História "My Little Treasure." (Catradora) - "Missão Suicida"- parte 1- "Adora e sua decisão."

- Brilhante? Que cara é essa?


- oque houve Cintilante?


- vish, lá vem treta.



- Catra e Arqueiro, preparem-se, temos uma missão de resgate.




...








Cintilante:

10:20 am_______


- uma missão de resgate? Wtf, brilhante!


- da pra ser mais "específica", tipo, resgatar quem?



Eu estava sem muita paciência pra lhes explicar muita coisa então dei um resumo básico de tudo que descobri e do meu plano.

Silêncio por alguns minutos até parecer que eles "processaram" a informação e Catra logo solta uma risada escandalosa enquanto continuava sentada sobre a mesa de pernas cruzadas.



- *risada escandalosa* essa foi *pega fôlego* mu-muito boa, brilhante, *mais risadas* a piada foi ótima.


Eu lhe encaro com um olhar levemente mortal.


- ...pera...ha, cacete, não era piada né?


- não, não era.



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- ISSO É LOUCURA!



- NÃO É!



Nesse momento, Scorpia, Frosta, George, Lance e Melog, que resolveu aparecer quando ouviu a treta, estavam como um tipo de "plateia" de nossa "pequena", claramente infantil, discussão.

- perdeu um parafuso da cabeça Brilhante?! Ou a purpurina finalmente sucumbiu seu cérebro?!

- como é que é?! E essas suas orelhas ocupam o espaço da inteligência também?!



Ela rosna, se aproximando de mim com uma pose mais agressiva e Arqueiro se põem entre nós duas como uma barreira.

- sem agredir fisicamente a amiginha.

- ELA QUE COMEÇOU!

As duas gritaram em uníssono.

- não quero saber quem começou, se acalmem, diálogo é a resposta pra tudo, vamos ver o ponto de vista das duas, ok? Catra, você primeiro.


Ele da a deixa de fala pra ela, que, assim como eu, soltou uma bufada de ar de raiva.


- deixa eu ver se entendi direito, brilhante, você "descobriu", nesse caso presumiu, que existe a mínima possibilidade de a princesa de um povo dado como dizimado estar vivendo durante todos esses anos como uma soldada da Horda e agora quer simplesmente abandonar Lua Clara com a ideia "brilhante" de fazer uma missão de resgate, em resumo, literalmente se meter dentro da POHA da nave PRINCIPAL do inimigo e o pior disso tudo é que você tirou tudo isso das palavras de uma prisioneira, uma FODENDO SOLDADA DA HORDA E CAPITÃ DA FORÇA! uma marionete direta da POHA do próprio Hordak! Então...entendi certo?


Ela diz com elevação de tom em alguns momentos durante sua imensa fala terminando com seu típico, porém, cretinho, deboche.


- assim você faz parecer que é algum tipo de Missão suicida!


- PORQUE É UMA MISSÃO SUICIDA! É O MESMO QUE SE EMBRULHAR DE PRESENTE, COLOCAR NUMA BANDEJA DE PRATA E SE ENTREGAR DE BOM GRADO PRO HORDAK!!


- não é não! Arqueiro, você entende né?


- há, claro, apela pro único macho duvidoso dessa sala...


- olha as palavras com meu filho Catra!

Arqueiro troca um olhar de reprovação com Catra e depois se volta pra mim.


- olha, Cintilante...mesmo, claramente, não concordando com os xingamentos e a forma da Catra de falar...ela...dessa vez tá certa...


- oque?!


- finalmente ganhou juízo! Aleluia!

Ela diz fazendo drama, olhando pro teto como se olhasse pra "Deus" agradecendo.



- Arqueiro!


- eu entendo que você quer salvar a princesa e entendo suas boas intenções mas...mesmo que tenhamos passado esses dias interagindo numa boa com a Adora ela ainda não é de total confiança, isso pode ser muito bem um esquema dela ou pior, uma armadilha e também, sem você por perto em Lua Clara a barreira de proteção e todas as outras magias irão enfraquecer mais ainda...sem contar que é realmente imprudente se meter dentro da nave da Horda...é...muito perigoso.


Eu entristeço meu olhar e ele me puxa de leve pra que eu descansa-se a cabeça sobre seu ombro.

- eu não sou idiota...sei que não há garantia de que as palavras dela sejam verdade mas algo dentro de mim me faz querer acreditar nela...eu sei que ela disse a verdade...eu sinto isso...e como rainha eu tenho obrigação de salvar uma colega princesa em perigo...sou a líder da Rebelião...

Ele solta um suspiro pesado.

- você não vai desistir dessa ideia não é?

Eu lhe lanço meu olhar de gatinho pidão, sempre muito efetivo contra ele.

- não.

- e não há nada que eu possa fazer pra te impedir não é?

