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História My Other Face - Capítulo XXIX Play With Fire


Escrita por: alguemqualquer_

Notas do Autor


Quero dizer que eu estava bem ansiosa para postar esse capítulo, o segredo do J'onn era algo que eu tinha em mente desde do surgimento da fanfic. Fiquei muito feliz quando finalmente escrevi essa parte.

Como eu já havia mencionado, a fanfic é dividida em três partes, pois cada uma possui um salto se tempo. Esse é o penúltimo capítulo da segunda parte ou seja, estamos na reta final.

Provavelmente a terceira parte terá dez capitulos. Mesmo tendo o capítulo final meio concluído, não quero pensar ainda no final da fic, estou apenas lembrado vocês caso tenham se esquecido.

Relembrando os capítulos anteriores: no capítulo intitulado, "The Scream", Kara presencia um tipo de transe na festa de aniversário da L-Corp. No transe, ela se encontra em um gramado e ouve vozes, especialmente um grito horripilante.

No início desse capitulo teremos um flashback IMPORTANTÍSSIMO para a conclusão dessa segunda parte.

Boa leitura ;)

Capítulo 30 - Capítulo XXIX Play With Fire



Asturio - 3051 | Terra 38 - 2008


Querida Green,

Em nome de todos os Deuses, me perdoe por estar escrevendo essa carta, acredito que compreenderá os meus motivos quando for mais velha e sábia. Atos de covardia não se apropriam ao sobrenome da minha família, porém sempre fui o desajustado.

Terei que me contentar com a minha imaginação a mulher extraordinária que se tornará daqui a vinte anos. Até lá, ouvirá coisas horrendas sobre a sua família, especialmente sobre a sua mãe. Não dê ouvidos, tudo o que ela fez foi necessário para te proteger. Através dessa carta, irei te contar a versão verdadeira.

Rei Ravi se desconcentrou pelo choro do bebê deitado no berço de ouro, como consequência a letra "a" ficou garranchuda. Ravi suspirou pesadamente ao colocar a pena de escrever no tinteiro de vidro, levantou-se da cadeira e caminhou em direção ao berço.

O bebê imediatamente cessou o choro quando o Rei se aproximou, como se apenas quisesse a sua presença por perto, e abriu um sorriso sacana para ele.

— Você é uma garotinha esperta, — disse Ravi acariciando a bochecha do bebê, sua pele era fofa como algodão — assim como a sua mãe.

O Rei espiou pela cortina de uma das janelas o lado de fora do castelo, estava fazendo uma bela noite estrelada. Desejou poder pegar a filha bastarda no colo e levá-la para a cidade, a exibiria para a primeira pessoa que os viessem, manteria uma conversa casual antes que notasse que ele era o Rei e as reverências exageradas começarem.

Ravi se distanciou desolado da janela, havia tantas coisas que desejava e nenhuma delas poderiam se concretizar.

A garotinha adormeceu e o Rei voltou a sentar-se na cadeira para continuar a escrever.

Nunca me lamentei por ter sido sempre filho único, hoje faria qualquer coisa para ter um irmão. Você tem apenas uma tia, Camellia, que para a tristeza de todos da família está sofrendo de uma maligna doença, com certeza obra dos estrangeiros, acredito que ela irá padecer antes do marido, grande infortúnio.

Sua mãe foi à mulher mais inteligente que conheci, sempre questionando tudo e se aventurando. A única coisa maior que sua inteligência era a sua ambição. Ambição para o trono. Ambição para guerra. Ambição para paz.

Uma coisa que ouvirá é verdadeira: sua mãe se tornou uma mulher desonrada. Suas indagações inapropriadas levantaram enormes suspeitas e especulações de ter sido abduzida por um estrangeiro de algum planeta. O povo nunca conheceu Beatrice o suficientemente bem para saber que ela era uma mulher de perguntas. Não os culpo, eu mesmo não compreendia a sua curiosidade desnecessária.

Os cabelos dourados de Ravi pareciam brilhar como o sol dentro do cômodo.

A última coisa que sinto orgulho foi ter ordenado à desonra de Beatrice. Entenda que o povo começou a se rebelar, sua mãe não possuía mais uma boa reputação e Ravena estava sedenta para se tornar a nova Rainha. Primeiro sedaram Beatrice e depois cortaram os seus cabelos longos, a colocaram em uma das naves e a enviaram para um planeta muito distante do nosso. 

O reino estava cada dia mais sem recursos e o povo estava morrendo de fome. Obrigaram-me a casar com Ravena pelo bem do reino, ela vinha de uma família de extrema riqueza e era amada por todos. Sua Tia Camellia nunca mais me olhou nos olhos e eu nunca me perdoei. Fiz pela satisfação do povo e acabei perdendo a única pessoa que amava 

Todas as suas escolhas tem consequências, lembre-se disso.

Se os cabelos de Ravi eram o sol, seus olhos azuis eram o céu.

