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História My Boss - Isso está realmente certo?


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá amores, como estão? Antes de falar algumas coisas aqui, eu queria perguntar algo e quero que vocês sejam sinceras, ok? >< Bem, até eu estou surpresa com os tamanhos dos capítulos. Eu pensei que nunca fosse capaz de chegar a 8.000 palavras de uma só vez. Então, eu gostaria de saber se vocês gostam dos capítulos grandes ou acham que é cansativo para ler. As vezes eu acho que alguns não gostam ou até mesmo tem preguiça de ler, porque eu também tenho KKKKK mas é só isso. Vocês gostam ou não desses capítulos grandes?
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Agora sim... Eu queria muito agradecer a todos pelos comentários do capítulo anterior, dizer bem vindos ao novos favoritos e espero que vocês gostem da fanfic. Acho que eu nem sei direito como agradecer a vocês, sério. Sem palavras.
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Tá, é só isso. Não quero distrair vocês. Sei que vocês querem logo ler, então vão lá *-* Desejo uma ótima leitura a todos e espero que gostem.

Capítulo 17 - Isso está realmente certo?


Fanfic / Fanfiction My Boss - Isso está realmente certo?

Capítulo 17 – Isso está realmente certo?

 

Querida você está bem?  —mamãe me perguntava pela terceira vez seguida naquele almoço.

— Eu estou ótima.  —forcei um sorriso. 

— Você nem tocou na comida, Lisy. Definitivamente você não está bem.  —ela balançou a cabeça largando o garfo dentro do prato e olhou me olhou séria.  — Filha, tem algo que queria me contar?

Eu concordo. Definitivamente eu não estava bem. Estávamos em plena sexta-feira a tarde, mamãe tinha feito um belo escondidinho de carne, Micaela não estava em casa e a melhor parte era que todos os funcionários das Industrias Tomlinson tinham ganho uma tarde de folga. Tudo isso graças ao jogo que Louis teria no sábado a noite e precisava treinar durante o dia e a manhã seguinte. Não havia o que reclamar, era ótimo ficar em casa e ainda ter a companhia de mamãe, mas infelizmente minha cabeça ainda estava ligada na terça-feira. No decorrer desses dias, eu sequer tive uma conversa com Louis. Estava evitando ao máximo me deparar com ele ou estar no mesmo lugar que ele. Minha vergonha de encará-lo já tinha passado do nível cem e eu estava a ponto de me enterrar viva. Às vezes meu corpo tremia involuntariamente ao lembrar-se de seus dedos vagando pelo elástico da minha peça intima. E o que me dava mais vergonha, era o fato de ter agido como uma intocável na frente de Louis. Era certo que eu deveria mesmo estar nervosa, afinal eu estava sentada no colo do meu chefe e recebendo beijos em meu pescoço, contudo eu também agi como uma fraca. Se eu não quisesse mesmo que aquilo rolasse entre nós, porque deixei acontecer?

Mas o que eu iria dizer para mamãe? ‘Olha, não consigo parar de pensar no toque do meu chefe em meu corpo’. Ou então eu deveria dizer o quanto Louis estava me deixando louca. Porém, ela entenderia aquilo como um assedio sexual. Mal sabe ela que no meu caso, é por consentimento próprio.

— Eu estou bem.  —acariciei rapidamente sua mão.  — Como eu disse antes, devem ser apenas estou cansada por causa da faculdade e é só isso.

— Você sabe que pode contar comigo pra tudo, não sabe?

— É claro que eu sei, mãe.  —dessa vez eu sorri abertamente.  — Sempre terei certeza disso.

— Fico feliz em ouvir isso.  —ela apertou minha bochecha de leve.  — Eu tenho uma boa noticia, quer dizer, pelo menos pra mim é uma boa noticia.

— Mesmo? O que é?  —falei curiosa.

— Eu já estava pensando isso há alguns dias, mas só decidi realmente ontem.  —mamãe limpou a boca com um guardanapo.  — Vou voltar para a floricultura. Não vejo um porque para ficar longe de lá.

— Mãe isso é sério?  —ela assentiu.  — Eu estou muito feliz, muito mesmo.

Abracei-a. Quase dois anos antes de papai falecer, ele deu de presente para minha mãe uma pequena floricultura no centro da cidade. Era um sonho que ela tinha bem antes de me dar a luz, mas por alguns imprevistos ela só pode realizá-los alguns anos depois. Mamãe sempre acordava cedo, animada para trabalhar no negócio. Foi assim até recebermos a triste noticia do acidente que levou papai. Desde então, ela tem se dedicado somente a casa e deixado seus únicos dois ajudantes tomando conta da floricultura, as poucas vezes que ela vai até lá, são para acertar o pagamento de Carmen e David.

— Eu também estou feliz.  —posso jurar que seus olhos estavam brilhando.  — Escuta, eu preciso organizar algumas flores que chegaram hoje pela manhã, será que gostaria de ir e me ajudar?

— É claro que sim, eu adoraria.  —assenti junto com a fala.  

— Mas antes, eu quero que coma um pouco.

— Mãe... —revirei os olhos.

— Nada de mãe. Se não comer, ficará com dor na barriga mais tarde.  —ela apontou para a minha refeição intacta.

Eu decidi obedecer. Porque quando mãe fala, acontece.

Depois que comi o quanto consegui — estranhamente foi quase o escondidinho inteiro — eu fui escovar os meus dentes e pegar um casaco para ir até a floricultura com mamãe. Coloquei o celular no bolso traseiro do short e desci as escadas para me encontrar com ela.

— Pronta?  —ela olhou para seu relógio de pulso.

— Pronta.  —afirmei.

Ela pegou as chaves do Honda Fit branco na bolsa e nós saímos de casa.

O caminho todo, mamãe foi falando em como estava feliz em voltar a fazer o que sempre gostou de fazer. Eu apenas sorria e repetia como eu estava contente por ela ter tomado aquela decisão. Por sorte, ela não tocou mais no assunto sobre eu estar apaixonada ou a minha recente falta de atenção nas coisas.

Cerca de vinte depois eu estava tirando o cinto em volta do meu corpo. Mamãe foi a primeira a sair do carro e eu a acompanhei. Como ela havia dito, o local estava repleto de flores novas, algumas estavam espalhadas pela calçada e a maior parte estava no chão perto do balcão. Carmen arrumava um pouco nas prateleiras e David deveria estar nos fundos das lojas.

— Boa tarde.  —mamãe disse animada.

— Kelly!  —Carmem exclamou sorrindo. Ela terminou de ajeitar um ultimo vaso de flor e começou a descer a escada de cinco degraus.  — Lisy! Faz tempo que não a vejo.  —ela me estendeu a mão depois de limpá-la no avental azul bebê.

— Pois é, com o trabalho e a faculdade eu mal tenho tempo de vir aqui.  —sorri para ela.  — Caramba, quanta coisa.

— Muita mesmo. Agora mãos a obra, quero terminar de arrumar tudo antes do anoitecer.  —mamãe me cutucou na cintura.

Estalei a língua no céu na boca e tirei a minha jaqueta. Coloquei-a em cima do balcão e fui ajudar mamãe a carregar algumas caixas que estavam do lado de fora. Depois auxiliei Carmem nas prateleiras, enquanto mamãe trabalhava com David colocando as sobras de flores nos fundos da floricultura. Chegou até ser divertido, porque eu aprendi nome de flores e plantas que eu nem sabia que existiam.

— Ufa, terminamos.  —ela refez o rabo de cavalo no cabelo, prendendo-os com um laço verde.

— Até que fomos rápidas.  —bati em seu braço e ela riu. Senti meu celular vibrar no meu bolso e rapidamente o peguei para ver quem era. Surpreendi-me ao ver o nome de Zayn na tela.  — Com licença.  —falei para Carmem antes de ir para frente da floricultura.  — Alô?

Lisy? Estava ocupada? Se não eu posso te ligar outra hora.  —ele disse calmo.

