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História My Boss - Situações Desconfortáveis.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá amores como estão? Quero agradecer por todos os comentários, favoritos e bem-vindas todas as leitoras novas. Peço desculpas pela demora, mas como estava em semana de provas, eu não conseguia escrever nada. Agora que terminou prometo voltar a postar normalmente. Fico muito feliz que estejam gostando da fic e eu espero que gostem do capítulo. Uma ótima leitura a todos.

Capítulo 4 - Situações Desconfortáveis.


Capítulo 04 – Situações Desconfortáveis.

 

Já era a quinta vez que eu passava a mão pelo rabo de cavalo em meu cabelo, a tarefa pedida por Louis estava pronta, mas mesmo assim eu permanecia nervosa. O meu medo era que ele encontrasse algum erro ou me despedisse depois que tivesse o documento em mãos. Isso poderia acontecer porque eu só não fui demitida na sexta, porque ele ainda precisava de mim, e já que agora ele teria o Balancete, não teria motivos para me deixar na empresa. Segurei a pasta transparente com as duas mãos e a levantei até cobrir o meu nariz enquanto caminhava até a sala de Louis. Eu mal via a hora de entregar aquilo a ele, eu iria finalmente relaxar. Suspirei e subi as mangas da minha blusa (1) até os cotovelos. Dei graças quando me vi em frente a sua porta, dei três batidas e logo obtive sua resposta.

- Entre.  –sua voz era baixa.

- Bom dia.  –falei tentando parecer simpática, Louis apenas gesticulou com a cabeça.

- Sente-se, por favor.   –ele pediu gentilmente.

- Olha, eu não vou demorar, então não...  –antes que eu terminasse de falar, ele me cortou rudemente.

- Estou pedindo para se sentar, senhorita Lisy.

- Ok.  –resolvi obedecer e me sentei de frente para ele e com a pasta em meu colo.  – Em que posso ajudar?

- Tenho uma reunião amanhã com dois empresários muito importantes.  –fiquei tentando entender aonde ele queria chegar.  – E eu quero que você vá comigo.

- Como?  -perguntei incrédula.

- Estou começando mesmo a achar que você tem problemas auditivos.

- Não é isso, Louis. É que... Eu não sei se sou a mais apta para te acompanhar.  –expliquei mordendo os lábios.

- Eu sei disso.  –revirou os olhos.

- Então porque me escolheu? 

- Porque se, eu chamasse Valery, eu teria que ficar a ouvindo reclamar sobre estar acima do peso e como o cabelo está ressecado. Ela fez isso da ultima vez que, a convidei para ir a uma convenção comigo.

- Está me usando como segunda opção?  -franzi o cenho.  – Existem muitas outras pessoas nesta empresa.

- Não estou te usando, Lisy. Apenas quero alguém que... Seja menos burro. 

- Oh.  –falei como se tomasse aquilo como um elogio. Será que existia no mundo, alguém mais sarcástico do que Louis?

- Sim ou não?  -ele apoiou os braços na mesa e me encarou.

- Tá. Tudo bem.  –respondi.  – Posso ao menos saber do se trata essa reunião?

Louis coçou o queixo e se levantou circulando a mesa. Ele puxou a cadeira que havia ao meu lado e se sentou virado para mim. Pisquei algumas vezes, um pouco nervosa com aquela aproximação toda.

- Esses caras querem investir um bom capital nesta empresa e eu quero ouvir a proposta deles.  –ele disse sem quebrar o contato visual.

- Entendo.  –assenti.  – Antes que eu esqueça, aqui está o Balancete que você pediu.  –entreguei a pasta para ele.

- Vejo que fez bem o seu trabalho.  –ele folheava os papeis.

- Obrigada.  –agradeci contendo um sorriso.

- Vou passar isso a Zayn e depois vou ver o que posso fazer por você.

Eu realmente não sabia o que falar, estava feliz por ele ter gostado.

- Já que terminamos, eu vou indo. Ainda tenho algumas notas fiscais para preencher.  –apontei para a porta.

- Eu não disse que tínhamos terminado.  –ele levantou a cabeça.   – Tenho mais uma coisa para dizer.

- O que é?  -novamente alisei o meu rabo de cavalo.

- Vou estar trajando um terno preto, então não vá me aparecer aqui vestida de vermelho.  –alertou-me.

- Nada de vermelho, entendi.  –sorri minimamente.

- Assim espero.  –ele fechou a posta e colocou em cima da mesa.  – E antes de ir, quero você aqui as seis amanhã.

- Tem mais alguma coisa que eu precise saber?  -podia até premeditar sua resposta.

