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História My Stupid Boss - Um mês


Escrita por: kpoperatroxa

Notas do Autor


OLHA QUEM VOLTOUUUU
E NEM PASSOU UM MÊS AINDA
Meus amores... Estupro é coisa séria, pelo amor de Deus. Não banalizem porque "é só uma fanfic", isso é reflexo da nossa realidade também, e parem sempre pra pensar que eu tento contextualizar na medida do possível dentro do machismo e homofobia coreano, que é ainda mais forte do que aqui no Brasil. E, não, não é uma questão de "não saber lidar com crítica", é uma indignação como um ser humano que tenta exercer a empatia pelos outros, tanto que deixei claro que não via problema nenhum em ficar puto com o Jungkook, contanto que não justificasse um estupro em cima disso.
Ai já to falando demais né
DE QUALQUER FORMA EU FIQUEI MUITO FELIZ COM O APOIO QUE VOCÊS DERAM AO MEU DESABAFO :') ❤
OBRIGADA DE VERDADE PRA QUEM ENTENDEU ❤
Boa leitura, meus nenénss ❤❤ AMO VOCÊS

Capítulo 32 - Um mês


Jimin

 

Eu não havia me demitido ainda, mas não foi por nenhum motivo nobre. Talvez pareça meio idiota, porém eu não queria dar esse gosto de vitória para a Yura, ficaria mais um tempo, depois... conversaria com o Mark. Eu só precisava aguentar olhar para o meu chefe.

E eu estava aguentando bem. Mais ou menos. Tá, nem tanto.

Ok, era horrível.

Era horrível ter que evitar seu olhar, ter que conviver com ele depois de tudo, ter que trabalhar com e para ele. Dei o prazo para mim mesmo de um mês. Ficaria um mês ali e depois sairia sem mais, nem menos, eu só realmente me recusava a deixar o pouco orgulho e dignidade que me restaram de lado.

Não que eu apresentasse muita dignidade ao passar noites em claro ou chorar em segredo no banho para que meus amigos não vissem... Ou em como me olhava no espelho e me odiava novamente. Não aguentava aquelas bochechas cheias e nojentas, aqueles lábios gigantes, os olhos minúsculos sempre inchados, a bunda e as coxas gordas, era feio, repugnante, indesejável, descartável.

Odiava me sentir assim. Meu lado racional condenava todos esses pensamentos, dizia que não tinha nada a ver, que tudo não passava de um grande e enorme drama desnecessário, mas quem disse que eu conseguia evitar me sentir assim? Pensava em como haviam pessoas pelo mundo com problemas muito maiores que os meus, muito mais sérios e difíceis de serem resolvidos, não deveria me sentir assim por algo tão pequeno.

Então, todos os dias eu levantava, me arrumava e saía. Trabalhava o dia inteiro, voltava para casa à noite e seguia pela madrugada cheio de questionamentos sobre o quanto valeria a pena repetir o processo no dia seguinte, sempre chegando à conclusão de que nunca valia a pena, mas no final eu estava lá de novo.

Não prestava muita atenção nas coisas ao meu redor. Nas pessoas. Conversava superficialmente com todos para me distrair, mas era só isso. Notava apenas a forma que Jungkook continuava a me vigiar com pesar e como o humor da Yura ia dos céus ao inferno conforme o tempo passava. Ela com certeza não estava feliz com a minha forma de lidar com tudo isso, por isso que, infantil como era, resolver vir me testar diretamente.

– Você sabe que não vai aguentar muito tempo. – jogou as palavras no ar, despretensiosa. Tão natural quanto um “bom dia".

– E você não sabe de nada, porque não me conhece. Nada aconteceu. – quis desconversar, sem tirar os olhos do contrato que lia na tela do meu notebook.

– Oh, vou fingir que você não saiu correndo chorando como uma garotinha para o seu quarto. – falou com escárnio, sentando-se em minha mesa.