Depois de quatro anos após a sua deixa, sua mãe voltou para Asturio para o terror de todos e a minha felicidade. Segundo ela, nunca aterrissou em planeta algum, a nave ficou presa em um lugar da galáxia onde o tempo não passava. A nave a enviou de volta para Asturio pelas forças dos Deuses que sabiam que Beatrice carregava você no ventre, ela estava grávida de duas semanas. 

Eventualmente, sua mãe acabou me perdoando por tê-la traído e casado novamente, ela disse que teria feito a mesma coisa em meu lugar. Beatrice estava mais distante, calada, não fazia mais perguntas, desculpe-me com antecedência as palavras que irei descrevê-la, ela parecia perversa.

O povo continuava querendo que Beatrice fosse exilada, todavia, teriam que esperar o teu nascimento, pois continuavas sendo uma asturiana. Lembro-me bem de que Ravena estava pelos nervos com a chegada de Beatrice, principalmente pela gravidez.

 Durante os anos de ausência da sua mãe, ela tentou engravidar, porém não obteve sucesso. Ravena apenas queria que eu visitasse Beatrice uma vez por semana, então me encontrava com ela às escondidas na casa de Camellia, onde ela estava morando. 

Sua mãe fez coisas terríveis durante esse tempo, coisas que me recuso a escrever, sua tia Camellia irá lhe contar quando achar que é a hora certa. Saiba que, não importa o que Beatrice tenha feito, ela amava você. Mais do que a si mesma, mais do que a ambição, mais do que qualquer coisa.

Antes mesmo de cogitar o seu nascimento, Beatrice e eu concordamos que daríamos o nome de nossa primeira filha em homenagem as nossas falecidas mães, portanto seu nome seria Ariela Elizabeth. Imagine a surpresa que fiquei quando ela lhe pegou nos braços e sem ao menos me informar, lhe nomeou como Green. 

Nunca tive a oportunidade de perguntar sobre a sua mudança repentina, Ravena enviou guardas reais no instante em que soube do nascimento.Tiraram você bruscamente dos braços de sua mãe. "Quero que o meu bebê viva, quero que meu bebê viva”, ela gritava. Aquela foi a última vez que vi Beatrice. 

As lágrimas deprimidas do Rei Ravi por relembrar as memórias dolorosas borraram algumas letras da carta.

Meu amor por sua mãe viverá para sempre, ela, no entanto, não viveu. 

Beatrice planejava fugir com você e Ravena descobriu, mandou matá-la assim que te levaram para o castelo.

Perdoe-nos pelos nossos pecados que a atormentarão pelo resto da vida. Não posso continuar com o fardo da morte de sua mãe, você merece algo melhor do que um pai covarde. "Melhor ser queimado do que ser apagado aos poucos". Tia Camellia tem dois filhos, uma menina e um menino, trate-os como se fossem seus irmãos. Você é uma Christensen, e os Christensen's sempre protegerão aqueles que amam, não se esqueça. 

Eu amo você, por isso fiz o que fiz, para o seu próprio bem. Você é a coisa que sua mãe e eu sempre desejamos, o legado desta família. Seja astuta, seja forte.

Com todo o meu amor,

Rei Ravi 

Ele esperou a tinta do pergaminho secar para depois fechar a carta e selá-la com o brasão do reino. Levantou-se pela última vez e caminhou lentamente em direção a bebê que dormia pacificamente. Colocou a carta dentro do berço dourado e se distanciou. Não se atreveu a admirar o pequeno ser dorminhoco receando que se o fizesse, mudaria de ideia pelo seu ato a seguir.  

Arrastou a cadeira em direção à corda grossa amarrada em um poste de madeira horizontal alto. A corda era do tamanho apropriado, não poderia ser curta e nem longa demais, para que o suicida pudesse ser excetuado de uma forma rápida. 

Calmamente subiu na cadeira esbelta e pôs o laço da corda envolta de seu pescoço sem hesitar, Ravi estava completamente seguro de sua decisão. A cadeira que estava sob seus pés foi removida com êxito. Primeiro ocorreu à ruptura das vértebras cervicais do Rei e em seguida, a secção da medula espinhal provocando a paragem da função respiratória. 

Como previsto, foi um suicídio rápido.

Ravi esperava que Camellia assumiria a guarda da filha depois de sua morte. Entretanto, Ravena enviou Green para a Torre dos Imperdoáveis, cenário já mencionado antes, para que Camellia jamais visitasse a sobrinha. O povo não achou o que Ravena fez injusto, estavam cegos demais a idolatrando.

Desde o dia do seu suicido, ele ficou conhecido na História como Rei Ravi, O Covarde.

Terra 38 - 2019 | Asturio - 3062


Estava previsto para chover naquele final da tarde em National City, não era necessário verificar a previsão do tempo, o vento frio e o céu nublado falavam por si só.

