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História My Second Heartbeat - Since I Don't Have You


Escrita por: thoiys

Capítulo 32 - Since I Don't Have You


Fanfic / Fanfiction My Second Heartbeat - Since I Don't Have You

_ A gente só não pode se beijar, ele tem ciúme de você. - Segurei o riso.


_ De mim, né? Sei bem, ele sente ciúme de todas as garotas que eu beijo. - O olhei com a testa franzida.


_ Sério? 


_ Não, né Amy. Você é meio lenta as vezes. - Dei de ombros. - Ele está com ciúmes. Por isso está no meio daquilo, só pra te fazer ciúme. - Apontou pras meninas. - E parece que está funcionando.


_ Eu não sinto ciúme do Brian. - Forcei uma risada e ele me encarou.


_ Vocês são tão estranhos, só se beijem logo. - Ele disse com a sobrancelha levantada.


_ Meio que ele já me beijou. - Tombei a cabeça.


_ E como eu não sabia disso? - Fechou a cara.


_ Porque talvez eu não tenha o beijado de volta, e segundo ele, transformei em uma crise existencial. - Ele riu alto. - Vai rir na minha cara mesmo?


_ Não, é que agora eu entendi o porquê dele ter ficado todo mau humorado com você, você deu um fora nele. - Ele não parava de rir.


_ Mas ele ficou estranho bem depois, nós até conversamos no dia. Isso é oque eu não entendo! 


_ Espera, ele te beijou, você não quis, então vocês ficaram de boa depois? - Ele disse gesticulando com as mãos. 


_ Exatamente isso. - Apertei os lábios.


_ Nossa, o Brian está diferente. - Colocou a mão na frente da boca. - Eu devo te chamar de deusa ou oque? 


_ Para de bobagem. - O empurrei. 


_ Então você não queria beijar ele? - Ele riu de novo.


_ Ai, Jimmy! Não sei. - Levantou as mãos. - É só que eu não sei se estou pronta pra me relacionar com alguém de novo.


_ Mas vocês não precisam se relacionar ué, a gente se beijou e estamos aqui como se nada tivesse acontecido. - Deu de ombros.


_ Na verdade eu nem sei se rola algum sentimento, talvez seja só fruto da minha nostalgia. 


_ Então estou lá as oito. - Jimmy me abraçou de lado e eu o olhei sem entender nada. 


_ Onde? - Brian apareceu na nossa frente, e aí sim eu entendi o tal joguinho de que o Jimmy estava falando.


_ Na casa dela. - Tombou a cabeça e a encostou na minha. - Os pais dela me chamaram pra ir lá. - Brian olhou para mim e eu assenti com a cabeça.


_ Pra fazer oque?


_ Pra ir. - Dei de ombros e o Jimmy riu, talvez eu não fosse tão boa quanto ele inventando histórias. 


_ Jimmy, me ajuda aqui? - Matt gritou balançando as mãos e nós três o olhamos.


_ Tô indo. - Jimmy gritou de volta. - Depois a gente se fala. - Deu um beijo no meu rosto e foi correndo até o Matt.


_ Oque ele realmente vai fazer na sua casa? - Brian ainda me olhava curioso.


_ Jantar. - Sorri.


_ E por que seus pais chamariam só ele pra jantar?


_ Por que isso virou um interrogatório? - Ele riu fraco. - Eles só querem conhecer melhor o Jimmy.


_ Entendi. - Passou a mão no cabelo e eu tive que me manter concentrada para não o encarar por inteiro. - Eu ia te chamar pra ir lá em casa hoje, meu pai e a Kenna disseram pra te convidar.


_ Ela não me disse nada. - Levantei uma sobrancelha. 


_ Eles pediram pra eu dar o recado. - Deu de ombros.


_ É uma pena, hoje eu não vou poder. - O imitei e ele deu um risinho.


_ Tá bom, outro dia a gente combina então. - Olhou pra um carro que tinha acabado de parar do nosso lado. - Vamos? 


_ Vamos. - Pegamos as coisas, e fomos lavar o carro.


...


