- Se ficar mais um segundo aí dentro, vai queimar. – Hyunjin murmurou ao meu lado, fazendo uma careta ao olhar o forno. Lá de dentro, seis tortinhas de laranja assavam numa bandeja, todas começando a borbulhar de maneira estranha, quase que prestes a explodir. Seungmin, que estava à minha direita, negou veementemente. Nós três estávamos sentados no chão da cozinha do de cabelos escuros, esperando as tortinhas ficarem prontas. No entanto, estávamos aguardando há pelo menos cinco minutos a mais do que o tempo dito pela receita de Changbin. Não era exatamente uma bela atividade para a comemoração de seis meses de namoro, mas eu não me importava, contando que eu pudesse ficar com Hyunjin e Seungmin.
- Claro que não, elas têm que assar um pouco mais. Não estão vendo que o topo não está dourado o suficiente? – Seungmin disse, apontando para as pequeninas, com cuidado para não tocar a porta quente.
- Só porque trabalha com confeiteiros, não quer dizer que também é um. – Falei, olhando para ele. O de cabelos vermelhos nos olhou com um biquinho.
- Changbin Hyung vêm me dando aulas, ele disse que temos que deixar assar mais um pouco propositalmente. Só mais alguns segundos... – Retrucou, se aproximando do forno e observando as tortinhas com tanta atenção como se fossem plantas de casas com as quais lidava na faculdade de arquitetura, onde procurava por erros na estrutura ou na organização dos móveis. No caso, procurava o ponto perfeito da calda de açúcar com laranja, despejada no topo dos doces. Hyunjin tocou meu braço, perguntando apenas com o movimento dos lábios carnudos se eu não queria voltar com ele para a sala, onde haviam outras coisas gostosas e uma maratona de anime passando na televisão, mas assim que eu estava prestes a responder, os olhos de Seungmin se abriram e começaram a brilhar com animação, se levantando rapidamente. – Agora, agora, agora!
No mesmo instante, nós três entramos em ação para resgatar as tortinhas. Desliguei o forno, Seungmin abriu a porta, liberando um perfume morno no ar que felizmente não cheirava a queimado, mas sim o delicioso aroma do suco das laranjas e da crosta de biscoitos. Hyunjin pegou um par de luvas térmicas e cuidadosamente puxou a bandeja para fora, a colocando na bancada. Ficamos lado a lado, olhando para os seis exemplares com encanto e a boca cheia d’água.
- E não é que você estava certo? – Hyunjin disse com um sorriso divertido. Seungmin encheu o peito com orgulho, inspirando o perfume de sua mais nova criação.
- Vamos deixar esfriar, quero assistir Totoro agora. – Murmurei, a voz soando até um pouco manhosa, puxando a camiseta dos dois. Eles olharam para mim com um sorriso enquanto passavam os braços ao redor dos meus ombros, nós três andando em sincronia até o sofá recheado de pelúcias e pipoca.
Era difícil de acreditar que já tínhamos seis meses de namoro. O que pensávamos inicialmente ser apenas um teste, uma pequena experiência, acabou florescendo e se tornando mais forte do que eu jamais pensei que seria. Honestamente, o colapso da relação já era um cenário quase palpável para mim; não era nenhum problema ter os dois como meus parceiros, mas para os dois parecia até mesmo ser um pouco desconfortável. Sempre me perguntei se eu não conseguia dar a mesma quantidade de atenção para os dois, ou se eu ainda tinha o que aprender sobre os namoros daquele mundo. Felizmente, pouco a pouco era possível sentir um ambiente mais confortável toda vez que estávamos juntos, o que me deixava muito mais satisfeito.
Nos sentamos no sofá e começamos a assistir. Hyunjin e Seungmin se sentaram ao meu lado, os dois me segurando com carinho, permitindo que eu me aconchegasse bem entre os dois, quase me enrolando em uma pequena bola. Para aquela ocasião, até pensamos em ir para algum lugar especial, como um restaurante ou até mesmo ir no cinema, mas a verdade é que nunca chegaríamos a nos divertir da mesma forma quando estávamos sozinhos como naquela noite. Até mesmo ideias malucas, como a de Seungmin de subitamente querer assar tortinhas era muito melhor do que vestir algo elegante e conversar baixo. Eu provavelmente não era o único que pensava assim, já que pude observar o sorriso divertido e relaxado no rosto dos dois ao meu lado.