- nhao. *cara sapeca*

- nem como amigo, nem como seu protetor?

Eu lhe dou um olhar dizendo mais um claro não.


- *suspiro* beleza... ok, eu tô dentro.



- retiro tudo que eu disse, continua um cabeça de vento.


- ora, vamos, Catra, todo mundo merece um voto de confiança e também, como melhor amiga e protetora da rainha, você meio que não tem muita escolha a não ser seguir ela pra onde ela for.

- QUÊ?! Isso é sério?! Viro um complô contra mim?! Cês querem mermo fazer um suicídio coletivo?!


Todos, menos Scorpia e Melog, lhe lançaram olhares de desaprovação.


- haammm, que ódio! Tá bom eu vou com vocês! mas, se eu morrer, eu juro que seja aonde eu for parar eu vou lhe infernizar pro resto da minha pós-morte brilhante!


- acho que posso "morrer" com isso.

Digo com um sorriso cínico.

- meao?

- não, você não vai!

- Meao! Meao!

- tô nem aí, você vai ficar aqui ou diga adeus a cafunés na barriga por um mês!


Ele faz um olhar de desolação e tristeza depois algo mais desafiador.

- Meao, Maeo...

- sim, Eu ousaria e se me desafiar o castigo vai se estender e de bônus vai ficar proibido de dormir na minha cama por...tempo indeterminado.


Ela ganho, Melog fez uma expressão de derrotado.


- ok...então, bora nessa! Aventura dos melhores amigos pra sempre!

- uhu... *tom de desanimo*

- vocês vão precisar de toda a ajuda possível, eu...posso ir junto?

A escorpiana questiona, em tom incerto, entrando no assunto.

- pronto, mais uma pro suicídio coletivo, mas alguém?

Mais olhares de reprovação pra ela.

- você está certa Scorpia, seus raios serão de bastante utilidade, Frosta, você avisa as outras pra se manterem firmes aqui na Aliança, vou deixar a Mermista no comando até eu voltar e por favor Não.se.ma.tem, O.k?


Digo a última parte pausadamente com um olhar levemente ameaçador pra governante menor, Frosta.


- ok Rainha Cintilante! Mas a última parte não posso prometer...



- *tapa na própria face* só mantenham Lua Clara inteira até nossa volta, vamos.




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Tempo depois....mais ou menos algumas horas.

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Adora:




Eu andava de um lado pro outro naquele quarto questionando incansavelmente oque fazer até perceber que os braceletes pareceram se desfazer, como se tivessem enfraquecido até ceder a não mais existirem.


- ok...isso quer dizer que eu tô...livre?


Questionei baixo logo voltando minha atenção pros sons do lado de fora no quarto em frente a porta, os guardas cochichavam algo.


*do outro lado da porta*

- espera, o que? A Rainha saiu de Lua clara?


- Sim, soube que saiu em missão de resgate a algumas horas atrás, foi junto com Arqueiro, Catra e Scorpia.


"Ótimo, não tem a possibilidade de eu levar outra voadora, muito menos de ter que lidar com os dois e...seja quem for essa tal de Scorpia"


- isso não foi...meio... imprudente não?


Pelo silêncio provavelmente o outro deu de ombros ou afirmou com a cabeça, uma terceira voz agora se pronunciou como se tivesse se aproximado agora.


- meu turno, podem ir descansar.

- ainda bem, to exausto.

- certeza que é seguro só você ficar de vigia?

- pfff, claro, confia.


O resto dos cochichos foram dos dois se retirando e esse terceiro se posicionando na frente na minha porta.


*de volta pra dentro do quarto*


"Ok, essa é a hora, eu sei o caminho pra área das pequenas naves reservas daqui, meu tornozelo ja esta praticamente curado, esses guardas não tem chance contra meus golpes e, de quebra, tenho todos focados nessa notícia da saída da rainha, seja lá quem ficou no comando não ligou muito pra mim, É a minha única chance."


"Só preciso de uma pequena distração..."



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- AI! COMO DÓI!!



Minha isca logo fez efeito, o homem abriu a porta do quarto de forma desesperada adentrando o local sem a trancar se deparando com a visão do quarto vazio.


- mas pra onde?-



- aqui atrás.


Digo com o golpe preparado atrás dele, assim que este virou o olhar pra mim o acertei na nuca o deixando desacordado.



- otário...


Fui dar um passo na direção da porta e senti a visão ficar meio turva, os músculos falharam levemente.

Estava quase no meu limite, sem quase forças, por não ter comido se quer um grão de nada.


"Pelo menos desidratada sei que não estou."


Penso me forçando a conseguir me mover pra fora daquele quarto, começando minha fuga planejada.




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Como imaginei todos estavam extremamente distraídos pelas últimas notícias, não tive problemas pra passar por alguns guardas e pelos corredores que eu me lembrava.

