História My Only One - Yin and wang

- Harper White Pov. On. –

- Você estão brincando, né?! Pelo amor de Deus, pessoal! Não existe a menor possibilidade de isso acontecer! – Meu coração parou de bater no dentro do peito.

Holly e Marcus são dois surtados, cara. Não dá pra mim.

- Para de tanto charme, filha! Não é o fim do mundo organizar um bom casamento em uma semaninha, vai? – Holly sorriu. Jesus, é doida mesmo. – Te garanto que vai ser perfeito!

- Estamos todos aqui, querida. Não vejo ocasião melhor! – Marcus disse.

Justin, que até agora estava mudo, coçou a garganta, fazendo uma careta.

- Pessoal, eu agradeço demais por todo o carinho, de verdade. A gente sabe o quanto vocês estão felizes por nós e agradecemos por isso. Mas, eu acho que ainda tá meio cedo pra organizar a cerimônia, né Harper? – Concordei, mexendo minha cabeça sem parar! – Então, acredito que as coisas não precisem acontecer tão...rápido assim, né?! – Ele riu, dando um aceno de cabeça.

- ELES ACEITARAM?! – Minha vó invadiu o quarto, berrando à plenos pulmões.

- Tá, isso acabou de ficar pior. – Murmurei, fechando os olhos.

- Justin e Harperzinha, meus netos queridos, não há motivos pra esperar! Vocês são jovens, lindos e querem se casar! E nós QUEREMOS que vocês se casem! Não existem impedições!

Nancy disse.

- As coisas não são tão simples assim, gente! Não é só se casar e pronto! Casamento tem muito planejamento! Lista de convidados, de presentes, escolha de lugares, a comida, o buffet, as flores, decoração, banda, o tipo de traje escolhido, prova do vestido, a família do Justin é literalmente de outro país! E meus amigos estão em outro estado, ENTÃO, ISSO NÃO FAZ SENTIDO! – Rebati.

Toda aquela loucura com o casamento da Helena me deixou meio sequelada com esse lance de etapas de decoração de casamento, credo.

- Certo, certo. Meninas, a Harper tem razão! Isso é loucura! – Meu pai graças à Deus resolveu recuperar a sanidade. – Não podemos simplesmente passar por cima da vontade dos dois só porque queremos isso, não é justo. – Ele disse e ambas se calaram. – Seja o que vocês quiserem decidir, nós vamos apoiar vocês. – Marcus completou, com um sorriso no rosto. Sorri de volta.

- Ainda acho que eles tinham que se casar aqui. – Nancy resmungou, me fazendo rir.

- Vó! Já fui pedida em noivado aqui! Não tá bom pra você não?! – Gargalhei.

- Eu também ia amar que vocês se casassem aqui, mas...eu te entendo, filha. E saiba que vou te ajudar em qualquer decisão. Vou ser a melhor mãe/madrinha/organizadora que você já viu na vida! – Holly vibrou.

- Eu sei que você vai, mãe. – Sorri de volta.

Nem me toquei que foi a primeira vez que chamei a Holly de mãe. Foi algo tão espontâneo que só saiu. Seu sorriso de alargou ainda mais e ela acenou, toda sem jeito, saindo do nosso quarto junto com a vovó e o meu pai. Justin se jogou na cama, respirando aliviado.

- Caralho, essa foi por pouco, Harperzinha...puta merda. – Suspirou pesado. Eu ri.

- Quase que colocam a gente pra se casar lá no estábulo, cara. – Disse, escutando ele rir alto.

- Até dá pra rolar, mas numa cerimônia de renovação de votos e tal. Minha mãe ia surtar se a gente se casasse aqui, Harper, eu juro por Deus. Ia cortar relações comigo por uns 10 anos! – Ri, isso era a cara da Pattie mesmo! – O sonho da vida daquela louca é a gente se casar lá em Stratford.

- Mas...se a gente se casar lá, meus pais vão se magoar. – Falei. – Vão pensar que eu escolhi a sua família. Eu sei que nunca vão falar nada, porém, não tenho coragem. – Fiz careta. – E agora?

Tô entre a cruz e a espada, porra. Se eu me casar aqui, a Pattie tem um treco, mas se eu me casar no Canadá, aí mato a minha vó dramática do coração. Sinceramente, nem sei o que vou fazer quanto à isso...

Tô bem no meio do fogo cruzado!

- A gente não precisa agradar ninguém, amor. Relaxa. – Bieber me puxou pra ele. – Nem Baltimore, nem Stratford. Vai ser onde tu quiser que seja. É o teu casamento! – Sorri, o abraçando de volta.

- Sabe, agora, parando pra pensar nisso, eu acho que me lembrei de um bom lugar. – Sussurrei.

