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História My Little Star - Neverland é você.


Escrita por: PrettyJackson

Notas do Autor


Oi, meus amores.

Mais um capítulo que trago para juntas, sonharmos acordadas. <3

Capítulo 7 - Neverland é você.


Fanfic / Fanfiction My Little Star - Neverland é você.

 

Pela manhã a brisa gelada das montanhas entravam pela janela quando acordei. Os raios de sol estavam amenos, haviam muitas nuvens no céu. Branquinhas, pequenos pedacinhos de algodão espalhadas de maneira uniforme. Tomei um longo suspiro olhando pela janela. Percebi que o carro do Harry já estava estacionado na porta. Ele estava partindo. Me arrumei bem depressa e desci. Não tivemos tempo de tomar café juntos, ele precisava sair cedo naquele dia.

- Harry?

- Querida. Venha até aqui. – Disse me estendendo sua mão.

Fechei os olhos abraçando-o demoradamente.

- Harry...

- Sim.

- Estou com medo.

- Não fique. Você é esperta. Inteligente. E eu estarei a uma ligação de você. Ligue sempre que precisar. A qualquer hora.

Era a primeira vez que uma situação como aquela acontecia. Projetos de porte médio eu fazia sozinha, e sempre no escritório. Projetos grandes como aquele, sempre éramos nós dois. Agora eu estava com algo grande e só. Longe de casa e de todos que eu conhecia. Eu estava assustada. Com medo de errar. E tendo que lidar com meus próprios conflitos internos, cuja a razão para eles, era aquele para quem eu estava trabalhando. Era a primeira vez. E sozinha.

- Eu vou ligar. Com certeza eu vou ligar.

Ele sorriu gentilmente. – Mantenha sua confiança.

- Eu irei. – Com um beijo sobre a testa, Harry se despediu e partiu.

Saí em seu rastro observando-o partir. Parei sob uma árvore enquanto via aos poucos seu carro se afastar. E quando sua imagem finalmente desapareceu, eu senti o peso de todos os meus medos caírem sobre mim.

Eu estava só! A ficha caiu, finalmente caiu. Algo me corroía por dentro, um gelo constante impregnado em minhas entranhas me dava arrepios.

- Hellem.

Me inclinei automaticamente na direção daquela voz. Rose.

- Você está bem?

- Eu não sei. – Sorri indo ao seu encontro.

- O que a aflige? – Perguntou me abraçando carinhosamente. Apoiei minha cabeça em seu ombro e suspirei olhando para o nada.

- Eu mesma. Meus próprios pensamentos.

- Não fique assim. Não há nada que não passe, minha querida. E logo o Sr. Truman estará de volta.

- Sim... Acho que só preciso mesmo de um tempo. Eu vou ficar bem. Obrigada, menininha.

Ela achou graça naquela expressão. E sorriu.

- Venha, venha tomar seu café.

- Acho que vou pulá-lo, Rose. Estou sem fome.

- Quer que eu faça algo diferente? Precisa de alguma coisa?

- Não. Obrigada. – Dei uma pausa. – Mas, a senhora pode me esclarecer uma dúvida.

- Sim, querida.

- Eu não vi o Michael quando o Harry saiu.

- Michael saiu um pouco antes do Sr. Truman. Despediu-se e saiu pouco apressado.

- Entendo. Era só isso mesmo.

- Não precisa de nada?

- Não senhora. Eu vou trabalhar um pouco. Estarei no escritório.

Eu precisava dar inicio aquele trabalho. Tudo agora dependia de mim. Trancada no escritório eu estava finalmente assumido o meu papel ali. Não queria pensar em mais nada que não fosse o meu trabalho. As horas passaram rápido. Isso sempre acontecia quando eu estava focada.

- Minha filha, você não vai almoçar? – Rose murmurou ao bater na porta entreaberta.

- Oh, Rose!

- Quase passam das 13:00 da tarde. Chamei-a várias vezes mas acho que não me ouviu.

 - Eu estava muito concentrada. De fato, não a ouvi. Me desculpe.

- Vá se alimentar, menina.

- A senhora disse 13:00 horas?

- Sim.

- Nossa! – Dei um tempo dos papeis sobre a mesa finalmente prestando atenção nela. - E o Michael?

- Ele ainda não voltou.

Olhei no relógio. – Estou indo.

- Vou arrumar a mesa para você.