Havia uma aglomeração de pessoas curiosas em Main Street com seus guarda-chuvas já abertos preparados para a tempestade que viria, eram em sua maioria repórteres e fotógrafos, alguns ficavam na ponta dos pés para conseguir vislumbrar algo relevante e outros tentavam sem sucesso subordinar os seguranças. Todos possuíam uma coisa em comum: queriam passar pela fita amarela que dizia “cena do crime”.

— Tire esses olhos curiosos daqui — ordenou a detetive para um dos seguranças — Não consigo trabalhar direito com esse estardalhaço.

O segurança assentiu com a cabeça e avisou os outros, seria difícil desviar a multidão de uma cena de crime, especialmente quando eram repórteres desesperados por uma matéria sobre homicídio.

Maggie Sawyer examinou o corpo da vítima mais uma vez, trabalhou na polícia tempo o suficiente para se deparar com diversos casos tenebrosos de causar pesadelos, porém nunca tinha visto nada parecido como o corpo de Celeste Smith decepado em grandes pedaços. Sendo assim, seria mais correto afirmar que Maggie Sawyer examinou as partes do corpo da vítima mais uma vez.

Os dedos das mãos e dos pés foram todos ceifados em vários pedacinhos parecendo peças de quebra-cabeças, os braços e as pernas foram fatiados em três partes como se fossem carne de boi. 

A única coisa que não tinha sido decepada era a cabeça que mesmo assim, não se livrara do show de horrores igualmente as outras partes do corpo. Os cabelos castanhos avermelhados estavam bagunçados e uma parte do couro cabeludo careca, a boca aberta não possuía língua, o olho esquerdo roxo e o nariz torto aparentavam que tinha sido violentada antes de falecer. O que mais chamava atenção era a testa, pois nela possuía um símbolo redondo feito a sangue com a letra V e uma linha horizontal no meio.

O sangue, as tripas, os ossos e o cheiro nunca foram demasiado para Maggie até aquele momento.

— Desculpe, mas não posso deixar a sua equipe entrar — a voz elevada de um segurança tirou a detetive de seus pensamentos — Se não se afastar, terei que usar medidas extremas.

 — Me deixe passar ou serei eu que tomarei medidas extremas.

Maggie se levantou atordoada pela voz familiar que preencheu os seus ouvidos. Direcionou o seu olhar onde ocorria à pequena discussão, o cenário à sua volta se dispersou por um breve segundo ao ver a ex-noiva a poucos metros de distância, estava muito diferente de como a lembrava e isso incomodou Maggie um pouco. 

Sem ao menos ela perceber, seus pés caminhavam em direção a Alex que, estava tão furiosa por não poder entrar na cena do crime que nem notou a sua presença.

— Tudo bem, a equipe da Agente Danvers pode entrar — disse Maggie para o segurança e dessa vez não teve como Alex não nota-la, estava parada bem na sua frente.

Alex sabia que um dia se esbarraria com Maggie, National City não era uma cidade muito grande e seus trabalhos eram de certa forma, um pouco similares, só não tinha previsto que aquele seria o dia. 

Anos antes, Alex sentiria um turbilhão de emoções ao ver a Detetive, porém agora tudo o que sentia ao vê-la eram boas lembranças de um relacionamento que não deu certo. Maggie tinha sido uma pessoa importante em sua vida, jamais poderia esquecê-la, foram os seus sentimentos por ela que esclareceu as dúvidas que tinha sobre a sua sexualidade e por causa dela teve coragem de dizer a sua família e amigos que era homossexual.

Maggie foi à primeira, mas não seria a última.

— Diretora Danvers — corrigiu Alex passando pela fita amarela — Nós assumimos daqui, obrigada.

— Diretora? Meus parabéns — Maggie sorriu — J’onn se aposentou?

Uma pequena gota de chuva gelada caiu no topo da cabeça de Alex, o céu estava mais escuro do que minutos antes, imediatamente ordenou para os agentes coletaram as evidências e tirarem fotos do local, especialmente do cadáver.

— Nós não encontramos muita coisa — informou Maggie seguindo Alex em seus passos apressados — A vítima era Celeste Smith.

Alex franziu o cenho, conhecia a mulher, tinha interrogado ela semanas atrás quando não conseguiu se comunicar com Lena, a CEO estava na sua lista de principais suspeitos da morte de William White. Celeste era psicóloga de Lena e confirmou o seu álibi quando ela “desapareceu”.

Maggie prestou atenção no rosto de Alex, queria saber qual seria a sua reação ao ver o estado da vítima, ficou surpresa quando a mesma não demonstrou nenhuma expressão. Alex estava mais interessada no símbolo que a mulher possuía.

— Todas as informações e pistas coletadas pertencem a minha equipe agora — falou sem olhar Maggie nos olhos — Nós assumimos daqui, obrigada — repetiu se distanciando da ex-noiva.

Alex não estava sendo rude, pelo contrário, estava tratando Maggie como trataria qualquer detetive que estivesse no seu lugar

Maggie era persistente, ficou seguindo Alex em todos os lugares da cena do crime dizendo todas as informações que tinham, ninguém da sua equipe evacuou o lugar.

