós. Hyunjin estalou os dedos.

- Bem que o Kevin disse que elas foram levadas por um “homem esquilo”.

- Era seu pai, não é? – Felix questionou, e nós dois concordamos. – Para onde ele as levou?

- Para uma cabana próxima da floresta. Demos sorte, se não fosse por isso, talvez teríamos que passar o dia lá.

- Mas quase nos matou também. – Han retrucou.

- Como assim? Foi tão perigoso assim? – Changbin perguntou com o olhar alarmado.

- A casa pegou fogo e ficamos presos lá dentro. Por sorte as meninas conseguiram nos fazer sair.

- Caramba...

- E o seu pai... ele... – Woojin perguntou hesitante, olhando para mim; mais especificamente para minhas mãos. Han, percebendo aquilo, imediatamente colocou seus dedos sobre os meus.

- Não importa. Não iremos vê-lo novamente.

- Amanhã vai ser divertido. – Changbin disse, dando um sorriso animado. Logo começamos a falar sobre o que faríamos no dia seguinte, e alguns minutos depois Min-ah se levantou com a caneca de chocolate vazia e foi a cozinha. Deixei Han conversando com Seungmin sobre qual tipo de taco de beisebol era mais apropriado para seguir o garoto. Ele deixou a louça na pia e pegou seu celular na mesa da sala. Quando me viu ao seu lado, recuou alguns passos para trás pelo susto e deu um sorriso nervoso.

- Hyung... já vou indo, está bem tarde. – Disse rapidamente, me mostrando a tela de seu celular, que marcava mais de duas da manhã. Aquiesci com a cabeça, dando tapinhas em seu ombro.

- Obrigado por nos ajudar hoje. Nem pude elogiar sua tatuagem nova por causa de toda essa bagunça.

- Oh, obrigado, Hyung. – Ele respondeu com um sorriso brilhante, olhando para sua perna coberta pelo papel filme e o tecido da calça de moletom. Porém, sua expressão orgulhosa logo morreu e ele se curvou para mim. – Mas me desculpe também. Se não fosse por mim, nada disse teria acontecido e as crianças estariam bem. Aqui.

Ele colocou a mão no bolso e puxou de lá o dinheiro que eu havia dado a ele na noite anterior, ainda cuidadosamente dobrado, evidenciando que ele nem havia tocado nele. Sorri e empurrei sua mão de volta, recusando.

- Pode ficar, não tem problema. Você é um bom garoto, Minki. Se quiser, pode se juntar a nós amanhã, já que falou com o sr. e a sra. Park por nós.

- Tudo bem, não curto muito essas paradas violentas. – Disse dando de ombros. Me desejou boa noite e aos outros e por fim saiu pela porta. Suspirei baixo, sentindo o corpo relaxar, logo voltando para a sala, onde a conversa rolava para os mais diferentes tópicos.

Mais alguns minutos e todos decidiram que já era hora de ir. Como nosso apartamento mal dava para seis pessoas dormirem confortavelmente, quanto mais 12, Changbin, Felix e o trisal foram embora, dizendo um “até amanhã” em coro e se atrapalhando para colocarem os sapatos ao mesmo tempo, tanto pelo espaço apertado quanto pela confusão causada pelo cansaço.

- Merda, esse corte na boca está doendo como minha primeira vez. – Woojin disse enquanto tocava o curativo com a ponta dos dedos longos, se levantando, fazendo com que eu saísse de meus pensamentos e risse alto, e Han também sorrisse envergonhado. – Desculpe, só quero fazer com que vocês tirem essas expressões sérias do rosto.

- Nós estávamos assim? Bem, acho que só estamos cansados. – Falei, mas é claro, havia bem mais que isso. Agora que o silêncio reinava na casa, os pensamentos poderiam correr com mais facilidade, mas nem sempre aquilo queria dizer uma coisa boa. Os sentimentos que eu reprimi naqueles momentos críticos, onde apenas a adrenalina e os instintos comandavam meu corpo, voltaram um a um: medo, ódio e incerteza se conseguiríamos sair daquela situação. Ainda podia sentir o pavor junto do calor que a cabana emanava na pele, o desespero quando vi Han desacordado e as nossas filhas naquele lugar escuro e assustador. A dor nos nós dos meus dedos se assemelhavam a ondas de choques que se alastravam por todo o meu corpo, junto com os braços e pernas exaustas e que provavelmente doeriam como o inferno no dia seguinte. Olhei para Han, que compartilhava da minha expressão; ele com certeza estava pensando em tantas outras coisas que nem tínhamos ideia. Encarar aquele homem que infernizou sua vida durante anos, somado com as descobertas em relação à sra. Ji e sua mãe... ainda o fitava sem saber como ainda conseguia dar sorrisos.

