História My one-sided Love - Our Bet

Naquela hora eu só queria pular no pescoço do Hiro, que diabos ele estava fazendo no portão da escola com aquele microfone? Meu sangue ferveu. Eu só queria cavar um buraco no chão e enfiar minha cabeça dentro, eu só queria sumir dali. Me escondi entre minhas duas melhores amigas e fomos andando até a entrada da escola, porém o Hiro foi mais rápido e me chamou.

_ Aqui está nossa heroína pessoal, uma salva de palmas para ela. _ Os alunos começaram a bater palmas como ele havia pedido.

Avistei o Min Kwan passando, e para piorar as coisas o Hiro o chamou.

_ Seu esnobe, você não vai contribuir? Isso aconteceu por sua causa.

_ Por minha causa? Você só pode estar de brincadeira né! Acha que eu consigo causar um terremoto? Ainda não tenho esse poder. _ Ele ameaçou a seguir seu caminho, mas o Hiro o impediu 

_Tudo bem que você até pode não ter causado o terremoto, mas feriu o coração da minha Kotoko.

Min Kwan revirou os olhos, se virou, colocou a mão em seu bolso e tirou uma nota de R$100.

_ Toma, está aqui, agora pare de encher o saco.

Naquela hora, eu agi por impulso, o sangue que estava fervendo transbordou.

_ Eu não preciso da sua ajuda! Pegue esse seu dinheiro. Não precisaria da sua ajuda nem que eu estivesse na rua. Só porque você é inteligente não significa que pode sair humilhando as pessoas, eu não tiro notas boas porque não quero, mas você acha mesmo que se eu não me esforçar e estudar eu consigo passar?

_ Minha Kotoko tem potencial! _ Hiro falou dando um tapinha nas minhas costas.

_ Aé? Então me prove o que está dizendo?!_ Min Kwan me surpreendeu.

_ P-provar? Provar como? _ Perguntei.

_ Nessa próxima prova, tire a nota mais alta que conseguir.

_ E o que eu ganho com isso?

_ Oras... quanta ignorância. _ Ele olhou para os lados debochando. _ E o que você quer que eu faça caso isso aconteça?

_ Kiss... _ Falei na lata.

_ O QUÊ? _ Ele quase gritou. _ Garota você perdeu o juízo?

_ Um mero beijo não mata ninguém, seu molenga. _ Falei dando risada.

_ Tudo bem, eu aceito então. _ Ele me encarou ferozmente.

O sinal bateu, e eu entrei na sala de aula, sou da pior turma da escola, da Turma F, onde as pessoas estão ali só por estar, ninguém gosta de estudar na nossa sala, nossa professora é super divertida, na maioria do tempo ela está se divertindo conosco. Peguei meus cadernos, que por sinal estavam praticamente em branco. Eu estou realmente disposta a ganhar essa aposta.

Assim que comecei a folhar o livro, meu cérebro deu um nó. Quando foi que a gente tinha aprendido essas? E essas palavras que parecem russo? Eu não fazia ideia do que significava aquele monte de coisas e palavras confusas. Como é que eu vou vencer essa aposta se nem ao menos sei responder essas questões? Eu vou pirar!

Quando o sinal bateu o sinal para o intervalo, novamente todos os meus amigos rodearam a minha mesa, eu percebi que eles estavam ali, porém não dei muito atenção, eu queria focar nos livros que eu estava lendo naquele momento, enquanto eles falavam eu não entendia nada. Até que um silêncio surgiu na conversa e eu finalmente prestei atenção.

_ Kotoko? Estamos falando com você!

_ O-o-oi, estou ocupada agora, desculpem. _ Falei me levantando e pegando minha mochila, fui em direção da biblioteca, lá provavelmente estaria mais silencioso.

_ O que foi que deu nela? _ Ouvi alguém perguntar quando eu sai da sala.

Quando cheguei na biblioteca me sentei próxima da janela, peguei meus materiais e coloquei em cima da mesa. Eu não tinha noção de por onde começar a estudar aquele monte de coisas. Enquanto pensava, senti uma mão no meu ombro.

_ Não deveria se esforçar tanto Kotoko! Sabe que vai perder. _ Um dos amigos do MinMin estava ali parado do meu lado. Porém eu simplesmente o ignorei.

_Olha Kwan! Ela está disposta a ganhar um beijo seu. _ Um dos garotos falou.

_ Nem numa biblioteca se pode ter paz... _ Resmunguei enquanto colocava de qualquer jeito meus materiais dentro da mochila.

(...)

_ Por que chegou no restaurante tão cedo filha? _ Papai perguntou assim que me viu entrar pela porta da frente.

_ É que eu não estava me sentindo muito bem.

_ Tudo bem, então fique aqui e me faça companhia. Esqueci de te dizer que hoje iremos nos mudar de novo.

_ E para onde vamos?

_ Um amigo meu de infância assistiu o jornal essa manhã e me ligou. Fazia tempo que eu não encontrava com ele. Ele disse que podemos ficar na casa dele em quanto não encontramos uma casa fixa.

_ Que bom! _ Falei empolgada.

(...)

_ Vai olhando para o número das casas. _ Papai me cutucou enquanto dirigia.

_ Aqui, aqui! número 611. _ Quase gritei.

Esse amigo do meu pai parecia ser bem rico, era uma casa bem grande azul e tinha um portão preto enorme na frente, mas o nome era um pouco estranho... Sr. e Sra. Kwan... não pode ser, seria conhecidencia de mais. 

_ Vou tocar o interfone...