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História My Sweet Prostitute - Capítulo 21


Escrita por: LadyWicked

Notas do Autor


Olá!
❤️❤️❤️

Capítulo 21 - Capítulo 21


Pov Dahyun

- Parabéns mais uma vez, cara. - Falei a Yoongi, abraçando-o e desejando-lhe uma boa viagem depois de deixar a mala no taxi.

- Obrigado. Estou torcendo por uma menina, mas vamos ver. - Ele disse, animado, mas então voltou a ficar com a expressão um pouco séria quando repetiu as desculpas sobre a piada que tinha feito e a forma como deixou Nayeon sem graça.

 Tentei convencê-lo de que estava tudo bem, e então Lisa chegou até nós.

- Amor, fala pro motorista deixar o taxímetro rodando. Vou estar dentro do carro dentro de três minutos.

Quando Lisa falava daquela forma, nós atendíamos. Era simples assim.

Então Yoongi consentiu e entrou no taxi, fechando a porta e nos deixando a sós para conversar.

Eu já esperava por aquilo.

- Estou feliz por você. - Ela começou, de forma gentil.

Eu agradeci.

Ficamos nos encarando por algum tempo.

- Você sabe que eu sei que tem alguma coisa. E sei que não tem a ver com você propriamente, mas sim com ela.

Eu sabia. Lisa era estranha, sempre havia sido. Ela é muito sensitiva.

Tinha puxado isso da nossa mãe, mas nela parecia acontecer com mais força. Alguns amigos chamavam de telepatia, outros mais espirituais diziam que era coisa de energia ou algo assim. Fosse o que fosse, éramos sempre surpreendidos com sua capacidade de simplesmente saber das coisas, e por isso nunca conseguimos esconder nada, nem dela, nem da nossa mãe.

Mas Lisa chegava a dar medo.

- E sei que é algo sério.

- Eu estranharia se você não soubesse.

Ela continuou me encarando. Se eu não soubesse que Lisa de fato não podia ler meus pensamentos, letra por letra, estaria agora desconfortável com o jeito que me olhava, em pânico por pensar que meus segredos estariam sendo revelados ali, diante de meus olhos, sem que eu pudesse fazer nada.

Suspirei.

- Se vocês optaram por manter um segredo, não é da minha conta. - Ela recomeçou, segurando minha mão - Mas só não é da minha conta se você me prometer que, independente do que for, sua felicidade não vai estar em risco.

Apertei suas mãos, querendo passar toda a firmeza e certeza que eu sentia ao falar aquelas palavras. Mas não precisava: Ela sabia que era verdade.

- Prometo a você que nunca estive tão feliz.

Ela sorriu. Era um sorriso de alívio, de conforto, de cumplicidade. Era o sorriso que Lisa costumava dar quando chegava à conclusão que, no final das contas, não havia nada de errado.

- Você está bem. - Ela falou, com toda aquela sabedoria que era comum em irmãs mais velhas - E se você está bem, então não faz diferença.

Ela me abraçou e abaixou a cabeça como uma criança que pede por um beijo. Então dei um beijinho carinhoso nela, abraçando-a com todo o amor que meu lado irmã guardava.

- Cuide-se. Quero um sobrinho rechonchudo e branquelo para mimar. - Falei, já sentindo uma pontada de tristeza em deixá-la ir.

- Quando ele começar a se sentir sozinho, vou exigir um priminho. - Ela falou, saltitando até o carro enquanto sorria. - Avise isso à Nay.

Lisa abriu a porta e sentou no banco de trás, mas antes de fechá-la, pareceu lembrar de uma última coisa e colocou a cabeça para fora de novo, apenas para dizer o que faltava.

- Ah! Eu realmente gostei dela.

Ela sorriu e bateu a porta do carro, que rumou para fora do jardim logo em seguida. Ficamos todos seguindo o táxi com os olhos, até que ele virasse na entrada e sumisse para a rua. O portão automático fechou e eu caminhei de volta para as escadas da casa. Meu pai abraçava carinhosamente minha mãe, e Taehyung apenas olhava para o horizonte com as mãos nos bolsos. Nayeon optou por ficar atrás deles, próxima à porta, e parecia estar deslocada.

- EU VOU SER AVÓ! - Minha mãe gritou de repente, com as mãos para o alto, assustando a todos que estavam ali. Só tive tempo de Nayeon tremer da cabeça aos pés e começar a rir depois. Não me contive, rindo também, e meu pai nos seguiu.

- Componha-se, mulher! - Tae gritou, com a mão no peito, mas também estava rindo.

O grito dela foi seguido por uma dancinha da vitória ridícula, e então me dei conta de quem eu tinha puxado o jeito horrível de dançar.

- Estou tão feliz! - Ela continuou, como uma menina de quinze anos, e vi um pouco do jeito serelepe de Lalisa nela aflorando.

- Querida, seremos os avós mais jovens e atraentes da Inglaterra. - Meu pai brincou, apertando sua bochecha.

- Isso é verdade - Nayeon disse sem nem se dar conta, e notei que ela tinha pensado em voz alta outra vez.

- Espero que seja um garotão. E espero que Yoongi  não o torne um francês afrescalhado. - Taehyung falou de forma distraída.

- Querido, pare de criticar a sexualidade dos outros e arranje uma namorada.

- Porra, mamãe! Eu tenho sentimentos!

Gargalhei da cara dele, que parecia realmente magoado. Ele me deu um soco, mas eu não esperava menos. Nossa mãe já não o escutava, saltitando para dentro de casa enquanto gritava outra vez, deixando todos os empregados ali cientes também, caso algum deles ainda não soubesse.

- VOU SER AVÓ! CHAMPAGNE!

Aquela tarde passou voando.

Passamos, meu pai, Tae e eu, uma boa parte dela discutindo mais assuntos sobre as empresas. Me senti um pouco culpada por deixar Nayeon sozinha, e rezava o tempo todo para que minha mãe não estivesse em algum canto da casa de conversa com ela sobre mais detalhes do seu passado. Assim que um tópico do nosso assunto esfriava, eu pedia licença e ia à sua procura.