— Não. De jeito nenhum.  —fui rápida em responder.  — Em que posso ajudar? 

Só liguei para confirmar a nossa ida ao jogo de Louis amanhã. Você vai comigo, não vai? 

— É claro que sim.  —dei risada. Eu nem me lembrava direito do convite de Zayn, mas eu iria porque prometi e também porque eu queria ver Louis em campo.  — Eu vou.

Fico feliz em saber disso, por um segundo achei que você não iria e me deixaria sozinho.  —pude ouvir um suspiro de alivio no outro lado da linha.

— Eu não seria capaz disso.  —dei uma olhada para dentro da floricultura e vi mamãe mexendo na bolsa, ela fingia procurar algo, mas eu sabia que estava me espionando.  — Que horas é o jogo, Zayn?

As sete. Posso te pegar as seis? Rochester não é muito perto, então é melhor chegarmos adiantados do que atrasados.

— Tem toda a razão.  —ri novamente.  — Vou te esperar as seis.

Ótimo. Até amanhã, cat.

— Até Zayn.  —mandei um beijo pelo celular e ele gargalhou mandando outro.

Desligamos no mesmo instante e eu senti alguém se aproximar por trás de mim.

— Posso saber quem era?  —mamãe se escorou no batente da vidraça.

— Um amigo.  —ela sabia que Zayn era o cara que estava me dando uma ajuda e tanto, fiquei com medo de dizer o nome e ela ver isso como um possível ‘lance’ entre nós dois.  — Nós vamos ver um jogo amanhã.

— Quando iria me contar isso?  —mamãe cruzou os braços.

— Mais tarde ou amanhã, não me lembrei dessa parte.  —mordi o lábio inferior.  

— Você não está saindo demais?  —ela estreitou os olhos.

— É só um jogo, não tem nada demais.  —dei de ombros e guardei o celular no bolso novamente.  — E além do mais, vai ser cedo, não tem com o que se preocupar.

— Você merece umas boas palmadas no bumbum.  —ela apertou meu nariz sem fazer força e nós entramos juntas.  — Vou pegar minhas coisas e nós já vamos embora.

— Sem problemas.  —puxei a minha jaqueta do balcão.

Em poucos minutos ela voltou com a bolsa, casaco e as chaves em mãos.

— Podemos ir.  —ela deu alguns passos até a saída.  — Carmem fechará as portas por mim.

Fomos para o carro, caminhando uma ao lado da outra.

 

 

Para minha sorte, era o último dia da semana de provas. Após cinco dias estudando feito uma condenada e usando o cérebro mais do que devia, finalmente iria acabar e eu estava livre de novo. Ajeitei a sequência de três folhas e respirei fundo. Matemática financeira e Contabilidade atuarial, eu não tinha tanta dificuldade naquelas matérias. Dei graças por ter pegado as mais fáceis — pelo menos pra mim — no último dia. Sexta-feira e eu não precisaria me esforçar tanto.

Por algum motivo, meu corpo estava agitado. Eu queria terminar logo aquelas provas, ir pra casa, dormir e acordar no dia seguinte. Queria ver Florence, mas também queria muito ver Zayn e Louis. O meu subconsciente estava começando a gostar das provocações que Zayn fazia para Louis, não que eu quisesse levar isso a frente, mas era divertido ver Louis bravo por sabe-se lá Deus o que.

Outra coisa que não sai da minha mente, era as palavras de Louis; ‘Usar meu amigo para fazer ciúmes em mim. Isso não é certo.’ Uma parte de mim queria acreditar que ele realmente estava com ciúmes da minha pessoa, mas a parte sã, dizia para que eu não me iludisse com aquelas palavras e pelo medo, eu confiei na que ainda raciocinava.

Suspirei mais uma vez, tentando afastar Louis dos meus pensamentos juntamente seus toques, sua voz, seus olhos, seu corpo. Ah merda! Não dá pra tirar ele da minha cabeça.

 

 

Já na manhã de sábado, eu acordei com o barulho hiper irritante do despertador. Para que não voltasse a dormir, eu joguei o cobertor para longe e dei um pulo da cama. Corri para o banheiro, tomei banho e fiz uma higiene rápida. Coloquei a roupa mais simples (1) e o lanche foi do mesmo jeito. Não estava com tanta fome, então não iria forçar a barra. Quando terminei, chequei a hora em meu celular e joguei a louça suja na pia.

— Bom dia.  —ouvi um bocejo se fazer presente na cozinha.

— Já disse como é assustador ver você acordar essa hora?  —bebi o último gole de suco em meu copo.

— Como você é engraçada, Lisy.  —Micaela riu sarcasticamente e abriu a geladeira em busca de algo.  — Vai para o orfanato hoje?

— Estou indo para lá agora.  —larguei o copo.

— E porque essa cara?  —ela me encarou por cima da porta da geladeira.

— Que cara? Eu estou normal, oras. 

— Você me parece emburrada.  —ela empurrou a porta do eletrodoméstico com a cintura.  — Aconteceu algo?

Pensando bem, Micaela me conhecia mais do que eu mesma. Ela e mamãe tinham um dom de saber tudo que eu estava sentindo, sem precisar eu dizer uma só palavra. E como eu odiava isso.

— Talvez, mas só talvez mesmo, seja porque Louis não irá comigo hoje.  —falei como se não fosse importante, e não era mesmo.

— Sabia.  —ela largou a garrafa de leite em cima da mesa e apontou o dedo pra mim, arregalei os olhos assustada com seu quase grito.  — Você sente a falta dele.

— Não sinto falta dele. Sinto falta da carona que ele me dava até lá, é bem diferente esse tipo de saudade.  —mordi o lábio.

— Sabe que eu não acredito disso, ?

— Sei, mas essa é a verdade.  —balancei os ombros.

— Ah, claro!  —sua expressão irônica foi engraçada.  — Sai logo da minha frente, antes que eu jogue esse leite todo na sua cara.

— Não faria isso.  —desafiei.

— Duvida?  —ela tirou a tampa e escorou as mãos na mesa, de modo que ficasse uma de cada lado da garrafa.

— ‘Tá. Você é louca e por isso eu vou me retirar.  —apontei para a porta.

— Perfeito.  —sorriu satisfeita.

— Até mais tarde.  —gritei para ela.

— Até, apaixonadinha.  —foi a última coisa que eu ouvi antes de bater a porta atrás de mim.

Sem Louis, eu teria que pegar o trem até a última estação e de lá, ainda teria que andar mais duas ou três quadras. Pensando bem, eu preciso de um carro. O único empecilho que não me permitia comprar um, era a faculdade. Ou eu pagava a mensalidade dela ou pagava a de um carro. Eu prefiro mil vezes pagar algo que futuramente irá me dar o dinheiro para comprar um veículo do que pagar um e não ter uma carreira profissional. Usar o de mamãe não estava em meus planos. Não gosto de usar as coisas dos outros, é como se eu não me sentisse segura possuindo algo que não é meu.

 

 

Durante o tempo que levei para chegar ao orfanato, eu fiquei a imaginar como seria passar as quatro horas sem Louis. Ele me ajudava muito e Florence o adorava também. Ele era bem mais paciente. Sem contar que ver o seu lado fofo e carinhoso, era uma sensação muito boa. Ele não parecia aquele Louis mandão e exigente, dono de uma grande empresa. Ele só era um garoto normal de vinte e quatro anos com uma criança nos braços.

Eu adorava passar aquele tempo com Flore, mas eu já havia me acostumado com Louis também. Era muito agradável estar com ele, ainda mais por ele conseguir agir normalmente. Nada de sarcasmo, ignorância e nem indelicadeza. Tudo bem que sem ele ali, eu não teria nada daquilo, mas... droga, eu queria que ele estivesse ali comigo.

Aonde foi parar a Lisy que odiava Louis Tomlinson e queria o ver o mais longe possível?