_ Nossa, eu tô morta. - Me sentei no chão e estiquei minhas pernas. 


_ Eu também. - Val me acompanhou.


_ Eu não imaginei que fosse vir tanta gente assim. - Matt disse.


_ Nem eu. - Zacky olhou pro Matt. - Alguém vai animar sair hoje? 


_ Eu não posso. - Apertei os lábios.


_ Por que não? - Johnny perguntou. - Nós vamos no Johnny's.


_ Não me diga. - Revirou os olhos. - Tenho uma coisa em casa.


_ Da última vez que você disse isso, tinha a maior festa rolando. - Zacky riu.


_ Eu também não posso. - Jimmy disse e todos o olharam. 


_ Tem certeza que não vai no Johnny's? - Brian o encarou. - Vai perder todas as garotas por lá.


_ Tenho. - Jimmy disse sério e o Brian levantou as sobrancelhas. 


_ Que frio. - Eu disse quando um vento bateu sob minha pele molhada. 


_ Cadê sua blusa? - Val perguntou.


_ Sei lá. - Passei a mão no cabelo.


_ Vem cá. - Jimmy deu a mão pra eu segurar. - Pode pegar a minha. - Tirou uma camisa de dentro da sua mochila.


_ Obrigada. - Sorri e vesti a camisa, que ficou batendo quase no meu joelho. Zacky limpou a garganta e só aí eu percebi que todos estavam olhando para nós.


_ Então tá né. - Ele suspirou. - Se vocês quiserem ficar aqui na escola de roupa de banho boa sorte, estou indo embora. 


_ Nós também estamos indo. - Matt ajudou a Val a se levantar. 


_ Eu também, preciso encontrar o Dylan. A gente se vê mais tarde? - Olhei pra todos.


_ Não é você que não vai poder ir? - Brian disse.


_ Eu disse mais tarde. - Revirei os olhos.


_ Eu acho que acabei de ver o Dylan num carro cheio de garotas. - Johnny apontou pro carro que passou na rua buzinando.


_ Então vamos? - Brian perguntou olhando pra mim.


_ Vamos onde? - Franzi a testa.


_ Já que o Dylan já foi embora, agora você pode me dar uma carona. - Jimmy olhou para mim e segurou o riso.


_ Tá bom. - Disse sem entender, era realmente difícil entender ele. - Até mais. - Me despedi de todo mundo e eu e o Brian fomos até a moto. Entreguei o capacete pra ele, e nós seguimos em silêncio até sua casa. - Entregue. 


_ Valeu, taxista. - Ele desceu da moto e me entregou o capacete.


_ De nada. - Sorri e ele olhou pras minhas covinhas. - O que foi?


_ Nada. - Balançou a cabeça. - Não vai mesmo vir aqui? 


_ Não Brian. Mas a gente se vê mais tarde? 


_ Claro, o Johnny's nunca falha. - Deu de ombros.


_ Até lá então. - Buzinei e ele acenou com a mão.


...


_ Mãe, tem algum remédio aqui? - Me encostei no balcão da cozinha.


_ Pra que você quer? 


_ Estou com muita dor no corpo. - Respirei fundo.


_ Lavou muitos carros? - Ela riu.


_ Mais do que eu imaginei que fosse lavar. - Dei de ombros.


_ Pode ir tomar um banho, eu levo um remédio pra você e depois você deita um pouco, vai melhorar. - Sorriu e me deu um beijo na testa.


Fiz o que ela falou, tomei um banho bem quente que de certa forma me deixou mais relaxada, vesti uma roupa confortável e me deitei. O remédio estava ali do lado da minha cama, junto com um copo d'água. Tomei ele e me deitei, liguei para o Jimmy e nós combinamos um horário para chegarmos juntos no bar, já que ele não viria mesmo em casa.


Depois de um tempo deitada, finalmente estava sentindo meu corpo melhor, eu deveria fazer mais exercícios.. Ouvi uma conversa do nada lá na sala, resolvi ver o que era.


_ E é claro que você está aqui. - Franzi a testa ao ver o Brian ali, conversando com a minha mãe. 