Encontrei-a pela primeira vez e todas as cinco vezes seguintes no mesmo lugar: Na sala de tv assistindo canais de desenho. Minha mãe havia bebido em mais uma comemoração pelo neto, e como não a achei em canto algum, presumi que tivesse passado a tarde inteira dormindo.

Eu não gostava de ficar conversando horas sobre a empresa - embora ultimamente pudesse dizer que desgostava menos - mas a coisa se tornava realmente insuportável de aturar quando competia com Nayeon em um sofá fofo e um edredom quente embrulhado até os olhos, vendo Bob Esponja.

- Pai, já conversamos o suficiente. Vamos parar por aqui - Tae falou de repente, enquanto nosso pai começava mais um "Bom..." - Se Dahyun sair dessa sala e voltar com cara de criança com doce roubado mais uma vez eu acho que me mato.

Não pensei que aquele argumento fosse funcionar, mas funcionou. Saí da sala de estar e fui me juntar a ela ao anoitecer, abrindo uma fenda no edredom e me embrulhando com ela ali. Constatei que minha chegada a havia acordado de outro cochilo.

- Fique acordada! - Falei sem motivo nenhum, apenas para puxar assunto.

- É... Acho que não vou querer dormir essa noite.

Olhei-a com esperança de que aquilo tivesse sido uma provocação ou alguma brincadeira que indicasse, de alguma forma, que eu teria que passar a noite acordada com ela também. Ou seja, sexo.

- Que foi? - Ela falou de forma doce, me encarando de volta e se perguntando o porquê do meu sorriso depravado no rosto, então notei que seu comentário havia sido mesmo inocente. Merda.

Me aconcheguei mais a ela, encostando a cabeça em seu ombro e enfiando meu rosto no pescoço dela como havia feito tantas vezes. O perfume de amêndoas estava fraco, o que foi bom para ajudar a me manter calma. Minha mão esquerda correu embaixo da coberta, tateando e procurando a direita dela. Girei com o dedo a aliança ali, voluntariamente, e não sabia se aquela minha nova mania era porque eu queria ter certeza de que o anel permanecia ali ou porque queria lembrar a mim mesmo da sua simples existência.

Era uma lembrança do "sim" dela.

Ficamos ali por um bom tempo sem fazer nada além de olhar para a tv. Ela parecia se divertir com piadas nas quais eu não prestava atenção, porque sua risada baixa, rouca e incrivelmente fofa era muito mais interessante do que qualquer coisa naquele aposento. Me dei conta de que havia me apaixonado completamente pelo som da gargalhada dela.

Fiquei prestando atenção cada vez que ela ria. Passei horas me concentrando apenas nisso, até que em algum momento Taehyung apareceu como uma assombração.

- Crianças, vou dormir.

- Tae, são 21h. - Falei, olhando para o relógio.

- Eu sei, mas estou um caco. Não consegui dormir direito essa noite. E a culpa foi da sua namorada.

- O que eu fiz? - Ela perguntou, um pouco constrangida.

- Bom, não vou entrar em detalhes, mas as paredes dos quartos não têm isolamento acústico. Ei, Dahyun, tragam umas placas de isopor ou caixas de ovos da próxima vez que resolverem se divertir a duas portas de mim durante metade da noite. 

Nayeon se transformou em um tomate gigante ao meu lado.

- Kim Taehyung, não seja idiota. - Falei calmamente. Eu sabia que ele não estava falando sério.

Ele gargalhou alto.

- Eu só estava tirando um sarro, mas agora tive a certeza de que vocês transaram mesmo. Nay, você é um perigo!

- Alguém aqui tinha que transar, Einstein. - Provoquei.

- Você e a mamãe brincam com a minha solidão. - Ele fingiu secar uma lágrima no canto do olho - Mas você eu posso mandar ir tomar no cu.

Desviei da almofada que ele lançou em cima de mim. Quando finalmente resolveu nos deixar a sós de novo, me voltei para Nayeon.

- Desculpa. Só tem babaca na minha família.

- Não fale besteira. Sua família é maravilhosa.

Era verdade, e eu sabia disso. Mas se a brincadeira idiota de Tae resultasse em falta de sexo aquela noite, ele acordaria na manhã seguinte sem as mãos.

- Quer ver tv no quarto? - Perguntei de forma cínica, beijando delicadamente sua orelha. - Lá ninguém vai encher o nosso saco.

Pensei que me ignoraria, mas quando ela respondeu "tudo bem," me coloquei de pé prontamente para ir embora dali. Desliguei a tv sem prestar muita atenção e deixei que ela fosse na frente, com os braços cruzados no peito para se aquecer.

- Vão querer jantar? - Minha mãe perguntou quando nos encontrou no hall.

- Não jantamos, mãe, obrigada. Vamos ver tv lá em cima.

- Bom, se tiverem fome de noite, tem muita coisa na geladeira.

Chegamos no quarto que apresentava agora um inconfundível perfume de limpeza. Tranquei a porta atrás de mim, arquitetando planos para aquela noite. Na verdade, não eram planos mirabolantes: No final, tudo se resumia a conseguir tê-la mais uma vez.

- Vou tomar um banho. - Falei, esperando um pouco por sua resposta. Mas ela só consentiu com a cabeça, sem dizer uma palavra. Por isso, insisti com um sorriso culpado no rosto - Quer me acompanhar?

- Não... - Ela riu, achando graça - Vai na frente. Eu vou depois.

Tae realmente me pagaria.

Peguei um conjunto de moletom na mala e caminhei um pouco contrariada para o banheiro. Tomei um banho caprichado. Usei o melhor shampoo que estava ali - pelo menos o que eu achava melhor. Ensaboei três vezes, escovei os dentes e passei uma creme suave agradável. Pensei em tirar a parte de cima do conjunto e ficar de top, mas a noite estava realmente fria.

