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História My New Hope - Eu Estou Com Medo


Escrita por: walkerzei

Notas do Autor


Volteei 💛
Espero que gostem sz

Capítulo 16 - Eu Estou Com Medo


    ⁃    Nina. - ouço alguém me chamar.

Me espreguiço e abro meus olhos vendo Carl acima de mim. 

    ⁃    Que foi? 

    ⁃    Glenn voltou, eu dormi ontem, não pude te chamar. 

Um grande alívio se apodera de mim. 

    ⁃    Tudo bem. - respondo.

Me sento na cama ficando a poucos centímetros de seu rosto. 

    ⁃    Tá com o cabelo bagunçado. - diz ele rindo 

Abro um sorriso e o puxo em minha direção o fazendo cair ao meu lado na cama. Apoio minha cabeça em seu braço sentindo sua mão passeando sobre meu ombro destampado. Seus dedos faziam cócegas. 

    ⁃    Como seria se o mundo ainda fosse o que era? - pergunta Carl. 

    ⁃    Eu não sei, talvez eu estaria na escola tendo aulas de matemática. 

    ⁃    Sinto falta das aulas de matemática. 

    ⁃    Eu também. - digo e sai mais como um lamento. 

    ⁃    Queria ser uma pessoa normal. Deve ser bom ser normal. 

    ⁃    Nunca me senti normal, eu literalmente tropeço pela vida. - digo e nós rimos. - Mas afinal é impossível ser normal em um mundo desses. 

    ⁃    As pessoas daqui parecem normais. 

    ⁃    Ser normal agora é perigoso. 

Ele concorda com a cabeça. Agora tenho algo mais importante pra fazer, tirar satisfação com meu irmão. 

[...]

Desço as escadas rapidamente mas paro quando vejo Glenn e Maggie conversando no sofá.

    ⁃    Hey. - digo, eu devia estar atrapalhando. - Posso voltar se vocês qui...

    ⁃    Não. - me interrompe Glenn. 

Ele olha pra Maggie que rapidamente se levanta e sai. Me sento ao lado de Glenn e vejo duas cicatrizes em seu rosto, além de uma faixa em seu ombro.

    ⁃    O que houve? - pergunto tocando seu rosto. 

    ⁃    Eu resolvi te contar isso Nina, porque não quero esconder nada de você. E antes preciso que me... 

    ⁃    Ah, fale logo Glenn! - digo sem paciência, ele sabe o quanto odeio rodeios. 

    ⁃    Nicholas tentou me matar. - diz ele, rápido e de uma só vez. 

Demoro alguns segundos processando tudo o que ouvi. Se depender de mim Nicholas já pode se considerar morto. Me levanto do sofá com minha arma em mãos, a destravo e sigo para a porta. Glenn me segura.

    ⁃    ME SOLTA! - tento me soltar. 

Eu sentia como se pudesse espumar de raiva.

    ⁃    Nina, me dê a arma. 

Continuo o encarando sem falar nada. 

    ⁃    Nina. - repete.

Solto a arma no chão e rapidamente me solta. Ele pega a arma e a guarda. 

    ⁃    O que aconteceu?

    ⁃    Eu ia matar ele. - digo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Me viro e volto rapidamente para o sofá, Glenn se senta ao meu lado.

    ⁃    Por que? 

    ⁃    Porque ele tentou te matar, e eu estou com medo de que ele tente de novo. - admiti. 

Encarava a mão em meu colo, e respirava profundamente. Sinto meus olhos lacrimejarem.

    ⁃    Nina, ele não vai fazer.

    ⁃    VOCÊ NÃO PODE ME PROMETER ISSO. - grito. 

Sinto as lágrimas escorrerem sobre meu rosto. 

    ⁃    O que há de errado com você? 

Me viro pra ele. 

    ⁃    Por que está chorando? 

Sem pensar muito eu o abraço, deixo as lágrimas caírem em sua roupa. Ele me aninha em seus braços. Eu parecia um bebê. 

    ⁃    Eu tô com medo. - sussurro. - Medo de que eu não sobreviva, de que você não sobreviva. 

    ⁃    Você vai sobreviver. 

    ⁃    Não se você estiver morto. 

    ⁃    As pessoas vão morrer, isso sempre acontece. - sinto sua mão em meu cabelo. 

    ⁃    Mas eu não vou saber lidar se você morrer. Você é minha única família. 

Ele me afasta o suficiente para encarar meus olhos. 

- Nina, eu nunca disse isso mas você não é mais uma criança. Você é bonita, forte, corajosa. Uma lutadora, uma sobrevivente. Você é engraçada mesmo sendo má. Você lutou para estar aqui e tem que continuar lutando, não importa o que aconteça comigo. Você não desiste, você proteje as pessoas que ama, você é esquentada mas só quer que as pessoas façam o certo. E eu amo você por isso, muito. Você é minha família, não lembro da minha vida sem você. Me prometa que não importa o que aconteça comigo, não vai deixar o mundo te engolir. 

Não me mexo, não sabia que ele se sentia assim. Uma lágrima escorre de meu rosto e eu não seI o que dizer, somente encaro seu semblante sério.

- Me prometa. - ele pede. 

- Eu prometo. - sussurro.

E ele volta a me abraçar. Deixo seu cheiro amadeirado invadir meu nariz, e me lembro de quando ele cheirava a tomate e orégano. Eu sentia falta disso, de estar com ele. É como se hoje em dia estivéssemos juntos mas com a cabeça em outro lugar.

    ⁃    Eu prometi a mim mesmo que iria te proteger, assim que te encontrei depois do Terminus. - diz ele, rompendo o silêncio.

    ⁃    Você não protege nem a si mesmo Glenn, se enxerga. - brinco. 

    ⁃    Hahaha. - diz ele sem humor. 