– Chorei foi de nojo de ter que ver esses seus peitos murchos de fora. – dei de ombros, resgatando um sarcasmo que não me acometia há tempos. Ela pareceu se irritar por um segundo ou dois, mas se recompôs fácil e rebateu:

– Engraçado que Jungkook prefere assim. – eu não posso mentir, aquilo me incomodou. Claro que que ele prefere assim, ele jamais preferiria um homem, alguém como eu.

– Que bom pra ele. – comentei sem deixar transparecer emoção na voz.

– Tudo isso se resolveria se você saísse fora do meu caminho, sabia? – sugeriu, sorrindo.

– Quer roubar meu emprego? Vai lá dar para os Jeons que uma hora você consegue. – suspirei cansado. – Eu estou muito bem aqui, se quer saber. Pare de ser infantil e vai arranjar o que fazer. Você não cansa, não? – olhei para ela de verdade pela primeira vez naquele diálogo, adorando ver como ela fechou a cara quando a chamei de infantil. Porque era mesmo.

As melhores palavras para defini-la seriam “infantil”, “orgulhosa”, “sádica”. Ela gosta do caos, isso é mais do que claro. Notei algumas vezes que ela já provocou inimizade entre os funcionários com coisas bobas, jogos de ciúmes, abuso do seu nível hierárquico em relação aos outros. Mas como ela fazia tudo isso com um sorriso sedutor, ninguém parecia notar ou se importar. Sinto tanto nojo dela...

Levantei e fui fazer qualquer coisa por aí, apenas para não ter que seguir com a conversa agora que parecia ter tido vantagem. Meu chefe não estava por perto, havia ido ao andar da administração resolver algumas coisas com o Namjoon, então fiquei mais relaxado cumprimentando meus colegas aqui e ali.

Ah, Namjoon... O único que tinha ficado ao lado de Jungkook. Não o julgo, mas não entendo. Até mesmo Hoseok se cansou e sempre houve mais conflito entre o Jeon e o Kim, com brigas por causa da antiga – ou não – homofobia expressa em relação ao seu namoro com o Jinnie-hyung. Para mim, não fazia muito sentido. Seokjin ficou realmente brabo quando o mais alto entre nós tomou sua decisão, mas preferiu não seguir discutindo e Namjoon achou melhor se afastar por conta própria por um tempo. O mais velho insistia que seu namorado tinha seus motivos e esperaria para ouvi-los, mas até que a hora chegasse, cuidaria de mim como podia.

Estava tudo estranho. Eu me convencia de que chorava sem ninguém saber, porém o olhar de Taehyung sempre deixava claro que eu não era tão discreto quanto gostaria. Meus amigos me enchiam de perguntas sobre meu dia, sobre como eu estava me sentindo, tentavam me animar, mas eu só queria ficar no meu quarto. Jin me forçava a jantar, às vezes almoçava comigo, mas eu sempre deixava as refeições de lado uma vez que não estava sendo supervisionado.

Não queria incomodá-los, então ficava quieto. Era tudo tão bobo, eles tinham os próprios problemas e as próprias vidas para dar conta, não podia exigir mais de ninguém.

Por isso que fiquei completamente confuso quando vi Jin e Jungkook juntos ainda naquela semana. Os dois saíam da sala de reuniões – que geralmente ficava vazia – e eu me escondi entre as pessoas ali perto por puro instinto. Jin pareceu não ter me visto, pois seguiu meio perturbado pelo caminho oposto, já o Jeon vinha praticamente na minha direção.

Estranhei, e muito. Sua expressão fechada trazia consigo um tom avermelhado, principalmente ao redor de suas sobrancelhas e em seu nariz. Se eu não o conhecesse, diria que havia chorado, mas... Não, né?

Deixei esses pensamentos de lado e me peguei perdido em vários sentimentos contraditórios. Eu não queria incomodar meus hyungs, achava tudo pequeno demais pra ser da conta deles, me fechava em mim mesmo e criava mil e uma desculpas, mas ali eu me senti traído. O que Seokjin tinha para tratar com ele? Será que era a primeira vez que conversavam? Só sei que era oficial: eu não aguentava mais transformar tudo em um grande drama irracional, e mais uma vez minha contradição me atacava. Era pequeno ou grande, afinal?