Supergirl estava no D.E.O para fazer exames médicos e quando soube que havia ocorrido outro homicídio, voou o mais rápido em direção ao local. 

Aterrissou ao lado da irmã mais velha com um leve sorriso no rosto.

— O que nós temos para hoje? — perguntou como se fosse uma rotina usual — Corpos… Ah Maggie, que surpresa! — exclamou assim que viu a detetive, olhou para Alex de relance tentando imaginar como ela estava lidando com a situação — Não esperava te ver aqui, quanto tempo!

— Pelo menos alguém está feliz em me ver.

Alex cruzou os braços e encarou a heroína severamente.

— Você não deveria estar aqui.

Supergirl fingiu que não a escutou.

— Quem é a vítima?

— Celeste Smith — respondeu Maggie — Teve seu corpo ceifado em múltiplos pedaços e possuiu um símbolo na testa. Um de seus órgãos está desaparecido.

Kara trocou o peso de um pé para o outro, o nome da vítima lhe deixou incomodada, mas não deixou isso transparecer na frente das duas mulheres.

— Um de seus órgãos está desaparecido? — questionou com os olhos arregalados.

— Nós não encontramos a sua língua.

A chuva começou a se apressar para cair e consequentemente, contaminar a cena do crime. O cadáver foi à primeira coisa a ser removida após os fotógrafos forenses terem tirado as imagens necessárias para a investigação.

Mesmo depois de sua equipe ter entregado todas as provas coletadas e dito todas as informações, Maggie continuava ao redor de Alex. Estava curiosa, queria saber as novidades que tinha acontecido em sua vida durante esses anos que não se falaram.

Alex subiu na sua moto um pouco impaciente pela perseguição de Maggie. O que ela queria afinal?

— Foi bom ver você — disse Maggie sorrindo.

— É.

O celular de Alex vibrou, era uma mensagem de Brainy avisando que o corpo, ou o que tinha sobrado dele, tinha chegado ao D.E.O e o médico legista já iria realizar a autópsia.

— Oh, você conseguiu? — perguntou Maggie levemente surpresa ao reparar algo no celular da Diretora que franziu o cenho não entendendo a pergunta — Adotar uma criança, — explicou — vi a foto de uma menina no seu celular. É a sua filha?

Alex logo compreendeu sobre o que Maggie estava se referindo, o papel de parede do seu celular era uma foto dela com Green.

Danvers balbuciou, nunca sabia o que dizer quando perguntavam se Green era sua filha. Ela queria que fosse? Sem dúvidas. Tinha coragem de conversar com a menina sobre o assunto? Não.

Alex não sabia que nem era necessário conversar com Green, a garota já lhe considerava como sua mãe.

Entretanto, naquele momento soube exatamente o que dizer, as palavras saíram de sua boca levemente, parecendo que tivesse dito aquela resposta um milhão de vezes.

— Sim, ela é.

— Você tem certeza que não é só uma tia legal?

Alex começou a ficar aborrecida.

— Tenho certeza.

A chuva começou a se apertar mais e mais, a cena do crime deixou de ser uma cena do crime e todos os agentes e policiais já tinham ido embora exceto pelas duas. Alex ligou a sua moto pronta para dar partida.

— Te vejo por aí, Danvers.

— Te vejo por aí.

————————————————

Supergirl aterrissou no escritório de Lena antes que pudesse se molhar com a chuvarada. Observou a namorada fazer o seu trabalho de CEO, Lena franzia as sobrancelhas levemente quando estava concentrada e não desviava os olhos verdes da tela do computador por nenhum segundo sequer.

— Estou ocupada — avisou ela, era impossível não sentir a presença de Kara.

A loira sentiu um arrepio desagradável por todo o corpo, fechou a porta da sacada mesmo achando que não tinha sido a ventania do lado de fora que lhe causou calafrios.

Durante a manhã, Kara contou para Lena a profecia prevista por Nia em um de seus sonhos. Kara achou que a reação de Lena iria ser pior, porém as duas até tentaram deduzir algumas partes da profecia e apesar da morena não ter falado, Kara sabia que a sua maior preocupação era que ela fosse à heroína mencionada. Fora isso, Lena realmente pensava que a líder da facção estava envolvida de alguma forma.

— Encontraram o corpo de Celeste Smith com um símbolo na testa — Kara disse de uma vez só, pois se acovardaria se demorasse um pouco mais. Lena desviou a sua atenção do computador para a namorada — Ela era a sua psicóloga, não era? Que depois você descobriu que estava envolvida na facção.

— Sim — respondeu ainda sem acreditar na informação.

Kara explicou tudo o que sabia, fez questão de não detalhar como encontraram o cadáver, não queria ver uma Lena traumatizada.

— Tem alguma ideia de quem poderia-

— Não — Lena suspirou — Se mataram Celeste quer dizer que serei a próxima. Isso foi um aviso.