Entrei no quarto e a encontrei debaixo das cobertas, olhando para o teto. Quando notou minha presença ali, se desfez rapidamente do edredom enrolado em seu corpo e caminhou para o banheiro depois de pegar alguma peça de roupa em sua mala.

Liguei a tv e esperei pacientemente, passando pelos canais de forma distraída. Aumentei o aquecedor do quarto, pensando no desconforto que Nayeon sentiria ao sair de um banho quente e se chocar com um ambiente frio demais. Peguei um cobertor extra no armário e deixei ao pé da cama.

Voltei a sentar no meio dos travesseiros fofos, aumentando cada vez mais a sequência de canais. Cheguei ao ponto dos canais pornográficos, e me perguntei por que diabos minha mãe ainda não os tinha bloqueado. Eu queria acreditar que Tae não teria coragem de pedir para que ela os mantivesse ali.

No próximo canal, um filme mostrava um convento. Algumas freiras passeavam para lá e para cá, e a cena cortou para algum diálogo entre uma delas e um padre. Eles falavam muito sobre castigos divinos e tentação, mas a conversa não fazia muito sentido.

Foi no exato momento em que Nayeon saiu do banheiro que a freira na tv resolveu, de repente, mostrar os peitos.

Arregalei os olhos, me dando conta só então que aquilo também era um filme pornô. Aparentemente, eu tinha pegado o início da história.

Olhei para ela de forma inocente, com um sorriso amarelo e idiota no rosto, falando qualquer merda para quebrar o silêncio.

- Esses caras vão pro inferno, né?

Ela me encarou em tom de reprovação.

- Eu não sabia, juro por Deus. - Falei, com vontade de rir da situação esdrúxula.

- Não fale de Deus enquanto vê um filme pornô com freiras.

Olhei outra vez pra tv e agora tinham três delas, nuas, se esfregando no padre.

- Porra, como são rápidas...

Ela ficou em silêncio por pouco tempo, mas logo falou outra vez.

- O padre é um gato...

- Ei! - Exclamei, indignada.

- Que foi?

- Eu estou bem aqui!

- E daí? - Ela falava com um sorriso cínico, fingindo ingenuidade.

- E daí que não quero te ver olhando outras pessoas...

- Você estava aí olhando três mulheres.

- Não estava! Nem sabia que isso era pornô!

Ela revirou os olhos, tomando o controle da minha mão e desligando a tv.

- Certo.

Ela não acreditava em mim, e em condições normais eu lutaria pelo meu argumento, tentando convencê-la até a morte da minha inocência. Mas eu não estava em condições normais, primeiro porque tinha acabado de notar o que ela vestia: minha camisa social, agora dela.

Segundo porque, em um segundo momento, reconheci um frasco cor creme em uma de suas mãos.

- Você pode voltar a se divertir com seu filme pôrno depois - Ela subiu na cama e sentou em seus calcanhares de costas para mim - Mas antes, queria que passasse isso nas minhas costas.

Nayeon estendeu o frasco para mim, dando um nó em forma de coque em seus cabelos. Devagar - tão devagar que chegava a ser a ser torturante - ela foi abrindo, um por um, os botões da camisa, e tudo que consegui fazer foi ficar feito uma estátua assistindo-a por trás.

Quando finalmente desceu a camisa até a altura de sua cintura, mantendo as mangas vestidas, eu já ofegava como uma asmática.

Ela esperou. Eu fiquei parada, sentindo meu pau latejar de desejo, olhando para suas costas e seu pescoço ainda marcado. Eu gostava quando ela usava coque.

Me dava uma visão privilegiada daquela área.

- Dahyun?

Corri de joelhos pelo colchão e parei atrás dela. Sem saber ao certo o que estava fazendo, espremi um pouco do líquido cremoso em uma das palmas e o espalhei em círculos com as duas mãos por uma espalhei em círculos com as duas mãos por uma mancha clara e grande.

- Fui eu que fiz isso? - Foi minha primeira tentativa de interação desde que havia perdido a concentração.

Até que me sai bem.

- Deve ter sido o atrito com o chão. Ou com o azulejo do banheiro. - Ouvi-a responder em uma voz baixa.

- Desculpa.

Ela não respondeu. Continuei espalhando o creme - não porque ainda precisasse ser espalhado, mas sim porque eu queria continuar tocando nela - tentando me acostumar com o perfume que agora já tomava o quarto inteiro. Passei minhas mãos de cima a baixo na parte de trás do seu tronco, sentindo cada vértebra e cada músculo ali. Cheguei na altura dos ombros e, com a ajuda do creme, fiz massagem naquela área. Ela gemeu baixo, e meu pau se mexeu por conta própria.

- Você faz massagem muito bem...

- Faço? - Perguntei retoricamente em seu ouvido.

A pele dela cheirava a sabonete de lavanda, seus cabelos a shampoo de frutas. A mistura de perfumes nela sempre me fazia ficar meia tonta, e talvez isso nunca mudasse, não importava quantas vezes eu a teria daquela forma.

Voltei a deslizar minhas mãos para baixo em suas costas, mas dessa vez as trouxe para a frente no corpo dela, acariciando sua barriga com delicadeza.

Inconscientemente, beijei sua orelha e seu pescoço, respirando por mais algum tempo ali. Puxei-a mais contra o meu corpo, sem me preocupar com o fato de que ela sentiria minha ereção. Nayeon tinha conhecimento do que fazia comigo de qualquer forma.

Fiz uma trilha com a língua de um lado ao outro do pescoço dela, e outra vez fiquei contente porque ela estava usando um coque. Uma de minhas mãos subiu, apalpando com delicadeza seu seio, sentindo-o duro de excitação. A outra desceu, tocando-a onde eu mais queria. Sem pensar, deslizei um dedo para dentro da boceta dela e me surpreendi com a facilidade com que consegui fazer aquilo. Ela começou a ofegar como eu, e lembrei que poucos sons eram tão agradáveis quanto aquele.

