História My Police - Coletiva de Imprensa

     Depois de minutos que para mim parecerão horas dentro daquele carro, finalmente paramos. Quando chegamos na imensa delegacia que mais parecia uma empresa de grande porte a porta do carro foi aberta pelo policial de orbes azuis. Sai de dentro do carro e fomos andando para dentro do edifício. Notei que lá dentro realmente parece uma empresa, tirando a roupa que ao invés de ternos e vestidos são todos fardas de policial.

-Entra-fui tirado de meus pensamentos pelo policial de orbes escuros que abriu a cela para mim. Olhei incrédulo para ele, que tirou as algemas e me empurrou cela a dentro. Massageie meus pulsos, olhando ao redor. Pelo menos estou sozinho nessa cela. Vi que um loiro se aproximava da cela.

-Ei me tire daqui eu exijo falar com meu advogado-falei em um tom alto, enquanto tentava sacudir as barras de ferro.

-Senhor se acalme-disse o loiro se aproximando da cela.

-Senhor? Quem você está chamando de senhor? Ao menos sabe com quem está falando? –Gritei incrédulo, vi ele abaixar a mão até sua arma, mas antes que ele fizesse algo contra mim eu ouvi uma voz masculina.

-Clint pode deixar que daqui eu assumo –um homem moreno apareceu, ele usava um tapa olho negro igual seu sobretudo. Fiquei encarando ele pelas grades.

-Se aclame senhor Stark, sou Nick Fury o delegado daqui e eu avaliei seu caso o senhor passara a noite aqui e será solto ao amanhecer quando sua fiança for paga –ele disse em um tom calmo e depois se retirou.

     Ótimo! Agora vou ficar até amanhã nesse lugar asqueroso, me viro para trás. Pelo menos tem uma cama, pensei. Me sentei sobre a cama de material duro, sério isso parece feito de pedra. Puxei o fino lençol e me deitei sentindo minhas costas doerem, fechei os olhos e me permiti descansar um pouco...

     ... acordei sentando na cama dura como aço, senti minhas costas estralarem com o movimento. Olhei para os lados notando que ainda estava na cela da delegacia. O loiro da noite anterior apareceu e abriu a cela para mim.

-Você já pode ir-disse sem humor, me levantei da cama sentindo o resto do meu corpo estralar. É oficial, estou ficando velho.

     Arrumei minha roupa e sai de lá, peguei meus óculos escuros colocando-os, já que o Sol ofuscava minha visão. Vi meu carro na porta e comecei a me dirigir para o mesmo, quando senti um flash em minha direção, virei meu rosto a procura de uma câmera e vi o arbusto perto da delegacia de mexer. Semicerrei os olhos e comecei a caminhar em direção ao mesmo.

-Tony-ouvi a voz do Visão?

-Visão? –Perguntei me virando e dando de cara com o mesmo. Visão é meu advogado particular, pois é eu tenho um advogado particular, mas apesar disso eu o considero da família. Dei um abraço nele, enquanto sentia ele completamente rígido.

-Quanto tempo, como vai seu pai? –Perguntei, enquanto começávamos a caminhar em direção ao meu carro.

-Vai bem, ele foi fazer uma viagem a negócios em Wakanda-assenti entrando dentro do carro e colocando o sinto. Visão entrou sentando ao meu lado.

-Vamos? –Ele assentiu e eu dei partida no carro, arrancando em direção a minha casa.

POV Steve

      Acordo sentindo meu corpo sobre o fofo colchão, não sinto mais ele tão pesado quanto ontem.  Me levantei coçando os olhos e fui para o banheiro. Me despi e entrei debaixo do chuveiro. Sinto a água morna cair livremente pelo meu corpo.

     Depois de alguns minutos, desliguei o chuveiro e sai. Comecei a vestir minha farda de policial, quando ouço batidas na porta. Fecho o zíper da minha calça e vou atender a porta.

-Entra –digo após ver que era Bucky, um dos meus melhores amigos.

-Está melhor Steve? –Perguntou entrando e pondo a mão em minha testa, para ver se eu ainda estava com febre, como antes.