- Onde?

- Eu te mostro quando formos pra lá. – Ri, baixinho. – Não é nada espalhafatoso como aquela igreja chique de Stratford, nem tão exótico como uma fazenda, mas, acho que você vai gostar...

- Se tu for a noiva, eu me caso até na calçada. O lugar é o de menos. – O loiro brincou.

- Seu besta... – Beijei sua bochecha, sorrindo. Eu amo esse cara. – Ei. Você acha que devemos mesmo nos casar antes de eu viajar? Isso não é muita loucura, Bieber?! – Ri só de imaginar!

- Numa coisa eu acho que os teus pais tem razão. Pra que esperar?

Justin perguntou.

Não pensei numa resposta boa o suficiente pra essa pergunta.

Não havia motivos mesmo.

- No caso, nós teríamos só algumas semanas pra planejarmos tudo que envolve um casamento tradicional, amor. E isso vai dar um trabalho do caralho. – Disse. – Acha que a gente dá conta?

- Na real? – Concordei. – A gente dá conta. A não ser que tu não queira, aí a gente espera. – Ele riu.

Bieber dizia tudo com uma certeza tão grande que me fazia perder a coragem de duvidar. Ok. É UMA LOUCURA DO CACETE! Mas, é a nossa cara fazer um negócio desse! Então...por que não?!

Por que não, Harper White?!

- Tá. Eu topo. Que seja o que Deus quiser. – Respondi, sorrindo feito uma retardada. Bieber também sorriu. – Vai ser incrível. – Sussurrei.

Não acredito que acabei de topar isso.

- Claro que vai. Sou eu, porra. Tudo que me envolve é foda, gata. Tu sabe. – Justin se gabou.

Neguei com a cabeça, rindo nasalar. Eu e Bieber nos beijamos de novo. E de novo. E de novo. Eu não vejo a hora de acordar assim, com ele, todos os dias. Só isso já faz todo o resto valer a pena.

Vamos lá, Harper White. Sai agora dessa cama fofinha e gost6osa e vai pro seu notebook pesquisar empresas de casamento, flores de meia estação, papel toalha macio e sei lá mais que porra se precisa em um casamento de respeito!

Nós temos um puta de um casamento pra organizar e nenhum tempo à perder.

XXX

- Três semanas depois. –

Seattle, Washington.

Noite anterior ao “Grande Dia”...<3

Ok, pesso/al. Eu me rendo. TÁ TUDO UM CAOS COMPLETO POR AQUI, CARALHO!

As minhas últimas semanas de pânico geral se resumiram em: conversar com agências organizadoras de eventos, visitas à capelas e salões de festas, deliberação entre sabores para o meu bolo de casamento e tudo de mais exaustivo que existe para uma noiva tão apavorada quanto eu! Visitei alguns floristas conhecidos da cidade também, mas no fim, o meu pai insistiu em deixar essa parte das flores com ele e a Holly. Com a floricultura dos dois deslanchando bastante lá em Baltimore, não tive como dizer não.

Agora, vamos orar para que as flores sobrevivam a viagem, caso contrário, eu esgano o meu pai.

Quando os Bieber’s chegaram em Seattle, aí que tudo virou de cabeça pra baixo mesmo. Deus é pai. A Pattie não parava de me empurrar pra todos os confeiteiros famosos que ela conhecia e até fechou com um cara lá de Toronto, que, por um valor NADA BARATO, vai vir até aqui só pra fazer os doces do casamento. Era cada um cuidando de uma coisa, Holly da decoração, Pattie cuidava da comida e a Emily, de garantir que nós teríamos o melhor lugar da cidade para a festa. Minha mãe biológica se esforçou tanto para conseguir um lugar de última hora que, por um instante, parecia até que o casamento era dela. Emily queria à todo custo que eu tivesse o melhor de todas as coisas. Era fofo apreciar isso nela depois de tantos anos de afastamento e altos e baixos que tivemos.

Não estou dizendo que tudo está 100% resolvido entre nós. Mas, acho que estamos quase lá.

O dia todo se resumiu em um entra e sai de presentes, cartas de felicitações de amigos e conhecidos e caixas enormes com objetos para decoração. Nós tivemos um probleminha com a empresa organizadora de eventos e simplesmente estão mandando quase tudo pra cá, jurando que vão vir aqui pegar e levar todas essas coisas pra igreja e pro salão de festa amanhã de manhã. Só espero que façam isso mesmo. Caso contrário, eu solto a Emily e os advogados dela em cima daquele povo!

Meu rosto está com mais espinhas que o normal e eu não consigo parar de roer as unhas. O meu cabelo tá um horror de tão seco e, pra ficar tudo AINDA PIOR, eu esqueci uma lente de contato no meu olho e agora, tá parecendo que eu fumei uns três cigarros de maconha. TUDO PERFEITO.