Fingi para mim mesmo que não ligava para tudo isso e voltei ao trabalho, no fundo esperando que Jin-hyung me procurasse em algum momento dos próximos dias e me livrasse dessa dúvida. Eu só não esperava que ele fosse bater na minha porta logo no dia seguinte, todo nervoso me perguntando:

– Jiminnie, eu posso falar com você?

– Claro, hyung. – respondi me levantando, dividido entre a curiosidade e o medo do rumo que aquilo tomaria. – O que foi? – perguntei quando cheguei até ele.

– Seu chefe está aí agora? – perguntou preocupado, adentrando minha sala e fechando a porta atrás de si.

– Não... Ele está com a administração. – informei com estranhamento na voz, já que, bem, Jin veio de lá agora mesmo.

– Ah, eu... acho que o vi por lá. Certo. – o maior estava ansioso, andando meio agitado de um lado para o outro antes finalmente parar e olhar para mim.

– O que aconteceu? – perguntei mesmo que já tivesse alguma noção do que se tratava.

– É sobre o Jungkook.

– O que tem ele? – de qualquer forma, fechei a cara ao ouvir aquele nome. Não pretendia mudar qualquer pensamento meu sobre essa situação toda...

– Você... Você deveria ouvi-lo. – e aí ele me solta uma coisa dessas. Não, não. Por que eu deveria?

– Isso tem a ver com a conversa de vocês? Ou você acha que eu não vi? O que foi que ele te falou pra te convencer e se fazer de santo? – perguntei cheio de ceticismo e maldade, decidido a não ceder.

– Jimin, pare com isso. – repreendeu com dureza, fazendo eu me sentar em uma das cadeiras em frente à minha mesa enquanto se sentava na outra. Sua expressão tensa finalmente se suavizou quando suspirou fundo e chegou mais perto. – É sério. Eu te entendo, sei o que você passou, sei das coisas que teve que engolir vindo dele, mas não seja assim. Você tem, sim, esse direito, mas eu estou te pedindo para não escolher o orgulho. – suplicou, olhando fundo nos meus olhos. Eu até queria me manter firme nas minhas decisões, mas tudo me fragilizava e me comovia nos últimos dias. Comecei a entrar em pânico exatamente aí. – Ele precisa de ajuda. As coisas não são o que parecem. Dá pra ver como nem mesmo ele entende direito o que realmente aconteceu...

– Hyung, o que quer dizer? – minha voz saiu o extremo oposto de toda a dureza que usei em minhas questões anteriores.

– Eu não posso te contar... Você tem que ouvir dele, entende? – a voz doce junto ao leve toque em meus braços só me derrubou ainda mais. Aish. Eu já não tinha dado chances demais para o Jeon? Por que dessa vez era tão necessário? O que teria acontecido para Seokjin “mudar de lado” tão fácil? As lembranças daquela noite junto com a do dia anterior pareciam simplesmente não se misturar. Aquele Jungkook com uma mulher nos braços não podia ser aquele Jungkook com cara de choro. Eu mal acreditava que fosse mesmo uma cara de choro, pra começo de conversa... Mas, e se fosse? Por quê?

– Você acabou de me deixar com a cabeça mais bagunçada do que já estava. – reclamei choroso, fazendo o maior bico.

– Ô, bebê, me desculpa... – Jin pediu carinhoso e me abraçou, agradando meus fios ruivos (muito desbotados) com cuidado. – Sabe que eu te amo e só quero o seu bem, sim? – assenti contra seu peito em resposta, retribuindo o abraço. – Mas, ei, você tem algum tempo. Não se apresse em tomar decisões agora, sei que não está bem. – dessa vez respondi apenas “uhum” e me afastei para respirar fundo olhando para cima, antes que começasse a chorar. – Jiminnie, e o mais importante... – iniciou, segurando meu rosto com zelo, para que eu ouvisse cada palavra a seguir. – Por favor, não se culpe. Nada disso é culpa sua. Escutou?

Suspirei e afirmei, ainda que não acreditasse naquilo.