Ao passar pela porta de entrada, encontrei Zoey preenchendo alguns papeis e balançando a cabeça, provavelmente ao som da música que tocava em seus fones de ouvido. Logo que ela me viu, se livrou dos fones e sorriu meigamente.

— Bom dia, Lisy.  —disse se levantando da cadeira e escorando as mãos no balcão que nos separava.

— Bom dia.  —respondi.  

— Onde está Louis? Não quis vir hoje?  —justo o assunto que eu queria esquecer.

— Ele teve um compromisso, não pode vir, mas na próxima semana ele estará aqui.  —tamborilei minhas unhas na madeira.  — Então, onde está a minha pequena?

— Ela está no quarto dela, passou a semana toda grudada no presente que Louis lhe deu.  —Zoey falou.  — Precisa ver como ela mostrava o urso para as outras crianças, parecia até um tesouro raríssimo.

— Quero vê-la, estou com saudades.  —disse impaciente.

— Bom, você já sabe o caminho. Sinta-se a vontade. 

— Obrigada Zoey.  —agradeci dando os primeiros passos.

Eu queria muito saber se Florence estava melhor, às vezes eu queria ter mais dias para visitá-la e poder observar seu sorriso pequeno e ingênuo.

Não encontrei Yane no caminho e nem no quarto, mas Florence estava lá. O corpo permanecia escorado no enorme urso, as perninhas encontravam-se descobertas — pelo fato do vestido estar todo bagunçado — em sua cabeça havia uma tiara com orelhas do Mickey e os pés estavam completamente sujos, sinal de que estava correndo descalça.

— Flore?  —falei baixinho, porém foi o suficiente para ela me ouvir e saltar da cama.

— Tia Lisy!  —ela correu até mim e eu a peguei no colo.

— Que saudades.  —massageei suas costas.  — Como você está, querida?

— Bem, ‘tava brincando com o Cocada.  —coloquei-a no chão e ela me puxou pela mão, me levando até a cama.

— Cocada? Esse é o nome que deu a ele? 

— Sim, eu gosto de cocada.  —Flore subiu na cama e deitou novamente a cabeça na barriga do urso.  — Tia Lisy, o Tio Louis ‘tá bravo comigo?  —sua vozinha estava embargada.

— O que? É claro que não, meu amor. O Tio Louis adora você.  —passei a mão por seus cabelos.  — Porque acha isso?

— Porque ele não veio hoje.  —ela se encolheu e a tiara escorreu por seu rosto.

— Tio Louis teve que fazer algumas coisas e por isso não pôde vir.  —sorri para ela.

— O que ele foi fazer?

— Ele teve que treinar para um jogo.

— Treinar para ficar forte?  —ela se sentou.

— É isso aí.  —trouxe-a para meu colo e arrumei os fios loiros.

— Forte como o Hulk?  —seus olhinhos se arregalaram e eu gargalhei.

— Nem tão forte assim, mas é algo parecido.  —arrumei a tiara na sua cabeça.  — Agora, que tal fazermos alguma coisa?

— Podemos ir no escorregador?  

— Tudo o que você quiser.  —depositei um beijo no alto de sua testa.

Antes de sairmos do quarto, eu ajudei Florence a colocar uma chinela simples, só para não correr o risco de ela machucar a sola do pé. Em seguida, ela segurou em minha mão e me guiou até a ala dos brinquedos.

Com cuidado, ela subiu as poucas escadas do escorregador e desceu do outro lado dando risada. No decorrer dessa ação, Yane veio falar conosco.

— Como vai, Lisy?  —ela me estendeu a mão.

— Estou ótima, obrigada.  —cumprimentei-a.

— Vejo que Florence está se divertindo.  —fitamos juntas o exato momento que ela escorregou logo após outra criança.

— E eu estou feliz por ela estar bem, fiquei preocupada a semana toda.  —encarei Yane.  — A propósito, como está a saúde dela?

— Ela está perfeita, como você pode ver. A última crise de tosse e dores foi no domingo durante a noite, desde lá não temos mais preocupações. Mas é sempre importante o cuidado. Sem coisas geladas por um tempo, será bom.  —Yane me explicou.

— Entendo.  —afirmei com a cabeça.

— Acredito que o presente de Louis tenha feito bem a ela. Florence brincou mais com as crianças esses dias, ficou mais próxima das coleguinhas, só não deixou ninguém tocar no urso.  —Yane riu.  — Você já deve conhecer o...

— Cocada.  —dissemos juntas.

— Ela me apresentou ele hoje.  —sorri comigo mesma.  

— É bom saber que Florence está crescendo sem traumas ou algo do tipo, normalmente crianças como ela, são sempre mais reservadas e nem saem do quarto.  —Yane colocou a mão em meu ombro.  — Obrigada por tudo Lisy. Não é todo mundo que dedica quatro horas do seu sábado para ficar em um orfanato.

— Não tem o que agradecer.  —observei mais uma vez Flore escorregar.

— Não se esqueça de depois agradecer a Louis também. 

— Prometo não esquecer. 

— Eu já vou, qualquer coisa me chame.  —Yane sorriu mais uma vez e deu as costas para mim.

A partir dali, eu vi que outro problema começava a surgir para mim; Eu estava me apegando a Florence. Muito. Muito mesmo.

 

 

Cheguei em casa por volta das 14h50, o sol batia aborrecidamente em meus olhos e eu fui obrigada a colocar a mão na frente para conseguir enxergar a calçada na minha frente. As coisas tinham ido melhor do que eu pensava no orfanato. Até que Louis não fez tanta falta — tudo bem, fez um pouco — mas foi bom ficar com Florence.

Abri a porta torcendo para chegar logo na cozinha e beber um belo copo d’água. Tive um enorme susto quando vi Caleb sentado á mesa.

— Calma, eu só estou esperando Micaela se arrumar.  —ele levantou as mãos em modo de defesa.

— Poderia ter dado um grito quando me ouviu abrir a porta. 

— Desculpe.

— Dessa vez.  —sorri e toquei em sua mão. Peguei uma garrafinha na geladeira e me sentei de frente para ele.  — Como vai a vida, caro Caleb?  —tentei parecer séria.

— Está bem, um pouco corrida, mas bem.  —ele fez um ‘ok’ com os dedos.  — E a sua, cara Lisy?

— A minha está cansativa.  —suspirei rapidamente.  — Faculdade, trabalho, eu preciso de férias e urgentemente.

— Eu entendo você, também já passei por isso. Mas garanto que irá valer a pena.

— Eu espero. Todo esse sacrifício merece lucros.  —rimos juntos.

Conversamos mais um pouco, até ouvirmos um barulho de saltos descendo as escadas.

— Estou pronta, querido.  —Micaela apareceu na porta da cozinha.

Se eu tinha inveja de alguém no mundo, esse alguém era a minha própria irmã. Micaela era linda, espontânea, sabia se vestir e ao contrário de mim, os garotos olhavam pra ela de um jeito diferente. Naquele momento ela não estava diferente. Os cabelos presos em um rabo de cavalo com a franja jogada para o lado, seu vestido era preto de alças e as sandálias nem tão altas também pretas. A verdade era que ela sempre teve sorte. Perdi as contas de como eu ficava morta de vergonha quando saía com ela e tinha aquele maldito aparelho na boca. Meu cabelo era curto e pelas minhas pernas serem finas, eu não tirava o jeans e o all star vermelho surrado. Eu queria ser como ela. Queria ter o jeito dela, a facilidade para fazer amizades e não ficar sem palavras na frente de alguém. E principalmente, queria ter um namorado legal como Caleb. Mas eu sabia que quando Micaela dizia que nenhum cara se apaixonaria por mim; ela tinha razão.

— Como eu estou?  —ela deu uma voltinha.

— Está perfeita.  —sorri olhando para o chão.

— Obrigada.  —ela agradeceu pegando na mão de Caleb.