_ Eu não quis vir de mãos abanando, então trouxe isso. - Esticou um embrulho pra minha mãe.


_ Obrigada Brian, eu amo vinho! - Minha mãe disse sorridente quando abriu. 


_ Quem te convidou pra vir aqui? - Perguntei entediada.


_ Amy! - Me repreendeu. - Ele é sempre bem vindo. Pode ficar a vontade, o jantar está quase pronto. - Brian sorriu vitorioso e foi pro meu quarto, eu o segui.


_ O que está fazendo? - Revirei os olhos quando o vi olhando de baixo da cama.


_ Achei que o Jimmy fosse estar aqui. - Parou de frente pra mim e colocou as mãos pra trás, sorrindo travesso. 


_ Ele teve que cancelar.


_ Ah, teve? - Ele não parava de sorrir. - Por que?


_ Porque estava indisposto. - O empurrei.


_ Entendi. - Balançou a cabeça. - Bonita a roupa, a propósito.


_ Você não tem o direito de invadir minha casa e insultar meu pijama, sabia? - Cruzei os braços. - Afinal, o que você está fazendo aqui? 


_ Eu acho que você e o Jimmy se esqueceram de me convidar, então eu vim por conta própria. - Se deitou na minha cama.


_ Qual é Brian. - Empurrei as pernas dele e me sentei na cama. - Não ia ter alguma coisa na sua casa hoje, ou algo assim? 


_ Ia, mas você não foi. Meu pai falou que nunca mais vai te chamar pra ir lá depois dessa desfeita. - Ele segurou o riso.


_ Para de ser ridículo. - Eu ri. - Como se eu não fosse na sua casa todo dia.


_ Na verdade você não vai. - Tombou a cabeça.


_ Você me entendeu. - Revirei os olhos.


_ Entendi. - Mexeu nas pontas do meu cabelo. - Não quer mesmo ir lá hoje? - Franzi a testa.


_ Nós não vamos no Johnny's? 


_ Depois de lá. 


_ Mas não vai ser tarde pra eu ir na sua casa? 


_ Eles dormem bem tarde por lá. - Deu de ombros. 


_ Por que eu não posso ir tipo, amanhã? 


_ Porque eles queriam você lá hoje. - Balançou a cabeça enquanto falava.


_ Não sei não em. - Levantei as sobrancelhas e ele riu.


_ Isso é um sim? 


_ É um não, seu estranho.


_ Então tá, nós vamos depois do Johnny's. - Se sentou. 


_ Eu não vou, tá surdo? 


_ Vai sim. - Sorriu. 


_ O que te deu hoje? - Eu ri. 


_ Nada ué. - Olhou pra minha covinha e colocou o dedo ali. 


_ O jantar está pronto! - Minha mãe apareceu na porta e nós olhou estranho.


_ Já vamos mãe. - Tirei o dedo do Brian ali enquanto ele ria daquilo. - Isso foi estranho. - Disse quando minha mãe saiu do quarto.


_ Você disse que eu sou estranho mesmo. - Deu de ombros. 


_ Você tá ainda mais estranho hoje. - Balancei a cabeça rindo. - Vamos que eu tô com fome. - Me levantei e puxei seu braço.


_ E quando você não está? - Se levantou e me abraçou de lado até chegarmos na cozinha. 


_ Brian! - Meu pai gritou quando o viu. 


_ Oi John! - Eles bateram as mãos.


_ Sara me disse que você trouxe um vinho, já está puxando o saco dela assim? - O Brian riu.


_ Acertei por pura sorte. - Apontou pra si mesmo. - E o Dylan? 


_ Foi pra casa de um amigo. - Minha mãe disse colocando o vinho na mesa. - Amy, pode pegar as taças pra mim? 


_ Claro. - Brian olhou pra mim rindo e eu revirei os olhos.


Me levantei enquanto eles conversavam e peguei as taças. Minha mãe arrumou toda a mesa com os pratos e talheres, até parecia que o Brian era uma celebridade. Coloquei as taças do lado de cada prato e nós finalmente começamos a comer.


_ Vocês vão em algum lugar hoje? - Minha mãe perguntou.