 

***

 

Então, desde o casamento, um mês havia se passado. Apena uma semana e meia desde que tinha conversado com meu amigo e cada vez mais as palavras de Jin assombravam minha cabeça. Eu não era orgulhoso... Na verdade, sempre tentei ser o mais compreensivo possível. Só estava com medo de sofrer mais e me defendia com tudo o que tinha em mãos...

Jungkook me vigiava constantemente com pesar. Agora, esse olhar me afetava como nunca, eu só queria ir até ele e pedir que falasse tudo de uma vez. Ficava bravo e triste imaginando os possíveis cenários e desculpas, sempre sentia que não estaria preparado para encarar o que quer que fosse. Eu não me reconhecia, pois tudo o que eu mais queria fugir ao invés de encarar de frente como costumava fazer.

Nessa minha indecisão toda, passei a deixar aberturas. Não conseguia falar com ele de verdade, mas aos poucos voltei a pelo menos cumprimentá-lo, não me importar em ficar sozinho com ele, usar um tom menos duro ao respondê-lo... Depois de tudo o que ele fez apenas desculpas não bastariam, pra mim isso estava claro, porém isso não excluía a possibilidade de ouvi-lo.

As coisas estavam cada vez mais tomando alguma forma na minha cabeça, e imagino que isso tenha ficado visível uma vez que meu chefe sempre parecia tentar começar algum assunto quando estávamos a sós, ainda que perdesse a coragem e deixasse para lá.

Pelo menos até aquele dia. Estava perto do fim do expediente, eu e ele sozinhos em sua sala, analisando alguns esboços e informações para divulgar a atualização com temáticas de Páscoa prevista para o fim do mês para quase todos os jogos, quando ele finalmente tocou no assunto.

– Já passou um mês... – Jungkook disse baixinho e não precisou dar mais informação alguma para que eu soubesse do que estava falando. – Você poderia pelo menos me ouvir por alguns instantes? – a pergunta não saiu com mágoa ou impaciência, foi algo mais suplicante e suave, como se tentasse dizer que compreenderia se eu lhe negasse mais uma vez.

Fiquei pensando no que responder e acabei demorando demais para confirmar, ou negar. Ele poderia ter interpretado isso como um “sim”, mas continuou me encarando, respeitosamente esperando por uma resposta. Então eu assenti minimamente com a cabeça, temendo o que viria depois disso.

– Sobre as coisas que eu falei... Foi imaturo. Covarde. Sei disso, e sabia na hora também. Eu entrei em pânico, mas não justifica. – admitiu tentando olhar para mim, mas desviando para o chão ou a mesa o tempo todo. – Peço, por favor, que me desculpe por isso...

– Só por isso? – não pude evitar a pergunta chateada, precisava ouvir mais.

– Por todas as coisas que já falei e já fiz. Mas sobre o que você viu aquela noite, d-deixa eu explicar... – até ouvir essa frase, eu estava calmo. Mas foi só até ouvir isso.

– Eu não acredito nisso, Jeon. – indignei-me, mas tentei não erguer a voz. – Não me venha com essa. Não sei como a sua língua na boca dela tem uma “explicação”! – podia ouvir alto meu coração batendo, a temperatura do meu corpo pareceu elevar de raiva enquanto eu tentava assimilar que ele queria empurrar a história do “mal-entendido” para mim.

– Eu estava bêbado! – sua respiração estava curta, desregulada, e ele ainda não me encarava nos olhos.

– Ah, então sempre que a gente brigasse, você encheria a cara e comeria a primeira piranha que visse?! – minha tentativa falhou de vez aqui, falando alto o suficiente para que fosse ouvido caso houvesse alguém na minha sala. – Você não cansa de me fazer de idiota?! Acha que tem esse direito de sequer tentar me fazer engolir uma merda dessa?!

– Jimin, você não está entendendo o quanto eu não queria que aquilo acontecesse! – alterou-se, erguendo-se de seu lugar e jogando o que tinha em mãos em cima da mesa. Eu me choquei com a sua reação exagerada, como se ele realmente não tivesse culpa. Não tinha feito questão alguma de tentar entender de verdade o que ele havia dito e levantei para retrucar, mas não consegui. Não quando vi os olhos de Jungkook cheios de lágrimas, os lábios tremendo, as sobrancelhas curvadas expressando dor... – Eu simplesmente não queria! – reafirmou, desesperado.