- Não se incomode, Rose. Eu almoço na cozinha. Obrigada.

Aquele dia fiz minha refeição sozinha. Na verdade, não consegui comer direito. Sentada à mesa da cozinha me peguei dispersa remexendo a comida no prato. Eu estava acostumada a almoçar só, mas agora tinha algo diferente acontecendo comigo, eu sentia a falta do Michael, e pensava nele constantemente.

Eu não consigo explicar pois era uma sensação tão boa. E ao mesmo tempo, não. Talvez porque de alguma maneira, eu sentia algo me pesando a consciência.

Não conseguindo comer, voltei à biblioteca. E pouco tempo após retornar, ouvi outra vez batidas na porta. Mas dessa vez era ele, Michael.

- Oi. – Disse segurando a porta entreaberta.

- Ei. Olha só quem apareceu. – Falei divertida.

- Posso entrar? – Perguntou sorrindo.

- É claro, entre.

- Eu precisei me ausentar um pouco. Espero não ter feito muita falta. – Brincou.

- Oh, não. Eu e Rose ficamos muito bem. – Retruquei em tom risonho.

Michael deu meia volta na mesa e encostou ao lado, dando uma boa olhada no rascunho sobre a mesa.

- Como está indo?

- Bem. Ainda falta muita coisa. Isso exige tempo.

- Está ficando ótimo.

- Obrigada, Michael. Mas ainda é apenas um rascunho.

- E já deu tudo isso? – Expressou-se surpreso.

- Sim.

- Você terá bastante trabalho então. – Sorriu.

- Um pouco, talvez. – Sim. Eu teria. Eu estava aterrorizada, mas em circunstância alguma demonstraria insegurança.

- Bem, vou deixa-la trabalhar agora.

- Obrigada pela visita. – Sorri.

- Foi um prazer, senhorita. Até logo. - Ele adorava brincar com as palavras.

- Até logo.

Ele ajeitou o chapéu sobre a cabeça e se virou caminhando em direção a porta. Mas antes de sair, fez uma parada, enfiou as duas mãos nos bolsos de suas calças e me chamou. 

- Hellem.

- Sim.

- Você gostaria de ir a um dos meus ensaios hoje?

- Ensaio?

- Sim. Comigo. No teatro fora de Neverland com todos da equipe.

- Sim, claro. Eu adoraria.

- Às 19h00. Quando estivermos perto de sair eu aviso você.

- Combinado.

- Certo. – Disse dando uma leve batida na porta. - Até mais tarde, Hellem.

- Até, Michael.

Esperei ele fechar a porta e sair. Encostei na mesa me sentando sobre a beira com um sorriso bobo nos lábios que não se desfizeram por nada. Michael causava isso. Sua presença era como um presente. Doce e leve.

Saí para ir ao banheiro jogar uma água no rosto e quando voltei meu celular tocava insistentemente.

Era o Danny.

- Oi, meu amor. Você esqueceu que tem um namorado?

- Danny! – Dei uma leve risada. - Eu não me esqueci de você.

- Não é o que parece.

- Me desculpe. Tenho estado com a cabeça a mil.

- Como você está?

- Estou bem. Comecei o projeto.

- Quando vai terminar tudo e voltar?

- Eu ainda não sei. Pode levar um tempo ainda.

- É uma pena. – Suspirou. – Tô com saudade.

- Eu também. Como você está?

- Ah, abandoado. Sozinho, curtindo a solidão.

- Danny... – Falei sorrindo. - Logo você, até parece né, moço. – Ouvi ele sorrir.

- Eu saí com alguns amigos. Você me conhece, sabe que não gosto de ficar parado.

- Sim, eu sei.

- Amor. Tem outra chamada. É o meu pai. Me liga mais tarde.

- Tudo bem.

- Te amo.

- Eu também.

Ele desligou e um pouco da alegria que eu estava sentindo se foi com aquela ligação. Não porque era o Danny, mas porque me fez lembrar que eu estava sempre em segundo plano em sua vida. O pai e os negócios estavam em primeiro. Era sempre assim. Não acho que fosse de propósito. Ele mesmo não percebia. Creio que ele tentava constantemente provar algo ao pai. Talvez o quanto era competente. E de fato era. Porém, deixava outra parte importante de sua vida a desejar.

Voltei a me concentrar no projeto. E mais uma vez as horas passaram voando. Quando percebi, faltavam 30 minutos para as 19:00. O que estranhei pois Michael havia dito que me avisaria. E ele não veio avisar.