_ No Johnny's. - Eu disse e o Brian assentiu com a cabeça.


_ Você vai assim? - Meu pai apontou pra mim e o Brian segurou o riso. 


_ Não, né? - Revirei os olhos. - Vocês estão com preconceito comigo.


_ Tem algum problema a Amy dormir na minha casa hoje? - Nós olhamos ao mesmo tempo pro Brian.


_ O Johnny's não é aqui perto? - Minha mãe perguntou. 


_ Sim, mas minha irmã e meu pai queriam que ela fosse nos visitar hoje, então nós vamos só dar uma passada no Johnny's e depois ir pra minha casa. - Ele explicou calmamente, e eu só conseguia pensar no quanto ele era convincente e um bom mentiroso. Eu poderia o desmentir? É claro que eu poderia, mas na verdade, eu não quis.


_ Claro que não tem problema. - Minha mãe sorriu. - Eles deviam aparecer aqui algum dia. - Eu queria saber qual o feitiço o Brian tem sobre meus pais.. Desde quando eles são tão liberais assim? 


_ Eu falo pra eles. - Brian me olhou vitorioso. - Está tudo muito bom, Sara. 


_ Sim, está. - Forcei um sorriso. - Mas nós temos que ir, estão nos esperando.


_ Mas já? - Meu pai disse. - Vocês mal comeram.


_ Eu não estava com fome. - Eles olharam pro Brian. - E nem ele. - Apontei pra ele.


_ Pode ir se arrumar, eu te espero aqui. - Brian disse.


_ Tanto faz. - Franzi a testa e fui pro meu quarto.


...


_ Por que disse que não estava com fome? Só faltava você comer o prato. - Brian disse rindo quando entramos em seu carro.


_ Tava ficando enjoada de ver você sendo tão legal na frente deles. - Balancei a cabeça.


_ Eu só estava sendo educado, ok? - Eu ri.


_ Esqueci que você é a educação em pessoa. - Ele mostrou o dedo. - E que história é essa de dormir na sua casa? 


_ Estou pensando no futuro. - Olhou pra rua. - Nós vamos estar bêbados e cansados, e nem fodendo que eu vou te levar embora, menos ainda te deixar ir embora sozinha.


_ Ok. - Franzi a testa rindo. - Só tem um problema, eu esqueci de pegar roupas, e escova de dente. 


_ Você pode dormir sem. - Me olhou e eu revirei os olhos. - Tô brincando, eu te empresto alguma coisa. 


_ Tá bom. - Relaxei no banco. - Estou com fome.


_ Cala a boca Amy.


...


_ Eu quero uma porção de batata frita, por favor! - Disse pra um garçom que parou do meu lado.


_ Mais alguma coisa? - Olhei pra todo mundo e eles negaram com a cabeça.


_ Um hamburguer também. - Ele anotou no seu bloquinho e saiu em direção a cozinha.


Logo outro garçom trouxe as bebidas deles, e meu refrigerante. Eles estavam rindo de mim por estar bebendo um refrigerante, mas que graça tem comer hamburguer com cerveja? O bar estava bem cheio, e com isso, meu hamburguer e minhas batatas demoraram bastante pra chegar, eu já estava quase subindo pelas paredes. Meus olhos brilharam quando vi o garçom trazendo minha comida, e aí eles riram mais ainda.


Quando ele colocou minha batata na mesa todos pegaram, e eu olhei furiosa pra eles.


_ Tem muito aí! - Zacky disse com a boca cheia.


_ Vocês disseram que não queriam nada e agora vêm comer minha batata? 


_ É pecado negar batata pros amigos. - Matt riu.


_ Pecado é roubar a batata alheia. - Bufei.


_ Você acha que ia conseguir comer isso tudo sozinha? - Johnny empurrou meu ombro.


_ É claro que ia. - Empurrei a mão dele.


_ Tá bom, não tá mais aqui quem comeu! - Val levantou as mãos rindo.


_ Jimmy, quer jogar um pouco? - Brian perguntou. Ele olhou pra nós dois e pareceu ter entendido o que aconteceu, já que quando chegou, eu e o Brian já estávamos ali.