Sem conseguir responder ou sequer reagir, simplesmente o vi enfiando suas coisas de qualquer jeito em sua pasta, fechando-a e saindo da sala, deixando-me só com as incontáveis interrogações em minha cabeça.

Fui para casa com a cabeça latejando depois daquilo, já sabendo que não dormiria durante a noite. Nem nas seguintes. O alerta de Jin sobre Jungkook precisar de ajuda somado à reação do mais novo não saíam da minha cabeça. Eu não havia dado a mínima atenção para o meu chefe nas últimas semanas, não queria olhá-lo ou ouvi-lo, porém depois daquilo eu estava o tempo todo atento a ele. Só então notei como ele estava abatido, com olheiras, sempre sozinho, até mesmo o achei mais magro.

Era o terceiro dia após a nossa conversa e eu continuava martelando todo tipo de dúvida na cabeça. Então, na quinta-feira, eu pude vê-lo fora da sua sala ao chegar um pouco depois dele ao nosso andar. Ele distribuía sorrisos educados pelo setor e ainda não havia notado minha chegada, por isso me mantive longe apenas para encará-lo um pouco mais. Tinha algo de muito errado. Não sabia dizer o que era... Talvez nem quisesse ver.

Desisti daquilo e voltei a andar, indo para a minha sala. Jungkook seguia o mesmo caminho mais à frente, recebendo uns “bom dia” aqui e ali, até que a Yura resolveu aparecer. Revirei os olhos com a sua presença junto ao meu chefe, mas em seguida algo me chocou um pouco. Ela cumprimentou animada ao moreno, aproximando-se e tocando-lhe o braço, causando uma reação estranha; o mais novo ergueu os ombros de susto e se afastou, todo encolhido, levando a mão até onde havia sido tocado como se estivesse se protegendo.

O quê...?

– Aigoo, Jungkookie, não seja tímido! – a mulher exclamou, tentando mais uma vez fazer contato ao enganchar o braço direito com o esquerdo dele. O maior continuou tenso, tentando se livrar da presença da garota silenciosamente, já eu tentava entender o que era tudo aquilo. – Ei, já pedi para não me ignorar, Kookie, sabe que eu não gosto quando faz isso. – eu simplesmente travei meus pés no chão de choque quando ela segurou o rosto do moreno e o forçou a olhar em sua direção, para o seu rosto carregado de um falso sorriso, assim como o falso pedido feito outrora. Aquilo não era o tom de um pedido.

– Y-Yura, você pode me dar licença? Tenho u-uma reunião daqui a pouco... – a voz do Jeon saiu extremamente falha, carregada de algo que eu começava a identificar. Não... Não tem como. Eu já estava começando a me perturbar sozinho o suficiente, quando de repente sua fala ecoou alto na minha cabeça:

“Jimin, você não está entendendo o quanto eu não queria que aquilo acontecesse. Eu simplesmente não queria!”

Não... Ai, meu Deus. Ah, não...

Fiquei totalmente aflito e horrorizado com a possível conclusão, senti como se o chão sob os meus pés tivesse desaparecido e eu não tivesse mais onde me apoiar. Não, não pode ser que ela tenha sido suja a esse ponto. Mas é de Kim Yura que estamos falando... Então eu... julguei Jungkook esse tempo todo enquanto ele não passou de uma vítima? Não, nada anula o que ele fez antes disso. Porém isso não faz com que ele mereça o que eu estou pensando que aconteceu.

Não quero admitir.

Não...

Eu... Eu nem sei se foi isso mesmo. Contudo as palavras de Jin faziam tanto sentido se essa fosse mesmo a situação. E as de Jungkook também... Junto com essa sua reação.

Senti uma vontade imensa de chorar. Não pode ser que eu tenha o deixando justo quando ele mais precisava... Mas eu o vi correspondendo, ele estava beijando Yura de volta...! Ela pode ter forçado, sim, mas... Eu só não quero acreditar que foi isso mesmo. Estou confuso demais! Não sei o que pensar...!