Por fim me levantei, me alongando o máximo que podia ser sentir as pontadas nas articulações. Estendi a mão para Han, que se levantou comigo. Nós três fomos para o corredor e entramos em nossas respectivas portas. Sem nem trocar as roupas para dormir, despencamos em cima da cama, soltando o ar dos pulmões ao sentir os músculos ainda tensos relaxarem.

- Acho que eu não vou conseguir levantar nunca mais. – Brinquei, me ajeitando do meu lado na cama. Han deu uma risada e se deitou ao meu lado, fechando os olhos ao sentir a dor em suas costas. Me aproximei com o olhar preocupado sobre si, tocando seu rosto. – Está com muita dor, pequeno? Quer que eu pegue algum remédio?

- O Han está bem. – Ele respondeu, virando-se para mim. Franzi o cenho e o acolhi em meus braços.

- Não precisa dizer o tempo todo que está bem, mesmo quando não está. Sei que sente dor, sente medo, e está tudo bem. Eu estou aqui para você.

Han se manteve calado por alguns instantes, apertando o tecido da coberta nos dedos ainda machucados.

- O Han se sente culpado por ter estragado a missão... ele não quer incomodar mais ninguém por causa disso.

- O quê? – Perguntei indignado, olhando para seu rosto triste. Segurei seu queixo, mantendo-o perto de mim. – Han, as nossas filhas e o Kevin estão dormindo no quarto, sem machucados e completamente salvas. Salvas por você. Como algo teria sido estragado? – Questionei, e ele baixou o olhar. Segurei suas bochechas, brincando com elas, o fazendo inevitavelmente sorrir. – Ei, ei. Você é incrível, Han Jisung, e eu nunca em momento nenhum vou me cansar de dizer isso a você. Um incrível pai, um incrível marido e um incrível amigo.

Seus olhos olharam bem fundo nos meus, tão brilhantes e hipnotizantes como o céu estrelado. Ele se aproximou e segurou meus lábios com os seus, em um selar que demonstrava seu agradecimento por aquelas palavras. Retribuí com paixão, aquelas palavras ditas serem mais visíveis para mim que as estrelas no céu.

 

A manhã veio com um céu nublado, mas que não demoraria até o sol aparecer. Nos levantamos um pouco mais tarde que o normal, e comemos apenas algumas torradas com geleia e suco de laranja para o café. As crianças ainda tinham seus cinco minutos de sono, então apenas eu, Han e Woojin estávamos à mesa.

- Vejo que estão bem mais revigorados que ontem. – Woojin comentou com um sorriso aliviado, enquanto mordia o pedaço final de sua torrada.

- Claro. Tudo vai bem quando termina bem. – Respondi, tomando um gole de suco. – Já está tudo certo para hoje?

- Sim. Seungmin disse que logo está chegando com a caminhonete e os tacos. Ele disse que alguns de nós vão ter que usar canos, pois contou mal o número que tinha em casa.

- Eu me surpreenderia se ele tivesse realmente doze tacos em casa, até para um jogador de beisebol.

- Tem certeza que o sr. Park vai nos deixar fazer isso mesmo? – Han questionou, descansando o queixo na palma de sua mão. Concordei com a cabeça.

- Ele disse que já queria se livrar da geladeira quando voltasse de viagem, então ninguém vai sair perdendo nisso. – Expliquei, pegando os pratos sujos e os colocando na pia. Seguindo para o quarto das meninas para acordá-las. – Além do mais, vai ser uma forma de terapia. Uma terapia meio destrutiva, mas ainda assim uma terapia.