Retirei meu dedo de dentro dela, trazendo-o até mim e chupando-o, juntamente com um segundo. Ela soltou um gemido abafado, claramente tentando não fazer barulho.

Deslizei os dois dedos molhados para dentro outra vez, ainda sem dificuldades. Movimentei-os por algum tempo, mas depois trouxe-os de novo até minha boca, chupando agora três dedos e tentando logo em seguida deslizá-los para dentro dela.

- Por que você vai aumentando? Por que não mete uma coisa realmente grossa de uma só vez aqui?

Ela sussurrou no meu ouvido, e então resolvi não esperar nem mais um segundo. Com uma das mãos, puxei sem cuidado minhas calças apenas para tornar livre minha enorme ereção. Com a outra, agarrei-a pela cintura e trouxe-a para cima do meu colo.

- Grosso assim? - Perguntei de forma provocante, enquanto empurrava e puxava seu corpo de encontro ao meu, deslizando para dentro e para fora dela com uma facilidade maravilhosa.

- É... - Ela ofegou - Grosso assim...

Agarrei-a com os dois braços e fiz com que ela pulasse contra meu corpo de forma violenta. Senti a cabeça do meu pau tocá-la até o final, mas como não ouvi reclamações, não parei.

- Ahhh, isso... - Gemi sem notar.

Senti uma grande decepção quando ela se levantou de repente, virando de frente para mim e falando próximo ao meu rosto em um tom de voz bem baixo.

- Não quero dar chance pro seu irmão ouvir alguma coisa e vir tirar sarro com a minha cara outra vez amanhã. Vamos fazer isso baixo, tá?

- Ele não vai ouvir...

Ela segurou meu pau com uma das mãos e o guiou para sua entrada, abaixando devagar até estar completamente sentada e confortável ali outra vez.

Rolei os olhos para trás, contendo um gemido que queria rasgar minha garganta.

- Viu só? Não é difícil. - Ela pontuou com a voz rouca, embargada de desejo, lambendo de forma sensual meus lábios e rebolando no meu pau de um jeito enlouquecedor.

- É difícil pra caralho...

Ela não respondeu, puxando de qualquer jeito o casaco que eu vestia pela minha cabeça. Aproveitei pra chutar da melhor maneira que podia as calças que permaneciam presas nas minhas pernas, tomando cuidado para não sair de dentro dela.

Abracei-a outra vez.

Nayeon era bem mais fina que eu, e eu tinha a impressão que poderia quebrá-la a qualquer aperto mais forte. Mas ela se movia com a agilidade nada própria para alguém que parecia ser tão frágil.

Seus dedos agarraram os cabelos da minha nuca, como sempre faziam. Procurei seus lábios de olhos fechados, encontrando-os logo à minha frente. Beijei-a efusivamente, sentindo-a por dentro quente e úmida tanto com a língua quanto com meu pau. Me agarrei à barra da blusa aberta que ela ainda vestia, fazendo um esforço sobre-humano para não gemer alto.

- Porra, Nayeon...

- Shhhhh... - Ela interrompeu minha objeção, se afastando da minha língua e indo para minha orelha, aos sussurros - É bom que aprendemos a ter disciplina.

- Foda-se a disciplina! Só quero te comer direito...

- Você está me comendo direito, pode ter certeza.

Ela riu, de repente se jogando para trás e deitando na cama com os braços acima da cabeça, seu corpo fazendo um arco perfeito em um ângulo impressionante com o colchão. Nossos corpos estavam em contato apenas pela penetração, e a visão dela completamente aberta e entregue a mim era simplesmente delirante.

- Puta que pariu...

Envolvi meus braços em sua cintura e me prendi a ela, estocando com tanta força que achava impossível não estar machucando-a. Sua respiração cansada saía entrecortada pelo movimento dos nossos corpos. Eu a desejava de forma doentia, psicopata, de um jeito que não era normal.

Me posicionei melhor, fazendo com que a cabeça do meu membro alcançasse um ponto mais à esquerda nela, um ponto que eu sabia ser especial.

Ela abriu a boca e revirou os olhos instantaneamente, ofegando entre uma palavra sussurrada e outra.

- Sua. Filha. da. Puta.

Era óbvio que ela sabia que eu tinha feito aquilo por querer. Conseguindo agarrar um dos travesseiros, Nayeon trouxe-o até a altura de sua cabeça e o mordeu, deixando ali gemidos abafados e roucos. Continuei tocando-a naquele ponto propositalmente, agora mais rápido e com mais força. Minhas coxas ficaram dormentes com o movimento repetitivo, mas não diminuí o ritmo.

Queria desafiá-la a gozar sem gemer alto, jogando o feitiço contra o próprio feiticeiro. Por isso, me senti debilmente feliz quando seu orgasmo veio com uma força explosiva, arrancando dela um genuíno grito de prazer. Sua boceta se fechava e se abria em volta do meu membro em maravilhosos espasmos, provocando uma sensação alucinante. Não era difícil entender porque meus orgasmos sempre explodiam naquele momento, já que meu estímulo vinha de seus próprios movimentos involuntários.

- Ahhhh... - Gemi baixo, embora tivesse o direito de gritar também, mas sabia que ela já estaria suficientemente puta comigo sem aquilo. Dessa forma, meti nela uma última vez, deixando minha porra escorrer por dentro dela como se pertencesse ao seu corpo.

Respirei fundo algumas vezes, tentando recobrar o fôlego há muito tempo perdido. Me curvei para frente, encostando minha testa em sua barriga e depositando ali beijos suaves, calmos. Fui subindo, percorrendo seu tronco lentamente, chegando ao seu seio machucado e beijando-o gentilmente. Senti sua mão migrar para meus cabelos outra vez e sorri.

Saí dela, esticando minhas pernas e deixando meu corpo repousar por cima do seu. Recostei meu rosto em seu pescoço e respirei, como se só ali pudesse encontrar meu oxigênio particular.

- Você vai me pagar por isso. - Ela enfim falou.