Louis descansou o corpo do encosto da cadeira e ficou me observando em silencio. Chegava até ser incomodo ficar sendo detalhada por aqueles olhos azuis. Para piorar tudo, a calça que ele vestia (2) ficava bem justa em suas pernas. Argh, eu não devia estar olhando para aquele local. Parecia ser tão sujo e safado da minha parte. Quase três dias atrás eu estava na mesma situação. Babando no corpo do meu chefe. Da outra vez, foi o peito tatuado e agora as pernas e as coxas. Balancei a cabeça de um lado para o outro reprimindo os pensamentos indevidos. Foquei-me em seus olhos, aquele era o único lugar confiável para se olhar.

- Não. Você pode ir agora.  –ele disse calmo, porém autoritário.

- Até amanhã então.  –rapidamente levantei-me e corri até a porta.

- Lisy... –ouvi-o me chamar.  – Eu detesto atrasos, sugiro que não ultrapasse um minuto a mais ou a menos.

- Não se preocupe, estarei aqui as seis horas.  –afirmei e fechei a porta.  – Ah graças a Deus.

Murmurei baixinho e suspirei aliviada quando sai de sua sala. Caminhei até o elevador e entrei nele apertando para o segundo andar. Esfreguei minhas mãos uma na outra a fim de esquentar e acabar com o gelo que elas estavam, quando eu havia começado a ficar nervosa? Assim que o elevador parou, eu vi Matt próximo ao bebedouro, ele me deu um sorriso alegre.

- E ai, como foi?  -ele perguntou logo.

- Se quer saber sobre o Balancete, ele está entregue.  –suspirei aliviada.  – Mas Louis me pediu outra coisa.

- Não me diga que ele te ofereceu dinheiro para ir pra cama com ele?  -Matt arregalou os olhos e colocou a mão sob o peito como se fingisse estar pasmo.

- O que? Não, não é isso. De onde tirou essa ideia? 

- Sei lá, você disse que ele te pediu outras e isso foi a primeira coisa que me veio a cabeça.  –deu de ombros.

- Não tem nada a ver com isso, está bem?  -levantei as mãos e fiz um gesto para ele não pensar coisa errada.  – Ele quer que eu o acompanhe em uma reunião amanhã.

- Sério? Ele nunca convidou nenhuma outra mulher para ir com ele nessas reuniões idiotas, a não ser, Valery.  –fez cara de nojo. 

- Acha que eu devo me sentir prestigiada?  -ironizei.  – Matt, você tem que me ajudar.

- No que for preciso, gata.  –ele passou sua mão pelo meu cotovelo e me levou para a nossa mesa.

- Eu não sei o que vestir e ele ainda disse pra eu estar de preto.

- Porque não usa uma saia? É chique e muito sexy.  –sugeriu ele.

- Pode ser, irei ver depois.  –respondi abrindo o notebook.  – Eu ainda não sei por que ele fez isso comigo, dá pra ver de longe que Louis me odeia. Com certeza ele adora me irritar.

- Eu posso te entender, também não gosto dele.

- Quem sabe daqui uns anos nós possamos mudar de opinião?  -falei e nos entreolhamos sérios.

- Não.  –dissemos em uníssono e gargalhamos em seguida.


Era horário de almoço, naquele dia eu tinha escolhido comer apenas a sobremesa: Pudim e sorvete. Enquanto comia eu mexia no celular, especificamente no facebook. Nunca gostei muito de redes sociais, e facebook era a que menos me agradava. Em minha opinião Twitter era bem melhor.

- Qual é a graça do facebook?  

- Também me faço a mesma pergunta.  –Matt concordou.  – Eu só tenho um por causa da empresa e pra falar com o grupo de estudos da faculdade.

- Nem para isso eu uso o meu, é tipo... Inútil.  –bloqueei o celular e guardei-o na bolsa.  

- Essa comida parece a mesma de três dias atrás, aposto como só requentaram e colocaram para a gente se servir.

- Que bom que eu não me deu fome hoje.  –levei outra colher de sorvete até a boca. 

- Acho que vou pular direto para a sobremesa.  –sua expressão de ânsia de vomito foi muito engraçada, se não fosse Matt ali dentro eu não sei como iria sobreviver.  – Já volto.

Ele saiu segurando o prato na mão e foi até o balcão de comidas. Era estranho ficar sentada sozinha, qualquer lado que eu olhasse tinha alguém e o único ponto que achei foi o painel com nome de diversos pratos letrados de amarelo e branco. Bati as unhas na mesa e cantarolei uma musica mentalmente.