Depois de uns dois episódios do anime terem passado, Hyunjin tocou minha coxa, soltando um "ah!", nos chamando a atenção.
- Quase esquecemos, Seung. - Ele exclamou, olhando para o avermelhado. Após um esquecimento momentâneo delatado por sua expressão, seus olhos se abriram.
- Ah, é verdade!
- O quê, o que esqueceram? – Questionei, olhando alternadamente para os dois. Hyunjin sorriu animado para mim.
- Nós compramos um presente para você. – Ele revelou, o que me fez abrir a boca em surpresa e quase imediatamente sentir o rosto enrubescer.
- U-um presente? Mas nós combinamos que não daríamos nada um para o outro.
- Nós sabemos, por isso não precisa nos dar nada. – Seungmin disse, saindo do sofá e se agachando em frente ao seu lugar. De repente, ele puxou o acolchoado do assento para cima, mostrando uma espécie de compartimento secreto de onde puxou uma pequena caixinha cor de creme, com um laço branco bem feito, surpreendentemente não muito amassado por quem se sentava no sofá. Com certeza um dos melhores esconderijos para presentes que eu já tinha visto, merecendo até mesmo uma pequena congratulação. Jogou-se novamente ao meu lado, colocando a caixa em meu colo. – Vai, abre.
- Eu ainda acho isso injusto. – Tentei dizer aos dois com um tom irritado, mas não conseguia retirar um pequeno sorriso de canto que inundava meus lábios. Eles realmente eram bons demais para mim. Olhei uma última vez para eles antes de tocar no laço, e suas expressões estavam cheias de expectativa, e talvez até mesmo algo a mais escondido por trás de suas orbes escuras. Soltei uma risada nervosa antes de começar a desatar o laço tão bem amarrado.
Abri a caixa e quando olhei o interior, meu queixo caiu e meu rosto inteiro pareceu entrar em chamas; era um colar, mas um tipo diferente. Era mais justa, justamente para ser colocada rente ao pescoço, de um material vermelho vivo e espesso que se assemelhava ao couro. Nas extremidades, o “colar” era decorado com uma renda da mesma cor, trazendo uma certa textura especial ao toque. Mas ele em si não era o mais importante, e sim o detalhe final: um pingente prateado no centro do acessório que reluzia nas luzes baixas da sala. No metal, estava cravado “H.S”. Ao ler aquela iniciais, não pude evitar sentir um arrepio pelo meu corpo inteiro. Engoli em seco, encarando os dois.
- I-isso é...
- Achamos que iria ficar perfeito em você. Mandamos fazer personalizado, então é literalmente a única no mundo. – Hyunjin explicou com um sorriso de lado, se aproximando do meu rosto e tocando o pingente com delicadeza. Apenas aquele sutil movimento me fez instantaneamente ficar inquieto no meu lugar sem razão aparente.
- Se não gostou, podemos lhe dar outra coisa, Jeongin. – Seungmin disse, me fazendo arregalar os olhos e segurar a caixa junto ao peito, tentando protegê-la.
- Não! Não precisa, e-eu... eu gostei – Disse, segurando-o com cautela nas mãos, sentindo as diferentes texturas nos dedos e o coração acelerar lentamente. Não é que não havia gostado, apenas me sentia inteiramente confuso. Honestamente, não estava entendendo por que meu corpo reagiria desta forma a um simples colar. Já havia ganhado uma série de outros presentes dos dois, mas como era possível aquele me fazer ficar tão diferente? Toquei o pingente, observando aquelas iniciais novamente por mais tempo do que o esperado.
