História My Stupid Boss - Compromisso?

Jimin

Confesso que me senti um tanto quanto ameaçado com a presença daquela Kim Yura ali. Não por causa do relacionamento passado dela com o Kook – ou pelo menos estava tentando não me preocupar com isso ainda –, mas sim por causa do meu emprego e da minha boa relação com os outros funcionários. E com o chefão da coisa toda que era justamente o maior fã daquela garota de toda a empresa, já que quem interrompeu a cena tensa que se formou entre nós foi Jongkyu, que ouviu que a Kim estava ali e veio correndo para cumprimentá-la.

Depois disso, eles subiram até o último andar, onde ficava a sala do CEO, aparentemente para tomar um chazinho enquanto colocavam a fofoca em dia, deixando eu e Jungkook sozinhos trocando olhares... desconfortáveis. Não sei, não tinha outra palavra. Achei melhor apenas voltar ao trabalho, contando os minutos para sair dali e ir para a casa de Seokjin.

Porém era mais do que óbvio que tinha mais uma surpresinha guardada para aquele dia.

Assim que meu horário chegou, saí dali passando pelas salas e mesas de cada funcionário, notando algo bastante estranho. Na sala antes vazia de uma mulher que saíra de licença maternidade, tinha uma caixa. Uma caixa. Eu preferi nem olhar muito, vai que eu achava outras caixas que reforçavam ainda mais que já tinha alguém para substituí-la... e também não queria terminar de relacionar isso com a aparição de Kim Yura e sua boa amizade com o Jeon mais velho.

Realmente não queria.

Apaguei a informação da minha mente e segui direto para o andar da Administração, procurando meu hyung por lá para irmos juntos, já que ele não tinha carro e geralmente era deixado em casa por seu namorado.

Claro que no caminho já comecei a lhe contar o que tinha acontecido naquele dia agitado. Rindo de nervoso. Rindo mais do que deveria, pra ser sincero. Sei lá, só ali que realmente tinha caído a ficha da merda toda que aquilo foi ou poderia ter sido, mano, eu e Jungkook somos muito burros. Consegui contar no caminho sobre Hoseok e depois sobre Jongkyu, ainda sem falar do clima estranho com o Jeon mais novo depois disso e da Kim que havia chego à empresa.

E Seokjin, como a boa mamãe que era, me deu um baita de um sermão sobre o pouco que ouviu assim que chegamos em sua casa e eu me senti pior do que já estava. Só então consegui lhe contar sobre o resto, bastante chateado com a coisa toda.

Eu sabia que ainda teria muito com o que lidar se eu quisesse levar isso com Jungkook adiante... Ele mudou muito, porém ainda existem coisas que ele precisa resolver com ele mesmo, talvez com os outros também. E, sabe, eu realmente estava disposto a esperar por ele... Queria que desse certo, de alguma forma. Até então ele estava valorizando bastante as chances que lhe dei, nessas semanas todas que decidimos ir com calma, essa foi a primeira vez que nos desentendemos desse jeito, então... considero isso um progresso.

Estou tentando ser compreensivo, ok?

Bem, depois de colocar tudo isso pra fora com Jin me senti um pouco melhor. Um pouco menos magoado com o Jeon também, entretanto esperaria que ele viesse falar comigo de alguma forma, não iria atrás dele quando eu mesmo disse que lhe daria espaço... Também parei para ouvir meu hyung contar tudo sobre a viagem maravilhosa que fez com seu namorado, ouvir umas receitas que ele havia tentado nos últimos dias e ainda umas reclamações de alguns colegas de trabalho, não estava ali para falar só de mim.

E assim o final de semana passou. Como Hoseok não apareceu em meu apartamento e de seus namorados nesse tempo – e aqueles dois também não saíram de casa –, imaginei que ele estivesse com Jungkook, o que era bom. Aquele garoto tinha amigos maravilhosos, afinal.

Eu também tinha amigos maravilhosos, já que no domingo Tae me acordou com um pote de tinta laranja quase na minha cara, dizendo que eu estava muito desanimado com isso tudo – que eu contei pra ele, claro – e precisava retocar aquele cabelo desbotado para ver se me animava, coisa que funcionou muito bem. O loiro finalmente pareceu querer abandonar aquela cor, então o ajudei a pintar seus cabelos de um cinza que ficou um amor nele. Suga ficou quieto nos assistindo, afirmando que não mudaria seus fios negros tão cedo.