 

- Rose onde está o Michael?

- Ele saiu, querida. Está tendo um dia muito corrido hoje.

- Entendo. – Ele tinha se esquecido de mim. – Obrigada.

- Precisa de alguma coisa?

- Não. Eu vou tomar um banho.

Fui para o quarto bastante desanimada. Mas compreendia. Michael era um homem ocupado. E estava prestes a iniciar uma turnê.

Após o banho coloquei uma roupa qualquer e me deitei na cama extremamente cansada. Já cochilava quando despertei ouvindo batidas na porta do quarto. Levantei sonolenta esfregando os olhos. Abri a porta e...

- Oi. – Michael respirava ofegante como se tivesse corrido uma maratona.

- Michael!! – Exclamei em surpresa. Eu estava na porta com as roupas amarrotadas, os cabelos desgrenhados e provavelmente com o rosto inchado. Não me passou pela cabeça que seria ele.

- Me desculpe pela demora. – Ele sorriu controlando sua respiração. - Eu vim busca-la. Me diz que ainda quer ir!?

- Sim. Eu quero sim. – Olhei minhas roupas. - Me dá um minuto?

- Vou esperar lá embaixo.

Lavei o rosto. Sim, meus olhos estavam inchados. Droga! Não queria aparecer assim na frente dele. Troquei de roupa, penteei os cabelos, borrifei um perfume e desci.

Mesmo atrasado Michael voltou para me buscar. Ele não tinha se esquecido. E eu estava radiante com a ideia.

No carro havia outra pessoa conosco. Se tratava de um amigo, obviamente eu não conhecia. Fiz o trajeto todo em silêncio. Não tinha o que dizer. Michael e ele passavam algumas ideias sobre a nova turnê. O que eu poderia dizer, afinal?

Já no teatro percebi que haviam muitas pessoas, mais do que imaginei que teria. Porém, eram todos parte da equipe do Michael. Dançarinos, cinegrafistas, diretores, instrumentistas, vocais. Era muita gente. Fiquei tímida em meio a todas aquelas pessoas. Não que fossem esnobes, mas porque me senti uma estranha. Um filhote de passarinho fora do ninho.

Todos eram extremamente carinhosos com Michael, e ele com elas, igualmente. Era parte dele aquilo. Então, eu realmente não era especial. Michael tratava a todos daquela maneira meiga e simpática.

- Você está bem? – Michael se aproximou ao me perceber meio distante.

- Sim. Estou.

- Tem certeza? – Ele sorriu ao reforçar a pergunta. E eu sorri de volta consentindo com a cabeça. – Ok. Vem, quero que fique na frente do palco.

- Na frente?
            - Sim.

Ele se sentou na cadeira e verificou se dali a visão era boa embora eu soubesse que no lugar onde estávamos, era impossível não ser.

- Aproveite o show. – Ele disse. Sorriu e saiu sumindo de vista cercado por uma multidão de pessoas.

Depois de alguns longos minutos, as luzes se apagaram. De repente, tudo estava escuro e silencioso. Ouvi o som de explosões sobre o palco e feixes de luz brilhando por toda parte. E o Michael apareceu no centro do palco, em silêncio por uns 10 segundos, até dar o sinal para os músicos começarem as batidas de Beat It. Aos meus olhos, ele estava perfeito.

Enquanto o observava se apresentando sobre o palco, senti que crescia gradualmente em mim, um sentimento diferente. Admiração, respeito, amor... Sim. Era isso. Não nasceu do nada... Apenas tornou-se ainda maior do que já era.

Meu celular tocou. Levantei e me afastei do palco para atender.

- Alicia!

- Você me esqueceu.

- Amiga. Que surpresa boa.

- Você esqueceu de mim. – Falou em tom manhoso.

- Nãaao. Não esqueci você. Não se esquece a Alicia.

- Eu sei, viu. – Sorriu.

- É verdade, monstrinha.

- Ah, que saudade de você.

- Também sinto sua falta.

- Mas como tá indo aí?

- Alicia nem te conto. Está... Maravilhoso.

- Eu nem consigo imaginar o quanto você deve estar se divertindo.

- Estou. Estou sim.

- Não consigo ouvir você direito. Tem muito barulho.

- Adivinha! – Sorri. – Não, não adivinha. Eu vou contar logo.