Os dois saíram e eu fui começar a me aprontar. Sei que levaria um tempo até eu achar algo que eu realmente me agradasse e para piorar eu não tinha ideia do que usar para ir á um jogo de futebol. Pedir ajuda a mamãe seria uma boa opção.

 

 

Após uma longa briga para decidir qual roupa eu iria usar, meu cérebro conseguiu encontrar algo que prestasse e fosse confortável. Já se passavam das 16h45 e eu ainda estava terminando de vestir o meu short (2) e colocar as botas. Como eu era uma pessoa lerda, não queria deixar tudo para cima da hora e acabar esquecendo-se de algo ou até mesmo ficar sem fazer algo. Mamãe estava sentada em minha cama, as pernas cruzadas e os olhos vidrados em meus movimentos.

— Como foi no orfanato hoje?  —ela perguntou dobrando uma das blusas que estavam jogadas em cima do colchão.

— Foi tudo bem.  —subi o zíper do short jeans.  — Florence está bem melhor, ela até brincou no escorregador.

— Isso é ótimo.  —ela sorriu.  — E como foi ficar sem Louis?  —porque ela e Micaela tinham que insistir naquela questão?

— Normal, porque a pergunta?  —desviei o olhar do espelho para ela.

— Só achei que você já possa ter se acostumado com ele e sentiria falta de Louis.

— Infelizmente sim, eu me acostumei com Louis.  —eu não queria que ela entendesse aquilo como um ''senti a falta dele, porque sinto algo por ele''.  — Mas não foi nada demais. O tempo passou rápido, Florence sabe como distrair-me. Ela é um doce de criança, você precisa conhecê-la.

— Eu imagino.  —outro sorriso.  — Mas não tente mudar de assunto.

— Não estou mudando de assunto, só não quero falar sobre isso.  —terminei de dar o nó no cadarço de uma bota.  — Podemos falar de outra coisa? Tipo, Abraham Lincoln. Ele foi um ótimo presidente.

— Oh Lisy, pelo amor de Deus...  —ela riu.  — Tudo bem, desisto. Termine de se arrumar, os minutos estão se passando.

— Zayn só vai chegar às seis. Ainda temos um tempinho.  —olhei-me novamente no espelho e depois para as poucas maquiagens em cima da penteadeira.

— Você falando isso me faz perceber que você só tem amigos homens. Isso não é ruim?

— Não. Isso é maravilhoso.  —falei convicta.  — Amigos homens são os melhores. Eles não ligam para a roupa que você está vestido, não falam mal do seu cabelo, não te deixam fazer merda, eles são sempre sinceros, você não tem problemas com falsidade, eles nunca vão gostar da mesma pessoa que você porque são homens, eles conversam porcarias e ainda te chamam de gostosa.  —ok, eu tinha falado de mais.

— Como é?  —mamãe cruzou os braços.  — Você tem amigos assim?

— Tenho.  —distrai-me passando um pouco de blush na bochecha.  — Mas ele diz isso com todo respeito.

— Sim, claro.  —percebi o sarcasmo em sua voz.  — Onde está o respeito ao chamar alguém de gostosa?

— Não sei, mas a minha autoestima fica lá no topo.  —estalei rapidamente os lábios após passar o batom neles.

— Dezoito anos e eu ainda não sei por que você gosta tanto da cor vermelha.

— Gosto dela.  —fiz um bico para o espelho.  — Acho uma cor forte, chamativa, provocante e até um pouco sexy.

— E eu achava que você iria gostar de um rosa básico.

— Eu gosto, mas nada se compara ao meu vermelho.  —pisquei para ela.

Assim que terminei de me arrumar, eu passei um pouco de perfume e esperei dar a hora de Zayn chegar. Mamãe não torrou mais as minhas paciências e eu fiquei internamente grata por tal feito. Não era costume eu me achar bonita, mas eu gostei de como eu estava vestida e do meu cabelo, pelo menos isso para melhorar o meu dia.

— Só mais coisa; você vai chegar em casa na hora certa? Ou vai fazer igual as outras vezes?  —mamãe colocou a cabeça na porta e perguntou.

— Olha...  —pensei por alguns segundos, como ela tinha dito, eu sempre prometi chegar tal hora e nunca cumpri essa promessa. Certo que eu não iria chegar de madrugada por causa do um jogo, mas...  — Eu ligo quando estiver voltando, ok? Assim ninguém precisa se comprometer com nada.

— Quero te ver em casa hoje.  —advertiu ela.  — Ainda mais sabendo quais os tipos de amigo que você tem.  

— Tudo bem.  —assenti.  — E Zayn é um ótimo amigo, você vai ver.

Quando terminei de falar, a campanhinha soou. Encarei mamãe por um instante com os olhos um pouco esbugalhados. Foi estranho, no momento que eu terminei de falar, Zayn chegou. Agarrei meu celular em cima da cama e dei uma última olhada no espelho. Não levaria bolsa, sem objetos sejam de mão, apenas o celular. Dei um retoque básico no batom e coloquei a embalagem no bolso frontal do meu short. Era só por precaução. Desci as escadas e mamãe desceu atrás de mim, despedi-me dela com um abraço e um beijo no rosto e finalmente eu consegui abrir a porta. Sorri ao vê-lo parado ali. O jeans escuro, camisa de mangas longas pretas, botas e o belo sorriso com a língua entre os dentes no rosto. Covenhamos que, Zayn também era perfeito.

— Olá.  —falei timidamente.

— Hey cat. —ele me abraçou calmamente fazendo meus pés saírem do chão.  — Como vai?  —disse depois que me soltou.

— Tudo numa boa.  —fiquei ao seu lado.  — Mãe, nós já vamos.  —acenei para ela.

— Se divirtam e cuidado.  —ela nos alertou e Zayn assentiu rapidamente.

— Não se preocupe, vou cuidar bem dela.  —Zayn me trouxe para perto de si, através de um puxão na cintura.

— Faça isso por mim.  —ela me encarou.

— Até daqui a pouco.  —joguei um beijo no ar para ela.

Ela me mandou outro e eu saí com Zayn. Vi bem quando ela fechou a porta e me lançou uma piscadela antes. Entrei no carro depois de Zayn e ele deu partida.

— Então cat, quais as novidades?  —ele disse enquanto ligava o som.

— Minhas provas da faculdade terminaram, se é que isso é uma novidade.  —cruzei as pernas.  — Não tenho mais nada de interessante. E você?

— Estamos na mesma.  —Zayn me encarou de relance.  — Mas estou ansioso por esse jogo, teremos algo para animar Louis. O mais legal é a comemoração que vem depois que o time ganha. Você vai ver.

— Como sabe que o time não vai perder?  —brinquei.

— É um risco que vamos correr, mas eu gosto de pensar positivo.  —ele aumentou o volume do som.  — E cat... hoje você vai comigo.

Gargalhei e bati em seu braço. Juro que eu poderia me acostumar com aquele tratamento que Zayn me dava. O jeito que ele falava comigo era tão... encantador.

 

 

O Paetec Park tinha a capacidade de abrigar mais de 17.300 pessoas, mas naquela noite não contava mais de doze mil. Dei uma boa olhada no estádio enquanto Zayn comprava refrigerantes para nós dois. As luzes estavam todas acesas iluminando a torcida e também a grama bem aparada e verdinha.

— Aqui, cat.  —Zayn me entregou a Pepsi com limão.

— Obrigada.  —agradeci ainda olhando para o estádio.  — Ainda temos que fazer uma coisa.  —Zayn circulou minha cintura com um de seus braços.  — Quer vir ou vai ficar aqui?

— O que vamos fazer?  —perguntei curiosa.

— Desejar boa sorte aos jogadores.  —seria falta de educação minha se eu não aceitasse?

— Tudo bem, vamos lá.  —bebi o primeiro gole do refrigerante.