FANTÁSTICO. TÁ TUDO MARAVILHOSO!

- Gata, tu tá surtando legal. Sério mesmo. Se acalma. – Samantha se jogou no sofá, com um saco de Doritos nas mãos. – Relaxa aí! Toma uma tacinha de vinho tinto, passa uma máscara facial bem potente nessa cara e VAI DORMIR UM POUCO! Você tá virada tem uns três dias já, daqui a pouco morde a cadeira de tão estressada. – Gargalhou.

- Não posso dormir ainda, Sam. A abençoada da confeiteira não respondeu o meu e-mail de emergência pra trocar o bolo de castanha pelo bolo de nozes. – Suspirei, sentindo meu óculos ficar torto no rosto.

- Castanha e nozes não são a mesma coisa? – Ela rebateu.

- Não.

- Tanto faz. É tudo alpiste mesmo. Que nojo. – Samantha continuou rindo. – Você não pode mudar pra bolo de chocolate, Harper? TODO MUNDO AMA CHOCOLATE! Que crime! – Decretou.

- Não. A Nancy é alérgica. Não posso matar minha avó no dia do meu casamento. – Respondi.

- Amiga, ela já tem uns 70 mil anos, teve infarto e artrite, até tosse alérgica crônica. Se a Nancy tá viva até agora, não é o coitado do cacau que vai matar ela... – Deu de ombros, me fazendo rir.

- Samantha Murray, só cala essa sua boca, pode ser? – Disse à ela, rindo.

- Ei, o Justin tá chegando daqui à pouco! O Nolan mandou aqui no grupo que o jatinho já tá aterrissando no aeroporto. – Ela avisou. – Se eu fosse você, trocava AGORA essa sua roupa de andarilha e penteava o cabelo. Vê se não vai fazer o seu macho desistir de casar contigo nos 45 minutos do segundo tempo, hein? Pelo amor de Deus! – Provocou.

- NÃO! – Berrei, fazendo ela dar um pulo de susto. – A Holly me disse uma vez que ver o noivo um dia antes da cerimônia dá azar, então, manda ele SUMIR DAQUI! – Rosnei, desesperada.

- E você acreditou numa idiotice dessa, sua tonta?

Samantha revirou os olhos.

- Eu é que não vou pagar pra ver, porra. Nem vem! – Disse, negando com a cabeça.

- Isso é besteira. Eu lembro do casamento do meu primo Júlio e da Susan. A gente fez até festa na noite anterior à cerimônia, amiga! E não aconteceu nada demais! – Ela tentou me convencer.

- Não foram esses dois doidos aí que se pegaram no tapa três meses depois de se casarem e hoje tem até uma medida protetiva envolvida no barraco? – Indaguei e ela calou a boca, tapando o riso. – POIS BEM! OLHA AÍ! ISSO DÁ AZAAAAR! – Falei, decidida. Samantha riu alto.

- Você é muito louca, cara. – Ela se levantou. – Vai dormir vai, eu fico de olho no e-mail da sua boleira desaparecida, tá? Vê se descansa pelo menos umas horas, ou amanhã vai parecer um espantalho de vestido, Harper White. Anda logo! – Sam beijou minha bochecha, me tirando da cadeira e se sentando no meu lugar. – Fica tranquila. Eu dou conta. – Piscou pra mim.

- Tem certeza? – Arqueei a sobrancelha.

- Garota, meu pai é o workaholic mais famoso de Stratford. Eu e o Nolan sabemos redigir e enviar e-mails desde os quatro anos de idade. Tá comigo, tá com Deus. – Sam sorriu e eu ri.

- Boa noite, retardada. Te amo. – Mandei um paz e amor pra ela, indo para o meu quarto e escutando o seu “também te amo” de volta.

Fechei a porta e fui pro banheiro passar uma pomada secante pra espinha. Coloquei uma camiseta gasta com a estampa do Pink Floyd e me joguei na cama, morta de tão cansada. Essas últimas semanas foram as mais surtadas de toda a minha vida.

Vocês acreditam que eu precisei até subornar o corrupto do pastor Samuel pra conseguir me casar na capela do centro?! Tudo bem que foi por uma boa causa, mas precisar subornar um servo de Deus foi demais pra mim, gente! Ele cancelou o culto da amanhã só pra poder fazer o meu casamento, mas tive que molhar bastante a mão daquele faceiro pra isso.

Que Jesus tenha anotado esse vacilo dele!