-Estou, me sinto revigorado-digo sorrindo, vou andando para cozinha vestindo o resto do meu uniforme.

     Abro a geladeira e noto que ainda tem suco de laranja de ontem. Pego a jarra com suco e uns ingredientes para fazer panquecas. Coloco meu avental sobre o uniforme, para que o mesmo não suje com massa de panqueca. Amarro-o atrás e começo a fazer as panquecas.

-Já te disse que você fica sexy com esse avental? –Perguntou Bucky se sentando na minha pequena mesa. Revirei os olhos para seu comentário.

-Já tomou café? –Perguntei colocando um prato com panquecas e o pote de mel em cima na mesa.

-Não, eu quis vir aproveitar sua comida-disse pegando uma panqueca, jogando mel por cima e comendo com a mão mesmo.

     Sorri me sentando de frente para ele, enchi dois copos com o suco de laranja e peguei as panquecas meladas para comer. Eu e Bucky comemos no mais puro silencio. Quando terminei lavei a pequena louça que havia se formado na pia e fui terminar de me arrumar.

     Quando terminei, vi que Bucky estava em meu sofá deitado com as pernas esticadas em cima do mesmo.

-Bucky –o chamei e ele se levantou, rumei para a porta de entrada e sai, esperei Bucky fazer o mesmo para que eu pudesse tranca-la. Quando me virei notei que ele me encarava.

-O que foi? –Perguntei, senti seu corpo me prensar na porta e nossos rostos ficarem a milímetros de distância.

-Tem algo que estou querendo a um certo tempo e não consigo mais esperar –ele disse pondo sua mão em minha cintura e a outra em meu rosto nos aproximando.

     Senti seus lábios sobre os meus se mexer lentamente e a sua língua pedir passagem. Abri a boca lentamente e senti sua língua explora-la. Ficamos assim até o ar fazer falta e nos separarmos ofegantes.

-Steve, oi –vi meu vizinho Scott passar por mim com um sorriso, sabia que minhas bochechas deveriam estar vermelhas nesse momento, tanto pelo beijo quanto pela possibilidade do Scott ter visto isso.

-Acho melhor irmos, não quero levar bronha do Fury logo de manhã-digo sem encarar Bucky que apenar murmura um “hunhum”.

     Caminhamos para fora do meu apartamento e entramos na viatura, coloco o cinto e logo dou partida na viatura, vejo Bucky colocar uma música aleatória e por seus óculos escuros.

-Então, o que eu perdi nesses dois dias? –Perguntei sem desviar o olhar da estrada a minha frente.

-Basicamente? Nada, sabe o presidente das Industrias Stark? Eu e Sam o prendemos ontem-disse e eu comecei a rir, quem diria que um cara como ele seria preso.

-Por que o prenderam? –Pergunto.

-Ele só ia levar uma multa por velocidade, mas ele tentou subornar o Sam e o levamos-terminou rindo baixo.

     Esses playboys, quando vão parar? Continuei dirigindo até na a imensa delegacia que a S.H.I.E.L.D era. Estacionei a viatura e desci da mesma. Entrei seguindo Bucky que caminhou até uma cela vazia.

-Ele estava aqui-disse apontando para cela agora vazia.

-Sei-comecei a rumar para sala do Fury. Atrás de mim ouvi Bucky murmurar alguma coisa, que saiu inaudível aos meus ouvidos. Fui caminhando até a sala do Fury, bati na mesma e esperei.

-Rogers-ouvi a voz de Coulson quando ele abriu a porta e me deu passagem para a sala.

-Coulson-respondi a ele, sorrimos e eu fechei a porta. Caminhei até a mesa do Fury.

-Sente-se Steve-disse Fury e eu o fiz, vi as persianas fecharem e toda sala ficar escura. Uma tela desceu e eu vi alguns rostos.

-Esses são alguns dos policiais da Hydra, nós precisamos saber quem é o líder deles, foi por isso que lhe chamei, você, Barnes, Barton, Romanoff e Wilson ficaram com a missão de prender esses policiais-me deu uma ficha com dados de alguns dos policiais da Hydra, assenti em concordância e me levantei.