Subitamente, as mãos do avermelhado pegou o acessório e o colocou em meu pescoço, de imediato me fazendo prender a respiração. Ele o prendeu, não ficando nem frouxo ou apertado demais. O couro acariciava minha pele e a renda fazia leves cócegas, mas nada que fosse incômodo. O metal frio do pingente me causou arrepios quando balançou levemente. Estava perfeito.
- Ficou melhor do que imaginamos, não é? – Hyunjin murmurou, tocando meu pescoço adornado pelo colar. Ele sorriu de maneira estranha, seus olhos quase me devorando por inteiro. Seungmin não estava muito diferente, seus dedos passeavam pelo meu braço, cada dígito parecendo queimar minha carne. Olhei para o lado com nervosismo, sentindo a atmosfera mudar completamente; o que antes era simpático e aconchegante havia escalado para algo borbulhante e quase animal, algo que eu nunca havia sentido ser emanado de nenhum dos dois.
- P-por que me dar algo desse tipo? – Perguntei, quase sem voz pela aparente vergonha. Hyunjin e Seungmin se entreolharam por um breve instante. O rosto do avermelhado pousou próximo à minha orelha, sua respiração quente me provocando calafrios intensos. Sua mão desceu para a minha, onde se entrelaçou com força, quase como se eu fosse fugir a qualquer momento.
- Queríamos te dar algo que o fizesse lembrar que você é nosso, e apenas nosso... – Ele soprou com a voz rouca, diferente de qualquer outra que ele já tivesse feito. O amorenado deu uma risada, prendendo seus longos dedos nos meus fios. O leve puxão me fez suspirar.
- Nossa linda raposinha.
Seus lábios se aproximaram, tocando de leve nos meus para logo depois se aprofundar num beijo intenso e cheio de luxúria que fez minha cabeça virar uma completa bagunça. Eu não conseguia pensar direito, apenas seguia os movimentos bem trabalhados, nossas línguas brigando por espaço, mas a do mais velho sempre ganhando a dominância. Ao mesmo tempo, Seungmin depositava beijos úmidos na linha de minha mandíbula, pescoço e ombros, sua língua pacientemente trabalhando em cada selar, sugando a pele clara e dando tons vivos de vermelho a ela. Meu coração batia mais rápido a cada movimento e eu sentia fortes ondas de calor por todo o corpo, apenas derretendo aos toques completamente novos e inesperados dos dois.
Hyunjin infelizmente se soltou dos meus lábios pela falta de ar, puxando o ar com força, assim como eu também fazia. Usei daquele momento para observar sua expressão única, quase obscena: lábios entreabertos úmidos, vermelhos e inchados, as pupilas dilatadas e orelhas rubras como sangue, adornando seu rosto tão belo. Seungmin também cessou com seus selares por minha pele, e pude sentir suas mãos brincarem com a barra da minha camiseta, ameaçando subi-la e acabando com o resto de sanidade que possuía.
- Jeongin... será que podemos fazer? – O avermelhado perguntou, me fazendo olhar para ele, e logo depois para o outro, o corpo trêmulo com a súbita ansiedade e expectativa. E se eu não pudesse satisfazê-los da maneira correta? Nunca havia lido nenhum livro sobre aquilo, muito menos alguma prática sobre o assunto. Eles me encaravam pacientemente, aguardando minha resposta. Minha mente deu voltas e mais voltas, procurando algo lógico que pudesse usar como resposta, até que finalmente percebi.
Nenhum pensamento ou teoria prévias se encaixavam ali. Naquele momento, éramos apenas nós três e nossos instintos, fazendo o que nosso coração achava ser o mais certo. E, para mim, não haviam pessoas mais certas para as quais eu devia me entregar.
Puxei o rosto de Seungmin, colando nossas bocas em meu segundo beijo da noite. Ele possuía um gosto totalmente diferente do de Hyunjin eu sempre me intrigava com isso toda vez que nos beijávamos; enquanto um era cítrico e mais ousado, o outro se contrastava completamente com o doce e prudente, formando uma mistura em minha boca quase indescritível. Ele me acompanhou com certa surpresa, explorando cada milímetro de mim com a língua, numa troca de saliva inesgotável. O soltei, deixando que o ar voltasse a nós dois.