Aliás, ninguém entendia o motivo de eu querer tanto essa bendita capela. Mas, eu sabia e muito bem. Uma vez, quando eu estava voltando pra casa do colégio, passei bem na frente dela e estava acontecendo um casamento no meio da tarde. Acho que fiquei parada lá na frente feito uma otária por uma eternidade, observando cada detalhe da cerimônia. Não era nada de muito extravagante, mas eu vi os noivos animados, a chuva de arroz caindo sob eles, as flores por todos os lados, o piano branco e todo o resto parecia se encaixar perfeitamente com o momento. Eu nunca nem vi aquelas pessoas na vida, mas sabia que um dia iria querer exatamente aquilo pra mim. Daquele mesmo jeito. Eu sei. É doido. Mas, aquele dia nunca mais saiu da minha cabeça.

Eu só sei que tenho que me casar naquela capela e pronto.

Justin queria um lugar bem maior, obviamente mais caro e muito mais chique. Ele queria que nós nos cassássemos em um salão conceituadíssimo de Seattle. O Plaza, que fica no centro comercial da cidade. Uma cobertura sem igual. Era lindo, de fato. E deu um pé de guerra danado pra ele ceder e aceitar a minha capela. Mas, no final, Justin se contentou.

Olha pra minha cara de quem se casa em porra de Plaza?!

Nem de longe seria minha escolha, gente! Harper White não foi feita pra ser nutellinha desse jeito não. Aquele lugar parecia até o salão de festa enorme em que aconteceria a festa de casamento da Helena e do noivo que eu me recuso à falar o nome. Credo! Justin adora essas frescuras chiques, mas eu não. Me dá coceira só de imaginar!

Ouvi a porta se abrir algum tempo depois e pensei que fosse a Samantha, então, dei um espacinho na cama pra ela e me virei, pegando a minha coberta. Eu já estava com o tapa-olho de dormir e nem me preocupei em tirar.

- Ai amiga, pra falar bem a verdade, dá medo de pensar que eu e o Bieber discordamos de 99% das coisas, sabe? Eu sei que tem essa fanfic de que os opostos se atraem e tal, mas nesses últimos tempos a gente discordou tanto das coisas do casamento, mas TANTO, que eu realmente tive medo de como isso pode funcionar à longo prazo. Só não quero me divorciar no primeiro ano! Misericórdia! – Ri.

- Vira essa boca pra lá, caralho. Divórcio pra mim foi só um. Não é possível que eu sou um filho da puta tão fodido no amor assim... – Ouvi o tom debochado da voz rouca ecoando no quarto e tirei o tapa-olho na mesma hora! Prendi o grito de susto e pulei da cama, fazendo gestos pra ele se afastar de mim. – Tu não tá feliz por me ver, Harperzinha? – Justin também saiu da cama, rindo maldoso. O desgraçado vai me perseguir, tá na cara. – Hein? Tu não me vê tem mais de uma semana e tá me expulsando desse jeito?! – Ele sorriu, me encurralando na parede do quarto.

- SAI DAQUI! TE VER VAI NOS DAR AZAR, CARALHO! SOME! ANDA LOGO! QUE ÓDIO! – Gritei, correndo para o outro lado do cômodo. Coloquei o tapa-olho de novo e me certifiquei de que não estava vendo ele. Talvez, com muita sorte, eu consiga afastar o azar se não vir o noivo, né?

- Não vai me dizer que tu acredita na mesma porcaria que a Pattie? Para de palhaçada, Harper White. Isso é uma superstição de velho. – Bieber riu de mim. Otário. – Tá bom então. Já que tu não quer me ver, pode pelo menos de dar um beijo de boa noite? – Neguei. – Só um, sua chata.

- Quer que a gente se divorcie no primeiro mês, cacete?! Sai logo daqui! – Tentei apontar pra porta do meu quarto, mas pelo jeito eu errei, já que o Bieber riu mais ainda.

- Isso aí que você tá apontando é a sua cômoda.

- Tanto faz! Só vai embora, amor! Meu Deus! – Eu tava quase implorando.

- Não sem um beijo. – Sua resposta foi enfática. Merda.

Que inferno de homem, viu?

- Vem aqui então, caralho! – Rosnei, escutando o riso nasalar dele. Estiquei as mãos e fui tateando até sentir o tórax dele. Subi minhas mãos para o pescoço e ergui minha cabeça, esperando Justin se aproximar. Sentir a boca dele fez meu corpo todo sentir espasmos. Suas mãos seguraram minha cintura e aprofundamos o beijo. Minha língua foi mais rápida que eu em pedir passagem pra ele, que riu da minha intensidade. É saudade acumulada, porra. Não consigo ficar longe do Justin muito tempo sem entrar num colapso sexual. Ok.... Essa última frase aí saiu mais safada do que o esperado, mas é a pura verdade. Senti suas mãos grandes adentrando minha camiseta, subindo pra barra da minha calcinha e fazendo menção de tirá-la. – Se nos vermos já dá azar, imagina se transarmos, Bieber?! – Sussurrei, ouvindo ele rir. – Já teve o que queria, bonitão. Agora some.