_ Claro. - Se levantou. - Pode ir na frente, eu já estou indo.


_ Nós também vamos! - Zacky e Johnny se levantaram. Eles foram com o Brian e Jimmy se sentou do meu lado.


_ Oque aconteceu? - Perguntou, e nós dois olhamos pro Matt e pra Val, que viraram a cara, fingindo que não estavam prestando atenção na nossa conversa.


_ Ele apareceu lá em casa pra jantar. - Apertei os lábios. - E ele sacou que a gente inventou tudo.


_ Que merda. - Ele riu. - Eu devia ter imaginado que ele faria isso.


_ Por que você realmente não foi na minha casa? A gente podia só enrolar até a hora de vir. 


_ A gente devia ter pensado nisso antes. - Deu de ombros rindo. - Oque você disse pra ele?


_ Que você cancelou por estar indisposto. - Balancei a cabeça.


_ Ele é um mentiroso filho da puta, nunca ia acreditar na gente. - Nós rimos.


_ E ele agora e te chamou pra jogar pra falar sobre isso. - Assentiu com a cabeça.


_ Mas tudo bem, você ainda tem a vantagem de eu ter te beijado e ele morrer de ciúmes. - Franzi a testa.


_ Por que estamos fazendo isso mesmo?


_ Porque vocês são reprimidos e não conseguem simplesmente demonstrar seus sentimentos. - Ele tocou minha testa.


_ Mas eu não..


_ Já sei, não tem sentimentos pelo Brian. - Se levantou enquanto falava, e movimentava as mãos.


_ Como assim você é reprimida? - Matt perguntou assim que o Jimmy foi até os meninos e eu e a Val rimos alto.


_ São só loucuras do Jimmy. - Ele me olhou confuso.


_ Tudo bem. - Deu de ombros.


_ Você não quer ir jogar também? - Val o perguntou.


_ Eu nem sei se vai ter lugar pra mim.


_ Vai lá olhar. - Ela piscou e ele foi, sem entender nada.


_ Coitado. - Eu ri olhando pro Matt parado lá do lado dos meninos.


_ Queria privacidade. - Ela ficou séria. - Desde quando você conta as coisas pro Jimmy ao invés de mim? 


_ Eu não contei nada pra ele. - Ela cruzou os braços. - Ele meio que arrancou de mim a força.


_ Ah, na verdade não é muito difícil de perceber mesmo, você cria corações nos olhos sempre que o Brian aparece. - Cutucou meu braço algumas vezes.


_ As vezes eu me arrependo de contar a coisas pra você, sabia? - Segurei a mão dela.


_ Eu sou sua melhor amiga, faz parte te irritar. - Ela riu travessa.


_ A questão é que.. - Olhei pra conferir se eles ainda estavam jogando. - O Brian me chamou pra dormir na casa dele, indiretamente mas chamou.


_ Mentira. - Ela arregalou os olhos. 


_ Ah não Valary. - Revirei os olhos enquanto ela me chacoalhava com a boca entreaberta. - Eu vou dormir com a Kenna.


_ É claro que vai. - Ela colocou a mão na frente da boca.


_ É claro que eu vou. - Disse no mesmo tom. 


_ Tá bom, só me conta tudo depois. 


_ Não vai ter nada pra contar, ok? 


_ Ok. - Ela levantou as mãos.


_ Por que a Mich anda sumida ultimamente? 


_ Não sei, ela voltou a passar todo o tempo com aquelas amigas. - Bebeu um gole da cerveja. - Eu acho até bom sabe, ela não ficar o dia inteiro do lado do Brian, foi bem difícil pra ela superar isso, e nem sei se ela realmente o superou.


_ Entendi. - Suspirei. - Não acha estranho ela não ter superado ele ainda, mas estar me dando uma força nisso?


_ Talvez isso faça parte do processo de superação dela, sei lá. - Balançou a cabeça.


_ É meio estranho. - Dei de ombros e ela concordou. - Quer um pedaço? - Estiquei a mão com o hamburguer e ela riu.