- E-eu sou do Hyunjin e do Seungmin, e-então... – Balbuciei, a visão turva e a língua adormecida, lhes dando o consenso mais que esperado. Os dois se entreolharam com um sorriso malicioso.
Sem que eu ao menos pudesse ter tempo de piscar, Seungmin passou suas mãos através da minha cintura, me erguendo do sofá. Hyunjin desligou a televisão e os dois me guiaram até o quarto de Hyunjin, completamente escuro, a luz do corredor iluminando apenas o caminho até a cama grande no canto do cômodo. Fiquei entre os dois em cima da cama, encaixado entre as pernas de Hyunjin e Seungmin em minha frente, me olhando com quase devoção. As mãos do amorenado pousaram em minhas coxas, dando um aperto leve nos músculos, me fazendo soltar o ar pesadamente. Ele subiu com os dígitos mal tocando minha pele, aquele mínimo contato me provocando de maneira impressionante. Ele adentrou a minha camiseta, passeando pelo meu tórax até retirá-la do meu corpo, a jogando em algum lugar do quarto. Seungmin lambeu os lábios, assemelhando-se a uma presa que encara sua próxima refeição.
- Ah, Jeongin... não sabe o quanto esperamos por esse momento. – Ele suspirou, começando a dar beijos demorados pelo meu peito, provavelmente sentindo meu coração praticamente se jogar contra as costelas, tão forte que ele com certeza poderia ouvir daquela distância. Ele continuou a descer até chegar em meus mamilos, onde passou a língua demoradamente, literalmente me torturando. Me contorci no colo de Hyunjin, dando espasmos e suspiros talvez altos demais. O avermelhada dava lambidas, sugadas e até mordiscadas leves, a outra mão fazendo um trabalho semelhante no outro mamilo. Minha mente estava nebulosa, não conseguia pensar corretamente, apenas em como nunca havia sentido tais sensações tão intensas. Hyunjin deu uma risada maliciosa, tocando a parte interna das minhas coxas, impedindo que eu as fechasse para si.
- Quem diria que você fosse tão sensível aí... já está começando a acordar. – Ele cochichou, aproveitando para me provocar com a língua pela extensão da minha orelha provavelmente tão rubra como uma rosa. Como uma prova de suas palavras, seus dedos fizeram uma trilha de fogo até minha virilha, tocando meu membro quase completamente ereto. Ele passeou até o pequeno volume, me fazendo literalmente pular em cima da cama. Era uma gama de sensações completamente nova, tão diferentes que chegavam a me assustar; como apenas alguns toques poderiam me afetar de tal maneira que eu estava quase derretendo diante aos dois?
Hyunjin segurou minha cintura, me levando para mais perto de si. Sem querer, minhas nádegas se esfregaram no meio de suas pernas e ele soltou um gemido baixo, mas que próximo aos meus ouvidos ecoou por cada célula do meu corpo até meu baixo ventre, que se repuxou violentamente. Senti uma protuberância se revelando por dentro de sua calça de moletom, e ele deu um sorriso.
- Está vendo o que faz conosco, raposinha? – Ele questionou, o apelido novo me fazendo ficar ainda mais estranho. Meus olhos instintivamente voltaram-se para o avermelhado, encarando sua virilha; ele estava exatamente igual; o volume aparente, talvez até mesmo doloroso. Eu causava tudo aquilo?
- D-desculpe... – Murmurei sofregamente, sentindo a mão no moreno seguir pela minha extensão e tocar minha glande por cima dos tecidos. Soltei um gemido, liberado do fundo da garganta, tentando manter os olhos abertos.
- Então está na hora de nos recompensar, não é mesmo? – O avermelhado indagou, aproximando seus dedos do botão da minha bermuda, abrindo o zíper lentamente. Hyunjin se jogou para trás, me fazendo ficar por cima dele. Seungmin deslizou a bermuda pela minha pele arrepiada, puxando junto com ela minha roupa de baixo, me expondo completamente para os dois. Quando o vento frio do ar-condicionado passou por aquela região, tremi e me encolhi, envergonhado demais do próprio corpo. Minha cauda balançava freneticamente do lado de Hyunjin, que fez questão de acariciá-la.