- Harper White, tu é mulher mais doida que eu já conheci. – O tom bem-humorado dele me fez sorrir. – Tô doido pra me casar contigo amanhã. Então, vou vazar daqui antes que eu esqueça essa tua palhaçada ridícula de “azar” e te coma agora mesmo. – Ri alto e dei um tapa fraco no peito dele.

- Eu te vejo amanhã. – Dei um rápido selinho no loiro. – Te amo.

- Te amo, gatinha. Fica bem linda pra mim, tá? – Senti um beijo ser depositado no meu pescoço.

- Tá. Boa noite.

Em poucos segundos, ouvi a porta se fechar e finalmente tirei a venda. O perfume do loiro ainda estava na minha camiseta. Me joguei de novo na cama e me embolei na coberta, sorrindo feito uma idiota.

- Eu amo esse cara...que ódio! – Sussurrei pra mim mesma, rindo.

Mesmo com tudo estando tão bagunçado agora, estar com ele é o que realmente me importa.

XXX

- Na gloriosa manhã seguinte... <3  –

Seattle, Washington.

- Pela milésima vez, garota, PARE DE SE PREOCUPAR DESSE JEITO! – Emily disse, me chacoalhando na cadeira do salão. – Está tudo sob controle, ok?! As flores já chegaram e estão incríveis, o salão de festa já está pronto pra receber todos os convidados, Pattie foi pessoalmente hoje de manhã monitorar a chegada do buffet e os doces já estão à caminho. Não há motivos pra você se estressar, tudo bem? Mamãe cuida de tudo. – Eu ri da última frase dela.

- Só quero garantir que tudo saia perfeito...tô sentindo meu estômago se embrulhando todo! Santo Deus. – Suspirei, fechando os olhos. Eu juro que tô à ponto de surtar.

Eu sou péssima com grandes eventos, gente. Minhas formaturas estão aí pra provar!

TODO MUNDO QUE ME CONHECE SABE DISSO! Harper White e glamour não combinam na mesma frase. É água e óleo. Só de imaginar tudo que vai acontecer hoje eu já começo à hiperventilar e suar de tanto nervoso, caralho!

- Relaxa, minha filha. Você vai arrasar hoje! É a noiva mais linda desse mundo... – Holly chegou por trás de mim, vi seu sorriso de mãe coruja se alargando através do espelho na minha frente.

- Eu sei que é normal algumas noivas se estressarem no dia do casamento e tal, mas amiga, você tá surtando demais. Se segura ou vai ter um ataque cardíaco! - Amanda se aproximou, rindo de mim. – Você está terrivelmente deslumbrante, Harper White. Foque só nisso, e do resto, eu, a Samantha, a Emily e a Holly cuidamos, tá bom? – Ela sorriu, me abraçando. – É o seu grande dia!

- O Justin já está chegando na igreja com os padrinhos, amiga. – Samantha me disse. – A Pattie vai nos encontrar lá mesmo, ela se atrasou um pouquinho com o buffet, mas vai chegar à tempo de entrar com o Bieber na igreja. Então, tudo certo! – Ela também se levantou, veio até mim e ajeitou uma das flores que decoravam o meu cabelo. – Sua vaca, você é a noiva mais linda que eu já vi. Tu passou a mão na minha cara bonito e vai se casar antes de mim! – Todas nós rimos.

Eu me levantei e fui até o espelho do quarto. Era isso, eu estava pronta. Fiz só duas provas desse vestido antes de hoje, mas ele caiu perfeitamente bem em mim. Ele é justo até as coxas e com a clássica calda de sereia que descia até o chão e se arrastava. Eu não queria nada apertado ou desconfortável demais pra mim, então, esse modelo pareceu ser o ideal. Renda, pontos de brilho e strass e mangas caídas nos ombros. Estava usando o colar que Justin me deu e meu anel de noivado. Brincos pequenos e uma maquiagem leve, só pra cobrir as espinhas mesmo. Batom rosê e olhos em tom de marrom, com um pouco de brilho neles. Meu cabelo estava preso em meio à algumas flores naturais que Holly trouxe pra decorá-lo. Não conseguia mais parar de olhar!

Nunca me senti tão linda.

- Está na hora, querida. – Emily disse, com um sorriso contido no rosto. – Vamos?

- ....vamos! – Sorri, depois de respirar fundo algumas vezes.

Mais uma anotação para as notas do celular:

Organizar um casamento consegue ser ainda mais estressante do que organizar um TCC.