No final, aquela promessa de uma noite com Jungkook para matar a saudade foi adiada, mas eu achava de verdade que isso se resolveria logo. Só não quis pensar muito na tal Yura ou já começaria a ficar paranoico, como eu bem me conheço...

Contudo, naquela segunda-feira, meus medos se concretizaram. Assim que cheguei à empresa, vi a tal sala um dia vazia completamente organizada, com um pavoroso “Kim Yura” em uma caixa vazia próxima à porta. Mas a vida é uma merda mesmo, viu?

– Bom dia! – levei um pequeno – enorme – susto ao ouvir a voz da garota vindo detrás de mim, obrigando-me a virar com um sorriso profissional no rosto.

– Bom dia, Kim. – respondi educado, para não dizer falso. Se fosse outra pessoa, desejaria boas-vindas também.

Não liguei para a cara dela de quem esperava uma conversa mais longa e rumei para minha sala, ignorando o som de seu salto me seguindo. Entrei tranquilamente na sala que passaria o resto do dia, deixando minhas coisas na mesa e já ligando meu notebook, fingindo que Yura não estava ali analisando o cômodo com atenção.

Suspirei cansado e me voltei para ela quando notei que não sairia dali. Pensei por alguns instantes no motivo da Kim estar tão em cima de mim... Ciúmes por Jungkook não pode ser. Digo, não demos nenhuma brecha pra ela suspeitar da gente, então... Deve estar com ciúmes do meu cargo que, em sua cabeça, eu roubei. Foi um assalto de sétimo grau, considerando as ladras passadas, mas não vejo outra justificativa por sua hostilidade.

– O que está fazendo aqui? – questionei já de saco cheio da presença incômoda dela na sala, suspirando mais uma vez...

– Eu fui para a filial em Busan, agora voltei pra cá, oras. – certo, não era essa a intenção da minha pergunta. A garota é burra ainda por cima. – Você estava por lá esses dias, não estava? Não nos cruzamos muito. Só te vi de longe, sabe, com isso, esse seu... cabelo. – falou com uma carinha de nojo que deu vontade de encher de tiro.

Mas, bem, não foi preciso. Apesar do climão entre mim e Jungkook, ele estava chegando ao local bem naquele instante e havia parado completamente quando ouviu Yura falar aquilo, parecendo um tanto quanto... puto.

– Bom dia. Jimin-ah, seu cabelo está bonito. Retocou? – elogiou sorrindo, deixando a garota com a maior cara de retardada. Quase levantei e dei um beijo nele ali mesmo, porém me limitei a apenas sorrir agradecido e afirmar com a cabeça, vendo-o ir para sua sala em seguida. Que coisa mais preciosa esse lindo me defendendo, socorro.

– O que dizia? – perguntei sarcástico, completamente satisfeito com a expressão raivosa da morena. – Mas, bem, eu perguntava sobre o que você está fazendo aqui na minha sala... e não aqui em Seul. Não ligo pra sua vida. – se eu me diverti com raiva crescendo ainda mais em seu rosto? Óbvio.

– Eu não saí como as outras sete. – a garota ficou toda séria de repente, aproximando-se de mim e baixando o tom da voz. Olha ela tentando colocar medo em mim, que piada. – Eu não pedi pela transferência, tive que sair para resolver uns problemas pessoais por uns meses, mas agora estou de volta em Seul. E eu quero de volta tudo o que eu tinha, Park.

– Ui, como ela é ameaçadora. Tremi aqui. – falei com cara de tédio, voltando minha atenção ao computador e abrindo os documentos que precisaria dar conta. Talvez ela tenha enfim se tocado que eu realmente estava cagando pra ela, pois se retirou do local sem falar mais nada.

O que também foi terrível, se querem mesmo saber.

Como eu não ligava para ela ou para as suas ameaças de roubar meu cargo, ela foi mexer com outra pessoa... Jungkook. Não largou do pé dele o dia inteiro. Ficou a manhã toda correndo atrás do nosso chefe, achando desculpas para ir até sua sala – ou para tirá-lo de lá –, fazendo alguns convites para uma refeição juntos para se atualizarem da vida um do outro...

