História My SweetHeart - Sansa

Jon foi carregado até uma cabine no navio que Val tinha com Mindinho, este foi levado como prisioneiro.  O navio era comandado por um marinheiro de Bravos que aceitou de bom grado o dinheiro que o rei Aegon o ofereceu, que a proposito era bem mais do que o que Val tinha.

O rei do Norte passava a maior parte do tempo dormindo, pois quando acordado a dor o consumia.

Aegon conseguiu tirar de Mindinho informações importantes sobre Val e principalmente uma poção que Jon reconheceu como sendo para dormir. No tempo em que se relacionou com a mulher vermelha ele acabou aprendendo um pouco sobre os truques de Asshai. 

Val era uma das filhas do antigo rei da noite com uma humana, ela queria levar Azor Ahai para o lado do grande outro contra R'hllor, por isso  usou magia e persuasão para fazer os irmãos da patrulha o matar, queria ganhar sua confiança e conseguir a vitoria dos caminhantes brancos, pois Jon nasceu para vencer contra eles, era o príncipe prometido, a canção de gelo e fogo, sem ele o mundo dos vivos pereceria, mas graças a Melisandre ele voltou para o lado do fogo. 

Porém Val não desistiu. Quando viu que Melisandre o trouxe de volta ela foi para Asshai, aprendeu sobre magia e planejou sua vingança, sabia que o rei da noite nunca venceria Azor Ahai renascido, então ela só esperou Jon vencer e as pessoas esquecerem dela e então agiu.

Mindinho a encontrou em Bravos, ou melhor, ela o procurou. Juntos planejaram tudo que se seguiu...

Sansa estava sentada na cama ao lado de Jon, que dormia serenamente. Ele estava sem sua camisa e com um pano a ruiva limpava sua ferida com o vinho que o capitão do navio tinha, ao mesmo tempo que o tomava. 

Já se passaram dois dias e estavam em alto mar na direção da patrulha, nesses dias Sansa não saiu da cabine onde o moreno estava acamado e não parou um segundo de cuidar dele. Ora passava o vinho, e quando acordava lhe dava a poção. A ideia de usar o álcool veio graças a Samwell que usava varias vezes para limpar feridas. Aquela não era a melhor opção é claro, mas era o melhor que tinham para não deixar infeccionar. 

Aquele momento Sansa Stark se parecia mais com Cersei Lannister do que com sua própria mãe, Catelyn. Não se orgulhava de beber como a falecida leoa e muito menos dos pensamentos que lhe remetiam a Ramsay. 

Observando Jon, ela toma mais um gole da bebida, passa uma de suas mãos no rosto do moreno e ri.  Não sabia mais como se controlar, Sansa se odiava, queria torturar Petyr, queria fazer Val voltar a vida e tortura-la até que esta morresse lentamente em suas mãos. Se sentia um monstro por pensar como aquele bastardo Bolton, e por mais que odiasse admitir, as pessoas que a machucaram criaram uma Sansa totalmente diferente do que ela era quando criança. A garota boa, sonhadora e feliz só existia enquanto Joehaerys Targaryen vivia. Por culpa de sua inutilidade e ingenuidade ele agora estava machucado e correndo risco de vida, a Sansa fria, insana e cruel daria espaço em si. Não podia deixar isso acontecer...  "Você não pode me matar, sou parte de você agora"... As palavras de Ramsay surgiram em sua mente como se ele realmente estivesse ali com ela. A raiva tomava conta da ruiva, sabia que por mais que odiasse admitir ele disse a verdade. Ramsay Bolton era parte dela mesmo morto, com sua casa esquecida e seu nome nem ao menos lembrado em lugar algum dos sete reinos, ele ainda vivia nela, mas o bastardo só conseguia viver enquanto Jon não estivesse bem e não soubesse como seu pequeno Ned estava. Seu marido e seu filho eram sua ancora de sanidade e ela implorava para quaisquer deuses, novos, antigos, R'hllor, qualquer um, não deixasse seu Jon morrer e que fosse mentira de Petyr a morte de seu pequeno príncipe. 

Petyr... Ela sabia que não podia acabar com o vinho, pois precisavam dele para Jon, mas a garrafa estava quase vazia em suas mãos...

Sansa se levanta abruptamente da cama, coloca a garrafa e o pano em um criado mudo, cobre o tórax exposto de Jon e deposita um beijo suave em sua testa. Embriagada de mais para pensar racionalmente, vai até a cozinha sem que ninguém a percebesse e tira do meio dos talheres uma faca grande e afiada, depois disso se dirige para a cabine onde Petyr Baelish estava preso.

O homem estava com as mãos amarradas em um nó cego, as pernas presas em uma corrente que ligava a parede da cabine com o tornozelo dele. Ao vê-la ele esboça um sorriso cínico. Seu olho esquerdo tinha um roxo enorme, provavelmente feito por Aegon. 

"Ah, minha queria Sansa, sentiu saudades?" Lhe pergunta com o sorriso irritante no rosto. Sem responde-lo ela encara a faca que tinha em mãos. Queria corta-lo até que esse lhe dissesse a verdade, mas mais do que isso queria se vingar. Ela desonrou seu marido por causa de Petyr e Val, manchou com traição a casa Stark-Targaryen.

"Onde esta meu filho?"  O pergunta sem rodeios. Mindinho sorri para ela. 

"Morto minha querida Sansa."  Ao ouvir isso ela se aproxima dele, movida pelo álcool e o ódio, ela passa a ponta afiada da faca no rosto do homem, lentamente arrancando-lhe um grito de dor.