XXX

- Justin Bieber. Pov. On. –

A igreja já tava lotada quando eu cheguei com os caras. Fiz minha entrada com a Pattie ao som da banda que nós contratamos e acenei pra alguns amigos e conhecidos durante o caminho. Minha mãe se sentia na entrega do Oscar, ficava mandando beijo e dando tchauzinho pra todos os nossos parentes, me fazendo rir.

- Deus ouviu as minhas orações, filho. Ser sogra da Harperzinha é tudo que eu mais pedi nos últimos meses. Eu adoro aquela menina! – Pattie sussurrou, bem-humorada. – Fico muito, mas muito feliz por vocês! – Ela disse e beijei sua bochecha, com carinho.

Acenei para o Calvin, o namorado atual da Pattie, que estava sentado na segunda fileira. Esse cara é gente boa. Lógico que eu nunca imaginei ter meu antigo professor do ensino médio como padrasto, mas, porra, se a Patricia tá feliz, eu tô em dobro. Minha mãe merece isso.

Nós nos despedimos no altar e lá fui eu esperar a chata da Harper White. Se passaram dez, quinze minutos, meia hora, e nada. A cara dela se atrasar só pra me fazer ficar ansioso, caralho. Já comecei à andar de um lado para o outro, imaginando um monte de merda. E se ela desistiu?!

Eu tô sabendo que ela tá louca nível de manicômio com as paradas do casamento, e eu não quis me meter em muita coisa quando vi que o fato de a gente discordar só estava deixando ela mais estressada ainda. Mas, sabendo como a Harper White é perfeccionista com as coisas, dá pra imaginar que hoje ela deve estar doida de pedra agora. Puta merda.

Comecei a ficar nervoso só de imaginar que ela tivesse desistido de hoje....Caralho! Senti o meu coração batendo mais forte no peito e até tentei disfarçar, mas não tava rolando muito não.

- Tu vai abrir um buraco nesse chão de tanto que tu anda, porra. Vê se sossega! – Chaz disse, parando do meu lado e coçando a garganta. O ignorei. – Que porra que tu tem, hein mano?!

- Tô achando que a Harper deu pra trás, Charles. Ela já tá demorando demais. Essa porra não tá parecendo boa coisa, se ligou?! E eu vou pagar de rejeitado e fracassado no meu próprio casamento! Puta que pariu, cacete! – Continuei andando, e dessa vez, estava ouvindo os sussurros de desconfiança dos convidados.

Até eles estavam estranhando essa demora toda dela!

- Ela não te largou, seu otário. Fica de boa aí, vai. Tu sabe muito bem que a Harperzinha te ama. Não tem nem motivo pra tu enfiar nóia na cabeça justo hoje! – Nolan chegou na conversa também.

- Aqui tem coisa...eu tô sentindo que tem! – Sussurrei pra mim mesmo, totalmente pilhado.

- Meu mano, se liga, tu só precisa fumar um e ficar suave, beleza? Isso que tu tá tendo é só um surto pré-matrimonial. Não te julgo, até porque, se eu fosse me amarrar, tava mais doido que você agora! – Christian falou e eu notei que o altar já tava virando uma reunião de comadre.

Nesse momento, escutei um barulho de carro na frente da igreja e as portas se fecharam.

- A NOIVA CHEGOU! – Jeremy veio correndo pelo tapete vermelho, todo animado.

- Viu só? Relaxa, cachorro... – Christian riu, dando um tapa nas minhas costas antes de sair.

Me arrumei no altar e respirando fundo, passando a mão pelo cabelo num tique nervoso do caralho que não passava por nada. Não lembro da última vez que eu fiquei tão pilhado desse jeito. Foi aí que vimos as portas se abrindo e as madrinhas da Harper entrando e caminhando pelo corredor, uma de cada vez, junto com os padrinhos que eu escolhi. Juro que eu tava suando frio, caralho!

Quando todos terminaram de entrar e ficaram ao lado do altar, a entrada da Harper White foi anunciada e eu travei no lugar que eu tava, sem nem conseguir piscar. Assim que meus olhos viram aquela mulher mais linda se aproximando, toda nervosa, abri um sorriso de puro alívio.

Minha garota. A mulher mais foda que eu já vi.

Todos os olhares estavam vidrados nela. Harper White tinha toda a atenção. Ela e o Marcus estavam de braços dados, o cara ficava sorrindo e olhando pra filha, todo babão. Tinha um véu branco e rendado que cobria o rosto dela, mas eu conseguia ver seus olhos. Quando a música cessou e a Harper parou na minha frente, estendi a mão e a ajudei à subir no altar. Ela sorriu, apertando minha mão, transpassando que tava tão surtada de nervoso quanto eu.