— Não foi um aviso, ela deve ter feito alguma coisa que os irritou.

— Nós temos que contar para Alex — falou simplesmente.

Kara mexeu a cabeça incomodada, sentiu uma dor aguda no lugar onde havia levado a facada de kryptonita.

— Ela não vai-

— Alex é a sua irmã, ela vai entender — Lena se levantou da cadeira — Talvez eu possa reconquistar a confiança deles e me infiltrar, seria bom ter alguém do outro lado.

— É muito perigoso — as mãos de Kara tremeram involuntariamente e seu corpo começou a ficar quente.

Lena sorriu.

— Tenho você para me proteger.

As veias de Kara estavam saltadas e uma ira súbita a possuiu, apesar de sentir um calafrio tenebroso na nuca o rosto estava molhado de suor. Olhou para as janelas a procura de que uma delas estivesse aberta para explicar o seu calafrio, porém todas estavam fechadas enquanto a chuva caia do lado de fora do edifício.

 — Eu não posso te proteger o tempo todo — rosnou com raiva.

Kara só se deu conta das palavras que tinha proferido quando Lena deu alguns passos para trás se distanciando.

A kryptoniana moveu a cabeça mais uma vez desconfortável, sua pele parecia arder em chamas e ainda assim, sentia calafrios na nuca. As palavras saíram de sua boca evolutivamente, como se não tivesse nenhum controle sobre elas.

— Você está bem? — Lena analisou Kara de cima a baixo, seus olhos azuis estavam escuros — Foi ao médico? — ela se aproximou da namorada novamente e tocou na sua testa — Está suando!

O simples toque cuidadoso de Lena fez Kara entrar em choque e tudo a sua volta desaparecer em questão de segundos.Não era a primeira vez que o seu pior pesadelo passava diante dos seus olhos: Lena caindo em queda livre e Kara não conseguindo salvá-la antes que chegasse a superfície.

— O sonho voltou — balbuciou ao ver os pares de olhos verdes de Lena.

— Que sonho?

Aquele sonho que não é bem um sonho, está mais para um pesadelo.

Kara havia mencionado para a morena uma vez o pesadelo que tivera, achava que era a sua consciente tentado lhe avisar para revelar logo a Lena sua identidade antes que fosse tarde demais, agora achava que significava muito mais do que apenas isso.

— Eu não vou morrer — disse a Luthor tentando acreditar nas próprias palavras do que tranquilizar Kara — Não vou morrer.

— É claro que não vai.

A heroína envolveu Lena em um abraço apertado e apoiou o queixo no topo de sua cabeça onde depois depositou um beijo carinhoso.

O calafrio incômodo, o calor e a raiva que sentiu preencher todo o seu corpo sumiram tão rápido quanto apareceram. Kara não compreendia o que estava acontecendo consigo, mas sabia o que quer que fosse não era algo bom. Talvez Brainy estivesse certo e tinha algo além de kryptonita na adaga.

Quando Lena desabou em lágrimas em seus braços, Kara ficou preocupada, nunca tinha visto ela tão frágil. A Luthor dificilmente se deixava abalar ou expressar sentimentos tão facilmente.

Lena soluçou fazendo Kara acariciar os seus cabelos negros em uma tentativa de acalmá-la. A loira se sentia desconfortável quando as pessoas choravam na frente dela porque nunca sabia exatamente o que fazer, mas naquele momento achou que estava fazendo a coisa certa.

O choro de Lena era quase silencioso, poderia facilmente passar despercebido e, era calmo como os pingos de chuva que escorriam pelo vidro da janela.

————————————————

— Não é justo! — exclamou Green — Eu deveria ter soubedo.

— Sabido — corrigiu Brainy.

— Tanto faz!

Alex não achou que Green iria detestar tanto o fato de que J’onn iria ajudá-la a treinar os seus poderes ao invés de Brainy.

— J’onn é legal, — falou tentando animar a garota — você vai gostar dele.

— Não é justo! — insistiu.

Olhou desesperada para Brainy querendo que ele dissesse algo que fizesse Alex mudar de ideia, se tinha aprendido alguma coisa era que os adultos só ouviam os adultos.

Ao perceber o olhar de súplica da menina, Brainy se pronunciou:

— Alex tem razão.

Green desistiu de tentar convencer qualquer outra pessoa de que aquilo era uma má ideia e nada justo. Gostaria de pelo menos ter sido a primeira a ser informada quando tomaram a decisão.

O marciano era rígido e sério, ele pouco sorria e muito menos fazia brincadeiras, o que era um ponto negativo para a menina. Contudo, não poderia negar para si mesma que J’onn era um excelente treinador, conhecia os seus poderes melhor do Brainy e já no primeiro dia de treinamento conseguiu invadir a mente de alguém sem precisar tocar na pessoa.

Quando o horário do treinamento chegou ao fim, Green dobrou o corredor para voltar ao seu quarto, até que o toque de um celular chegou até os seus ouvidos apurados.