Caminhei até o vestiário junto com Zayn. Deu até certa vergonha de entrar lá. Imagine um lugar com homens supostamente sem camisas e corpos atléticos. Tudo bem, não era tão ruim estar em um lugar assim. Assim que chegamos em frente a porta azul, conseguimos ouvir a conversação lá dentro. Zayn nem precisou pedir permissão para entrar, apenas empurrou a porta e me puxou lá pra dentro. Supus que ele já conhecesse todos e não haveria problemas. Não foi necessário muito esforço para encontrar Louis no meio daqueles caras. Afinal, ele foi o único a me fuzilar com o olhar quando me viu abraçada a Zayn. Fiquei tão encabulada, que apertei o meu copo de Pepsi com força.

Lá estava ele. Parado perto de um armário e conversando com mais dois jogadores. O uniforme preto com branco, chuteira vermelha e o meião também branco. Seus olhos pareciam enxergar a minha alma e era constrangedor encará-lo depois do que aconteceu na terça-feira em sua sala. Suas mãos percorrendo as áreas proibidas e o seu nome saindo em forma de suspiro por minha boca. Retrai-me um pouco, mas Zayn tratou de caminhar até Louis sem me soltar. Minhas pernas tremeram demasiadamente e eu apertei a camisa de Zayn, um pedido mudo para que ele não fosse tão perto ou eu iria cair dura no chão. Tudo o que eu já tinha passado com Louis — desde o dia que eu sem querer derrubei café em sua roupa — voltaram á minha cabeça em um turbilhão de imagens e ao passo que eu caminhava e ele me fitava de cima a baixo, meu coração acelerava. Era como se eu estivesse indo em direção a minha sina. No momento em que ficamos nem próximo a ele, os outros caras saíram e deixaram apenas nós três ali.

— Estamos aqui para desejar boa sorte.  —Zayn disse e me balançou.

— Agradeço por isso.  —ele saiu de perto do armário e passou as mãos pelos cabelos.  — Achei que não viria, Lisy.

— Não perderia essa por nada.  —sorri da canto, mas ele permaneceu sério. 

— Eu já volto, cat.  —Zayn me soltou e foi falar com outro jogador. Foi um sacrifício pra mim, ter que levantar o olhar e encarar Louis, para amenizar um pouco a situação, eu fiquei batendo os dedos no copo azul. Se bem que com aquilo iria ficar visível que eu estava nervosa e sem motivos.

— Você tem noção do que está fazendo com esses pobres homens, vestida nesse shortinho?  —ele escorou uma das mãos no armário ao meu lado.

— Na verdade, não.  —balancei a cabeça sem entender.

— Eles estão quase tendo uma ereção antes do jogo.  —Louis chegou mais perto e eu tive que rir daquele comentário.

Já mencionei como eu odiava a nossa diferença de altura?

— Eles ou você?  —a provocação saiu sem querer, foi em um impulso. Meu rosto esquentou e eu orei para que não estivesse vermelha. Louis soltou um riso nasalado e apertou a ponta do nariz, depois umedeceu os lábios.

Eu estava segura que Louis não iria aprontar nada porque existiam mais de vinte pessoas ali dentro, entretanto não era muito de se confiar. Era com Louis que eu estava lidando e isso já bastava.

— Lisy, Lisy.  —seus dedos foram até o meu rosto, tirando alguns poucos fios de cabelos dali. Eles traçaram o contorno dos meus lábios cobertos pelo batom vermelho.  — Você está brincando com a pessoa errada.

Recusei-me a fitar seus olhos, eu não sabia se conseguiria voltar daquela imensidão azul. Busquei um pouco de coragem lá no fundo do meu ser e dei um passo para trás recendo um olhar confuso dele.

— Boa sorte no jogo, Louis.  —bebi outro gole da Pepsi e dei de costas caminhando até Zayn.  — Será que podemos ir? Estou me sentindo sufocada aqui.  —falei e foi o suficiente para ele me abraçar de lado outra vez e levar para o lado de fora.

Eu sabia que Louis estava me olhando e uma parte de mim, queria que ele olhasse e sentisse ciúmes para depois me provocar e me beijar outra vez. Era perverso pensar assim, mas eu não estava conseguindo evitar.

Quinze minutos depois, os dois times entraram em campo. Graças a Zayn — que conhecia os seguranças e toda a equipe técnica — eu tinha uma bela vista de todo o campo, ao lado de alguns fotógrafos. Harry chegou com mais dois amigos pouco antes dos jogadores tomarem suas posições e o juiz apitar. 

 

— Que droga! Passa essa bola.  —Zayn gritava ao meu lado e eu não estava muito diferente.

Eu nunca fui muito boa para assistir jogos porque eu entrava em total desespero. Gritava, berrava e até xingava. Já estávamos no segundo tempo e o placar marcava 1x1. Tinha como isso ser menos desesperador?

Outro motivo para a minha aflição, era o fato de Louis não desgrudar os olhos de mim. Eu ainda pensei em estar vendo coisas, mas percebi que não era apenas uma miragem quando ele fazia menção de erguer a blusa para enxugar o suor que escorria pelo rosto, deixando seu tronco exposto e tudo isso me encarando como se eu fosse babar — o pior é que eu estava quase babando mesmo.

Mas o que me deixou um pouco irritada e talvez levemente chateada, era que Eleanor também assistia o jogo, só que em um camarote e vez ou outra Louis acenava para ela.

— Porque ela não vem assistir o jogo daqui também?  —perguntei para Zayn, mas os três conseguiram escutar.

— Ela não gosta de se misturar.  —Harry deu de ombros.

— Porque é uma vadia fresca.  —o rapaz ao lado de Harry disse me fazendo rir.

— Niall!  —Zayn o repreendeu também querendo rir.  — Não falamos mal da namorada dos amigos, lembra?

— Louis sabe a minha opinião sobre ela.  —ele piscou para o amigo.  — E além do mais, ela é uma vadia fresca.

— Você só tem cara de anjo, Niall.

— Concordo com Liam.  —Zayn bateu nas costas do suposto Liam.

— Quem é a sua amiga?  —Niall se virou pra mim e sorriu lindamente.

— Pessoal, essa é Lisy.  —ele me empurrou um pouco para a frente.

— Lisy?  —disseram em uníssono. Olhei assustada para Zayn.

— Não se preocupe, eu falei de você para eles.  —Zayn me confortou.

— Ah sim.  —assenti olhando para os quatro.

 

 

Faltavam poucos minutos para o jogo acabar e o placar continuava o mesmo. As minhas unhas já estavam todas roídas em razão do nervosismo. Já tinha perdido a animação e me sentado. Não era provável que alguém conseguisse fazer um gol em três minutos.

Isso era o que eu pensava.

Levantei rapidamente quando vi Louis correr até o gol adversário, cercado por apenas dois jogadores. Os outros vinham logo atrás, prontos para qualquer passe, mas ele continuou a correr. Meu coração estava a ponto de sair pela boca. Fiquei dividindo o olhar entre o jogo, placar e o cronometro. Cruzei as mãos ao ver o último minuto aparecer.

— Vamos lá Louis, você consegue.  —falei baixinho.

E ele conseguiu.

Eram os últimos segundos quando ele chutou e felizmente a bola entrou na rede. Isso resultou um belo tombo, contudo, não foi comparado ao grito da torcida e a vitória. Louis se levantou apressadamente e percorreu o campo para abraçar os companheiros.

— Isso.  —gritei do meu lugar, pulando e levantando as mãos.

Pensei em ir felicitar Louis, mas ao ver Eleanor correndo e pulando em seu pescoço, eu desisti completamente.

Quem sabe depois, Lisy. Uma vozinha gritou dentro da minha cabeça.

 

 

Segundo o meu celular já se passavam das nove horas, Zayn me obrigou a ir com ele para a comemoração mesmo eu dizendo que não queria ir. Por isso, nós tínhamos que esperar os jogadores tomar um ''banho'' e se trocarem. Resolvi ir buscar outra Pepsi durante esse tempo. Eu almejava ir para casa, não queria festas naquela noite.

— Também vou querer uma Pepsi, por favor.  —nem precisei me virar para saber quem estava ao meu lado.