-Certo, irei avisa-los. –As persianas se abriram e eu sai da sala do Fury. Caminhei pelos corredores com pessoas me cumprimentando, enquanto eu procurava meus amigos. É... essa semana vai ser longa.

POV Autora

     Tudo parecia estar correndo tudo bem nas ruas de Nova York, um dia calmamente estranho para uma cidade tão agitada como aquela. Uma pequena empresa jornalística começava a funcionar e a caminho dela ia um dos funcionários da empresa.

     Seus cabelos castanhos estavam alinhados, seus orbes castanhos vagavam pelo prédio a procura da sala do seu chefe. Usava uma camiseta vermelha com uma blusa alaranjado por cima, uma calça escura e seu par de tênis marrom. Carregava uma mochila preta em suas costas.

-Entre –disse o chefe do garoto, após o mesmo bater em sua porta.

-Licença-disse após entrar no escritório, fechou a porta atrás de si e encarou o homem a sua frente.

-E então o que me trouxe? –Perguntou tragando de seu charuto. O garoto abriu sua mochila e tirou algumas fotos reveladas e entregou para o homem que sorrio ao ver o conteúdo.

-É disse que essa empresa precisa, de pessoas que competentes, isso será colocado na primeira página do jornal de hoje o título será “A PRISÃO DO STARK”, pode se retirar-disse e o garoto assentiu saindo do escritório de seu chefe.

     O homem olhou para as Indústrias Stark pela sua janela e começou a imaginar o escândalo que iria se formar, tragou mais do charuto e se virou vendo a foto de Anthony Edward Stark sendo preso por dois policias, ele na viatura e outra dele deixando a delegacia no dia seguinte.       

     Algumas horas depois dos jornais serem distribuídos, as redes sociais e meios de comunicação se encheram de notícias que envolviam Tony Star, o mesmo se encontrava no laboratório de sua empresa, quando foi interrompido por Pepper que se aproximara de si.

-Pelo amor Pepper não venha de fininho atrás de mim-reclamou pondo a mão no coração devido ao susto que levará.

-Tony veja isso-Pepper mexeu no celular e deu para Tony observar, os orbes castanhos se arregalaram.

-Desde quando isso está circulando? –Perguntou para sua assistente.

-Desde hoje cedo –respondeu. Tony pensou e logo estralou os dedos no ar.

-Organize uma coletiva de imprensa ainda hoje, não quero que as pessoas fiquem falando sobre minha prisão temporária. –Terminou e voltou ao projeto novo em que estava trabalhando desde aquela manhã. Pepper assentiu se retirando da sala com um acenar de cabeça.

     Depois de algumas horas, faltava apenas alguns minutos para a coletiva de imprensa começar. O chefe do jornal local, mandou o garoto de cabelos e orbes castanhos. O mesmo já havia chegado ao local, quando Tony Stark se aproximava do microfone a sua frente.

-Olá para todos, eu poderia me apresentar, mas todos já me conhecem, então vamos as perguntas-disse e logo começaram os flashes e os jornalistas a fazerem perguntas.

-Aquela foto que estava nos jornais hoje de manhã é verídica ou é apenas uma montagem para publicidade? –Perguntou um jornalista moreno que usava óculos.

-Ela é verídica eu fui para a cadeia visitar o lugar, daria uma boa empresa é bem estruturada-responde com humor. Mais flashes em sua direção.

-Senhor Stark, acha irá ser preso novamente? –Perguntou o garoto de cabelos castanhos.

-Só se for por causa da minha beleza-respondeu o Stark que colocava seus óculos escuros e sai ao som de aplausos.

     Os jornalistas se retiravam, menos um que guardava seu bloco de notas, ficou triste por ter conseguido apenas uma resposta simplista do Stark. Aquilo era pouco para entregar para seu chefe. Fechou a bolsa e se levantou do assento dobrável.