Até, por um momento, pela primeira vez, reparei em três grandes vitrais num corredor pelo caminho.


"Rainha Ângela..."


"Rei Micah...e..."



"Mara Grayskull?!"


"Quem é essa?! E porque temos o mesmo sobrenome?!"

"Será que é por causa dela que eles tiveram aquele espanto todo com meu nome?"


Não tive muito tempo pra me questionar pois ouvi que alguém se aproximava, adentrei uma sala qualquer que, chutei, estar vazia acabando por parar num lugar brilhante e cheio de vida.

Tinha plantas, flores e pequenas criaturas voadoras (borboletas) por todo o vasto cômodo, admirei deslumbrada por um momento até voltar a prestar atenção nos sons do corredor ouvindo mais uma vez a comversa de alguns guardas.

*vozes abafadas*

- acabei de saber de algo vindo do salão principal!

- oque, oque? Que que ouve?

- parece que receberam uma mensagem do Arqueiro, eles estão em apuros, as coisas tão feias por lá, depois disso perderam contato.

- essa não,  e se capturarem a rainha? Estaremos perdidos, toda a Aliança, A Rebelião cairá.


Eu parei de prestar atenção em suas conversas quando senti o corpo gela levemente ao reproduzir aquelas falas em minha mente.


"...Eles estão em apuros, as coisas estão feias por lá..."


"...e se capturarem a Rainha?..."


"...A Rebelião cairá..."



...



A imagem de Hordak rindo maléfico, se vangloriando por finalmente derrotar a rebelião, aquelas naves...Lua Clara totalmente destruída, milhões de rebeldes acorrentados com rostos sofridos e desolados.

Essas imagens tomaram minha mente até outro pensamento fazer meu coração parar por um momento.


Cintilante, Arqueiro e Catra...feridos, acorrentados...as paredes daquela maldita área proibida, marcados de todos os tipos de torturas...seus olhos cheios de lágrimas e gritos de dor ecoando junto aos estalos de chicotes.


"- Adora!"


*um arrepio"


"Eles não aguentariam...não iriam sobreviver..."


"Ele os mataria lentamente...até que implorassem por suas vidas..."



Hordak iria me promover a seu "braço direito de confiança", iria me exaltar pelo mérito de ter atraído a rainha diretamente pra ele, iria me entregar o chicote a frente dos três e com o sua voz demoníaca iria me dar a ordem:


"- Castigue-os, Meu pequeno Tesouro, e talvez mais tarde eu seja piedoso com você..."


"Não..."


"- ...bem vinda de volta...ao lar..."


"Não."


"Não!"


"- vamos, faça como lhe ensinei, não é isso que você quer?"


"Não! Não!..."


"NÃO!"


Adora- *voz baixa* eu não quero isso...eu não vou deixar...eu não vou permite.


"Ir contra ele vai te matar."


- Foda-se!


Digo me movendo em direção a uma outra porta que tinha no cômodo sentido meu corpo tomado por minhas maiores forças: determinação e confiança.


"Pela primeira vez, estou tendo a opção de escolher! E se essa escolha me matar, eu não ligo! Pelo menos..."


- terei feito alguma coisa boa em minha vida.



- OLHEM ALI! A PRISIONEIRA FUGIU!



Lutei brevemente com alguns guardas e, por sorte, meu "desviu" pela sala de plantas foi, na verdade, um atalho mais rápido, cheguei, logo adentrando uma nave pequena e simples ligando-a o mais rápido possível.


• - olá administrador, Identifique-se e trace sua rota, por gentileza.


- Adora Grayskull, administrador temporário, leve-me a localização 0.620.


• - localização, 0.620, isso mesmo? "central da Horda"? Não é uma viajem recomendada.


- ignoro sua recomendação, prossiga e rápido.



Digo sentando na cadeira próxima ao painel de controle e logo a nave saiu da zona de Lua Clara agora a caminho do meu amaldiçoado destino.


...


- Melog, aparece, sei que está aí.


- Meao.


Ele surgi sentado a minha frente com uma cara de "como você percebeu?!"


- Eu não caio no mesmo truque duas vezes gatinho, agora, algo me diz que você não deveria ter seguido uma prisioneira em fuga né?


Ele revira os olhos como se mal se importasse com esse detalhe.


- quer salvar a...Catra não é?  Você a protege?


Ele abaixa o olhar e mia como se me dissesse "com minha vida" e eu lhe dou um sorriso singelo.


- eu também quero...salva-los...você me ajudaria com isso?



Ele asenti com a cabeça de forma animada.


- *risada leve* valeu...por favor...aguentem firme...



Digo olhando séria e preocupada a visão do vasto espaço pelo visor enorme de vidro a minha frente.

...