— O que você quer agora?  —perguntei sem encará-la.

— Não. O que você quer? O que você quer com o meu namorado?  —seu tom de voz mudou de irritante para estridente.

— Eu não quero nada com o seu namorado, Eleanor.  —me virei.  — Já disse isso antes.

— Porque ele ficou te olhando o jogo todo?  —ela me apontou o dedo. Então não era coisa da minha cabeça?

— Você só pode estar ficando louca.  —balancei a cabeça sem querer acreditar.

— Escuta, eu não quero tomar seu tempo e nem gastar o meu, então serei breve...  —ela fez uma pausa.  — Fique longe de Louis, será melhor assim.

— Era só isso?  —franzi o cenho.

— Sim. 

— Ótimo, adeus.  —acenei com a mão e passei por ela.

Não esperei o meu refrigerante, depois daquela eu perdi até a vontade de beber alguma coisa. Caminhei de volta para o corredor que dava para o campo, Zayn estava me esperando lá. Subi os poucos degraus e para a minha surpresa só quem estava lá era Louis, lançando a bola repetidas vezes na rede.

— Achei que estivesse indo para a 'comemoração'.  —falei me aproximando dele.

— Não estou com pique para isso.  —ele chutou mais uma vez e deu alguns passos até estar de frente para mim.  — Achei que já tinha ido embora.

— Ainda não. Zayn quer que eu vá com ele, então...  —escondi as mãos nos bolsos traseiro do short.  — Vai ficar feliz se souber que sentiram sua falta no orfanato hoje?

— Sério? 

— Sim. Florence ficou triste por você não ter ido. 

— Ela ou você?  —não era certo usar a minha pergunta contra mim.

— Não se ache tanto, Tomlinson.  —sorri.  — Eu só queria desejar parabéns pelo jogo. Você foi muito bem.

— Não foi nada.  —ele gesticulou rapidamente com as mãos.

Tomando liberdade, eu me aproximei mais um pouco e a maior timidez do mundo, eu o abracei erguendo os pés para enlaçar seu pescoço. Quando eu achei que Louis fosse me empurrar, ele me apertou ainda mais forte contra seu corpo.

— Lisy, eu estou todo suado.  —ele riu contra o meu pescoço.

— Isso não importa.  —encostei minha cabeça em seu ombro.  — Você joga muito bem.

— Obrigado.  —era tão diferente ouvir Louis me agradecendo, ele não fazia bem o tipo que ficava grato por algo que eu dissesse ou falasse.

Eu não soube mais o que falar, apenas fiquei ali, abraçada a ele. Os braços de Louis eram quentes e me emanavam proteção e calor. Tão caloroso que eu poderia ficar colada a ele por horas seguidas.

— Parabéns.  —depositei um beijo em sua bochecha e me afastei sem querer.

Louis assentiu e eu fui me afastando cada vez mais sem desgrudar os olhos dos seus. Agindo daquela forma, parecia até que nós nunca tivemos nada. Eu não sei se um beijo ou um toque contava como algo mais, porém era significante. Senti vontade de voltar lá e abraça-lo novamente, mas eu me contive e fui a procura de Zayn.

 

 

A tal comemoração que Zayn havia falado era em uma boate fechada exclusivamente para os jogadores e os amigos mais chegados. A música não estava escandalosamente alta, o que importava mesmo era a bebida. Enquanto Louis estava sentado em uma mesa com sua namorada e outras pessoas, eu estava próxima ao balcão com Zayn. Não queria ficar lá com eles e ouvir aquela melação toda.

— Vai beber alguma coisa, cat?  —Zayn me perguntou.

— Ah, não. Estou bem assim.  —coloquei meu cabelo todo para trás.  — Só não quero que você beba muito, lembre-se que está dirigindo.

— Como quiser.  —ele riu e deu uma olhada para a mesa onde estava Louis. Zayn virou a bebida em seu copo de uma só vez na boca e bateu-o contra o balcão. Ficamos em silêncio por algum tempo até eu perceber que ele me olhava de mais.

— O que foi?  —dei um tapa em seu braço.

Cat... Louis provavelmente vai me matar pelo o que eu vou fazer agora, mas eu não estou nem aí. 

— Fazer o que?  —gargalhei.

Zayn não falou. Ele fez.

Suas mãos me puxaram pela cintura e me prensaram contra o balcão. Parei de rir no instante em que ele se curvou e selou nossos lábios. A parte racional do meu corpo foi embora e tudo o que eu fiz foi fechar os olhos e apoiar as mãos em seu peito forte.

Eu não sabia dizer se a carência teve a ver com aquilo, mas... caramba! Era Zayn Malik. Não era questão de ser certo ou errado.

Sua boca tinha gosto de puro álcool, mas ainda sim ele conseguia ser deliciosamente bom. Dizer que aquele beijo não era aprazível, seria mentira. Zayn me pressionou um pouco mais com a ajuda do seu corpo e continuou com as mãos em minha cintura. Desconheci o motivo que o levou a fazer aquilo, mas eu gostei. E o que mais eu poderia fazer? Infelizmente, o meu corpo não era feito de pedra e querendo ou não, eu sentia.

Separamos-nos por falta de ar, mas eu ainda permanecia atônita. Sem ter o entendimento se aquilo foi um sonho ou se de fato, sucedeu-se.

— Parabéns aos amigos.  —uma voz chamou nossa atenção. Viramos ao mesmo tempo, encontrando Louis com um copo na mão.  — Temos um novo casal aqui, pessoal.  —ele gritou bebendo um gole da cerveja.

— Louis... não há nenhum casal aqui.  —Zayn tentou pegar o copo da mão dele.

— Como não, meu camarada Zayn? E esse beijo o que foi?  —sua expressão de brincadeira, deu lugar a uma séria e irada.

— Você viu?  —Zayn perguntou com um sorriso nos lábios.

— Se eu vi? Nova York toda viu.  —ironizou ele.  — Porque não me disseram antes? Eu teria dado uma festa para comemorar.

— Louis, você 'tá entendendo tudo errado.  —falei calma.

— Estou? Então me diz o que é certo.  —ele segurou fortemente em meu braço e colocou seu rosto bem próximo ao seu.  — Me diz Lisy, o que eu estou entendendo errado? Me diz.  —Louis me balançou pelo braço e eu tremi de medo.

— M-me solta.  —pedi apavorada.  — Você está me machucando, Louis. Me solta.

Nesse ponto, a música já tinha cessado e todos os presentes pararam para prestar atenção na nossa discussão.

— Me solta.  —pedi mais uma vez.

— Vocês dois são namorados agora?  —ele disse amargurado.

— Eu não devo satisfações da minha vida á você, Louis.  —tentei me soltar.  — Você não é nada meu.

— Já disse que eu odeio quando levantam a voz pra mim.  —ele aumentou a força em meu braço e eu gemi de dor.

— E o que você vai fazer? Me bater?  —falei em tom superior.

— Vontade não falta.  —Louis me balançou outra vez.

— Então bate. Mas bate pra me deixar em coma, porque se eu levantar é você que vai para o hospital.

— Louis, o que você 'tá fazendo?  —era Eleanor.  — Porque se importa com ela?

— Não me importo com ela.  —ele negou.  — Só estou desejando boas novas ao casalzinho.

— Louis larga ela.  —Zayn interviu.  — Você é o errado dessa história toda.

— É mesmo, Malik? Diga-me o por quê?  —Louis fingiu-se de interessado. Fiquei um pouco de lado e os dois se encararam bravamente. 

— Você é um otário, Tomlinson.  —descobri que quando eles se chamam pelo sobrenome não vem coisa boa pelo caminho.  — Não sabe dar valor para as coisas que tem. Você age como se estivesse sempre certo em tudo, quer que as pessoas se aproximem de você, mas você fica de braços cruzados e não corre atrás, acha que mundo gira ao seu redor. Porra cara, não é assim. Abre os seus olhos e para de ser um idiota ou você vai perder as pessoas que ama.