- Olá.  –uma voz me fez desviar o olhar do painel.  – Posso me sentar?  -apontou a cadeira.

- Fique a vontade.  –falei quase gaguejando.

- Hm’ sou Zayn Malik, contador da empresa.  –ele suspendeu a mão para mim.

- Lisy Monroe, futura contadora.  –cumprimentei-o e soltei sua mão.

- Já sei que você tem bom gosto.  –ele sorriu e eu fiquei super sem graça.

Eu estava de frente para um contador de verdade, era quase uma dádiva pra mim. Zayn estava com uma blusa social branca e calça preta, também social. O cabelo bem penteado e o que eu notei bem, um belo sorriso.

- Deve estar se perguntando, o que eu estou fazendo aqui. 

- Na verdade, sim.  –cruzei os braços e as pernas por baixo da mesa.

- Você é a responsável por isso?  -deslizou para mim a mesma pasta branca que eu tinha entregado a Louis.

- Eu mesma.  –merda, com certeza ele tinha achado algo errado.  – Ficou tão ruim assim?  -olhei para ele aflita.

- Não, pelo contrário. Está perfeito. Parece que foi feito por um contador profissional. Meus parabéns.

- Muito obrigada. Por um segundo achei que você iria apontar algum defeito.  –falei com um largo sorriso.

- Eu não sou assim. Se achasse algum erro, eu só não aceitaria mais nada seu.

- Talvez por um lado, isso seja até bom.

- Também acho.  –passou as mãos pelo pescoço.  – A propósito, você é a garota que derrubou café no Louis?

- Ah s-sim, mas eu j-juro que foi sem querer.  –tinha voltado a gaguejar.

- Te dou cem dólares se fizer isso de novo.  –tive que rir junto com ele.  – Você tinha que ver a cara de bravo dele, ele quase soltou fumaça pelo nariz.

- Eu pedi mil desculpas, mas fiquei com dó.

- Você é a primeira que tem dó dele. Por acaso você é desse mundo?  -ele pegou a pasta de volta.  – Bem Lisy, espero que possamos conversar novamente. Você é das minhas e é inteligente. A gente se vê.

- Tudo bem.  –acenei com a mão quando ele já caminhava em direção a saída.

- Para tudo.  –Matt quase gritou.  – O que foi isso?

- Ele veio falar comigo sobre o balancete, e, adivinha... Ele me elogiou.

- Garota isso tudo é porque você é realmente boa no que faz ou apenas sorte de principiante?  -ele piscou e me empurrou levemente.

- Um pouquinho dos dois. 

Se antes eu estava feliz pelo o que Louis tinha me dito, com as palavras de Zayn eu tinha quase pulado de alegria. A sensação de alguém reconhecer seu trabalho é magnífica, principalmente se esse alguém for um contador.

[...]

- Cheguei.  –pronunciei assim que passei pela porta de casa. 

Coloquei a chave em cima da estante lotada de fotos e tirei o meu casaco. Um cheiro de bolo vinha da cozinha, com toda certeza mamãe estava lá.

- Querida.  –mamãe limpou as mãos em um pano de prato e veio me abraçar.  – Como foi no trabalho hoje?

- Dessas quase duas semanas, hoje foi o melhor dia.  –peguei um copo no armário e enchi com água.  – Meu chefe e o seu contador, me elogiaram. Estou muito feliz com isso.

- E eu estou feliz por você.  –ela arrumou o coque nos cabelos e voltou a mexer na batedeira.  

- Eu vou tomar um banho agora, ainda faltam uma hora e alguns minutos para a faculdade, e eu vou aproveitar eles para escolher uma roupa.

- Escolher uma roupa? Para que?  -mamãe girou a cabeça e me encarou.

- Louis pediu para que fosse com ele amanhã em uma reunião, e eu não posso ir mal vestida.  –coloquei o copo vazio na pia.

- E você aceitou?

- Sim, oras. Não podia negar, ele é meu chefe. 

- Ele teria que aceitar caso você dissesse não.

- Eu sei, mas agora já era. Deixa-me começar isso logo.  –fui para o meu quarto e fechei a porta.

Joguei bolsa, casaco e o resto das minhas roupas em cima da cama e desamarrei meu cabelo. Peguei uma toalha limpa do guarda-roupa e fui para o banheiro. Girei o registro e felizmente a água já estava quente, lavei meus cabelos, pelo menos eles estariam limpos no dia seguinte. Terminei depois de vinte minutos, coloquei uma calça jeans, camiseta preta e all star, meus cabelos secariam sozinhos.