Continuei calada como uma criança ciente da própria culpa. Nayeon também não voltou a falar, mas seus dedos deslizando pelos fios do meu cabelo me diziam que ela não estava realmente falando sério.

Suspirei aliviada: Dependendo da vingança que ela tinha em mente, eu poderia acabar realmente na merda. Simplesmente porque eu sempre estive e sempre estaria em suas mãos. Fechei os olhos.

O frio da noite se chocava contra as minhas costas, mas o calor do corpo dela compensava. Alcancei sua mão direita outra vez, unicamente para sentir meu anel ali. Girei-o despreocupadamente, deixando que meu cérebro associasse aquele toque ao perfume que invadia meus sentidos. Depositei vários beijos na pele do seu pescoço, deixando que o cansaço fosse me tomando aos poucos.

Adormeci.

Acordei apenas quando senti seu corpo tentando se desvencilhar do meu. Agarrei-a instintivamente, ainda meio desorientada.

- Banho. - Ela sussurrou no meu ouvido, então achei razoável deixá-la ir. Esperei pacientemente que ela voltasse. Era inútil tentar dormir sem ela ao meu lado: Simplesmente não funcionava.

Quando ela voltou, senti outra vez o perfume de lavanda se aproximar. Notei que estava deitada ao contrário na cama, então me arrastei até ela, perto da cabeceira. Tentei timidamente me aproximar dela com um dos braços repousados em sua barriga. Ela cheirava a banho, eu a sexo. Torci para que não me rejeitasse, com muito sono para me dirigir ao banheiro outra vez. Ela virou de lado e se aconchegou no meu peito, de costas para mim, enquanto puxava meu braço para contornar sua cintura. Vibrei em silêncio. Me agarrei a ela como um ímã e segundos depois mergulhei na inconsciência outra vez.

(...)

Pov Nayeon

Nossa viagem de Natal estava chegando ao fim. Nayeon não parava de se desculpar comigo, lamentando sobre a ausência de diversão e farra. Eu tentei convencê-la de que aquela havia sido a melhor viagem da minha vida, e embora ela parecesse contente com minhas palavras, ainda teimava em dizer que poderia ter sido muito mais interessante. 

Eu duvidava. 

- Odeio a parte em que todos vocês vão embora! 

Jisoo estava obviamente triste, mas fazia questão de não parecer uma mãe completamente dependente da presença dos filhos. Ela era uma mulher forte, mas muito sentimental. Jin permanecia imponente ao seu lado. 

- Sempre acabamos voltando, mamãe. - Dahyun tentou confortá-la, dando um beijo carinhoso em sua bochecha. 

- Mas demora tanto... 

- Não se preocupe. Vou estar de volta na primavera. 

- Jura? - Os olhos dela pareceram se iluminar com aquelas palavras. 

- Juro. 

Jisoo continuou olhando para a filha, mas agora seu olhar parecia um pouco enigmático. Vi, outra vez, um pouco de Lisa ali, como se quisesse lê-la e saber de alguma coisa não dita. 

Ela olhou para mim, a quatro metros de distância das duas, e imediatamente fingi estar distraída com o nó do meu cachecol. 

- Ahm... Vou deixar vocês mais à vontade. - Falei, já caminhando para longe. Não pude ver a reação deles porque não queria encará-los outra vez. 

Depois de alcançar uma distância que julguei ser razoável, olhei de volta para os três e vi que Jisoo a abraçava com ternura e adoração, sem dizer uma única palavra. 

Senti um amor crescente por Jisoo, simplesmente por saber que ela também amava Dahyun. 

- Nós pensávamos que ela viria sozinha. 

Me assustei, mas não tanto, com a voz grave de Taehyung ao meu lado. Eu já estava me acostumando a ser pega de surpresa por ele. 

- É, eu sei. Gostaria que ela tivesse avisado. 

- Acho que ela queria fazer uma surpresa, principalmente pra mamãe. Queria mostrar que agora estava tudo bem. 

Encarei-o por algum momento, mas ele pareceu não perceber. Assim como eu há alguns segundos, parecia distraído com as duas figuras que se abraçavam a alguma distância de nós. 

- Vocês a conheceram? - Perguntei, pensando em Sana. 

- Infelizmente. Era uma piranha interesseira. Lisa nunca foi com a cara dela, era uma pista pra cabeçuda da Dahyun saber que ela não prestava. 

- Bom... - Comecei, voltando a encará-los - Ela era apaixonada por ela, isso não seria motivo suficiente... 

- É. Ela teve que colocar um par de chifres na cabeça dela pra ela se ligar. E a verdade é que nós estaríamos pouco nos fodendo se a Dahyun estivesse pouco se fodendo. O problema é que a vadia acabou com a vida dela. 

Senti pena de Dahyun outra vez. Não sabia em qual estado aquela mulher a tinha deixado, mas se fosse levar em consideração os testemunhos de pessoas à sua volta, ela parecia mesmo ter estado perto de um suicídio. 

- Vocês foram pros Estados Unidos quando ela ficou deprimida? 

- A estúpida nos proibiu. Disse que se aparecêssemos lá, ela sumiria. Não quisemos arriscar, mas pedimos pra Momo ficar de olho nela. 

- Vocês a conhecem? - Perguntei, um pouco surpresa. 

- Conheço Momo e toda a família dela desde que me entendo por gente. Crescemos todos juntos nos Estados Unidos. Sinceramente, sempre achei que no final Dahyun acabaria ficando com ela, mas pelo visto não era pra ser dessa forma. Além do mais, ela é um pouco mais velha que Dahyun...

Dizer ou não dizer que eu também sou alguns bons anos mais velha que sua irmã?

Olhei para as mãos me sentindo um pouco intimidada em imaginar Momo com Dahyun. 

- Elas já... estiveram juntas? Você sabe, na adolescência, ou há muito tempo atrás? 

Ele me olhou e suspirou, fazendo uma cara de quem possui a informação mais valiosa do universo. 

- Ok, vou te dizer. Mas você tem que me prometer que nunca, nunca vai dizer pra ninguém que eu te contei. Certo? 