     Caminhou pelos corredores da impressa que parecia estar tão vazia agora. Parou em uma porta e ficou encarando-a por uns segundos. Tocou a maçaneta de metal polido e a abriu, assim que o fez viu Tony Stark sentando em uma poltrona de sua sala com um copo de whisky na mão.

-Ei garoto, a coletiva já acabou, mas sei por que está aqui – o homem mais velho se levantou e caminhou para perto do garoto.

-Sabe? –Perguntou o mesmo confuso, enquanto erguia uma sobrancelha.

-Mas é claro, uma foto autografada minha-disse pegando uma foto qualquer em sua gaveta, apoio sobre a mesa e a assinou, voltou-se para o garoto e lhe entregou a foto.

-Muito obrigado senhor Stark, mas... –antes que pudesse terminar sua fala, Tony o interrompe.

-Qual seu nome mesmo? –Perguntou voltando a se sentar e a beber do seu whisky.

-É Peter, Peter Parker. Senhor Stark... –novamente fora interrompido pelo mais velho.

-Quer uma bebida? –Perguntou o outro já colocando a bebida em outro copo e entregando ao moreno.

-Muito obrigado, mas não tenho idade para beber-comentou depositando o copo na mesinha de vidro perto da poltrona que o outro estava.

     O mesmo olhou no relógio e quase se engasgou com a bebida ao ver que logo teria uma “reunião” com seu amigo. Poderia muito bem chamar de encontro, mas seu melhor amigo Rhodes sempre reclama de como isso soava estranho.

-Olha a hora, você precisa ir-disse Stark se levantando começando a empurrar o garoto para fora de sua sala.

-Espera... –tentou falar, enquanto era empurrado para fora da sala do mais velho.

-Toma, ligue caso precise de mim-entregou um cartão preto com o símbolo de um Reator Arc florescente com seu número para Peter, gostará daquele garoto que acabará de conhecer. Tinha algo nele... não sabia o que era, apenas sentia que era um bom garoto.

-Eu posso saber se... –Teve a porta fechada bem na sua face –... posso entrevista-lo para o jornal?

     Suspirou frustrado. No fim não conseguiu praticamente nada. Caminhou até a saída da empresa. Olhou o céu, quando estava finalmente fora das Industrias Stark. Estava um tempo nublado, com nuvens que variavam entre carregadas e passageiras.

     O moreno reclamou em um sussurro, quase inaudível para si mesmo. Havia esquecido o guarda-chuva em casa e se chovesse, chegara em casa encharcado. Caminhou pelas ruas, sentindo uma leve garoa começar a atingir-lhe a pele.

     Conforme os minutos se passam a chuva ficava mais forte, Peter corria pelas ruas, mas era inútil. A chuva o molhava cada vez mais. Quando finalmente chegou em casa, suspirou aliviado. Abriu a porta com sua cópia da chave, se livrou do par de tênis e suas meias.

-Tia May cheguei –anunciou, quando não obteve resposta começou a estranhar. Saiu andando pelos cômodos a procura de sua tia. A cada cômodo aberto e vazio o fazia se desesperar. –TIA MAY –gritou.

     Só faltava um último cômodo para ser checado. Com o coração acelerado correu para o quarto de sua tia e tremendo de nervosismo segurou a maçaneta polida e a girou abrindo a porta.

     Deixou um pequeno grito assustado escapar de seus lábios, quando viu sua querida tia no chão. Correu até ela a sacudindo levemente.

-Acorda tia May-pediu com a visão começando a embaçar, colocou a cabeça da mulher em seu colo. Tentou achar sua pulsação, mas ao não encontrar soluçou.

     Pôs o ouvido perto de sua boca e não sentiu sua respiração. Gritou a plenos pulmões quando descobriu que a mesma estava morta. Lágrimas quentes e grossas começaram a rolar por suas bochechas, enquanto o quarto era cada vez mais preenchido pelo som de seus soluços.

     Abraçou o corpo inerte e frio de sua tia, por que o destino lhe tirara a última pessoa que era importante para si? Novamente estava sozinho no mundo.