Abri todas as portas do meu guarda-roupa e me afastei um pouco para achar uma peça que me agradasse e o mais importante: Fosse preta. Bufei irritada quando não consegui achar nenhuma opção. No momento, eu só tinha uma pessoa a quem recorrer e mesmo não querendo eu teria que falar com ela. Caminhei até o quarto de Micaela. A porta estava escancarada e ela estava deitada na cama com os fones nos ouvidos. Fala sério, porque ela não fazia aquilo nos sábados?

- Micaela...  –chamei uma, duas, três e na quarta vez eu fui obrigada a puxar violentamente os fones dela.

- Ai. O que você ‘tá fazendo sua louca?  -ela estava com raiva. Excelente.

- Eu preciso da sua ajuda.  –quase supliquei para que ela não me expulsasse dali.

- Com o que?

- Roupas.

Vi seus olhinhos brilharem e antes que eu percebesse, ela me puxou pela mão.

- Certo, de que tipo de lugar estamos falando?  -ela vasculhava todas as minhas roupas.

- Eu não sei muito bem. Só preciso de algo que não seja vulgar, nem justo e seja na cor preta.

- Vamos ver o que podemos fazer.  –Micaela pegou uma blusa de preta de botões e colocou em frente ao meu corpo.  – Isso vai ser mais difícil do que eu pensei.

Droga.

[...]

Olhei-me no espelho mais uma vez, mamãe já estava começando a ficar brava comigo. Mas eu não podia deixar nada fora do lugar. Micaela levava jeito com moda, depois de tentarmos muito, ela finalmente conseguiu achar algo que eu gostasse e seguisse os padrões propostos. Saia e uma blusa simples (3) formavam o meu vestuário, pensei em vestir um sobretudo verde, mas acabei desistindo.

- Como eu estou?  -perguntei me virando.

- Você está ótima, Lisy.  –mamãe ajeitou meus cabelos, os mesmos estavam ondulados.  – Boa sorte.

- Eu irei precisar.  –peguei minha bolsa e lhe dei um beijo.

Quando cheguei da faculdade na noite passada, tratei logo de dormir. Estava acostumada a acordar as seis e meia, e acordar as quatro me desgastava e me dava dor de cabeça. Tomei apenas uma xícara de café e sai de casa. Por insistência de Micaela, eu usei saltos. E andar com eles era completamente desagradável. Tirando o barulho chato que eles faziam, os meus passos tinham que ser mais lentos.

Não acredito que estou fazendo isso por Louis.


Eram 5h52 quando eu subia para a sala de Louis, eu queria esperá-lo no lugar onde eu ficava com Matt, mas segundo Valery, ele deu ordens para ir buscá-lo em seu escritório. Como sempre bati da porta e esperei sua resposta. Para minha surpresa quem abriu a porta foi ele. Os longos segundos em silencio que passamos serviram para que eu admirasse o jeito que ele estava vestido (4).

- Bom dia.  –falei timidamente.

- Pontual.  –ele olhou o relógio no pulso.  – Não irei ficar nervoso então.

- Disse para não se preocupar. 

- Vamos? 

- Vamos.  –afirmei e comecei a caminhar ao seu lado.

Primeiro o elevador. Foi constrangedor ficar a sós com ele, eu não sabia o que falar a única coisa que eu fazia era olhar para frente e apertar a alça da minha bolsa. Nada se comparou ao momento em que passamos pelas pessoas da empresa. Valery me fuzilava com o olhar. Eu me sentia internamente meio feliz.

[...]

A enorme mesa era composta de dezesseis cadeiras, mas apenas cinco estavam sendo ocupadas. E duas delas estavam Louis e eu.

- É um grande prazer revê-lo Sr. Tomlinson.  –um deles falou.

- Lisy, esses são Paul e Ethan Gledston.  –Louis me falou.

- Como vão?  -cumprimentei os dois com um aperto de mão.

- Já que fizemos as apresentações, vamos ao foco principal.  –Louis foi direto e parecia estar apressado.

- Bem, nossa proposta é a seguinte: Como você sabe nós vamos investir um bom capital na sua empresa, mas você sabe que tudo tem um, porém. Investindo todo esse dinheiro, nós teríamos parte do controle das Tomlinson Industries.

- E quanto significa esse controle? 

- Já que vai ser uma boa quantia, isso equivalerá a quase 60% de toda a sua empresa.  –Paul disse olhando para o irmão. Os dois eram praticamente iguais, mudavam apenas na cor de cabelo, nos olhos e no tom de pele.