Me senti subitamente nervosa, ignorando o frio e começando a criar algumas gotas de suor nas têmporas. 

- Pr... Prometo! 

- Tudo bem... A verdade é a seguinte... - Ele demorava muito entre um raciocínio e outro. Eu já olhava com desespero para ele, implorando para que cuspisse logo toda a verdade - Momo e Dahyun compartilharam um amor tórrido e intenso... 

Um amor tórrido? E intenso? Dahyun com Momo? 

- Mas... Mas ela me disse que...elas eram só amigas. 

- Ah, sim, elas são só amigas. Agora. Mas quando se tem sete anos, a vida é uma aventura. 

Sete anos? 

- Quê? - Perguntei, um pouco confusa. 

- HAHAHAHAHAHAHA! 

Fiquei encarando-o como uma imbecil, tentando fazer com que as palavras dele fizessem algum sentido dentro da minha cabeça. 

- Sua cara estava muito engraçada! - Ele falou, esmurrando o ar enquanto se contorcia em uma gargalhada. 

- Quer me explicar... 

- A única coisa que Dahyun teve com Momo foi um primeiro beijo de fedelhas. Azar da Momo que tirou '"salada mista."É claro que língua era uma coisa muito difícil para as duas, então elas ficaram só no selinho mesmo. Hahahaha! 

Salada mista? Fedelhas? Selinho? 

- Nossa, Tae! - Gritei, dando um soco no braço do irmão dele enquanto juntava os pedaços de informação - Eu estava levando a sério! 

- Ai! Seu soco é mais forte dos que os da Dahyun. - Ele pontuou sem parar de rir, esfregando o local socado com a mão do outro braço.

 Eu ainda estava me recobrando do susto, mas só então notei que havia batido em uma pessoa com a qual eu não tinha muita intimidade. Além disso, corria o risco do instinto maternal e protetor de Jisoo aflorar, fazendo com que eu acabasse arrastada pelos cabelos por agredir fisicamente seu filho. 

- Desculpa. 

- Tudo bem, eu mereci. - Ele falou, com seu constante bom humor - Mas que a sua cara estava engraçada, isso estava. 

Respirei aliviada por saber daquilo. Não que eu tivesse ciúmes de Momo, mas... Bom, o pensamento das duas juntas era um pouco angustiante. 

- Mas agora, falando sério... - Ele começou, me tirando das minhas divagações - Você está fazendo bem a ela. Dá pra ver que está. 

Aquilo não foi uma pergunta, então fiquei na dúvida se deveria ou não responder alguma coisa. Optei por ficar calada, então ele continuou em seu mais novo tom sério. Era estranho ver Taehyung falando qualquer coisa que não remetesse a alguma piada. 

- Bom... Não sou bom nessas coisas, mas você sabe o que eu quero dizer. Dahyun é uma mulher muito legal. É legal até demais. Não é porque sou irmão dela, mas você não vai encontrar alguém bacana assim tão fácil. 

Eu sabia. Taehyung não precisava sequer se esforçar para fazer com que eu entendesse aquilo, simplesmente porque eu já sabia o que ele queria dizer: Eu tinha sorte de ser dela. 

- Ela é meio cabeça dura e babaca às vezes, mas isso é coisa da sua própria natureza... No fim das contas, tudo que ela quer é alguém pra cuidar, alguém com quem ela possa dividir um pouco das merdas e das vitórias da vida dela. Dahyun sempre foi assim, e se alguma vez pareceu diferente disso é porque estava perdida ou com medo. 

Sorri. Por mais absurdas e sem sentido que as palavras dele pudessem parecer, elas faziam um sentido assustador. Entendi, naquele momento, que Tae talvez fosse a pessoa daquela família que mais conhecia Dahyun.

- Não estou aqui para machucá-la. Pelo contrário, quero curar cada ferida que a Sana deixou nela. Acredite, você não faz ideia de como sua irmã é importante pra mim. 

Ele ficou em silêncio ponderando minhas palavras por algum tempo, e talvez fosse falar alguma coisa, mas no momento seguinte, fomos interrompidos. 

- Tae, que tal arranjar uma namorada e devolver a minha? - Dahyun falou, já envolvendo um braço possessivo na minha cintura e o deixando ali. 

- Ah, merda, justo agora que ia jogar minha melhor cantada. - Ele respondeu, fechando os olhos teatralmente como se estivesse contrariado - Nay, fica pra próxima. 

Fui abruptamente esmagada em um abraço de Jisoo, que surgiu do nada dizendo coisas como "Volte logo," "Você será sempre bem-vinda "e" "Obrigada por tudo." Deixei claro que quem deveria agradecer pela recepção maravilhosa era eu, e me desculpei mais uma vez por ter aparecido sem ser convidada ou sequer anunciada. Jin pareceu até um pouco irritado com minhas "desculpas esdrúxulas," mas no final acabou me esmagando em um abraço de urso também, o que aparentava ser típico de todos os kim's. 

Me senti subitamente triste por deixá-los. Não era como se agora eu fizesse parte de uma família, mas me sentir aceita e bem vinda naquela família em especial fazia com que o fato de que eu tivesse que me despedir partisse meu coração. 

- Nos vemos na próxima festa de família, cabeção. - Virei e vi Tae e Dahyun se abraçando. - Cuide-se, e veja se não vai fazer nenhuma merda até lá. 

- Pode deixar. Divirta-se com seu Dostoiévski e documentários sobre física quântica. 

- Nay... - Ele se virou para mim, segurando minhas mãos - Persevere. Todos temos nossos karmas na vida. Dahyun é muito menos imbecil do que parece. 

- Vou ter isso em mente. - Falei sorrindo enquanto o abraçava, agradecendo em silêncio por Taehyung ter o bom senso de não empregar tanta força no abraço que me dava e correr o risco de quebrar minhas costelas. Fiquei nas pontas dos pés para falar perto do seu ouvido - E não se preocupe. Vou cuidar dela. 