_ Já está cheia? - Deu uma mordida.


_ Acho que estou. - Sorri amarelo.


_ Não é pra menos, comeu uma porção de batata sozinha. 


_ Sozinha não, vocês me ajudaram. 


_ Então piorou, você não é mais a mesma. - Enrolei um guardanapo e joguei nela. 


_ Por falar em não ser mais a mesma.. você tem visto a Taylor? 


_ É mesmo. - Ela riu. - Eu pensei que ela fosse aparecer com um biquini, de salto e maquiagem preta hoje mais cedo.


_ Eu também. - Ri fraco. - Por onde será que ela anda? 


_ Não sei Amy, e pra falar a verdade, eu não ligo, acho ótimo que ela fique longe do Brian.


_ Tem razão. - Dei de ombros.


_ Amy, olha lá! - Val gritou apontando pra um palco, que eu nem tinha percebido que existia até aquele momento.


_ Oque tem? - Franzi a testa.


_ Tem um cara subindo lá pra cantar. - Ela continuava olhando.


_ E daí? - Perguntei confusa.


_ E daí que hoje é o dia que eles disponibilizam o microfone! 


_ Tá. - Peguei a cerveja dela e bebi. - Você quer que os meninos cantem? 


_ Não Amy, vamos lá nós duas! - Segurou meu braço e o balançou, como uma criança quando quer alguma coisa.


_ É claro que não, tá doida? 


_ Por que eu estaria? - Se levantou e começou a puxar minha mão. - Vamos, por favor, eu nunca te pedi nada. 


_ Eu já estou me contentando de passar essa vergonha só na escola.


_ Que vergonha? - Revirou os olhos. - Se alguém vai passar vergonha sou eu, a cantora aqui é você.


_ Eu não posso só ficar lá do seu lado dando apoio moral? 


_ Não. - Ela ficou séria.


_ Se eu for você me deixa em paz? 


_ Sim! - Deu um gritinho infantil.


_ Ok. - Revirei os olhos e ela me arrastou até perto do palco.


_ Olá, nós queremos cantar! - Ela disse pra um cara atrás de uma mesa de som.


_ Boa noite. - Ele sorriu. - Vocês podem colocar seu nomes e a música que irão cantar na lista. - Esticou um papel e uma caneta pra nós.


_ Tem alguma lista de música? - Perguntei e ele nos entregou um outro papel.


_ Olha! - Ela apontou pra uma música. - Val ser essa, você ama Guns N' Roses!


_ Eu não vou cantar essa música Val.


_ Vai sim, já estou anotando. 


_ Geralmente as pessoas cantam Sweet Child O Mine. - O cara riu enquanto eu estava emburrada.


_ Essa é mais legal. - Val deu de ombros. - O que temos que fazer agora? 


_ Vocês podem se sentar, quando chegar a sua vez eles anunciam no microfone. - Apontou pra banda em cima do palco. - Na verdade nem precisam ir muito longe, não tem muitas pessoas na lista por enquanto.


_ Por que não? - Perguntei rindo.


_ Ainda é cedo, as pessoas não estão bêbadas o suficiente. - Ele sorriu e Val nós olhou estranho.


_ Mais um motivo pra não fazermos isso. - Ela negou com a cabeça. - Já que estamos aqui, vocês podem não falar o nosso nome no microfone? 


_ Claro. - Ele piscou. - Ele já acabou na verdade. - Nós olhamos pro palco e o cara estava descendo dali, com uma cara nem um pouco boa, provavelmente ninguém tinha prestado atenção nele.


_ Valary, eu não vou! - Me firmei no chão e ela me puxou.


_ Não tem como desistir mais. - Quando vi ela já estava em cima do palco e pegou um microfone.


_ Puta que pariu. - Sussurrei e parei do lado dela, pegando outro. 


Logos os acordes invadiram todo o lugar e eu apertei meus olhos, torcendo para que fôssemos tão invisíveis quanto o cara que cantou antes de nós. Quando abri os olhos, quase todos do bar estavam nos olhando curiosos, principalmente os nossos amigos. Ao invés de sair correndo dali, tentei acompanhar a Val, e me divertir com aquilo.