- E como exatamente eu terei algum privilégio? Isso ajudaria vocês e quanto a mim?  -Louis cruzou os dedos sob a mesa.

- No final de tudo isso você terá o triplo do seu capital atual.  –Ethan sorriu e girou a cadeira.

- Eu vou pensar no caso de vocês, tenho algum tempo?

- Todo o tempo do mundo.  –Paul respondeu.

- Então eu vou dar a minha resposta depois, preciso resolver algumas coisas antes e esse tipo de assunto exige certo cuidado.

- Sem duvidas, Louis. Ligue-nos quando estiver decidido.  

Despedimo-nos com os mesmos apertos de mãos, tinha sido mais fácil do que eu imaginava, mas eu ainda queria saber o porquê de Louis precisar de outra pessoa o acompanhando para apenas aquilo. Saímos da enorme sala e caminhamos pelo corredor que levava ao elevador mais alto do que onde eu trabalhava.

- Louis, porque precisa de outra pessoa com você?  -resolvi perguntar.

- Se um deles tentar me passar a perna ou dizer que eu inventei alguma coisa, eu tenho uma testemunha a meu favor.  –ele me olhou dos pés a cabeça enquanto entrava no ‘’teletransporte’’.

- E você vai aceitar, não é? Quer dizer, é uma boa proposta.

- Eu ainda não sei. Preciso pensar bem antes tomar alguma decisão. E esses caras não me cheiram bem.  –ele enfiou as mãos nos bolsos da calça.

- Sem querer me intrometer e nem nada, mas eu acho uma boa oportunidade de aumentar o capital e ainda promover a sua empresa. 

- Não me interessa o que você acha.  –ele disse e eu revirei os olhos. Já estava começando a ficar cansada daquilo. Tudo o que eu dizia ou fazia, nunca era bom para Louis.

- Tá legal, Louis. Não tem jeito de conversar com você. Você é muito cabeça dura.  –pisei fundo assim que o elevador parou no estacionamento que ficava embaixo do enorme prédio. Antes que eu desse cinco passos, senti-me puxada pelo braço e segundos depois estar de frente para Louis, escorando as mãos em seu peito.

- Quem você pensa que é para falar comigo dessa maneira? Eu odeio quando alteram o tom de voz pra mim.  –ele apertou o meu braço.  – Eu pedi para que acompanhasse e não ficar dizendo o que eu devo ou não fazer.

- Eu não quis dizer isso, Louis. Apenas dei a minha opinião.  –tentei ao máximo ficar calma, mas algo nele estava me deixando nervosa e as pontas dos meus dedos estavam voltando a soar e ficarem gélidas.

- Então guarde sua opinião para você, se eu soubesse o quanto desgostoso seria trazer-te, eu teria escolhido outra pessoa.  –disse de modo desprezível.

- E porque você escolheu-me? Porque não trouxe Valery ou qualquer outra daquela merda de empresa?  -as palavras saíram sem querer e só depois que eu percebi, eu senti o peso daquele dito.  

Louis jogou meu corpo contra a porta do elevador, que já se encontrava fechada e me encurralou entre ela e ele.

- Nunca mais volte a dizer isso.  –ele bateu a minha cintura contra o ferro e eu fui obrigada a dar um breve gemido de dor.  – Você não é ninguém para chamar a minha empresa de merda. Merda é você.  –suas mãos pousaram uma de cada lado da minha cabeça.

- Louis você enten...  –ele me cortou.

- Não quero mais ouvir sua voz.  –seus olhos encontraram os meus.  – Se você fosse um homem, eu quebraria sua cara agora, mas eu ainda te respeito por ser uma garota.  –ele acariciou a minha bochecha com a ponta dos dedos.

Tive que parar um segundo para arfar. Mas o que estava acontecendo? Meus braços estavam para baixo e o sangue parecia ter parado de circular em toda a minha mão. Louis havia ficado bravo sem motivo algum, e tudo o que eu dissesse só iria piorar o seu estado.

- Você tem mesmo a capacidade de me tirar do sério.  –ele se aproximou mais um pouco e eu já não sabia mais qual era o meu espaço e qual era o dele.  – Qual é o seu problema, Lisy?  

Era eu quem tinha que fazer aquela a pergunta á ele. Porque explodiu repentinamente.

- Vamos embora antes que eu perca o pingo de paciência que ainda me resta.  –ele se afastou e deu de costas. Respirei soltando o ar que prendi nos pulmões.

Aquela havia sido a situação mais desconfortável de toda a minha vida.

Continua...


Notas Finais




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