Número Um: A Casa do Pai.
Só faltavam mais alguns passos até chegar à residência do pai, e Jungkook daria de tudo para não estar ali, próximo da casa do homem mais arrogante e egoísta que já conheceu. Jungkook tentava se reconfortar pensando: "é só entrar, entregar a carta da mãe e sair.". Ainda relutante, começou a andar pelo caminho de pedra no meio da grande e verde grama que havia em volta, aparentemente bem aparada.
Jeon se perdeu tanto nos próprios pensamentos sobre por que tinha que ser ele a entregar a droga da carta ao invés da própria mãe, ou pedir ao carteiro, por que diabos não enviou um e-mail? Até perceber que já estava em frente á porta da casa do homem que queria passar o resto da vida sem ver.
O moreno respirou fundo, encarou a porta por mais alguns segundos, e, finalmente, bateu à porta duas vezes.
Aguardou por alguns segundos, mas ninguém o atendeu. Então novamente bateu na porta, desta vez três vezes em batidas impacientes.
Antes do moreno, Jungkook, desistir, virar as costas e ir embora viu a porta ser aberta. Quem estava do outro lado não era o homem grisalho e cheio de rugas, e sim, um rapaz baixinho, ruivo e com uma coleira no pescoço, que o encarou curioso e assustado.
Jungkook estava muito curioso, sem dúvida era um questionamento gritante saber por que seu pai teria alguém como o rapaz ruivo dentro de casa, mas não demorou a não ter tantas dúvidas quando viu que o desconhecido baixinho vestia uma roupa de empregada, por acaso muito curta. O que mais deixou Jeon surpreso e boquiaberto foi o fato do outro possuir uma cauda e orelhas felinas.
Um híbrido felino de verdade estava diante de seus olhos.
— Quem é você? —o ruivo perguntou inclinando a cabeça para o lado enquanto encarava o outro.
— Eu? —demorou a formular a pergunta, pois ainda estava surpreso— Me chamo Jungkook, Jeon Jungkook...
— Filho do senhor Jeon? —o híbrido arregalou os olhos e logo deu espaço para o rapaz mais alto entrar, o que logo foi feito— Desculpe o Jimin, o Jimin não sabia. —o ruivo fez reverência curvando sua coluna em respeito ao outro.
O moreno achou estranho o fato de o outro falar na terceira pessoa, porém nada disse sobre.
— Calma tudo bem, mas cadê o meu pai? —olhou em volta e viu que seu pai não estava ali.
Jungkook não deixou de notar o quanto a casa estava diferente, arrumada, limpa. O que era algo realmente inédito, pois, da última vez que esteve ali a casa era inteiramente bagunçada, alguns móveis quebrados, sujeira por toda parte e garrafas de bebida alcóolica por todo canto.
Foi uma mudança e tanto.
Sua atenção se voltou para o baixinho quando ouviu que o mesmo iria responder sua pergunta anteriormente feita.
— Jimin só sabe que ele está fora, disse alguma coisa sobre um motel... —o rapaz baixo dizia tentando se lembrar do que o velho senhor Jeon lhe disse.
— Ah, entendi. E qual seu nome?
— Ah, desculpe, é Park Jimin.
— Sem querer ser intrometido nem nada, mas por que está na casa do meu pai?
— O senhor Jeon disse que o Jimin é escravo dele.
— Escravo?
— Sim, o Jimin tem que lavar e passar a roupa, limpar, varrer e... —as bochechas do ruivo de repente ruborizaram.
— E?
— E às vezes... O senhor Jeon... —Jimin desviou o olhar envergonhado— Manda o Jimin tocar n-nele.
Com aquelas palavras Jungkook entendeu que Jimin na verdade era o escravo sexual de seu pai, o que só fez Jeon ter mais raiva do homem velho e arrogante. Nunca imaginaria que ele, seu pai, poderia conseguir se superar cada vez que ia visita-lo.
O moreno pensou com si mesmo por alguns segundos enquanto o olhar curioso do menor estava sobre ele.
— Jimin, você tem alguma outra roupa além dessa?
— Não, o senhor Jeon só deixa o Jimin vestir isso, se Jimin reclamar leva castigo.
— Castigo? —suspirou— Ok, você tem algum outro pertence aqui?
— Não, só o que Jimin está vestindo.
— Certo.
Jungkook foi até o balcão da cozinha, deixou a carta em suas mãos sobre o mesmo, voltou até a sala, abriu a porta da casa e olhou para o baixinho.
— Vamos.
— I-ir? Jimin não pode! o senhor Jeon...
— Foda-se o meu pai, ele não pode continuar te tratando assim, eu vou te levar pra minha casa e, no caminho, ligar pra polícia. —Jeon estendeu a mão para o outro.
Jimin parou para pensar com si mesmo, olhou para trás vendo a casa e lembrando-se dos castigos, das coisas que seu dono fazia com si contra sua vontade. Não queria ter que viver assim para sempre, e Jeon não parecia ser igual ao pai, lhe transmitia confiança, e cedo ou tarde teria que confiar em alguém novamente.
Park tomou sua decisão.
O híbrido se virou, se aproximou do rapaz mais alto, segurou timidamente na mão alheia e saíram da casa.
Andaram quietos até o estacionamento, dentro do carro também, e do mesmo jeito durante o caminho até a casa de Jungkook.
"Será que o Jungkook vai cuidar bem do Jimin?" o ruivo pensava olhando os postes de luz acesos e a estrada escura através da janela do veículo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.