Guns N'Roses - Since I Don't Have You


Quando acabamos de cantar, eu até tinha ficado triste, ao contrário do que eu pensei foi bem legal, e melhor ainda foi ver que todos tinham gostado e estavam nos aplaudindo. 


_ Obrigada! - Val gritou no microfone e eu ri. - Escutem Avenged Sevenfold! - Os meninos gritaram e aplaudiram e eu ri mais ainda.


_ Vamos Val. - Sussurrei puxando ela pela barra da blusa.


_ Vocês não querem cantar mais uma? Todo mundo gostou. - O cara das listas disse quando descemos do palco. - A propósito, meu nome é Liam.


_ Vamos! - Val disse animada.


_ Obrigada Liam, mas por hoje já deu. - Sorri e puxei a Val até os meninos.


_ Vocês foram incríveis! - Zacky me abraçou quando chegamos.


_ Não teríamos sido se não fosse eu. - Val disse e passou o braço em volta da cintura do Matt. - Se não fosse eu que tivesse arrastado ela pra ir, eu quero dizer, todo mundo sabe que eu não canto nada. - Nós rimos.


_ Toma Amy, você está muito sóbria pro meu gosto. - Johnny me entregou uma cerveja.


_ Um bêbado só em um carro já é o suficiente. - Apontei pro Brian. - Só vou beber essa. - Sorri.


_ Oque ele tem a ver? - Jimmy perguntou.


_ Ele vai me dar uma carona até em casa. - Dei de ombros. 


_ Entendi. - Balançou a cabeça. 


_ Canta uma comigo? - Val disse toda boba pro Matt.


_ Acho melhor não. - Ele riu. - Eu canto pra você maia tarde. - Johnny fingiu um vômito.


...


_ Brian, vamos? Já tá tarde. - Sacodi o ombro dele enquanto ele ainda jogava. 


_ Tá bom. - Reclamou. - Tchau otários, e gata. - Piscou pra Val.


_ Tchau gente. - Abracei eles e a Val me apertou por uns 10 segundos sussurrando no meu ouvido "me conta tudo depois." - Hey, eu vou dirigir. - Peguei a chave da mão do Brian quando ele a tirou do bolso.


_ Você vai bater. - Ele reclamou.


_ Não vou não. - Eu ri. - Senta aí e fica quieto.


_ Tá. - Ele colocou o cinto e ficou me olhando dirigir.


_ O que foi? - Reclamei e ele riu.


_ Nada. - Olhou pra frente.


_ Você tem certeza que eles vão estar acordados? Está bem tarde. 


_ É claro que vão. - Ele abriu o porta luvas e tirou um pacote de chiclete. - Quer?


_ Não, valeu. - Ele deu de ombros e pegou um. Parei na garagem da casa dele, e nós saímos do carro em silêncio.


_ Brian. - O olhei de canto. - Está tudo escuro. 


_ É normal. - Ele colocou as mãos no bolso e riu de canto. Abriu a porta e nós entramos, e tudo parecia mais quieto do que eu esperava.


_ Eles já estão dormindo, eu vou embora.


_ Não Amy, já está tarde. - Ele me olhou com as sobrancelhas levantadas.


_ Cadê seu pai e a Suzy? 


_ Eles devem ter saído. - Deu de ombros.


_ Mas você estava com o carro.


_ Eles tem pernas. - Foi até a escada e ficou me olhando. - Vai ficar aqui embaixo sozinha? Não queria te contar, mas já vi alguns vultos por aqui. 


_ Eu te odeio. - Corri até ele e enrolei meu braço no seu. Ele riu vitorioso e nós subimos. - Vou dormir com a Kenna. 


_ Não está vendo aquela placa de não perturbe na porta do quarto? - Apontou pra lá, e realmente tinha uma placa. 


_ E daí? - Reclamei.


_ E daí que ela fica insuportável quando alguém a acorda. 


_ Sério Brian? - Fechei a cara.


_ Quero dizer, ainda mais insuportável do que normalmente é.


_ Ah, e qual é seu plano? - Perguntei já imaginando oque ele diria.