- Não precisa sentir vergonha de nós, raposinha. Você é perfeito. – Ele disse, tocando minha coxas livres de qualquer tecido, ora as espremendo entre os dedos. Respirei fundo diversas vezes tentando relaxar, lentamente deixando as pernas deslizarem para os lados do moreno, que retirava a calça com certa dificuldade. Seungmin fez o mesmo, juntamente com a sua camiseta, o corpo esguio liberando gotas de suor iluminando sua pele clara. Ele abriu ainda mais minhas pernas, deixando que meu membro ficasse à mostra para ele; tão ereto que chegava a doer.
- P-por que está a-assim?
- Porque está se sentindo prazer, raposinha. Aqui, vai ficar melhor. – Seungmin se aproximando, segurando o órgão com o dedão raspando de leve na glande, gotas grossas de um líquido transparente escapando da fenda e sujando seus dedos. Ele começou a bombeá-lo a uma velocidade excruciante, me fazendo arquear as costas e gemer consideravelmente alto. Cobri a boca com as mãos, mas não conseguia controlar meu corpo, que se contorcia violentamente; então aquilo era prazer? A cada bombeada parecia que uma descarga elétrica percorria todo o lugar, o peito doía com os batimentos e a respiração pesada, me fazendo soltar gemidos e palavras descontroladas.
Era impressionantemente bom.
Hyunjin segurou meus braços para longe, entrelaçando seus dedos nos meus, de alguma forma me prendendo a si.
- Não se segure para nós, amor. Nós queremos te ouvir... – Ele disse, e Seungmin pareceu acelerar seus movimentos, meus gemidos ficando mais altos e agudos. Uma de suas mãos se desvencilhou, passando pelas minhas costas e descendo até minhas nádegas, apertando quase violentamente a carne morna. No entanto, ele conseguiu descer sorrateiramente, chegando a um ponto que me fez quase gritar.
Seu dedo anelar chegou até minha entrada, brincando com o pequeno anel, me fazendo estremecer violentamente. Ele sorriu ao meu lado, seu nariz brincando com o meu colar.
- Gosta daqui?
- N-não sei... – Balbuciei, mas meus quadris inconscientemente se movendo ao redor de seu dedo novamente. Seungmin, ao perceber aquilo, parou de mover sua mão contra meu membro, me fazendo gemer em descontentamento. Ele desceu da cama e abriu a cômoda ao lado da escrivaninha, puxando um frasco branco e uma fileira de pacotinhos pequenos. Voltou para a cama, me puxando para seus braços. Eu o segurei, sua pele quente junto à minha, o coração também batendo rápido ao peito, ele aproveitou aquele pequeno momento enquanto Hyunjin retirava a regata suada para me dar beijos castos no topo da cabeça e na testa, me deixando um pouco mais relaxado. O moreno ajeitou alguns travesseiros e os dois me pousaram de barriga para baixo, me impedindo de encará-los.
- Empina pra gente, amor? – Hyunjin pediu com a voz rouca, mas gentil, e meu corpo nem ao menos me deixou pensar antes de colocar minhas nádegas para cima, a deixando em seu campo de visão. Eles pareceram suspirar ao mesmo tempo, uma mão de cada me segurando com certa autoridade, me fazendo quase derreter. O colar contra meu pescoço deixava minha respiração cada vez mais rarefeita, mas eu não me importava, apenas sentia tudo ficar cada vez mais excitante com a expectativa do que fariam.
Ouvi o frasco ser aberto, bem como o ruído de dois pacotinhos sendo abertos. Depois de alguns segundos sem nenhuma ação, quando estava quase me virando para ver o que estava acontecendo, senti um líquido inesperadamente frio descer pela minha entrada, percorrendo o caminho do meu períneo e me fazendo dar um gemido inesperado.