O tempo que Seungmin demorou para chegar em frente ao prédio foi perfeito para que as crianças ficassem prontas. Corremos para a entrada do prédio ao ouvir uma buzina bem mais alta que a da maioria dos carros. Os fios vermelhos de Seungmin nos deram bom dia, assim como seu sorriso animado. Ele desceu da caminhonete branca, usada pela lanchonete do seu pai para levar os ingredientes de seu cardápio das fazendas produtoras até o estabelecimento, evidenciado pela lataria desgastada, mas confiante. Da carroceria, saiu Hyunjin e Jeongin, que nos cumprimentaram com um taco de beisebol profissional em cada mão. Desde pequeno, Seungmin praticara o esporte, o levando a ter vários como aquele parados em casa, devido à faculdade e seu trabalho. Finalmente, após tantos anos, eles teriam alguma utilidade, mesmo que não fosse para o jogo em si.

Entramos no apartamento e levamos a geladeira ainda “imobilizada” para a carroceria do veículo. Precisamos de todas as mãos possíveis para carregá-la, não levando muito tempo até finalmente fecharmos a carroceria.

- Certo! Quem vem comigo? Dá pra entrar duas pessoas. – Seungmin perguntou, e as crianças imediatamente começaram a gritar com as mãos levantadas.

- Eu! Eu! Eu!

- Acho que o Woojin Hyung pode ir com o Kevin. – Falei, e as meninas pareceram murchar. – Vamos, vamos, sem choro!

Elas resmungaram e foram se arrastando para o carro, enquanto Kevin parecia ter ganhado na loteria. Os dois subiram na caminhonete, que deu a partida e seguiu pela rua. Apertei o passo e entrei no carro, os seguindo pela estrada. No caminho fomos conversando animadamente, enquanto alguma música tocava na rádio matinal. Parecia apenas mais um dia comum em que apenas íamos passear em algum lugar na cidade, mas acho que no coração de todos, parecia muito mais especial, já que finalmente estávamos reunidos novamente, mesmo que por apenas algumas horas, fora uma experiencia que eu não queria repetir nunca na minha vida; especialmente nas circunstâncias que foram. Assim que chegássemos ao nosso destino naquela manhã, preveniríamos que aquele mesmo cenário se repetisse mais uma vez. Até perguntaram se aquilo que estávamos fazendo não poderia ser adiado para outro dia, já que estávamos ainda muito cansados, mas foi Han mesmo que não queria esperar. Ele precisava se ver livre daquela geladeira tanto quanto nós, um assunto inacabado que se fecharia de vez naquela manhã.

Quando pegamos a autoestrada, encarei Jihye e Eunchan pelo espelho do retrovisor. Mesmo estando animadas no início daquela manhã, podia ver que estavam cabisbaixas, especialmente a pequena híbrida. Ainda não havíamos conversado sobre tudo o que havia acontecido, nem o porquê de terem entrado no portal, mas eu não via pressa para tal. Mesmo que tenha sido uma ação impensada, não poderia culpar nenhum dos três por nada. Contanto que estivessem a salvo, já era suficiente para mim. Eunchan provavelmente percebeu meu olhar sobre ela e me deu um sorriso, provavelmente ainda se perguntando o motivo pelo qual eu não a havia chamado para conversar. Sorri de volta, me concentrando em seguir Hyunjin e Jeongin na carroceria da caminhonete, que tinham os cabelos quase arrancados pelo vento e mantinham um sorriso divertido enquanto conversavam.

Enfim, havíamos chegado. O odor de óleo de carro e ferrugem impregnou em nossas narinas assim que descemos na entrada do ferro-velho. A caminhonete de Seungmin entrou em meio às montanhas de carros e outros objetos metálicos, estacionando num ponto aberto. Alguns minutos depois, o carro negro de Changbin parou atrás do nosso, e ele e Felix saíram com óculos escuros, talvez dramáticos demais.

- Que dia lindo para se aniquilar geladeiras! – Exclamou, fungando o ar como se estivesse num campo aberto e muito cheiroso. No entanto logo torceu o nariz ao sentir todos os “perfumes” nada agradáveis daquele ambiente. Não pudemos evitar não rir de suas brincadeiras, todos enfim seguindo para finalmente terminar o que deveria ter sido encerrado há muito tempo.

E quem diria que destruir geladeiras fosse tão divertido!

A meia hora seguinte foi marcada pelos ruídos de metal sendo amassado e comprimido, os compartimentos de vidro sendo transformados em cacos cada vez menores e nossos grunhidos a cada golpe que desferíamos no eletrodoméstico. Até as crianças participaram, gritando com alegria enquanto se focavam no freezer. Cada um de nós jogamos naquela geladeira nossas frustrações e outros problemas e apenas os destruíamos junto com ela, sendo mais relaxante do que poderíamos ter pensado.