— Não posso falar agora — conseguiu escutar J’onn dizendo dentro de uma das salas, a voz do homem deixou Green ainda mais curiosa.

A garota encostou-se na parede e se esforçou para conseguir ouvir quem era a pessoa na outra linha.

— Como foi? — era uma voz feminina.

— Não posso falar agora — repetiu J’onn, Green se questionou o porquê de sua relutância. Do que o homem temia tanto?

— Me dê informações sobre Alex Danvers.

— Te ligo mais tarde, agora não é um bom momento — J’onn insistiu.

A mulher do outro lado da linha suspirou.

— Apenas siga o plano, querido.

Green não gostou nem um pouco daquela conversa, especialmente quando escutou o nome de Alex. Ouviu passos se aproximando e rapidamente se distanciou.

Ela não ousou perder tempo, procurou por Nia e Brainy, teve sorte de encontrar os dois no laboratório.

— Está tudo bem? — indagou Brainy quando viu Green entrando apressada.

— Como foi o treino com o J’onn? — foi à vez de Nia perguntar.

Green não respondeu nenhum dos dois e sentou-se em uma cadeira de frente para eles.

— Acho que J’onn está em envolvido com a facção — disse rapidamente.

Brainy parou de imediato o que estava fazendo e Nia arregalou os olhos. Green explicou tudo o que tinha escutado.

 — Provavelmente entendeu errado, você não devia ficar ouvindo a conversa alheia — advertiu Brainy.

— Eu não escutei por querer, — se defendeu — a voz dele que surgiu nos meus ouvidos.

— E mesmo assim continuou escutando, por quê?

— Green tem onze anos, — respondeu Nia em seu lugar — ela é curiosa.

A garota só iria contar para Alex se tivesse absoluta certeza de que J’onn não estava do mesmo lado que eles, não queria preocupar a Diretora sem motivos.

— Por que ele não quis falar com a mulher aqui? — questionou Green na esperança de que os adultos tivessem a resposta.

— Não sabemos — Nia estalou os lábios — É que fazer uma acusação dessas-

— A questão é se você confia em Alex — interrompeu Brainy olhando para a menina — Ela confia em J’onn então eu também confio.

— Alex pode muito bem se enganar — rebateu Green.

— Você está dizendo isso só porque não gosta dele.

— Não estou!

— Sim, você está!

Green se levantou furiosa e saiu do laboratório fechando a porta com força. Queria que fosse levada a sério, sabia que tinha algo de errado envolvendo J’onn e iria descobrir, mesmo que tivesse que fazê-lo sozinha.

————————————————

Os resultados da autópsia revelaram que Celeste Smith tinha sido violentada e, o motivo de não terem encontrado o seu órgão perdido na cena do crime, era porque ela mesma o digeriu. Alex se perguntou que tipo de ser humano obrigaria alguém a comer a sua própria língua, estava cada vez menos gostando daquela máfia de assassinos.

Fora isso, não encontraram mais nada de relevante, nenhum rastro de impressão digital ou qualquer outra pista.

Sam e Alex tinham uma rotina diária: ao deitarem na cama, antes de pegarem no sono, cada uma contava como tinha sido o seu dia.

Alex não teve dificuldade em dizer para a namorada que havia encontrado Maggie durante uma investigação. Sam era muito compreensiva e confiava em Alex mais do que a si própria, elas quase nunca discutiam por causa de ciúmes, na verdade, mal discutiam.

A briga mais feia que tiveram foi quando Alex comeu o último pedaço bolo de cenoura que Ruby tinha deixado para Sam.

— Você acha que eu sou a Tia Legal? — perguntou a Danvers por fim.

Sam se deitou de lado para encará-la.

— Não, não acho. 

— Ser a Tia Legal não é ruim, mas —Alex suspirou — eu quero ser A Mãe 

A CFO estava preparada para aquele momento, sabia que conversa surgiria um dia. 

— Está pensando em adotá-la, não está? 

Alex fitou o teto do quarto, era a sua última noite no apartamento e estava se sentindo um pouco sentimental.

— Sim.

Sam virou o rosto de Alex para si e o tocou suavemente.

— Você vai ser uma ótima mãe — sussurrou — Você é uma ótima mãe

A Danvers sorriu timidamente para a namorada que estava com uma expressão divertida no rosto.

— Nem pense que vai roubar o meu título de supermãe — disse fazendo Alex rir.

— Eu totalmente irei roubar o seu título.

— Você gosta de brincar com fogo...

Alex se inclinou para beijar Sam, mas antes que o fizesse, murmurou nos seus lábios rosados:

— Você não faz ideia.

————————————————

Kara contou a Nia, o mais detalhado possível, os sonhos repetitivos que estava tendo.

Chegou a mencionar o que transe que teve na festa de aniversário da L-Corp, não gostava de lembrar do que que tinha visto naquela noite, o grito horripilante da mulher ainda lhe aterrorizava.