E no mesmo dia de ser defendido pelo Jeon quando ela comentou do meu cabelo, tive também a honra de vê-lo rejeitando mulher por causa de trabalho.

– Jungkookie... Vamos marcar algo, faz muito tempo que não nos vemos! – a Kim pediu, na sala do moreno novamente.

– Agora não, Yura. Eu estou trabalhando, não está vendo? Por que não vai fazer o mesmo?! Não é só porque este é seu primeiro dia de volta que você pode ficar por aí fazendo nada. – ai, que patada mais linda que Kook deu naquela garota. Nem me dei ao trabalho de segurar o riso quando Yura saiu toda contrariada batendo o salto por aí.

Pelo menos assim aquela piranha aquietou o cu por um tempo. Ficou lá trancada em sua salinha, sem nos perturbar até o dia seguinte. Quis muito, mas muito mesmo ir até Jungkook e enchê-lo de beijos pelo prazer que aquele corte me proporcionou, mas não sabia se ele estava bem com isso... O mais novo até que estava de boa comigo, apenas parecia me encarar com certa culpa vez ou outra, mas achei que ficar na minha era o melhor a se fazer.

Mas os dias vêm sido cheio de surpresas, não é mesmo? Na tarde seguinte, eu tinha que tirar algumas cópias de uma montoeira de papel em outro local e, assim que passei perto daquela sala da minha mais nova colega de trabalho, ouvi um papo suspeito.

– O que é que você quer, Yura? – era a voz do Kook. É, as cópias podiam esperar. Parei no meio do caminho e puxei meu celular, fingindo estar resolvendo algo muito importante ali mesmo quando só havia aberto o bloco de notas para digitar aleatoriamente.

O quê? Eu queria ouvir a conversa. Hoje em dia parar no meio do nada distraído com o celular é completamente aceitável. E se eu ouvir uma movimentação perto da porta posso só continuar a andar como se nada tivesse acontecido.

– Eu quero os velhos tempos, Jungkookie. Você não sente falta? – não ouvi resposta imediata do mais novo, coisa que me deixou incomodado. Ele não faria isso, faria? – Por que está me olhando assim? – a voz feminina questionou com um suspiro do Jeon logo em seguida.

– Eu já disse que não. – afirmou como se estivesse cansado... E talvez aquele silêncio fosse cansaço também, não hesitação. Que minha interpretação esteja certa, amém. – Pare de insistir...

– Mas eu não entendo.

– Você não tem que entend... Yura... Você quer fazer o favor de se afastar? – eita, não me diz que ela tá se jogando nele. Me segura. Eu vou entrar nesse lugar.

– Kookie... – chamou com uma voz arrastada.

– Sai, caralho! – o Jeon exclamou claramente irritado com a ousadia alheia, o que me aliviou bastante. – Eu estou compromissado!

Espera.

É o quê?

Fiquei meio sem ação quando ouvi isso, o que era compreensível, não era? Não tinha nenhum compromisso entre nós, afinal. Achei melhor não ficar ali para ouvir o resto e apenas voltei a andar um tanto desnorteado, mas com um sorriso idiota na cara. Será que ele nos via assim? Sei lá, nunca sei o que esperar. Talvez ele tenha dito aquilo só pra tirar a piranha de perto dele... Bem, se fosse isso, então também era um motivo para me deixar feliz, já que ele estava deixando bem claro que não queria nada com ela, nem que precisasse usar desculpas para escapar.

Ah, mas quer saber? Cansei de parabenizar essas frases “antivadia” apenas mentalmente. Decidi que resolveria nosso desentendimento naquele mesmo dia, Jungkook estava com pontinhos demais comigo para não merecer uma boa noite de sexo.

Esperei a tarde chegar ao seu fim sem falar ou olhar para o Jeon. Saí uns minutos mais cedo também, para que só talvez desse a entender que eu estava mesmo o evitando, mas fui direto para seu apartamento. E sim, eu tinha as chaves e total conhecimento do porteiro – que era um tio muito gente boa, por sinal.