O sol começou a ficar mais alto e então decidimos parar. De longe, nem parecia mais uma geladeira, apenas uma pilha de sucata como qualquer outra ali no ferro-velho. Changbin sentou-se ofegante no chão enquanto se apoiava em seu taco, as mangas da camiseta arregaçadas, mostrando seus braços musculosos.

- Essa coisa não tem poderes regenerativos, certo? Destruí-la foi divertido, mas não quero fazer isso toda semana.

- Não temos certeza. – Jeongin disse, apoiando-se em Seungmin que, por sua vez, se encostava em Hyunjin. – Mas esperamos que não.

- Então é isso. Acho que eu topo um pedaço de torta lá na confeitaria. – Sugeriu Felix, ao passo que todos concordaram. Changbin se levantou com um sorriso orgulhoso.

- Hoje estão com sorte, vão provar a melhor torta de pêssegos da vida de vocês! – Ele exclamou. Assim que ouvi pêssegos, olhei para Woojin, mas ele apenas sorriu animado e segurou a mão de Kevin seguindo com os outros. Achei que ele pudesse pensar sobre Chan, o grande amante de pêssegos do grupo, mas talvez o mais velho já estivesse o perdoando pouco a pouco. Após todas aquelas ligações, era óbvio que o loiro planejava algo, e eu já tinha a certeza que seria algo decisivo para que reatassem. Só dependeria de Woojin, que teria muito o que avaliar, levando Kevin também em consideração.

Enquanto seguíamos para fora do ferro-velho, segurei Eunchan ao meu lado. Ela me olhou do alto com o olhar curioso.

- O que foi, papai?

- Preciso te levar a um lugar, docinho. – Disse, e ela concordou sem questionar muito. Alcancei Han que já estava mais a frente e pedi que fosse com Changbin e Felix junto de Jihye para a confeitaria e que logo os alcançaria. Eu e Eunchan entramos no carro e deixei que fosse no banco da frente comigo. Ela colocou o cinto de segurança com animação, sendo uma das poucas vezes que tinha esse “privilégio”, mas palavras delas.

- Para onde vamos, papai?

- Na sua escola. – Disse, dando a partida no carro e engatando a marcha para começar a dirigir.

- Mas... nós estamos de férias.

- Não se preocupe, quem eu quero encontrar já está lá. – Disse, tentando não transparecer nada. Ela passou a olhar para frente, brincando com os dedos. Os dois carros e a caminhonete seguiram o mesmo caminho por um tempo, até que eu dobrei em outra rua à esquerda, seguindo em direção à escola. Não falamos nada durante quase todo o caminho, e apenas abri a boca para falar quando estávamos a poucos minutos da instituição. Estalei a língua com um ar triste.

- Por que nunca nos disse que sofria bullying, Eunchan?

Pelo canto do olho, senti seus olhos arregalarem e pequenas lágrimas se formarem no canto dos olhos. Ela não disse nada, seus lábios apenas abrindo e fechando, mas sem conseguir formar palavra alguma. Então continuei tentando parecer o mais amigável possível:

- A sua irmã sabe sobre isso? – Questionei, e ela negou lentamente com a cabeça. – Disse a algum de seus professores?

- Eles não... – Tentou, uma única lágrima descendo por seu rosto, esta que logo limpou com as costas da mão. Limpou a garganta seca. – Eles não me ouvem.

- Por quanto tempo isso vêm acontecendo?

- Não sei. – Ela respondeu, tão baixo que mal pude ouvir. Freei o carro com quase brutalidade, o cinto de segurança a impedindo de se projetar para frente. Estávamos em frente à escola. Como havia previsto, as provas de verão ainda estavam acontecendo, então podia ver os portões abertos e os professores com seus crachás de identificação andando por dentro da construção aparentemente amigável. Ela olhou para mim pela primeira vez, e eu não perdi tempo em abraçá-la o mais apertado que podia. Logo, ela começou a soluçar alto e se prender na minha camiseta, como se eu fosse desaparecer se ela não se segurasse forte o suficiente. – P-papai...

- Me desculpe não ter percebido antes, meu bem... você sofreu muito, não foi? – Perguntei, e ela concordou entre as lágrimas. Acariciei seus fios com cuidado, segurando seus ombros para poder ver seu rosto. Limpei as lágrimas que caíram em cima de seu curativo e beijei sua testa. – O papai vai prometer que você nunca mais vai passar por isso. Mas você também tem que me prometer algo.