    ⁃    Estou pensando em ficar aqui o dia todo. 

    ⁃    Nem pense, eu estou velho pra isso. E você cresceu bastante, vai ver é você que está roubando a comida da dispensa. 

Me sento e dou um tapa em seu ombro. Ele ri. 

    ⁃    Acha que tem alguma esperança do mundo voltar a ser o que era?

Ele se senta.

    ⁃    Sempre existirá esperança enquanto houver luta. 

    ⁃    Você acha que vai ver isso? 

    ⁃    Vou fazer de tudo para que veja, e você também. 

Sorrio e o abraço, eu precisava dele. 

    ⁃    Eu amo você, muitão.

    ⁃    Eu amo você. 

[...]

    ⁃    Meu pai marcou outra reunião, e não deixou eu ir. De novo. - reclamou Carl.

    ⁃    Outra reunião? Por que? 

    ⁃    Ele achou uma pedreira, cheia de zumbis. Sem contar o Ron que arranjou problemas lá fora.

    ⁃    O que ele fez? - pergunto como se não quisesse nada. O olhar de Carl sobe até o meu. 

    ⁃    Quis ver onde o pai dele foi enterrado. 

Assenti. Isso já era de se esperar vindo de Ron, principalmente por ele agir sempre sem pensar. Rick com certeza pensou em um plano para acabar com os zumbis, e estaria procurando pessoas para ajudar do jeito que podem. Até imagino quem será o primeiro a se oferecer. Mas eu tinha que falar com Ron, ele poderia fazer alguma bobagem. 

    ⁃    Que horas é a reunião? - pergunto.

    ⁃    Daqui a pouco. 

    ⁃    Vou lá. - minto. - Impedir que Glenn concorde com um plano suicida. 

Ele sorri. Me levanto de sua cama e dou um beijo em seu rosto. 

    ⁃    Volto logo. - digo e ele assente. 

Saio de seu quarto e desço as escadas rapidamente. A sala estava vazia, com certeza todos já estavam na outra casa. Sigo para a varanda vendo Glenn passar pela rua. Vou na direção contrária a ele que faz uma expressão engraçada como se não entendesse nada. 

    ⁃    Você não vai pra reunião? 

    ⁃    Não. Estou preocupada com Ron, vou falar com ele. - Glenn levanta uma sobrancelha. - eu sei que não sou a melhor pessoa pra isso mas é melhor que nada. 

    ⁃    E ficar sem saber o que falamos? 

    ⁃    Claro que não, você tá aqui pra isso. Mas caso esconder algo de mim eu vou atrás de Abraham e olha que os comentários dele não são nada sutis. 

Meu irmão abre um sorriso. 

    ⁃    Tudo bem. - concorda ele se virando. - Não vá irritar o garoto.

    ⁃    Vou tentar. - digo para suas costas. 

O observo se afastar e entrar em casa, agora só me bastava procurar Ron. Começo pela casa dele, onde Jessie me recebeu com um sorriso desanimado e disse que seu filho estava na lagoa. Sigo até lá vendo algumas pessoas nas ruas, todas elas desanimadas e conversando entre si sobre algo que não entendi. Nenhuma do meu grupo estava lá. 

Continuo meu trajeto até que vejo uma pessoa sentada no píer da lagoa, com certeza Ron que usava uma touca cinza e uma jaqueta de couro. Sigo para perto dele que nota minha presença e me lança um olhar triste. 

    ⁃    Oi. - digo me sentando ao seu lado. 

    ⁃    Oi.

    ⁃    Não vou perguntar como você está, porquê sei que não está bem.

    ⁃    Eu só não consigo acreditar. - diz ele, que realmente parecia buscar palavras pra entender o que estava acontecendo. 

    ⁃    Eu também demorei muito pra acreditar que isso tudo era real. - admiti olhando para o lago. - Só que você tem que aceitar, porquê senão isso vai te matar. E você não quer morrer, certo?

    ⁃    Eu não sei mais o que eu quero. - responde ele, sincero. 

Solto um suspiro e ambos encaramos nossos pés balançando a alguns centímetros acima da água. Pelo menos não era a única que me sentia sem o mínimo de rumo na vida. Se é que isso pode ser chamado de vida. 

    ⁃    Só não arranje confusão. Por favor. - imploro. - Rick é uma boa pessoa e...

    ⁃    ELE É UM ASSASSINO! - grita ele me interrompendo. 

    ⁃    E seu pai se tornou o quê depois de matar Reg?! 

Ele abaixa a cabeça e tampa uma pedrinha na água que espicha em minha bota.

    ⁃    Só dê uma chance para o Rick. Ele me ajudou muito, principalmente quando me encontrou. Ele não tinha obrigação nenhuma de me aceitar no grupo, nem de me ajudar. Mesmo sendo irmã do Glenn.

    ⁃    Quer dizer que devo esquecer que ele matou meu pai? 

    ⁃    Não esquecer, mas... perdoar. - sugiro. - Ele livrou sua mãe de algo que não ia acabar tão cedo. 

    ⁃    Não sei se consigo isso. - sussurra ele. 

    ⁃    Só tente. Por mim. - peço. 

Ele abre um sorriso desanimado e simplesmente me abraça. Fico surpresa com a atitude mas a retribuo, amigos fazem isso. Seu abraço era quente e aconchegante, mas diferente de todos os outros. Ele se desvencilha de mim.

    ⁃    Obrigado. - diz ele. 

Abro um sorriso. 


Notas Finais


Ai, eu quero um Glenn na minha vida rsrs
Ontem eu acabei a fic e acho que vcs vão me matar com o final, mas pelo menos eu não matei um certo alguém *risos*
Espero que tenham gostado do capítulo e obrigada pelos favoritos ❤️
Até terça szz


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