Louis ficou calado. Ele me empurrou para perto de Zayn e pegou o copo que lhe havia sido tomado.

— Vocês dois se merecem.  —deu de costas.

Aquele era o mesmo Louis que eu tinha abraçado instantes atrás?

 

 

— Lisy, me desculpa. Eu não pensei que aquilo fosse acontecer.  —Zayn me guiava até o carro.

— Não me peça desculpas, Zayn.  —massageei o meu braço ainda dolorido.  — Você não fez nada e além do mais, não temos nenhuma obrigação com Louis.

— Você está certa.  —ele abriu a porta pra mim e rapidamente eu me acomodei no banco.

— As vezes eu queria saber o porque ele se incomoda tanto com a gente.  —observei as minhas mãos.  — Também queria saber o porque ele me odeia assim. Eu já fiz algo que ele não tenha gostado? Se for, eu posso pedir desculpas.

— Não, Lisy.  —ele segurou em minhas mãos.  — Louis é só mais um trouxa em meio a muitos por aí. Você não fez nada, eu sei disso.

— Zayn... eu acho que te amo.  —sorri largamente.

— Eu também amo você, cat.  —ele depositou um beijo em minha testa e em seguida deu partida no carro.   — Eu sei que já te fiz pedidos demais por hoje, mas eu tenho mais um.

— Pode falar.

— Dormi comigo essa noite?  —ele perguntou e instantaneamente eu arregalei os olhos.  — Não dormir de fazer coisas... dormir de dormir normal. Cat, você me entendeu.  —ele riu envergonhado.

— Não vai ser um incomodo? 

— Você sabe que não.  —ele acelerou.

— Eu vou, mas tem uma condição.  —levantei o dedo para indicar o um.  — Vai ter que preparar algo, porque eu estou morrendo de fome.

— Pizza serve?  —sugeriu.

— Sem dúvidas.  —abaixei a manga da minha blusa e escorei a cabeça no banco macio.

Sem Zayn naquela noite, eu não sei o que seria de mim. Ele tinha a capacidade de me fazer rir e esquecer-se das coisas rapidamente.

Seria demais pedir uma paixão como Zayn?

 

 

Zayn morava em um apartamento, um belo e aconchegante apartamento. Com uma vista incrível de toda a cidade. Pouco mais de onze horas, nossa pizza de calabresa e nós sentamos no chão da sala para comer. Nenhum de nós tocou no assunto sobre o beijo e eu achei melhor assim. Já passei muito constrangimento em um dia só. Conversamos por um bom tempo sobre coisas diversas e quando fomos perceber já se passava da uma hora. Ajudei Zayn a lavar a pouca louça que tínhamos sujado e depois ele me mostrou o quarto que eu iria dormir.

— Eu não tenho roupa feminina aqui, mas acho que isso vai servir.  —ele me entregou uma camiseta do Manchester United. Sorri ao imaginar o tamanho que a blusa ficaria em mim.

— Obrigada Zayn.  —agradeci colocando a camiseta em frente ao meu corpo.

— Não tem o que agradecer, cat.  —ele deu meia volta para sair do quarto.  — Tenha uma boa noite.

— Você também.  —respondi antes dele bater a porta.

Suspirei e tratei de tirar logo a minha roupa colocar a confortável. Minhas pálpebras já estavam pesando, mas antes de dormir eu precisava ligar para mamãe e avisar o meu paradeiro. Disquei o numero no celular e liguei.

Lisy? Você já está vindo pra casa?  —sua voz era de quem foi acordada.

— Não mãe.  —sorri sozinha.  — Eu vou dormir na casa de Zayn hoje.

O que? Lisy, você disse que estaria em casa hoje. 

— Eu sei mãe, mas aconteceram algumas coisinhas.  —tentei explicar.

O que aconteceu? Lisy, não me diga que...

— Não mãe. Não é nada disso.  —interrompi-a antes que ela pensasse outra coisa.  — Porém não é nada tão grave, pela manhã eu estarei em casa. Prometo.

Lisy, nós teremos uma conversa séria quando chegar.  —ninguém merece receber um sermão àquelas horas da madrugada.  — Vocês estão em quartos separados?

— Tudo bem, iremos conversar.  —concordei.  — E sim, estamos em quartos separados. Mãe, eu vou desligar. O sono já está batendo a minha porta.

Eu realmente espero que seja o sono quem está batendo na sua porta.

— Mãe...  —tive que rir.  — Boa noite, eu te amo.

Também te amo. Boa noite.

Desliguei o aparelho e o joguei ao meu lado na cama. Deitei-me e puxei o cobertor para me cobrir. Deixei as cortinas da janela abertas só para observar o claro da lua. Senti uma lágrima boba cair enquanto eu fazia aquilo, mas não iria chorar. Não iria ser uma fraca.

Louis não merece as minhas lágrimas. Ele e nenhum outro homem.  

 

 

Acordei com um brilho intenso em meu rosto, o contato com a claridade foi tão repentino que eu afundei-me no travesseiro. Vendo que não tinha solução, eu me sentei e passei a mão por minha testa. Procurei meu celular para ver as horas e dei um salto quando vi 11h10 na tela. Eu precisava ir embora, tinha dormido mais do que devia. Saí do quarto em busca de Zayn e o encontrei preparando algo na cozinha e incrivelmente estava um cheiro delicioso.

— Bom dia.  —falei enquanto ele ainda estava de costas, o pequeno detalhe era que ele estava sem camisa e isso me deixou sem graça.

— Bom dia, Lisy.  —ele se virou com um sorriso nos lábios.  — Dormiu bem?

— Bem mais do que isso.  —encostei-me na parede.  — Zayn, eu tenho que ir embora.

— Não vou deixar você sair daqui com o estomago vazio.  —ele colocou uma tigela cheia de morangos em cima da mesa. Perguntei-me o que aquilo tinha a ver com panquecas.  — Sente-se aí e depois eu te levo pra casa.

— Tudo bem.  —aceitei porque eu estava com fome e eu não soube dizer não a ele.

Peguei um morango e puxei uma cadeira para me sentar. Assim que terminei de ingerir o primeiro, a campanhinha soou e eu olhei para Zayn.

— Pode atender pra mim, cat?  —ele pediu normalmente.

— Claro.  —mesmo estando vestida com uma camiseta de time eu iria fazer aquele favor.

Caminhei até a porta e com a pressa, eu nem sequer usei o olho mágico antes. Puxei a maçaneta e juro que me arrependi por ter atendido ao pedido de Zayn. Meu corpo quase caiu para trás ao ver a figura parada e me encarando por inteira.

— Hm' é...  —ele tentou falar, mas parou antes de conseguir.

— Algum problema, Lisy?  —Zayn se pôs atrás de mim e olhou para a pessoa do lado de fora.  — Ah... Louis. Em que posso ajudar?

— Já ajudou demais.  —Louis me metralhou com o olhar.

Revirei os olhos e bati no peito de Zayn como se fosse pra ele cuidar daquilo, porque eu estava fora. Dei as costas para os dois e voltei para a cozinha, puxei a tigela de morangos e me sentei na cadeira. Eu estava com raiva de Louis e naquele momento eu queria muito que ele estivesse pensando o errado quando me viu com uma peça de Zayn e Zayn sem camisa. Não queria ouvir sua voz e muito menos dirigir a palavra á ele.

Louis passou alguns segundos conversando com Zayn na sacada e eu continuei a comer alguns morangos, depois de mais alguns minutos eles voltaram. Mas sobre o que aqueles caras tanto falavam?

Cat, eu vou colocar outra roupa e depois podemos ir.  —Zayn disse.

— Como quiser.  —assenti.

Ele saiu e infelizmente Louis sentou-se de frente para mim.

— Lisy, eu quero pedir desculpas.  —me surpreendi quando ele começou a falar. Fiquei calada esperando que continuasse e levei mais um morango até a boca.  — Eu não sei por que agi daquela força. Foi tolice. E acima de tudo, eu nunca bateria em uma garota.