- O quê? – Ela questionou enquanto engolia o choro. Levantei meu dedo mindinho para ela.

- Que de agora em diante, o papai é seu melhor amigo e você tem que contar tudo a ele, não importa o que seja. Promete? – Perguntei com um sorriso. Ela deu um sorriso enorme entre as lágrimas e entrelaçou seu dedinho com o meu, enquanto cantávamos a cantiga da promessa.

Saímos do carro e adentramos na escola. O lugar era no mínimo adorável, com as portas das salas decoradas com guirlandas de flores, ainda celebrando a primavera, as paredes coloridas com tons pastéis e vários bancos espalhados pelas áreas floreadas. Uma mulher alta que usava um rabo de cavalo nos observou e parou com um sorriso. No entanto, eu deveria estar com uma expressão tão séria que ela recolheu sua simpatia no mesmo instante.

- Posso ajudar, senhor?

- Onde fica a diretoria? – Perguntei com a voz grave. Eunchan escondeu um sorriso, dando pulinhos no lugar.  A mulher hesitou, sabendo bem que eu não havia feito nenhuma ligação para marcar um horário, mas apenas continuei a encarando.

- M-me acompanhe, por favor. – Ela disse dando um sorriso nervoso, seguindo a passos rápidos para a ala administrativa da escola, parando em frente a uma porta de tom mineral alguns metros depois. Ela fez o favor de bater na porta e anunciar que estávamos ali, antes de se afastar para que entrássemos. Nos deparamos com a diretora, sra. Kim, que estava sentada em sua cadeira acolchoada e limpava os óculos estreitos. Provavelmente não passava dos 40 anos, mas aparentava ser bem mais velha; talvez trabalhar com crianças desse aquele resultado à pele. Ela se levantou e se curvou a nós.

- Bom dia, senhor. Olá... Eunchan, certo? – Ela disse com um tom simpático, ao passo que a pequena concordou com a cabeça coberta por um chapéu. – Você é tão semelhante à sua irmã que eu sempre me confundo. Você deve ser o pai dela.

- Isso.

- Bem, em que posso ser útil? – Ela perguntou, sentando-se novamente. Me encostei nas cadeiras em frente à sua mesa, dobrando as pernas. Eunchan sentou-se ao meu lado, tentando copiar minha expressão quase sombria.

- Serei breve com a senhora. Eunchan relatou que ela vem sofrendo casos de bullying aqui nesta instituição, e que não são tão recentes assim.

- O-o quê? Mas não é possível, nossa escola possui uma política de tolerância—

- Bem, parece não estar funcionando muito bem, não é? – Retruquei, o que a fez olhar para mim com incredulidade. – Mesmo tentando falar com os seus professores, esse caso ainda não foi resolvido e minha filha continuou sendo alvo aqui dentro desta escola. Eu supunha que as duas estivessem seguras aqui neste ambiente.

- E... e estão!

- Oh... é mesmo? Então acho que não fará mal algum se eu falar com essas crianças de quem minha filha fala. Agora mesmo.

- M-mas estamos em férias, senhor!

- Estão em período de recuperação, no entanto. Algo me diz que esses alunos de quem Eunchan fala com certeza estão aqui hoje. – Disse, levantando uma sobrancelha. – E então?

Ela me olhou com quase raiva no olhar, se levantando.

- Perdão, senhor, não posso deixar que faça isso. As crianças estão completamente seguras aqui, tenho certeza. – Ela disse, sua voz ficando mais aguda. Puxei os cabelos para trás, passando a língua pela bochecha.

- Por favor, mostre-me os relatórios das minhas filhas.

- R-relatórios?

- Relatórios, boletins, ou o que quer que chamem. Por favor. – Pedi mais uma vez e ela não teve escolha senão colocar os óculos no rosto e ligar seu computador, digitando nervosamente os nomes de Jihye e Eunchan. Ela virou a tela, mostrando a mim todas as informações das duas. Sorri, passando a mão pela cabeça de Eunchan. – Acho que pode ver por si só que as duas possuem as notas perfeitas, tanto em provas quanto em comportamento.

- I-isso é indiscutível, senhor.