Também contou sobre as crises de raiva e os calafrios repentinos e o suor excessivo.

A informação não poderia ficar apenas entre elas, especialmente com Nia sabendo tão pouco, tiveram que contar para Brainy e Alex.

Cogitaram a possibilidade de Kara possuir poderes de prever o futuro igual Nia, contudo, a hipótese foi logo descartada por Brainy alegando que não era possível um poder simplesmente surgir.

Brainy opinou que os sonhos tinham algo vinculado com a adaga, Alex contra argumentou dizendo que os sonhos haviam começado antes da explosão.

Voltaram a discutir sobre Kara ter poderes de premonição.

— Por que eles só apareceriam agora? — perguntou a kryptoniana — Você mesmo falou que eles não podem aparecer assim de repente.

— Poderes são muito mais complexos do que imagina — disse Brainy — No caso de Nia, por exemplo, eles se manifestaram recentemente com ela sendo adulta. Já os poderes de Green surgem conforme ela vai crescendo, não fazíamos ideia de que Green possuía supervelocidade até ela completar onze anos. Mas no seu caso é muito difícil você  ter algum poder que ainda não conhecemos — ele esfregou os olhos — Na maioria das vezes, os poderes se manifestam quando a pessoa se encontra em uma situação de perigo.

— E quanto à raiva que Kara sente? — questionou Nia em voz alta — E os calafrios e o suor?

— É bastante comum o corpo reagir quando os poderes são usados — respondeu Brainy.

— Não sentia nada disso antes, — lembrou Kara — começou agora.

— Bem, continuo achando que é por causa da adaga, deveria ter alguma sustância nela...

Alex revirou os olhos.

— Está tão obcecado com essa adaga que logo, logo, está em um encontro com ela.

— Sou casado com o meu trabalho — Nia se remexeu na cadeira incomodada com suas palavras — Vou analisar a adaga no laboratório novamente, espero encontrar algo dessa vez.

Dito isso, Brainy saiu do escritório ficando apenas as três mulheres no cômodo.

— Provavelmente não é nada — falou Nia ao perceber que Kara estava aflita.

— Dificilmente ‘não é nada’ — resmungou a loira.

— Eu também tenho sonhos repetitivos às vezes — confessou Alex — é normal. No dia da festa da L-Corp você estava com muita coisa na cabeça e deve ter dormido de olhos abertos sem perceber.

Nia concordou acrescentando:

— O suor e o calafrio podem ser do seu machucado, quanto à raiva... quem nunca sentiu raiva?

— É diferente, não consigo controlar — Kara mordeu os lábios — Tenho medo de acabar fazendo alguma besteira.

Nia e Alex confortaram a heroína.

Kara não se atreveu a contar nada sobre Lena ter se envolvido com a máfia de assassinos para a irmã. Alex parecia estranhamente feliz e Kara não queria ser responsável por acabar com o seu sentimento.

Lena ficou mais tranquila ao saber que estavam tentando achar uma razão pelos sonhos de Kara e sua mudança de humor.

As semanas seguintes passaram com nenhum vilão tentando dominar o mundo ou outro assassinato vindo da facção. 

J’onn continuava treinando Green que ainda desconfiava que ele estava envolvido em alguma coisa ruim, a menina ficou satisfeita ao saber que J’onn não conseguia ler os seus pensamentos, lhe dando uma vantagem a mais.

Lena tentou se comunicar com Boyle na tentativa de se juntar novamente a máfia para obter alguma informação que ajudasse a equipe de Supergirl, porém o amigo estava muito ocupado para sequer conversar com ela.

Todos do D.E.O trabalhavam arduamente durante dia e noite. Brainy analisou cada parte da adaga e mesmo assim não conseguiu encontrar nada que comprovasse a sua teoria. A única explicação que tinham para os sonhos de Kara era que ela possuía poderes de prever o futuro.

Se Brainy e Nia tivessem acreditado em Green quando ela disse que J’onn poderia estar se envolvendo com a facção, teriam descoberto a verdade muito antes.

Os sonhos de Kara ficaram mais frequentes durante a noite e era sempre o mesmo: Lena caindo rapidamente em queda livre e Supergirl não conseguindo salvá-la.

Toda vez, Kara acordava em pânico, molhada de suor, procurando por Lena do outro lado da cama e toda vez, à Luthor estava lá para acalmá-la.

A notícia de que James Olsen tinha sido condenado à prisão era a conversa principal dos moradores de National City. Lena e Kara leram uma entrevista de Lindsay, a sua ex-namorada, dizendo que estava cegamente apaixonada por ele que nem se deu conta de suas atrocidades.

— Mas é muito cínica mesmo! — exclamou Lena raivosa após ter lido a entrevista — Se James soubesse que era ela naquela noite tentando matá-lo...

Se ele soubesse que você também estava lá não ficaria muito contente, os pensamentos de Kara gritaram, era a sua raiva se manifestando. Conseguia controlar melhor antes de dizer as coisas da boca para fora, mas não conseguia deixar de pensar.