— Engraçado, porque eu bateria em você.  —sorri, mas eu estava falando a verdade. 

— Ainda assim, eu não levantaria a mão para te impedir.  —ele mordeu os lábios.  — Eu fui um completo idiota.

— Foi mesmo.  —concordei largando o resto de um morango. 

— Será que você pode me perdoar?  —Louis Tomlinson me pedindo perdão? Ok, cadê as câmeras? Só podia ser alguma pegadinha.

— Eu perdoo, mas vai me prometer que não vai mais fazer caso comigo e Zayn.

— Eu prometo.  —disse depois de um tempo.  — Mas vai ter que me deixar te levar até em casa.

— Isso faz diferença?  —perguntei.

— Não. Mas é uma forma de mostrar como estou triste.  —se Louis não fosse tão sarcástico, eu poderia crer que aquilo era verdade.

— Eu vou trocar de roupa.  —levantei-me.

Foi preciso menos de cinco minutos para que eu tirasse a blusa de Zayn e colocasse as minhas. Confiar em Louis seria uma boa ideia? Fiquei me perguntando isso durante o tempo que fiquei sozinha no quarto. Não querer incomodar Zayn era a única desculpa que eu tinha em mente, mas será que ele ficaria chateado comigo? Provavelmente, não.

Peguei as minhas coisas e suspirei pesadamente antes de abrir a porta e sair.

— Podemos ir?  —Louis perguntou impaciente.

— Tenho que me despedir de Zayn primeiro.

— Eu já falei com ele, Lisy.

— É verdade.  —Zayn apareceu na porta da cozinha com uma latinha de energético nas mãos.

— Não teremos problemas, ?  —olhei para os dois. Eles assentiram e eu sorri aliviada.  — Legal, então...  —fui até Zayn e lhe abracei, depois dei um beijo em sua bochecha.  — Obrigada por tudo.

— Não foi nada, cat.  —ele beijou-me de volta.  — Até amanhã.

— Até.  —o soltei e olhei para Louis.  — Será que você pode correr? Estou com um pouco de pressa para chegar em casa.

— Ok.  —Louis balançou as chaves do carro.  — Vamos.

Saí em sua frente e caminhei rapidamente até o elevador. Apertei o botão várias vezes seguidas e fiquei feliz quando as portas se abriram. Entrei logo e apertei o botão para o térreo. Ouvi um grito raivoso de Louis e dei risada. Era certo que ele falaria um monte de merda, mas valeu a pena.

Alguns minutos se passaram até Louis aparecer na recepção e com uma cara nada boa.

— E você ainda quer que eu não te odeie. 

— Foi sem querer, eu juro.  —me defendi.

— Vou jogar o carro em cima de você e dizer que foi sem querer. 

— Olha, vamos logo?  —mudei de assunto.  — Deixe para ficar bravinho depois.

— Você vai se arrepender. E muito, Lisy.  —ameaçou ele.

Será que eu deveria ter medo daquelas palavras?

 

 

— Obrigada Louis.  —agradeci assim que o carro parou em frente a minha casa.

— Não tem de que.  —ele destravou a porta para que eu saísse.  — E me desculpe mais uma vez.

— ‘Tá tudo bem.  —sorri e bati em seu braço.  — Até mais, Louis.

Saí do carro e aumentei os passos para entrar logo em casa. O carro de mamãe não estava na garagem, ela devia ter saído. Tirei a minha blusa ficando apenas com a camiseta.

— Micaela?  —gritei, mas não obtive respostas. Ótimo, sozinha em casa.

A campanhinha soou e mesmo estranhando, eu fui atender.

— Louis?  —falei assim que o vi.  — O que foi?

— Não está tudo bem, Lisy.  —ele me empurrou e bateu a porta com força.  — Nunca esteve tudo bem.  

— Do que ' 'tá falando?  —fui recuando para trás.  — Louis, você está me assustando.

— Como você teve coragem de fazer isso comigo, Lisy? 

— Fazer o que? Como assim?  —percebi que nós já estávamos na cozinha e meu corpo bateu na mesa.  — Sai da minha casa agora.  —pedi séria.

— Você beijou o meu melhor amigo, Lisy. Na minha frente. Caralho Lisy, você dormiu na casa dele.  —seus dedos acariciaram a minha bochecha.  — Mesmo sabendo que é minha.

— Eu não sou sua.  —falei nervosa.  — Não sou sua propriedade, e você não pode interferir no que eu faço ou deixo de fazer.

— Está enganada, Lisy.  —ele riu e se aproximou do meu pescoço.

Droga! Aquilo era jogo baixo.

— Você é minha.  —afirmou com convicção.  — Todinha minha.  —sua língua começou a trabalhar, lambendo toda aquela extensão. Encolhi-me em seus braços.

— Vai embora.  —minhas pernas começaram a bambear, ainda mais quando suas mãos seguraram em minhas coxas e me obrigaram a sentar em cima da mesa. Louis se posicionou entre elas e me encarou.

— Diga-me Lisy...  —ele ameaçou me beijar.  — Ele te beija como eu te beijo?  —outra ameaça.  — Ele te toca como eu te toco?  —Louis sempre parava quando seus lábios estavam a milésimos de distancia dos meus, comecei a entrar em desespero.  — Ele te deixa louca como eu a deixo?

Louis mordeu meu pescoço com força e depois chupou a pele. Gemi involuntariamente e me amaldiçoei por isso.

— Vamos Lisy, me responda.  —ele mordeu meu lábio inferior.  — Estou esperando.  —suas mãos apertaram minhas coxas com força e me trouxeram mais para a ponta da mesa.

— Louis...  —merda! Eu estava ansiando por um beijo.

— Vai ter que me implorar por um beijo, Lisy.  —suas mãos subiram por minhas costas e puxaram meu cabelo.  — Do mesmo jeito que vai implorar para que eu foda você.

Meu ar foi todo embora com aqueles dizeres. Minha respiração quase não era expirada e meu peito subia e descia com uma dificuldade imensa.

— Eu pedi para que não me provocasse, Lisy.  —Louis me empurrou para trás e fiquei deitada sobre a mesa.  — Mas você tem mesmo problema de audição, pois nunca me escuta.  —fingiu estar decepcionado.

Arfei quando ele se debruçou sobre e começou a subir a minha camiseta. Seus lábios tocavam a pele exposta e isso fazia todo o meu corpo pulsar.

— Oh!  —gemi arqueando o corpo quando ele beijou o interior das minhas coxas.

— Você vai dizer que é minha, Lisy...  —ele me puxou pela camiseta.  — Enquanto geme bem alto pra mim.

Seus lábios tomaram os meus em uma completa selvageria. Agarrei seu pescoço e com a outra mão, arranhei suas costas cobertas pela blusa branca. Como eu odiava não resistir a Louis, como eu odiava o meu corpo não obedecer as minhas ordens e me deixar totalmente a mercê dele. Eu odiava tudo em Louis. Porque tudo nele e me atraía e não eram assim que as coisas deveriam ser.

Louis desgrudou seus lábios dos meus e eu deitei novamente sob a mesa. Seus olhos percorreram o meu corpo e as pontas de seus dedos chegaram ao cós do meu short. Seu sorriso estava tão perverso que me causou um calafrio na espinha. Quando eu pensei que ele fosse desistir como das outras vezes, ele apenas se curvou e beijou minha barriga, lançando uma simples pergunta:

— Você me quer, Lisy?

Continua...


Notas Finais


(1) http://www.polyvore.com/lisy_monroe/set?id=111292153
(2) http://data3.whicdn.com/images/98129318/large.jpg
Qualquer coisa falem comigo: http://ask.fm/NatyMooreira
Me sigam no twitter e eu sigo todos de volta por lá *-* https://twitter.com/twdirecti0n
Espero que tenham gostado e até o próximo, anjos <3


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