- Minhas duas joias mais preciosas. Para esta instituição, suponho que também sejam. – Disse, e a mulher voltou-se para as próprias mãos. Me aproximei de sua mesa, a olhando nos olhos. Por um momento, a vi empalidecer. – Eu vou pedir mais uma vez que me deixe falar com essas crianças, antes que eu saia daqui com os papéis de transferência das duas. Por favor.

Não demorou muito para que a mulher saísse da sala com os joelhos trêmulos e um pedaço de papel entre os dedos, listando o nome de quatro garotos que, como eu havia pensado, estavam todos tendo aula naquele momento. Assim que ela saiu, Eunchan pulou da cadeira com o maior dos sorrisos.

- O senhor fez a diretora se tremer todinha, papai! O senhor é incrível!

- Você ainda não viu quem vai realmente tremer, meu bem. Esses meninos vão ficar a pelo menos cem metros longe de você. – Disse, dando uma piscadela para ela, que deu uma risada maléfica própria dos filmes de vilões. Esperamos alguns minutos e logo ouvimos as vozes debochadas daqueles meninos, rindo e fazendo piadas entre si. A diretora abriu a porta, revelando os quatro meninos. Quando me viram, suas expressões continuaram debochadas, olhando para mim de cima a baixo. Também olharam para Eunchan, que sorria maleficamente da cadeira.

- Entrem, meninos. – A diretora pediu, mas antes que eles pudessem colocar o pé para dentro da sala, os parei.

- Não será necessário, diretora. Eu falo com eles lá fora. De maneira privada, se não se importa. – Disse, e ela por um instante olhou para os meninos, como se estivesse com pena deles. Ela estava se preparando para negar quando Eunchan saltou da cadeira e segurou sua mão.

- Senhora diretora, pode me explicar sobre as estações do ano. Ainda não entendi bem sobre equinócio e solstício.

Ela olhou para mim com a expressão nervosa, ao passo que apenas sorri e fiz um gesto de “fique à vontade”, passando pela porta e a fechando atrás de mim. Os meninos ficaram amontoados em um único ponto, me encarando como se eu fosse uma estátua.

- E aí, tio? O que a Eunchan disse pro senhor? Já vou avisando que ela mente bastante – Um deles, que parecia ser o líder do grupinho perguntou num tom preguiçoso, as mãos tranquilamente dentro do bolso da bermuda. Subitamente me agachei para ficar da altura deles, dando o olhar mais mortal que eu poderia ter dado a alguém em toda a minha vida. Descansei o queixo em cima da minha mão propositalmente, mostrando a gaze cobrindo os nós dos meus dedos, alguns pontos já avermelhados com um pouco de sangue. Nada mais foi preciso para fazê-los ficarem brancos como papel.

- Escutem aqui, seus moleques. Toquem um dedo. Um dedo em Lee Eunchan ou em Lee Jihye e vocês vão se arrepender pelo resto da vida de vocês. Acha que colocam medo em mim com essas suas carinhas debochadas? Eu tenho pena do que vai acontecer com vocês se cruzarem meu caminho novamente. Então, sejam os ótimos garotos que vão ser a partir de agora e saiam da minha frente. E não cheguem perto das minhas filhas.

Eu jurei que pude ver um deles se acabar nas calças. Naquele momento, uma sineta alta tocou e eles pularam no mesmo lugar. Os poucos alunos que estavam nas salas começara a encher os corredores e eles não perderam tempo em sair correndo o mais rápido possível dali. Me levantei, sentindo o peito bater forte com a adrenalina. Até que para uma primeira vez ameaçando garotos, não foi tão ruim assim.

A porta se abriu atrás de mim e a diretora e Eunchan saíram. A mulher mais velha olhou pelos corredores, um tanto nervosa.

- Para onde eles foram.

- Acho que para o banheiro. Bem, muito obrigado pelo seu tempo, diretora, foi de grande ajuda. – Disse, sorrindo docemente e me curvando para ela, segurando a mão da pequena e saindo triunfantemente pelos corredores.

- Mal posso esperar para contar para a Ji!

- Não foi nada demais, pequena. Agora vamos logo comer essa torta antes que aqueles esfomeados comam tudo.

- Acho que o papai Han guarda um pedaço para nós. Eu também quero sorvete e um suco de—

- Eunnie! – Alguém atrás de nós gritou, segurando o braço da pequena. Nós dois nos viramos para encarar um garoto um pouco mais alto que a pequena e os fios negros ondulados sobre os olhos e uma pinta próxima ao lábio rechonchudo. – Eunnie, você viu o Jun e os outros? Eles estavam chorando! E eu soube que um deles quase desmaiou de medo.