Liguei os aquecedores, mas deixei todas as luzes apagadas, rumando ao seu quarto e trocando de roupa, vestindo apenas uma blusa de manga comprida do Jeon e mantendo a boxer preta em meu corpo. Deitei em sua cama de bruços, abraçando um dos travesseiros e fechando os olhos para aguardar até que ele chegasse, inebriado com o cheirinho gostoso de Jungkook pra todo lado.

Continuei assim até ouvir o barulho da porta de entrada abrindo e fechando, seguido dos passos do moreno até o cômodo em que me encontrava. Não me movi ou abri os olhos, esperando para saber o que ele faria depois daquele suspiro de alívio que me deu a maior vontade de rir. Com mais alguns passos, senti a cama afundar e seus dedos passarem delicadamente por toda a minha perna e adentrarem a blusa para acariciar minhas costas.

– Pensei que estava chateado comigo. – sussurrou, acomodando-se deitado ao meu lado. Abri os olhos preguiçosamente, dando de cara com aquele homem lindo com a gravata frouxa e os primeiros botões da camisa abertos.

– E estou. – fingi uma cara emburrada, olhando para algum canto que não fosse Jungkook.

– Ei... – chamou, ainda naquele tom suave. A mão que estava em minhas costas por dentro da blusa foi parar em minha bochecha, depois indo para minha nuca em um carinho que me arrepiou todo. Com isso, ele conseguiu minha atenção novamente, focando seus olhos nos meus. – Jimin, me desculpa. – ouvir isso dessa forma tão suplicante foi demais pra mim, meu coração acelerou de uma forma absurda e eu não consegui segurar um sorriso largo e bobo. – Te afastar daquele jeito não foi legal...

– Tudo bem, Kookie. Eu entendo que você ainda esteja assustado. Sabe, eu já passei por isso. Aish... E o fato de você estar pedindo desculpas desse jeito sincero pela primeira vez torna tudo especial. – comentei e me estiquei para beijar sua testa carinhosamente. – Vamos um passo de cada vez, sim?

– Sim... – respondeu meio atordoado, levando a mão até sua testa e corando de um jeito adorável. Como lidar?

– E posso saber com quem o senhor está compromissado? – perguntei com um sorriso debochado, vendo-o arregalar os olhos para depois desviá-los, completamente sem graça e com o rosto ainda mais vermelho.

– Você ouviu...? – a questão saiu baixinha, como se nem quisesse que eu lhe desse uma resposta.

– Claro. – mas eu respondi, né. Tinha que provocar.

– Eu precisava tirar a Yura do meu encalço de alguma forma...

– Mas você pensa nisso? Compromisso? – perguntei com aquele raio de esperança lá no fundo, para em seguida me sentir um tanto mal por pressionar. – Não, desculpe. Não precisa responder.

– Eu penso. – falou apenas, pegando-me de surpresa. Depois disso, ficamos ambos quietos, somente trocando olhares... Ele não diria mais nada, eu sabia disso, e pra mim aquilo já era o suficiente.

Aproximei-me, enroscando nossas pernas e lhe dando um selinho breve, gostando de sentir sua mão voltar a adentrar sua blusa em meu corpo, apertando minha cintura e devolvendo meu selar com outro, e mais outro. Puxei de leve sua blusa enquanto me colocava de barriga para cima, chamando-o para encaixar seu corpo em cima do meu e me beijar com mais vontade, do jeito que eu gostava que fizesse. E ele o fez, incontáveis vezes, não se limitando a deixar beijos somente em minha boca, mas pelo meu corpo todo também.

Assim a madrugada seguiu cheia de beijos intensos, toques quentes e gemidos, finalmente tirando todo o atraso e saudade que sentimos desses momentos nossos. Só nossos. Sem precisar pensar em mais nada, focados demais no calor um do outro para nos importarmos com qualquer outra coisa.

E tive as melhores horas de sono das últimas semanas ao dormir nos braços de Jungkook, sentindo seu cheiro gostoso, sua respiração muito próxima e curtindo o carinho que fazia em meus cabelos...

Já no outro dia, esperava que nada fosse abalar meu bom humor depois de uma noite como aquela. Imaginam como eu estava enganado, certo?

Eu vi que ia dar merda quando eu e Jungkook nos tornamos rapidamente um alvo dos orbes de Kim Yura, pois chegamos quase juntos e igualmente sorridentes demais. Seu olhar afiado se chocou com o meu e eu me senti acuado com aquele sorrisinho de quem tinha ligado pontinhos demais.