- Não estou preocupado. - Ele disse, sorrindo de volta e afrouxando o abraço. 

Eram 14:30h agora. O vôo, antes marcado para as 13h, teve que ser adiado pelo telefone por causa do mau tempo, nos dando mais alguns momentos em Londres. 

Jisoo parecia radiante por ter mais um pouco da filha ali. O taxi já nos esperava na entrada da casa, com a bagagem devidamente arrumada no porta-malas. 

- Temos que ir. - Dahyun enfim falou, arrancando algumas lágrimas emocionadas de sua mãe - Nos vemos ano que vem. 

- Estaremos esperando. - Disse Jisoo, abraçando com ternura sua mulher na tentativa de consolá-la. Eu não gostava de vê-la chorando. 

- Você vem? 

Me assustei um pouco ao ouvir a voz de Dahyun no meu ouvido. Só então notei que estava plantada no chão, sem o menor indício de que iria me mover. Eu não queria ir embora. Além de ali ser o melhor lugar do mundo com as melhores companhias do mundo, eu não queria tirar Dahyun de Jisoo outra vez. Era óbvio o mal que a saudade dos filhos fazia a ela. 

- Ah... Sim, claro. - Falei, um pouco contrariada. Segurei sua mão em um ato impensado e caminhamos para o táxi no portão de entrada. 

Jisoo acenava efusivamente. Senti outra vez um aperto no peito por estar partindo e levando Dahyun junto comigo. A sensação de que ali era o verdadeiro lugar onde ela deveria ficar estava me esmagando aos poucos. 

O motor foi ligado e Dahyun acenou de volta pela janela aberta do banco de trás. 

- Promete que vamos voltar na primavera? - Perguntei, um pouco angustiada com a despedida. Ela sorriu de forma tranquila e feliz. 

- Pode apostar. 

O carro passou pelas grades e virou para a rua branca e gelada. E de repente me peguei desejando que o "pesadelo'' de conhecer a família Kim não tivesse passado tão rápido. 

(...)

Chegamos em Los Angeles por volta das 18h, o que correspondia às 2h da manhã em Londres. A viagem havia sido silenciosa, principalmente porque eu dormi na maior parte dela. Às vezes Dahyun me perguntava o que eu havia realmente achado de lá, e não precisei falar muito para que ela entendesse que aquele havia se tornado o meu lugar favorito no mundo. Por causa de algum engarrafamento que não me preocupei em saber o motivo, chegamos ao prédio dela uma hora depois, às 19h. Embora não fosse tarde, o céu já estava escuro. 

- Obrigada, Jimin - Ouvi-a agradecer ao porteiro que trouxe minha mala para cima. 

Fiquei parada atrás dela, sorrindo debilmente para o homem. Estava muito sonolenta para agradecer também. 

- Tenham uma boa noite. - Ele falou sorrindo e se virou para pegar o elevador. Dahyun pegou as duas malas e caminhou paro o corredor. A segui mecanicamente. Quando dei por mim, estávamos no quarto dela. 

- Minha mala fica no outro quarto. - Falei sem pensar - Pode deixar que eu levo... 

- Não - Ela me interrompeu, afastando minha mão - Você dorme aqui, não faz sentido sua mala ficar lá. 

- Mas sempre ficou... 

- Mas sempre ficou errado. Vou separar o lado direito do closet pra você. Podemos fazer isso juntas amanhã. 

Eu não ia discutir. Se ela queria perder espaço no próprio quarto, tudo bem. 

- Vou tomar um banho rápido. 

Assenti com a cabeça, ainda sonolenta, sentada na cama macia. Ela entrou no banheiro e antes que eu dormisse ali, sentada à sua espera, caminhei para o banheiro do outro quarto - o que não podia ser mais chamado de meu - e tomei um banho quente e rápido. 

Vesti meu conjunto de moletom dos Minions e voltei ao quarto dela, que ainda não tinha saído. Ainda estava muito cedo, mas mesmo assim eu queria dormir. A diferença de fuso horário estava mexendo com meu relógio biológico, então me sentia constantemente sonolenta. E o edredom macio era tão convidativo... 

Sem esperar por ela, me enfiei debaixo das cobertas fofas. Suspirei ao me aquecer ali. O perfume dela estava impregnado em cada tecido que havia naquela cama. Me cobri até o pescoço e enfiei o rosto no travesseiro dela, inspirando repetidamente como uma viciada. A porta foi aberta e senti uma súbita alegria simplesmente por estar no mesmo ambiente que ela. 

Quando Dahyun saiu, parecia ter esquecido alguma coisa. 

As roupas. 

Suspirei outra vez, olhando os mínimos detalhes de cada centímetro de sua pele exposta. Ela secava com a toalha seus cabelos úmidos, e parecia extremamente confortável em aparecer daquela forma na minha frente. Era claro que àquela altura eu já deveria ter me acostumado em vê-la nua, mas... Bem, eu não estava. 

- Devo fazer algum comentário quanto à ausência de roupas em você? - Perguntei, trazendo o edredom até o rosto e deixando apenas os olhos à mostra, ainda varrendo-a de cima a baixo. 

- Depende. Se for algo que vá me ridicularizar, não. Se for pra me chamar de gostosa, então tudo bem. - Ela respondeu com um sorriso cansado mas sincero, enquanto deixava a toalha molhada embolada em uma cadeira próxima e se aproximava de mim como um Jaguar se aproxima da presa. 

- Hmmmmmpf... - Consegui dizer quando ela puxou o edredom e se deitou em cima de mim. 

- Eu costumo dormir assim. Achei que seria melhor deixar esse hábito de lado até você se acostumar. Mas agora já deu tempo, né? 

- É... - Respondi desatenta, fazendo que não com a cabeça. Ela riu da minha incoerência - Não está com frio? 

- Estou. Quer me esquentar? 