- Desculpe se está muito gelado, mas nós prometemos que vai se sentir bem agora. – Seungmin disse, se aproximando e dando um beijo no fim das minhas costas. E com aquilo, senti um dedo se posicionar rente à minha entrada e então entrar dentro de mim. Soltei um grito abafado pelos travesseiros, nunca sentindo uma sensação tão ambígua em minha vida. O dedo de um dos dois não foi muito fundo, mas começou a se mover lentamente, me causando arrepios e gemidos a cada vez que entrava e saía, gradativamente me alargando. Meu membro começou a dar espasmos, doendo novamente procurando por alívio. Eles ficaram com aquela tortura por mais alguns minutos até eu finalmente querer que aquele dedo fosse mais rápido e mais fundo. Tão envergonhado quanto poderia, mas já completamente tomado pelo prazer, comecei a me mover contra o dedo, aumentando a velocidade.
- Já está confortável com um? – Hyunjin perguntou, provavelmente sendo o dono do dedo que me adentrava. Ao fundo, poderia ouvir um barulho molhado e alguns suspiros baixos. O que Seungmin estaria fazendo? Minha curiosidade foi interrompida quando um segundo dedo me adentrou, o leve incômodo voltando. – Que tal dois agora?
O mesmo processo se repetiu, com a mesma paciência que da primeira vez. Os dedos de Hyunjin tocavam diversos pontos dentro de mim, cada lugar me fazendo sentir algo diferente. Não demorou muito até meu corpo começar a falar por si só, rebolando inconscientemente contra os dígitos, já não me preocupando com a altura dos meus gemidos. Meu corpo já estava imerso naquele prazer para pensar em algo além dos dois e de quanto os amava.
De repente, Hyunjin retirou seus dedos, me fazendo sentir falta deles imediatamente. Engoli a saliva que ameaçava escapar pelos meus lábios entreabertos, me virando para os dois. Ambos já estavam completamente despidos, e me encaravam com a mais pura luxúria no olhar.
- Por que... tirou? – Perguntei, e eles apenas me olharam sem dizer nada. Hyunjin se aproximou, seus lábios se juntando aos meus novamente. Ao mesmo tempo, senti as mãos do avermelhado afastarem minhas nádegas e a sua glande se posicionar contra a minha entrada. Gemi baixo junto aos lábios de Hyunjin e tive que apertar seu braço com força quando Seungmin me adentrou. Hyunjin se desvencilhou dos meus lábios e acariciou meus fios úmidos pelo suor e minhas orelhas com os pelos alaranjados completamente eriçados. Seungmin gemeu baixo quando se adentrou por completo dentro de mim, sentindo os espasmos violentos que minha entrada dava contra si.
- Você é tão perfeito, Jeong... – Hyunjin sussurrou, acariciando meu rosto pegando fogo, enquanto sua outra mão pegava meu membro esquecido e voltava a bombeá-lo. Foi aí que Seungmin começou a se mover devagar e com cautela, a mistura de sensações me levando à completa loucura. Dor e prazer se misturavam, me fazendo revirar os olhos de tão cheio que me sentia. Os gemidos eram incontroláveis, assim como os tremeliques pelo corpo inteiro.
- Está tudo bem para você? – Seungmin perguntou aos ofegos. Demorou alguns segundos para que eu pudesse formular uma palavra, mas a minha resposta foi dada quando meus quadris se moveram contra seu membro.
- V-vai...
Com aquilo, o avermelhado segurou minha cintura firmemente, me mantendo no lugar, seus movimentos começando a acelerar, assim como os de Hyunjin sobre o meu membro. Eu sentia que estava a beira de um desmaio, a dor em minha entrada se tornando quase nula e o prazer sendo tão intenso que qualquer outro toque pudesse me fazer explodir.
Em dado momento, quando as estocadas de Seungmin estavam tão boas que meu membro começou a ficar realmente estranho, ele se retirou de dentro de mim. Gemi com ele, sentindo a falta que fazia dentro de mim. Com aquilo, Hyunjin saiu e tomou seu lugar, não perdendo tempo e me preenchendo consigo.