- Então conta.

- Estou vendo o ensaio da turnê do Michael. Em primeiríssima mão.

- Mentiraaaaa! – Ela gritou no telefone, me fazendo afastá-lo imediatamente do ouvido. – Eu não acredito.

- Ei, não grita. Quase fiquei surda agora.

- Gritooooo, grito sim. Eu tô morta de inveja.

- Que coisa horrorosa. – Gargalhei.

- Quantas vezes na vida é preciso nascer para ver isso acontecer? Você tem noção da sorte que tem?

Eu não conseguia parar de rir.

- Sim. Eu tenho. Eu tô encantada.

- E como ele é? Me conta.

- Ele é maravilhoso.

- Me conta mais.

- Vou contar. Mas não agora.

- Mas você vai me contar. Vai me ligar e me contar.

- Eu prometo.

- E quando você termina tudo?

- Ainda vai levar um tempo. Principalmente agora que o Harry teve que voltar pra NY e eu fiquei aqui sozinha.

- O que? Sozinha? Com ele? Jura? - Disse eufórica.

- Sim. - Respondi rindo. – Mas é trabalho. Muito trabalho. E apenas trabalho.

- Amiga, como você consegue ter tanta sorte?

- Você que tem. De ser minha amiga preferida. – Gargalhei.

- Sua horrorosa. Te amo. Curte mesmo. Curte cada momento.

- Obrigada. Eu tô muito feliz.

- Eu também fico. Por você.

- Depois eu te ligo para contar mais coisas.

- Com detalhes.

- Com certeza. Mil beijos. Te amo.

- Beijo. Te amo mais.

Quando voltei para perto do palco Michael estava cantando In The Closet. Ele olhou lá de cima para mim e sorriu cantando.

Fazia movimentos sensuais, claro que não intencionais para mim, mas mexeu comigo. Era fato, eu tinha tesão naquele homem.

GOSTOSO...

Alguém gritou, alguém que estava próximo a mim. Haviam muitas pessoas assistindo ao ensaio. E ele ouviu quando gritaram, pois, olhou instantaneamente na direção em que eu estava. Comecei a rir colocando a mão sobre a boca. Fiquei tão nervosa dele pensar que poderia ter sido eu que quase tive um ataque de riso, mas felizmente me contive.

Após o termino do ensaio me sentei e ali fiquei por um bom tempo aguardando ele aparecer para voltarmos a Neverland. Já estava quase pedindo um colchão para dormir quando ele finalmente apareceu.

- Cansada? – Ele se aproximou sorrindo.

- Um pouco.

- Já podemos ir. Desculpe tê-la feito esperar.

- Não tem problema.

- Você é uma garota gentil.

- Sou? É porque ainda não me viu com fome.

- Mesmo? – Ele gargalhou.

- Não. Eu estou brincando.

- Ah... Porque já ia pedir ao Corey para nos comprar um balde de frango frito.

Gargalhei baixo. Era impossível ficar triste ao lado dele.

Quando pensei que estávamos prestes a voltar, uma multidão de pessoas nos cercou. Todos gritavam o nome dele e queriam um abraço. Michael não fez cara feia, não destratou ninguém mesmo estando cansado. Abraçou e conversou com todos que ele pôde dedicar um pouco de sua atenção naquele momento de empurra, empurra. Ele estava habituado àquilo, eu não.

Algum tempo depois estávamos no carro voltando para Neverland.

- Você está bem?

- Sim.

- O que achou do ensaio?

- Ótimo. Eu adorei estar lá.

- Fico contente. É importante a opinião de cada pessoa.

- Foi como estar num show.

- Já esteve em algum show meu? – Perguntou extremamente curioso animado.

- Sim. Já sim.

- Isso é tão legal.

- Eu estava bem na frente do palco, você se aproximou para tocar a mão de alguns fãs, quando cheguei perto alguém me empurrou com força e eu não consegui. Me lembro de ficar muito irritada. – Sorri. E ele deu uma gargalhada.

- Verdade?

- Sim. Eu fiquei. Fiquei muito irritada.

- Que incrível. Hoje você está aqui ao meu lado a caminho da minha casa.

- É a coisa mais improvável.

Ele sorriu. - Isso é animador.

- E assustador...

- Talvez.