- Relaxa, minha gata. É tua primeira vez, é? – Eu ri, ouvindo ela rir também.

Levantei o véu dela, sem pressa. Tava afim de decorar esse momento nosso. Harper mordeu seu lábio inferior, olhando de volta pra mim. Que mulher mais linda do caralho.

Eu tava doido de vontade de beijar ela, mas me segurei. Passei meu polegar por seu resto e ela sorriu pra mim. A porra do sorriso mais lindo que eu já vi. Como eu amo essa louca, cara.

- Tu tá perfeita, Harperzinha. – Ela revirou os olhos com o apelido, mas riu.

- Eu sei... – Harper respondeu, com um sorriso faceiro no rosto.

O pastor começou a nossa cerimônia e Harper e eu demos as mãos, um de frente para o outro. Eu esperava que esse momento fosse me dar uma nostalgia do meu primeiro casamento, que também foi em uma capela, lá em Stratford. Mas, não deu. Nem de perto eu senti o nervoso de hoje naquele dia com a Helena. Não consigo parar de apertar as mãos da Harper, com medo de ela sumir ou sei lá que porra tá se passando na minha cabeça!

Não consigo querer imaginar uma vida sem a surtada da Harper White.

Se tem alguém no mundo com quem eu me imagino ficando velho e chato pra caralho, porque eu tô ligado que eu vou ser um puta de um velho estressado, é com ela. Com certeza as lentes do óculos da Harper vão estar mais grossas, ela só vai usar roupas largas e confortáveis e vai ser a avó querida dos netos dela. E eu vou ser o vô fumante que ensina os netos à bolarem um beck de primeira. A gente vai tretar pra cacete, nossos filhos vão rachar de dar risada, um vai ficar sem falar com o outro, mas no fim do dia a gente volta ao normal como se nada tivesse acontecido. A gente não suporta a possibilidade de ficarmos sem nos ver os nos falar.

Harper White é definitivamente o Win do meu Yang.

É o meu ponto de equilíbrio ideal no universo. Não dá pra imaginar uma vida melhor do que essa.

XXX

- Harper White. Pov. On.

- Alguns minutos antes... <3  –

Assim que o carro grande e preto que estava me levando a igreja estacionou bem em frente a capela dos meus sonhos, eu fiquei alguns segundos apenas babando naquele lugar. Que coisa linda. E...é tudo TÃO a minha cara! O tapete branco que atravessava todo o jardim florido, os vasos tão delicados ao redor e as flores...intactas e simplesmente maravilhosas. Marcus realmente conseguiu que as flores estivessem perfeitas. Perdi a nossa aposta e tô devendo 100 conto pra ele agora. Ri sozinha.

Avistei o Jeremy parado na porta e, assim que o pai de Justin me viu, começou à fazer um ESCÂNDALO, batendo palmas e acenando pra mim, sorrindo de orelha a orelha. Todas nós rimos.

- Esse homem é maluco... – Emily riu.

- Não estranhem, é de família. – Ouvi a Jazmyn dizendo no banco de trás, rindo também. Ela seria minha a daminha de honra. A responsável por levar as alianças, junto com o irmão, Jaxon.

Marcus desceu as escadas da capela e veio andando em direção ao carro, se arrumando pelo caminho, todo nervoso, como se ele fosse o próprio noivo. As garotas me ajudaram com o vestido e, quando consegui aterrissar em terra firme com segurança, meu pai segurou minha mão.

- Ah, bebê. Você tá tão bonita! Eu já vou começar à chorar de novo! – Marcus resmungou.

- Homem, se controla, pelo amor de Deus. Precisamos ficar bonitos nas fotos! – Sorri pra ele.

- Minha única filha vai se casar...é muita emoção pra um pai tão coruja como eu... – Ele disse, me fazendo rir. – Harper White se casando! Quem diria, hein? Pra quem nem saia de casa e tinha medo de socializar, até marido arrumou! – Dei um tapa no meu pai, gargalhando.

Esse cara adora me zoar.

- Seu trouxa.

- Te amo, pequena. – Ele sorriu. – Tô explodindo de felicidade por você. – Sorrimos juntos.

- Vão logo, suas duas matracas! Já estão atrasados! – Holly disse, enquanto víamos um dos seguranças nos avisando de que ia reabrir as portas da igreja para fazermos a nossa grande entrada. Meu estômago se revirou todinho de nervoso. Meu pai percebeu isso e segurou meu braço, fazendo carinho.

- Você odeia grandes eventos, né?

- Que bom que você me conhece. – Ri, de puro pavor. – E se eu cair lá, pai?! Ai que vergonha!