_ Você pode dormir no meu quarto. - Ele disse indo até lá, e eu o segui.


_ Você pode me dar algumas coisas e eu durmo lá embaixo. - Entrei no quarto e me sentei na cama.


_ Eu não vou deixar você dormir lá embaixo com os espíritos! 


_ Tem razão. - Passei a mão no cabelo. - Você dorme lá então. - Levantei um dedo.


_ Eu não! - Ele franziu a testa. - Esse quarto é meu.


_ E quando você dormiu na minha casa, eu deixei você dormir na cama e dormi no sofá. - Levantei uma sobrancelha.


_ Foi opção sua, eu disse pra você dormir na sua cama. - Deu de ombros.


_ Vamos Brian, me dá um travesseiro e eu vou! - Me levantei e sacodi as mãos na frente dele.


_ Você é tão teimosa. - Revirou os olhos. - Toma. - Me entregou um travesseiro e uma coberta fofinha. - Você quer alguma roupa? 


_ Por favor! - Ele riu, e abriu uma gaveta da cômoda perto da janela. - Uma camisa? - Perguntei quando ele a jogou em mim.


_ O que tem?


_ Não acha que seria estranho seu pai e a Suzy chegarem e eu estar só de camisa na sala?


_ Tem razão. - Tombou a cabeça, e me jogou uma bermuda.


_ Valeu. - Forcei um sorriso e ele me imitou. - Tem uma escova reserva aqui ou algo do tipo? 


_ Deve ter. - O segui até o banheiro, e ele abriu o armário que tinha debaixo da pia, e por sorte tinha uma escova. 


_ Pode me dar um pouco de privacidade? - Eu disse quando ele ficou ali parado no banheiro.


_ Pra escovar dente? - Franziu a testa.


_ Pra trocar de roupa. - Bati na testa.


_ Ah tá. - Ele disse desanimado e saiu do banheiro. 


Escovei meus dentes e troquei de roupa, fui até o quarto e me deparei com o Brian lá deitado só de bermuda, olhando pro teto. Peguei as coisas em cima da cama dele e fui até a porta.


_ Boa sorte lá embaixo, e boa noite. - Piscou e eu desci. 


Quando cheguei ao topo da escada, vi aquela escuridão lá embaixo e um frio percorreu minha espinha, droga. Por uma ironia do destino comecei a me lembrar de todos os filmes de terror que já tinha assistido na vida e por uns instante me senti observada. Voltei correndo pro quarto do Brian e fechei a porta, acendendo a luz em seguida. 


_ Já mudou de ideia? - Ele riu alto.


_ Você não pode dormir lá embaixo? - Eu disse encostada na porta.


_ Não. - Ele riu. - Mas você pode deitar aqui. - Bateu na cama. 


_ Brian.. - Disse arrastado, tentando ser o mais convincente possível mas nada mudava seu olhar.


_ Eu não troco minha cama por nada, foi mal. - Ele deu um sorriso.


_ Ok. - Respirei fundo e joguei tudo que tinha na minha mão em cima dele. 


_ Você está linda com essa bermuda, aliás. - Ele disse rindo.


_ Não torna isso mais difícil, tá? - Revirei os olhos. Peguei o travesseiro que tinha jogado nele e me deitei bem no canto da cama.


_ Eu não tenho lepra. - Ele disse rindo.


_ Eu sei. - Ri junto com ele. - Você pode apagar a luz? - Me virei pra ele e fiz minha melhor cara fofa.


_ Ah não Amy. - Respirou fundo.


_ Por favor? - Mostrei as covinhas e ele revirou os olhos. Ele se levantou e eu me virei de novo pro lado da porta. Ele apagou a luz e voltou pra cama devagar, se deitando em silêncio.


_ Aquela música que vocês cantaram..


_ Boa noite Brian. - O interrompi.


_ Você gosta de mim. - Ele disse convencido e eu abracei o travesseiro.


_ Eu não gosto de você. - Tentei ser tão convicta quanto ele.


_ Sim, você gosta. - Suspirei. - Boa noite, Amy.




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