Chegamos por volta das 23:00h da noite em Neverland. Me sentia cansada e com um pouco de sono também, mas quando desci do carro e coloquei os pés para fora, senti a brisa gélida me tocar, fechei os olhos aspirando o ar, o cheiro da noite e da relva molhada eram revigorantes. As luzes do parque ainda acesas brilhavam entre os galhos das árvores que dançavam ao sopro do vento, dando a ilusão de que estavam vivas acenando para nós. A admiração que nasceu nos meus olhos se manifestara também através dos meus lábios quando sorri, e Michael ao me perceber, também sorriu. Quietinho, parou ao meu lado olhando para as luzes do parque.

- Desde que chegou aqui não teve o prazer de conhecer os brinquedos de perto. Gostaria de ir lá agora?

Olhei-o. – Agora?

- Sim. Se quiser.

- Ah... – Olhei para o parque, eu queria muito ir. Mas era tarde. E ele estava cansado. - Eu adoraria. Mas eu posso esperar, Michael. É tarde. 

- Eu não vou dormir agora. Então... Você quer ir?

Sorri um pouco tímida. Não queria abusar de sua gentileza. E além do mais, eu estava em condições de ficar a sós com ele num lugar como aquele, àquela hora da noite? Mas, como eu poderia dizer não quando estava visível nos meus olhos o quanto eu desejava aquilo?

Suspirei e antes que pudesse pensar mais uma vez em dizer não, eu disse sim.

- Sim. Eu quero muito.

Michael sorriu me estendendo seu braço, e assim, entrelaçando o meu no dele, caminhamos até o parque. Lá não havia mais ninguém, apenas Bill que já desligava os brinquedos.

- Boa noite, Bill.

- Boa noite, Sr. Jackson, Srta. Wayne.

- Como vai, Bill? – Cumprimentei-o.

- Bem, Srta.

- Bill, não feche o parque agora.

- Sim, sr. Jackson.

- Michael eu não quero incomodar.

Ele me nos olhos, sorrindo. - Não há incomodo algum.

E mais uma vez lá estava eu tentando controlar o coração disparado por não saber lidar com aquele rosto de olhos e sorriso lindos. Droga!

- Seja bem-vinda, Hellem. – Michael falou caminhando pela passarela iluminada. – O que a senhorita quer fazer primeiro? - Perguntou sorrindo.

Eu olhei tudo. Sorrindo como uma criança.

- Nossa! Eu não sei.

As expressões do rosto dele eram serenas. Seus lábios sorriam, ele sempre estava sorrindo, mas dessa vez havia algo diferente em seu sorriso. E os seus olhos brilhavam de maneira diferente também, parecia estar em seu estado mais sublime. E de alguma maneira, conseguia me atingir de modo a me fazer sentir-me igual.

- Deixe que o seu coração a guie. – Ele disse.

Mas se eu fosse seguir o meu coração naquele momento... 

Suspirei pensando um pouco. E os meus olhos fizeram por mim a escolha.

- Desde criança eu amo rodas gigante. Mas eu nunca fui.

- Eu não acredito. – Ele disse com pesar.

- É verdade.

- Vem... – Ele segurou minha mão gentilmente. – Você precisa fazer isso. - Caminhamos até a roda gigante. Michael me ajudou a subir e se sentou ao meu lado dando a ordem para que Bill a fizesse girar. Quando ele o fez e a roda começou a subir, travei o corpo segurando forte nas laterais dos bancos.

- Ai, meu Deus. – Exclamei fechando os olhos.

- O que foi?

- Eu tenho muito medo de altura.

Ele sorriu. - Não se preocupe. Fique tranquila.

- Não sei se vou conseguir estando tão longe do chão.

- Prometo que nada ruim acontecerá. Ok?

Assim que chegamos no ponto mais alto do brinquedo, Michael acenou para o Bill pedindo que parasse o brinquedo. E ele parou de rodar abruptamente, fazendo os banquinhos suspensos balançarem e o movimento inesperado me apavorou, me fazendo dar um grito, agarrando inconscientemente, sua mão.

Michael achou graça. E sorriu me pedindo para ter calma.

- Fica calma, você não vai cair.

Minhas mãos estavam geladas. E eu tão nervosa não tinha me dado conta de que estava apertando a mão dele entre os meus dedos.

- Hellem. – Ele sussurrou 1, 2 vezes... – Hellem.

- Sim. – Respondi de olhos fechados e com a voz tremula de medo.

- Abra os olhos e olhe para cima.