- Se você cair, a gente vai dar risada. Só isso. – Ele respondeu, risonho. – Vamos lá, querida. A gente consegue. Foque só no seu noivo lá frente, te esperando. E não olhe pra mais ninguém.

Respirei fundo, concordando. Começamos à andar e nos posicionamos, enquanto eu observava minhas madrinhas entrando, acompanhadas pelos padrinhos que Justin escolheu. Os garotos acenaram pra mim, mandando beijos e me fazendo rir. Sam me deu uma piscadela e a Amanda sussurrou um “fique calma e arrase” enquanto entrava de braços dados com o Eric, vulgo, o único padrinho que eu fiz questão de escolher.

Mandei um convite especial para o Cameron, mas, infelizmente ele não pôde vir. Está em outro estado, na coletiva de imprensa de seu mais novo time oficial de futebol americano. Price me enviou um lindo buquê de flores, me desejando felicidades.

Espero vê-lo de novo em breve.

- Chegou a hora. – Marcus sussurrou.

As portas se abriram e fomos andando, passo à passo, pra dentro da capela. Procurei pelo rosto do loiro a cada passo que eu dava e, quando o vi, todo gostoso e de terno lá no altar, com o penteado cabelinho pra trás e a barba feita, e com a maior cara de DESESPERO desse mundo, eu não aguentei e dei risada.

Pelo visto, eu não sou a única apavorada aqui!

A banda estava tocando Anyone, na sua forma acústica e totalmente incrível. Foi impossível não sorrir quando vi Justin Bieber sorrindo de volta pra mim. Nos milhares de filmes que eu já vi na vida, sempre tem um momento onde a mulher olha pro cara e tem um...tchã. O exato momento em que a pessoa entende que a outra é a alma gêmea dele. E, como a arte imita a vida, esse foi o meu momento tchã com o Bieber. Eu nunca vou esquecer da visão dele me esperando no altar.

Como eu amo esse otário aí. Jesus Cristo.

Meu pai me deu um beijo na testa e saiu, depois de dar um abraço apertado no loiro. Demos as mãos e, como aquele idiota não se aguenta, já foi logo soltando uma piadinha. Depois disso, focamos nas palavras do pastor e na Pattie, que não parava se chorar no primeiro banco da igreja. O Calvin precisou dar seu lenço à ela, porque a mãe de Justin estava borrando toda a maquiagem. Quando chegou a vez de trocarmos votos, dissemos a verdade. Bieber disse poucas palavras, mas quando falou que eu era o ponto de equilíbrio da vida dele, juro que chorei mais que a Pattie. Entre algumas piadinhas, risadas e um apertando a mão do outro por puro nervosismo, foi a minha vez de trocar os votos.

- Eu só queria te dizer que nunca imaginei que, um dia, você fosse se tornar a coisa mais importante da minha vida. Depois do Gregory, óbvio! – Todo mundo riu. – Você foi a minha melhor escolha, Justin. Do início ao fim. E eu faria tudo de novo por você e por nós dois. Eu te amo. – O sorriso do loiro se alargou ao ouvir isso.

Jazmyn e Jaxon entraram na igreja, super travados e desengonçados, trazendo as nossas alianças. Nós dois rimos daquilo. Dei um beijinho em cada um e nós trocamos nossas alianças, sob o olhar de todos.

- Sendo assim, com a benção de Deus e, supondo que não há ninguém aqui que seja contra essa relação, eu vos declaro marido e mulher. Justin, você já pode beijar a sua esposa. – O pastou sorriu pra nós.

Esposa.

Meu Deus. EU SOU UMA ESPOSA!

Justin segurou meu rosto e nos beijamos, sem pressa. Coloquei as mãos em seu peito e, por um minuto, senti que éramos o centro do mundo. No nosso próprio universo particular. Ouvimos os assovios e as palmas dos convidados e nos separamos, rindo.

- JESUS CRISTO, EU JURO QUE VOU TER OUTRO INFARTO DE TANTA ALEGRIA! – Nancy gritou, se abanando no banco, Justin riu alto.

Ele se diverte com a minha vó de um jeito que eu nunca vi, é hilário.

- Ah, meus filhos... – Pattie veio até nós e nos abraçou, toda chorosa. – Tô tão, tão, tão feliz!

Conversamos só um pouco com a nossa família e já nos preparamos pra sair. Justin segurou minha mão e fomos caminhando juntos pelo corredor da capela, com uma chuva de arroz sob nós. Todo mundo estava sorrindo, felizes por nós, enquanto jogavam o arroz. Tentei me cobrir da chuva e Justin também, colocando o braço na frente do rosto e tentando não ser atingido. Eu não conseguia parar de rir!

É o casamento dos meus sonhos.