14.
— Me parece interessante.
— O que exatamente?
— Você não é coreana, é? — Ele responde.
— Isso importa?
— De maneira alguma.
— Vim morar aqui devido as oportunidades de estudo.
— Entendo. Vim morar aqui devido as oportunidades de trabalho.
— Você tem família aqui em Seul? — Pergunto na expectativa dele confirmar os dados já obtidos pela minha equipe.
— Tenho família, mas não aqui em Seul. Estou morando sozinho e longe dos meus filhos.
— Lamento por isso. — Vejo que ele parece se emocionar quando toca no assunto.
— Só queria poder ver eles e saber se estão bem. Fiz de tudo ao meu alcance para isso, mas fui enganado.
— Enganado?
— Fiz serviços para uma pessoa e ainda não fui recompensado como imaginava. — Fala enquanto guarda alguns dos copos de vidro.
— Te entendo perfeitamente. — Ele parece surpreso. — Estamos falando do mesmo tipo de serviço, certo? — Sorrio de canto e ele corresponde.
— Não fiz nada diretamente ilegal, mas fui cúmplice.
— Entendo.
Não achei que seria tão fácil extrair dele sua “confissão”. Ele sai por um segundo para atender outras pessoas, logo em seguida voltando e parando em minha frente.
— Você falou dos seus filhos, mas tem esposa?
— Já fui casado.
Não poderia fazer perguntas muito diretas, afinal, aquilo não era oficialmente um interrogatório, apenas uma conversa entre uma jovem moça desacompanhada e o barman da boate. Sei que ele não vai me falar exatamente em que se envolveu, isso é um fato! Não passo de uma estranha pra ele, mas não vou sair daqui de mãos vazias. Depois de alguns minutos ali decidi dar o golpe final.
— Acho melhor eu ir antes que beba demais. Me passa seu celular?
— Sem problemas.
Point of view Sehun.
Flashback, em uma cafeteria qualquer.
— O que me diz?
— Eu ainda não sei se posso aceitar essa proposta.
— Por que não?
— Não quero deixar meus princípios de lado.
— Princípios? Você precisa da sua família! Vai fazer isso por eles ou não?
— Tudo bem.
— Fique tranquilo, ninguém vai desconfiar de um simples barman sem antecedentes criminais. Fora que, não é você quem vai fazer o trabalho pesado, não há com o que se preocupar. Além disso, vou te recompensar por isso.
— Certo.
— Apenas siga as minhas instruções exatamente como eu disser. Seokjin vai estar com Hyeri na boate esse final de semana. Tome, é uma foto dela! Já sabe o que deve fazer?
— Sim, chefe.
Point Of View S/N.
Me afasto cerca de dois quarteirões da boate e ligo para meu irmão, Yoongi, pedindo que me buscasse ali. Não demora muito e ele logo aparece de carro acompanhado de Jungkook.
— Como foi? — Pergunta assim que entro no carro.
— O barman confirmou que não participou diretamente de coisas ilegais, mas que foi cúmplice por prestar certos “serviços.”
— Você não conseguiu mais nenhuma informação, S/N?
— Calma Yoongi, a noona nunca sai de mãos vazias.
— Exatamente! Não pude fazer um interrogatório diretamente, mas extrair todas as informações que conseguir por meio de uma conversa descontraída. Tudo que descobrimos sobre ele é realmente verídico, mas agora vou conseguir ficar na cola dele.
— Do que está falando, noona?
— Sabe rastrear um celular pelo número, Kookie?
— Claro que sim!
— Muito esperto da sua parte maninha, puxou o irmão.
— Bobo!
— Me passe o número, S/N. Assim que chegarmos no escritório farei os procedimentos necessários com Namjoon. — Jungkook entrega seu telefone para eu anotar o número do barman.
— Se ele se encontrar com alguém, nós vamos saber.
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