Foi como a primeira vez, mas sem dor. Tudo nele era diferente, era mais desesperado, mas nada que fosse de fato ruim. Num movimento rápido, o moreno me virou me fazendo ficar de barriga para cima, sem parar de se mover pelo menos uma vez. Pude ver sua expressão cheia de desejo, os olhos entreabertos juntamente com os lábios, gotas de suor percorrendo seu rosto e pescoço quentes. Seungmin ficou de joelhos ao lado de Hyunjin, puxando sua mandíbula para um beijo entre os dois. Honestamente, foi a cena mais excitante da noite. Suas línguas se encontrando vez ou outra fora dos lábios, os barulhos molhados e baixos gemidos que os dois soltavam, era lindo. Sem que eu percebesse, minhas mãos que apenas seguravam os lençóis foram para meu membro, aumentando a intensidade do meu prazer novamente. Aparentemente, as estocadas de Hyunjin se intensificaram com o beijo, fazendo a cama balançar juntamente com os nossos três corpos colados, tão em sincronia.
- E-eu vo-ou... – Tentei avisar aos ofegos, meu membro prestes a explodir. Hyunjin deu investidas fundas, suficientes para que eu não pudesse aguentar mais. De repente uma onde de prazer inexplicável me consumiu como fogo, me fazendo arquear as costas e contorcer os dedos do pé. Jatos de um líquido branco saíram do meu membro, sujando meu peito e minhas coxas. Minha entrada se contraiu violentamente contra o moreno e ele soltou um gemido alto, puxando o ar com necessidade ao passo que me encarava com um sorriso de canto. Por fim, Seungmin tocou-se por alguns segundos e fechou os olhos com força, derramando-se dentro de um envoltório fino de um material viscoso que revestia o próprio membro.
Ficamos nos encarando por alguns segundos, nos permitindo sentir as próprias ondas de prazer intenso. Meu corpo pareceu virar geleia em cima do colchão, e eu mal conseguia manter os olhos abertos.
Hyunjin e Seungmin, após se recomporem parcialmente, saíram do quarto, me deixando em cima das cobertas. Voltaram pouco tempo depois com lenços de papel; me limparam como se eu fosse um bebê, retirando qualquer fluído que estivesse em meu corpo. Ajeitaram os travesseiros e me colocaram no meio da cama, logo se juntando a mim embaixo das cobertas. Os dois me deram um beijo nas bochechas, dando um sorriso terno.
- Obrigado por hoje, Jeong. Foi incrível. – Seungmin disse.
- Perfeito. – Hyunjin completou. Dei um sorriso fraco aos dois, lhes dando um selinho.
- Obrigado também, por tudo. – Respondi com a voz um pouco rouca, mas incrivelmente satisfeito. Acabamos adormecendo do jeito que estávamos, mas não havia mais malícia em nossos corpos desnudos. Apenas o conforto de nossas peles unidas, compartilhando o calor.
Algumas horas depois, acabei despertando, sem sono algum. Olhei devagar para os lados, e os dois ressonavam baixo ao meu lado. Sorri para cada um, me contorcendo para poder sair da cama sem que pudesse acordá-los. Peguei minhas roupas que estavam jogadas no chão, fazendo o favor de dobrar a dos dois que também foram esquecidas e as deixar em cima da escrivaninha. Fui andando com dificuldade até o banheiro, sentindo uma estranha fraqueza nas pernas. Liguei a luz, rapidamente me vestindo de volta. Me vi de relance no espelho e tive que parar para ver o estrago: meus lábios estavam inchados, meu pescoço e colo estavam cheios de marcas arroxeadas, provavelmente sendo obra de Seungmin, e eu nem queria falar do cabelo. Senti o rosto esquentar com aquelas marcas; eram feias, mas eu não odiava elas, pois foram feitas por eles. Eu era deles, e aquilo era a prova concreta, toda aquela noite foi.