Só acordei para a vida quando os vi ao longe ainda colados, bastante perto da minha sala e da de Jungkook. Voltei a andar, dessa vez com pressa, porque se isso aconteceu mesmo, não poderia deixar aquela cobra asquerosa tão livre assim.

“Ele precisa de ajuda.”

Tentei pensar rápido, mesmo que tivesse pensado pequeno. Peguei um copinho plástico e o enchi de água no caminho, tornando a acelerar o passo como se estivesse muitíssimo atrasado. Corri por aí pedindo licença para quem estivesse perto, finalmente chegando ao meu alvo e encenando um pedido de cuidado, colidindo com a Yura e prensando o copo entre nós dois.

– Ai, meu Deus! Mil desculpas e... – pedi dramático antes que ela terminasse de se virar. – Ah, é você. – desdenhei, tentando não soar assim tão falso perto dela. E dele. Havia molhado parte da minha camisa e a calça social dela quase toda, fato que a obrigou a se afastar de Jungkook para se desesperar com as roupas encharcadas.

– Argh! Tá ficando cego, Park?! – a Kim ficou furiosa, conferindo até que ponto o tecido estava molhado.

– Só se você estiver ficando surda, porque eu pedi licença... – retruquei calmo, olhando ligeiramente para Jungkook que ainda parecia assustado.

– Seu nojento! Não acredito nisso! Essa calça era nova!

– Mas é só água, logo seca. – dei de ombros e literalmente ignorei o chilique que ela continuou dando, entrando em minha sala logo depois do meu chefe.

Finalmente soltei o ar preso nos pulmões, deveria estar me sentindo bem por fazer Yura de besta, mas eu só sentia o nervosismo correndo pelo meu corpo. Engoli com dificuldade pela angústia ainda sentida, cocei a garganta e me recompus – ou quase.

– Jungkook, logo a reunião vai começar. Fique pronto. – usei meu tom mais sério, organizando a papelada de cima da mesa.

– Certo. Obrigado. – agradeceu meio desnorteado, ajudando-me a guardar tudo em uma pasta.

– Só estou fazendo o meu trabalho. – falei simples, ansioso em sair logo de perto dele para respirar de verdade e ver se assim aquela sensação de vertigem passava. Peguei a pasta com pressa e dei meia volta, dizendo que iria mais cedo para a sala de reuniões e o esperaria lá. Não esperei resposta, nem confirmação, apenas cruzei a porta atônito, ouvindo um murmurar que só me deixou pior ainda:

– Você sabe que sempre fez muito mais que isso, Jimin.


Notas Finais


Aaaaaaaaaaaaaaa meu coração tá tão apertado com tudo isso aaaaaaaaaaaaargh :((
Já queria deixar avisado que o próximo capítulo vAI DEMORAR MESMO, me perdoem. Tem muita coisa pra pensar nele, além de que tudo que já tá prontinho na minha cabeça é mUITA COISA então pode ser que o capítulo fique enorme, e isso já justifica parte da demora.
Espero que entendam :')
Prometo que vocês que a espera vai valer a pena, ok?! Digo isso porque eu mesma esperei demaaaaaais por esses capítulos finais (sim, estamos perto do fim ;-;) e agora que estou escrevendo, sinto que esse ano todo de espera valeu a pena ❤ (ressaltando que eu tenho a fic toda planejada desde antes de começar a escrever KKKKKK) Eu sou apaixonada demais por escrever, por MSB e por vocês, leitores. Eu não sei nem descrever, de verdade, fico tão absurdamente feliz ao ver o tanto de gente que lê, comenta, favorita, apoia... nossa D: é assustador! E EU TO BEM SENTIMENTAL OK?? Eu só amo demais todos vocês ;-; ❤ Obrigada.
Até o próximo o/

https://chat.whatsapp.com/CNSlpBBr3y90YqnMymRPb8 <~ aquele grupo onde todos se abraçam e choram por Jikook


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