Não tive tempo de responder. Dahyun me beijou calmamente, mas com um fogo que era difícil conter. Suas mãos voaram para minha barriga, por baixo do casaco de moletom. Senti cada centímetro da minha pele arrepiar com o toque, e instintivamente abri as pernas para que ela se acomodasse entre elas. Seus dedos enrolaram o casaco até meu pescoço, e foi só quando senti a falta da língua dela na minha que entendi que estava agora nua da cintura para cima. 

Não demorou muito até que minha calça fosse removida também, e então tudo se resumia ao seu corpo cobrindo o meu, um edredom macio nos envolvendo e os beijos dela. Fui virada de repente na cama, ficando agora por cima dela, em seu colo. Era possível já sentir a sua ereção contra a pele da minha barriga, e eu me perguntava se ela poderia bater algum tipo de recorde com a rapidez com que ficava excitada. 

Suas mãos passeavam pelas minhas costas com gentileza, sem nenhuma pressa, enquanto sua língua fazia um tipo de carinho na minha. Respirei fundo o perfume do sabonete no rosto dela e tive vontade de atacá-la, mas me contive. Senti seu braço esquerdo se esticar por um momento, mas não abri os olhos. Não ia interromper aquele momento só porque Dahyun havia resolvido fazer ginástica - toda vez que ela me beijava eu me negava a prestar atenção em qualquer outra coisa. 

Quando seu braço voltou para perto de seu corpo, senti a cabeça de seu pau na minha entrada e, como se me pedisse permissão, parou ali. Movi meu corpo devagar contra ela, fazendo-a entrar em mim e me permitindo sentir cada centímetro que me invadia. 


- Você confia em mim, né? - Ela perguntou de repente ao pé do meu ouvido, e então fiquei um pouco surpresa. 

Do que ela estava falando? 

- Confio. - Respondi, um pouco vacilante. Não porque não confiava, mas porque não estava entendendo onde ela queria chegar. 

- Eu queria te mostrar uma coisa... 

Olhei nos olhos dela, tentando entender do que se tratava aquilo. 

- Tudo... bem... 

Ela me encarou de volta, e então senti o toque suave do seu indicador em uma parte do meu corpo que não estava acostumada a ser tocada. Uma parte que havia sido tocada uma única vez. À força. 

- Queria te mostrar que pode ser bom... 

Pulei de seu colo e me afastei imediatamente, quase caindo ao ficar de pé fora da cama e encostar na parede oposta com um lençol, cobrindo meu corpo exposto. 

- Não! - Eu queria falar, mas acabei gritando. Fiquei parada, encarando-a ainda na cama, sentada com o corpo apoiado em seu antebraço. 

Ela me olhava com uma expressão indecifrável. Tentei conter o susto, me acalmando para que meu coração parasse de bater rápido. Ela havia me pegado desprevenida. Ao seu lado, um tubo com algum tipo de lubrificante e a gaveta do criado mudo aberta. Eu não estava pronta para aquilo. 

- Por que agiu assim? - Ela falou, em um tom muito sério. Seus olhos estavam frios, ela me encarava como se estivesse ofendida. 

- Eu não... 

- Por que saiu correndo de mim? E por que está se cobrindo como se eu fosse uma qualquer que não pudesse te ver assim? 

Ela estava puta. Inconfundivelmente puta. E eu não sabia o que responder a ela. Não sabia o porquê de ter agido daquela forma, fugindo dela como o diabo foge da cruz. 

Não sabia o porquê de estar evitando que ela olhasse para mim nua, como já havia feito tantas vezes. Não sabia o motivo de estar tão nervosa e até um pouco receosa. 

- Você não confia em mim. - Ela falou calmamente, mas em um tom claramente irritado. 

- Eu só... Eu não estou pronta... 

- Bastava dizer não e eu me afastaria. Bastava você negar e eu não tocaria em um fio de cabelo seu. 

Eu sabia disso. Eu tinha certeza. Confiava nela, isso era indiscutível. Então por que havia agido daquela forma? Como se ela estivesse tentando me estuprar? 

- Me desculpe... Eu... - Eu não sabia o que dizer, mas sabia que tinha que me explicar de alguma forma - Eu só fiquei nervosa... Mas eu confio em você! Só preciso de algum tempo... 

- Você tem o tempo que quiser. Mas não diga que confia em mim. 

- Mas... Eu confio... - Falei, muito baixo. Ela não ouviu, se levantando abruptamente e pegando uma boxer e uma calça no armário perto da cama. Jogou o lubrificante dentro do criado mudo outra vez e bateu a gaveta com força. Tremi com o barulho. 

- Me desc... 

- Não peça desculpas. - Ela disse secamente, me interrompendo - E pode voltar a respirar, não vou tocar em você. 

Ela passou por mim, saindo do quarto e me deixando sozinha ali, debilmente agarrada a um lençol. Meu corpo tremia, e eu não sabia se era de nervoso ou de frio. Talvez um pouco dos dois. Meu coração ainda estava acelerado. 

Por que infernos eu agi daquela forma? Por que fugi dela? Eu não precisava fugir dela, e sabia disso. Dahyun era a pessoa que eu mais amava e na qual eu mais confiava por isso, minha atitude não tinha a menor explicação. 

Fui até a cama e vesti minhas roupas outra vez. Sentei, ainda me sentindo culpada, e esperei até que ela voltasse. Mas isso não aconteceu. Caminhei até a sala e a achei deitada no sofá vendo tv. Algum filme qualquer. Me perguntei se ela havia me visto ali, parada a alguma distância dela. Se viu, não fez nada para me deixar ciente disso. Entendi então que ela não queria ficar perto de mim, e me senti pior. Queria pedir desculpas pela minha atitude, embora eu não tivesse feito por mal. Queria dizê-la que confiava nela, e que em momento algum tive medo de que ela passasse dos limites comigo. Mas ela não parecia disposta a ouvir, e eu respeitaria isso. 

Com o objetivo de devolver seu espaço, me retirei silenciosamente, caminhando para o meu quarto e ficando por lá pelo resto da noite. 



Notas Finais


😶😶😶

Dahyun é tão....
Confusões de sentimentos, mds


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