Decidi ignorar e me manter um pouco mais afastado de meu chefe enquanto estivéssemos no trabalho, por segurança e tal. Bem, claro que aquela semana foi um horror de qualquer forma. Apesar do seu irritante primeiro dia, nossa nova funcionária era eficiente demais para o meu gosto, sempre estava com tudo pronto com rapidez e passava o tempo “livre” ajudando os outros... ou correndo atrás de Jungkook. Sim, ela continuou insistindo. A Kim sempre estava na sala da chefia fazendo vários nadas, toda pendurada no pescoço dele ou sentada no cantinho de sua mesa.

E eu não podia fazer nada além de respirar fundo e acalmar meu desejo de comer sopa de piranha, principalmente porque ela sempre fazia essas coisas olhando especialmente para mim, esperando por uma reação minha. Porém eu me manteria firme e forte. Mesmo que uma parte detestável de mim achasse a Kim simplesmente linda, inteligente, eficiente e com maiores chances de satisfazer Jungkook do que eu. Colocava seu mau caráter acima de tudo isso e considerava toda a indiferença no olhar do moreno quando ela ia encher o seu saco, assim eu até que estava aguentando muito bem.

E a morena, percebendo isso, pareceu ter decidido mexer diretamente comigo, já que depois de quase uma semana de cautela, ela havia entrado na minha sala sem seguir adiante até a sala de meu chefe, parando por ali mesmo, empurrando uns papéis do canto da minha mesa e se sentando ali. Claro que minha vontade foi de virar a mesa de repente, deixando que todas as coisas em cima do móvel fossem ao chão junto com aquela vagabunda, porém me limitei a apenas respirar fundo e não desviar meus olhos no notebook em minha frente.

– Jungkookie é tão gostoso, né? – puxou tal assunto como se fosse a coisa mais normal entre dois colegas de trabalho.

– Vem cá, você não tem mais o que fazer, não? – perguntei quase que de imediato.

– Na verdade, não. O que eu tinha pra fazer já está lá nas mãos do chefinho. – respondeu despreocupada, passando a mão pelos cabelos compridos.

– Por que não vai fazer nada em outro lugar, então? Estou tentando trabalhar aqui. – tentei usar na fala mais seriedade do que raiva, entretanto eu falhei. Eu estava puto, sim.

– Porque aqui eu tenho uma visão melhor, oras. Eu sempre amei nossas salas serem grudadas, assim podia ficar olhando para aquele rostinho concentrado o dia todo.

– Quando você era secretária dele, certo? Então... Não é mais. – falei de forma rude, sem nem mesmo esperar sua resposta para a primeira pergunta.

– Os dentes dele não são uma gracinha? – já Yura me ignorou completamente quando Jungkook inventou de morder os lábios, focado no que lia. Caro Jeon Jungkook: colabora aqui comigo, fazendo o favor?! – Parece um coelhinho, é tão fofo!

– Decida-se, você o acha fofo ou gostoso? – perguntei de volta, mais para evitar ter que respondê-la. Mesmo porque eu sabia perfeitamente que sua resposta a tal pergunta seria igual a minha:

– Os dois, é claro. – deu de ombros. – Ele me disse que está de compromisso com alguém... Até parece, né? Tenho pena dessa pessoa, se é que ela existe. Eu até que achei que ele está um tanto diferente, mas sei que lá no fundo ele é exatamente aquele mesmo Jungkook. Logo ele se cansa de quem quer que seja essa vadia. – deu de ombros. – Eu faria de tudo pra dormir com ele de novo... Ele fode tão bem. Aquela boca faz maravilhas, sabia?

– Sim. Eu sei. – respondi já muito irritado, cometendo o horrível erro de cair na sua provocação. – Você nem imagina o que aquela boca faz em certas coisas que você não tem. – lancei o melhor olhar desafiador e superior que consegui, porém assim que um sorriso se fez presente em seu rosto, acabei me arrependendo de ter aberto a boca.

– Obrigada, Jiminnie. – levantou-se, indo até a saída do cômodo. – Consegui informações interessantes com a nossa conversa.