- S-sério? O papai falou com eles hoje – A pequena perguntou, seu rosto instantaneamente ficando corado. Levantei uma sobrancelha para ele, que se curvou em cumprimento.

- Olá, pai da Eunnie. Muito obrigado por ter colocado medo naqueles garotos, fico feliz que a Eunnie ficará bem agora. – Ele disse, com um sorriso brilhante. A pequena baixou o olhar, vermelha até o pescoço. Dei um sorriso contido antes de me voltar para ele.

- Ah, sim, você é aquele amigo dela, não é? Ela falou bem de você. – Disse, e o sorriso do menino se abriu mais ainda, talvez até mesmo um pouco envergonhado como ela. Eunchan arregalou os olhos e me olhou do alto, imitando meu olhar mortal, que só conseguia ser cômico. – Como é seu nome mesmo?

- Dongsun, mas me chamam de Sunny. – Ele disse, dando um sorriso tão brilhante como o sol. Ao fundo, alguém o chamou, provavelmente para que fosse comer. – Estão me chamando agora. Bem, até a volta às aulas, Eunnie.

- A-até. – Ela lhe deu um sorriso, acenando para ele. Voltamos a andar e só quando paramos em frente ao carro, ela começou a dar socos miúdos em meu braço, tão vermelha como um tomate. – Que ideia foi aquela, papai?!

- O quê, apenas quis causar uma boa impressão, boba! – Disse entre risos, a colocando dentro do carro. Quando entrei, ela enterrou o rosto entre os joelhos, o que me fez rir mais ainda. – Você gosta dele? Hein, hein?

- Não vou dizer!

- Nossa, vai quebrar uma promessa de dedinho fácil assim? Achei que tivesse a ensinado como manter suas promessas. – Disse, dando cutucadas com meu cotovelo. Seu olhar subiu um pouco, as bochechas quentes sobre os joelhos. Ela olhou para mim com o olhar choroso e irritado.

- Tudo bem! Eu... meio que gosto do Sunny.

- Ai... – Coloquei a mão sobre o peito, descendo a cabeça com uma careta. Eunchan imediatamente se aproximou com a expressão preocupada.

- O que foi, pai? Está sentindo dor?

- Aigoo, minhas menininhas estão crescendo! – Disse, caindo na risada novamente. Ela gritou em frustração, mas logo após passou a rir comigo. – Tudo bem, desculpe rir da sua cara. Vou levar a sério.

- Promete?

- Claro! Ele parece ser um garoto legal, bem bonitinho também.

- Não pode roubar ele de mim!

- Ao contrário de certas pessoas, eu sou uma pessoa leal. E ele nem faz meu tipo mesmo. – Retruquei, o que a fez rir ainda mais, olhando pela janela, como se procurasse por ele.

- Ele é a pessoa mais legal do mundo. No dia dos namorados, quero fazer uma caixinha para ele.

- Pode pedir ajuda ao Changbin, ele é especialista em chocolates. – Disse, saindo do estacionamento da escola e seguindo para a confeitaria. – Mas vou logo avisando que se ele ferir seu coração, não vai ouvir falar dele nunca mais.

- Eu te amo, papai. – Ela disse com um sorriso, se engatando em meu braço como um gatinho. Sorri, a abraçando com o braço livre. Tal gesto me levou longe em pensamento, para um futuro não tão distante, onde eu poderia ver as duas crescendo e arranjando a própria vida. E eu não conseguiria imaginar felicidade maior que aquela, fazendo toda dor e sacrifício ter valido a pena. Talvez eu entenda Han melhor agora, no que se referia às suas decisões na noite passada. Daria a vida por elas, e isso era fato.

Chegamos à confeitaria, ouvindo as risadas e comemorações e sorri, não podendo pedir por nada melhor.


Notas Finais


o capítulo mais longo, mas o que não teve nada de especial. mas ao mesmo tempo foi o meu preferido UWUWUUWUWUWU
espero que tenham gostado tanto quanto eu, e me digam o que acharam! ainda temos muito o que discutir até a próxima revelação bombástica hihihihihi
muito obrigada por ler e até o próximo capítulo!


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