Tomei mais um segundo para olhar o colar que me foi dado de presente. Me olhando no espelho, pude ver como ficava bem em meu pescoço, o tom vibrante contrastando com a pele marcada e o pingente balançando com as inicias dos dois homens que eu amava. Decidi tirar, com medo de que a saliva e suor excessivo os quais o colar entrou em contato pudessem danificar o acessório de alguma forma.
Voltei para o quarto, andando na pontinha dos pés até o guarda-roupa. Afastei as roupas dos cabides e abri um pequeno esconderijo que fiz há alguns meses; seis meses para ser exato. De lá puxei uma caixa de sapato, decorada por Han com algumas abelhas de cola glitter e flores na borda da tampa. Me sentei no chão, pronto para abrir, mas ouvi as molas da cama rangerem em dose dupla.
- Jeong...? – Os dois perguntaram em uníssono, me fazendo imediatamente esconder a caixa com o próprio corpo. Eles se levantaram, coçando a cabeça pela confusão e sonolência. – O que faz acordado?
- Nada... Só queria ler um pouco, mas o livro caiu embaixo do guarda-roupa. – Tentei, mas obviamente eu era um péssimo mentiroso. Os dois deram uma risada, pegando as roupas de baixo na escrivaninha. Eles se agacharam ao meu lado, observando a caixa que não consegui esconder a tempo.
- O que é isso? – Seungmin indagou com curiosidade. Engoli em seco pela vergonha, mas mesmo assim puxei a caixa para que eles pudessem ver.
- Minha caixa de tesouros. – Respondi baixo, não querendo realmente revelar o nome para eles. – Guardo aqui as coisas que eu acho importantes guardar.
Eles concordaram com um sorriso grande, se sentando comigo no chão para ver o que eu andara guardando, apenas a luz do abajur iluminando nossa visão: diversas fotografias nossas em vários lugares, fotos com meus amigos, a pequena nota de despedida de Han, que nunca fui capaz de jogar fora, algumas páginas de livros e, agora, o colar. O deixei ali dentro com cuidado, fechando a caixa.
- Virem-se agora. – Pedi, ficando em cima dos joelhos.
- Por que? Já vimos o que tem dentro.
- Pelo menos não saberão onde ela está! – Retruquei fazendo um biquinho. Os dois riram, me obedecendo. Rapidamente coloquei a caixa de volta no esconderijo e fechei o guarda-roupa. – Pronto. Desculpe se os acordei.
- Não tem problema, raposinha. – Hyunjin disse, me dando um beijo na testa. – Eu nem queria ter dormido mesmo, perdemos nossa noite.
- Ainda podemos aproveitá-la. Topam um piquenique? – Seungmin sugeriu, nos roubando olhares curiosos. – As tortinhas já devem ter esfriado.
E então saímos do apartamento de Hyunjin, a plenas duas da manhã com uma mochila cheia de tortinhas de laranja e refrigerante de limão. Fomos andando pela rua enquanto brincávamos e ríamos, sem se importar com a vizinhança adormecida, até um ponto que Hyunjin já conhecia previamente. Subimos um pequeno morro depois de uma praça abandonada até chegarmos numa pista de skate vazia. Nos aproximamos da rampa mais alta do complexo, nos ajudando a chegar até o topo. Seungmin tirou as tortinhas de um pote, tirando uma para cada.
- Comam primeiro e digam o que acham. – Ele disse, olhando para nós com expectativa. Fizemos um brinde com as nossas tortinhas e demos a primeira mordida juntos. Assim que o pedaço chegou em nossas bocas, começamos a rir. O avermelhado nos encarou, completamente confuso.
- O que, o que, por que estão rindo?
- Desculpa, amor, mas tá horrível. – Hyunjin disse, engolindo o pedaço em sua boca. Seungmin o olhou incrédulo, mordendo um grande pedaço da sua própria torta. Começou a rir também.
- Caramba.
- Na próxima, com certeza. – Disse ainda entre risos, dando mais uma mordida. Ficamos ali, olhando para a noite mais ou menos estrelada. No entanto, as poucas que tinham ali brilhavam como nunca.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.