Os jantares de todas as sextas-feiras eram a única coisa que não fazia ninguém enlouquecer. J’onn sempre dava uma desculpa para não comparecer, entretanto, naquela noite ele não poderia escapar: Alex disse que tinha uma coisa muito importante para anunciar a todos e que ele precisava vir, nem que saísse um pouco mais cedo.

— Não gosto dele — disse Green baixinho para Ruby quando J’onn se sentou.

— Por quê?

Green não mencionou para ninguém a conversa que ouviu com exceção de Brainy e Nia. Não iria contar para Ruby pois sabia que ela não era boa em guardar segredos e acabaria falando para Sam, que eventualmente passaria a notícia para Alex.

— Porque ele é sério demais — optou por dizer, o que não era mentira.

A sala de jantar da nova casa era muito maior do que a do antigo apartamento dando um ar mais sofisticado.

Alex se levantou e bateu o talher na taça chamando a atenção de todos que estavam presente para si.

— Eu sempre quis fazer isso — falou batendo na taça mais uma vez — Esse jantar será mais importante do os outros porque tenho algo a anunciar — Sam e Alex se entreolharam sorrindo.

— Acho que ela vai propor — sussurrou Nia para Kara que concordou com a cabeça, em seguida, entrelaçou a sua mão com a de Lena por debaixo da mesa.

Sam e Green eram as únicas que sabiam o que Alex estava prestes a anunciar.

 — Vou falar tudo de uma vez porque estou morrendo de fome e quero comer logo — todos riram, menos J’onn — Os documentos oficiais chegaram hoje cedo, eu sou legalmente — Alex fez uma pausa de suspense — mãe da menina mais adorável desse planeta.

Green abriu um sorriso de orelha a orelha quando Alex olhou para ela.

A alegria e as parabenizações preencheram a mesa felizes com a noticia. Alex não pode deixar de reparar que J’onn não esboçou sequer um sorriso, muito menos murmurou um “parabéns”. Mantinha os braços cruzados e uma expressão de poucos amigos no rosto.

Quando a euforia da mesa cessou, Alex perguntou, quase num murmúrio, para J’onn:

— Você não vai dizer nada?

Ele deu de ombros.

— Você nunca leva a serio as coisas que eu digo.

— Isso não é verdade.

— Disse que não podia ficar muito afetiva e agora olhe para você.

Alex segurou a taça com força.

— Então me ensine como fazer isso, nem todo mundo é igual a você.

Kara apertou a mão de Lena com pouca força, estava surpresa pelo tom frio da irmã.

— Impossível — J’onn permanecia perfeitamente calmo — Você é muito teimosa.

— Porque você nunca me conta as coisas! — exclamou Alex elevando o seu tom de voz — Por que nunca me conta nada?

— Ah, não — Brainy gemeu baixinho — Aqui vamos nós.

 — Já conversamos sobre isso, irei te contar quando for o momento certo.

— Não existe essa coisa de “momento certo”, me conte o que está escondendo, me conte agora.

— Deixe de ser teimosa, — J’onn começou a perder a paciência — esse não é o local e nem o momento para falar sobre isso.

— Alex, — Sam tocou no braço da namorada — ele tem razão.

Era para ser uma das melhores noites da vida de Alex e ela não queria estragá-la, porém não conseguia evitar de retrucar com J’onn.

— Tenho o direito de saber — ela falou mais calmamente — Green é a minha filha.

— Não, — J’onn negou — ela não é.

Um silêncio constrangedor se fez presente, Brainy teve um instinto de segurar a mão de Nia por debaixo da mesa como Kara e Lena estavam, mas não tinha coragem o suficiente para fazer isso. Ruby e Sam intercalavam seu olhar de J’onn para Alex ansiosas pela discussão dos dois. As luzes da casa começaram a piscar e o prato do marciano tremeu, Green o encarava ferozmente.

Foi à gota da água para Alex, era muito atrevimento J’onn ter dito uma coisa daquelas. Não era biológica, contudo, era mãe de Green sim, cuidou dela melhor do que qualquer outra pessoa, possuíam um vínculo maternal inquebrável.

— Como se atreve-

— Você quer que eu conte? — indagou J'onn para ela, pronto para ceder — Quer mesmo que eu conte?

Todos fitaram Alex que gelou por um segundo, talvez fosse melhor não saber. Entretanto, a sua curiosidade falou mais alto.

— Quero.

J’onn suspirou, não havia outra alternativa, de um jeito ou de outro, todos acabariam sabendo do seu segredo, ele apenas não queria que fosse naquele momento.

— Existem diversos motivos de eu ter feito um acordo com o planeta Asturio, mas o principal deles é porque — J’onn olhou para Green que tinha parado de encará-lo com fúria. Alex foi à única que notou, por um breve segundo, a semelhança entre dois — Green é minha filha.



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