"Onde esta meu filho?" pergunta outra vez, segurando a faca bem próximo de seu rosto. Mindinho suava frio e respirava compassadamente. 

"Não sei e mesmo que soubesse não te diria... Onde esta a Sansa doce e gentil que conheci?"  Ela ri descontroladamente e encosta a faca nele mais ainda. 

"A Sansa que conheceu só existe se tiver sua família com ela, caso contrario meu caro, a Sansa que Cersei, Joffrey, você e Ramsay criaram surge e essa não tem misericórdia de pessoas que machucam sua família." Ela diz ao mesmo tempo em que afasta repentinamente a faca e a aproxima novamente, assustando-o.

"Más noticias para você então querida, seu marido bastardo vai morrer brevemente." Mindinho ri cinicamente para ela. 

Sansa se afasta dele e sente seus pés tremerem "Estou cuidando dele, Jon não vai morrer." Ela afirma tentando mostrar-se confiante em algo que a própria tinha suas duvidas, mas ela tinha esperança, sempre teria.

"Você não tem a cura para o veneno que corre em suas veias."  Sansa rapidamente entendeu o que o maldito dizia... Uma adaga envenenada.

Sem pensar muito bem ela crava sua faca no ombro do homem, que grita estridentemente exibindo toda sua dor. Sansa ria debilmente enquanto descia a faca para baixo e para cima, abrindo nele um enorme corte, Mindinho se contorcia e gritava com lágrimas escorrendo em seu rosto. Ela estava feliz com aquilo, queria tortura-lo mais e sentia prazer nisso,por mais cruel que fosse e por menos orgulho que tivesse daquilo.

Ela não percebe quando ele entra no recinto, mas logo sente os braços fortes de Jaime Lannister a puxando para longe do homem, ao mesmo tempo em que Aegon tentava descravar a faca do ombro ensanguentado de petyr.

Sansa  esperneava-se e gritava para Jaime a soltar, porém sem sucesso.

"Se meu marido morrer vou tortura-lo até sua velhice Petyr, vou tortura-lo e não terá ninguém  para salva-lo! Eu sou a rainha do Norte e cortarei a cabeça de qualquer um que tente te salvar seu maldito!" Ela grita para o homem quando Jaime estava quase deixando a cabine. Ao mesmo tempo em que diz isso o leão a solta. Seu rosto estava vermelho e em sua testa havia veias dilatadas. Ela anda até Mindinho, aproxima-se dele até poder sentir a respiração pesada do homem. "Você vai salva-lo seu maldito, eu sei que esta me escondendo algo." Ela grita para ele. Dessa vez o mais velho não sorri, apenas a encara com um olhar de ódio e repudia. 

"Essa não é a Sansa por quem me apaixonei." Ao vê-lo dizer isso a ruiva não se contem e lhe da um tapa no rosto.

"Você matou essa Sansa. A única coisa que terá de mim é tortura e ódio." Ela o diz friamente. "Mas se salvar meu marido terei misericórdia de você e deixarei ele sentencia-lo. Acredite Lorde Baelish, Jon será muito melhor que eu." Ele a encara sem dizer nada por um tempo, Aegon e Jaime apenas observavam e hora ou outra se encaravam, como se estivessem se perguntando o que de fato estava acontecendo ali. 

"No meu manto." Petyr diz vencido e mais que depressa Sansa procura na roupa do homem por qualquer coisa que fosse útil até que sua mão esbarrasse em um frasco. Ela tira do bolso oculto dele e analisa o objeto, havia um liquido lilás, a principio sentiu medo de usa-lo em Jon. 

"É a cura para o veneno. Val não iria mata-lo, ela queria apenas você morta. Eu escondi para que ele morresse e você vivesse. Eu iria matar Val e você se casaria comigo." Ela não sabia o que responder para ele. Se sentia cada vez pior por Jon estar morrendo e uma tola por acreditar naquele homem. 

Sem responder nada a petyr ela corre para a cabine onde Jon estava deixando Jaime e Aegon com o homem. 

Seus passos pareciam lentos mesmo que estivesse correndo, sua respiração pesava e a única coisa que sansa conseguia pensar era em como se sentia culpada e como imploraria pelo perdão do marido.

Ao chegar ela encontra Brienne segurando a cabeça de Jon enquanto o mesmo tremia violentamente e espumava saliva. Sansa corre até ele. Os olhos do moreno estavam virados para cima e sua pele mais branca que o normal, sem pensar muito a ruiva desaba no choro, sabia que aquilo era efeito do maldito veneno.

"Ele precisa tomar isso." Ela fala em meio ás lágrimas. Brienne toma o frasco de sua mão e ficam ali apenas esperando que ele parasse de espumar. Seus pensamentos voam, de tempos bons com seu marido até aquele. Jon a fazia bem e ela não queria perde-lo de jeito nenhum.

Depois de um tempo ele parou de espumar, seus olhos voltaram ao normal e parou de tremer, mas sua pele ainda estava extremamente pálida. 

"San..." Jon tenta dizer seu nome, mas logo a dor o consome e o deixa sem  forças para falar. Brienne nesse momento puxa  delicadamente o rosto dele fazendo-o tomar o liquido lilás.  Não demorou muito e ele dormiu. Sansa agradece Brienne pela ajuda e quando a loira finalmente sai da cabine a rainha do norte se deita ao lado de seu rei, observando-o e acariciando uma mecha negra solta do cabelo dele ela cai no sono...