- Eu não consigo.

- Tente... – Ele sussurrou.

E bem devagarinho me movi sobre o acento, movimentando minha cabeça para o alto e abrindo os olhos lentamente. Ao fazê-lo, aspirei o ar soltando-o bem devagar ao vislumbrar o céu cintilante. Infinitas estrelas brilhavam sobre nós. Como se fossem pequenos pingos reluzentes sob um véu escuro.

- É tão lindo. – Sussurrei. E de repente, tinha me esquecido do medo enquanto Michael me observava com um sorriso em seus lábios.

- E então?

Finalmente me atentei ao ouvir sua voz. Eu estava emocionadamente feliz.

- É lindo. É... Arrebatador. Essa é a palavra. – Sorri.

- Sim... Sempre venho até aqui para observá-las. E  me surpreendo todas as vezes. 

- Eu te entendo. Não tem como acostumar-se a isso.

Ele sorriu. - Se as pessoas saíssem todas as noites para olhar as estrelas, viveriam diferente.

- Que quer dizer?

- Quando você olha o infinito, você se dá conta que há coisas mais importantes do que aquilo que fazemos todos os dias.

Michael era um homem sábio apesar de sua pouca idade. Ele era amor e sensibilidade à flor da pele.

- Tem toda razão...

Michael olhou para mim. E eu senti finalmente o calor de sua mão na minha. Enrubesci, pois era eu quem o estava segurando. Envergonhada, discretamente o soltei.

- Está melhor agora?

- Sim. Eu estou.

- Talvez a partir de agora venha sozinha.

- Talvez... – Respondi sorrindo, desviando os olhos para o seu lar cintilante.

Lá de cima era possível ver uma boa parte de Neverland. E naquele momento quando olhei aquela imensidão, quando eu realmente parei e olhei, eu soube que aquele lugar, era ele.

- Michael...

- Sim....

- Neverland, é você.

Ele me olhou esboçando um sorriso que me pareceu tímido. Sorri achando graça em sua timidez. Logo ele...

Ele nada respondeu... Voltei a mirar as estrelas, não queria deixa-lo mais constrangido. O que foi bem o contrário de sua atitude. Ele se inclinou para trás, acomodando-se ao encosto do banquinho do brinquedo, me encarando por longos segundos sem que eu o visse. Mas dessa vez, ele estava errado, eu tinha percebido, mulheres tem naturalmente uma visão lateral melhor, homens não.

O que ele estaria pensando?

O vento soprava frio naquela noite, mas de cima da roda gigante parecia bem mais forte e mais gelado também.

- Acho que está ficando mais frio. – Falei. Não porque eu queria ir embora, mas porque não tinha condições de continuar ali.

Ouvi-o suspirar profundamente atrás de mim.

- Você quer entrar?

- É tarde.

- Você tem razão. É tarde.

Michael acenou e o brinquedo voltou a funcionar. Ele me ajudou a descer e então voltamos para a mansão.

- Obrigada por hoje, Michael. Eu me diverti muito.

- Eu também. – Ele arfou baixinho. - Foi bom.

- Sim... – Fiz uma pausa em silêncio. – Bem... Boa noite, Michael.

- Boa noite, Hellem.

 

Aquela era minha terceira noite em Neverland. Mas parecia que tinham sido mais dias... Bem mais. Ali, eu não me sentia uma estranha. Não me sentia deslocada embora houvessem sentimentos que me aborrecessem muito em relação ao Michael. Não por culpa dele, minha apenas, que não compreendia a magia que ele exercia sobre mim e sobre todas as pessoas que o conhecia. Eu não era especial de jeito nenhum. Era só mais alguém de passagem na vida dele.

Michael era um homem bonito, gentil, enigmático e decidido. E eu, uma mulher que não sabia o que estava fazendo.


Notas Finais


Sempre quando escrevo eu imagino a cena em minha mente. Eu experimento os sentimentos. Eu imagino as expressões, o tom das vozes... Por isso ao escrevê-las eu desejo trazer através das palavras, esses sentimentos a tona. Para que sintam e vivenciem essa história como se fosse cada uma de vocês ali. Então, eu espero que estejam realmente apreciando isso.
Obrigada por cada leitora. Obrigada por cada comentário carinhoso que deixam aqui para mim.
Obrigada, meninas. Beijos mil para cada uma de vocês adoráveis. <3


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