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História Na guerra e no amor vale tudo. - O bolinho.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Bom dia!
Boa leitura.

Capítulo 11 - O bolinho.


Fanfic / Fanfiction Na guerra e no amor vale tudo. - O bolinho.

   Depois de uma longa noite se virando na cama, enfrentando sua própria imaginação, cheia sonhos que haviam se tornado eroticamente selvagens, Draco ouviu o despertador tocar a seu lado. Desligou-o com rapidez, sentando-se na cama.

     A alvorada começava a dar os primeiros sinais de luz pela janela, e um bando de pássaros cantarolava nas árvores das redondezas. Apesar da visão de uma manhã tão bela, sentiu-se tolo por haver se deixado levar, na noite anterior. Havia agido como um adolescente irresponsável, e o pior era ver-se obrigado a admitir que adorara cada instante.

    Seu único consolo era que Harry havia se portado de forma ainda mais idiota do que ele. Harry não percebera em momento algum como o estava afetando. Mais o que o levara a fazer aquilo? Teria sido o efeito do vinho e da música? Ou uma consequência dele haver seguido o conselho do livro.

     Lembrando-se de que agira segundo a orientação de Como conquistar seu Homem, cobriu a cabeça com o travesseiro. Porém, logo se convenceu de que não havia tempo a perder. Rolando para o lado, alcançou o telefone. Harry atendeu no primeiro toque, e pareceu cheio de alegria ao falar:

           — Bom dia, luz da minha vida!

      Draco franziu o cenho.

          — Sou eu, Harry, Draco.

          —Oh, sei disso muito bem — afirmou ele, com mais entusiasmo ainda.

    Alegria e entusiasmo? Aquelas não eram as características matinais do humor de Harry. Com certeza havia algo alienígena na situação.

         — Oh... — murmurou ele, atônito.

         — Dormiu bem esta noite?

         — Tanto quanto se poderia esperar. Consegue se aprontar em meia hora?__ Questina, Draco.

       — Na verdade, já estou pronto. Vou fazer uma parada rápida na mercearia e passarei aí para pegá-lo. Gosta do seu café com pouco açúcar, não é?

    Malfoy vacilou um instante, olhando para a base do telefone sem fio sobre a mesinha de cabeceira, e depois para a unidade móvel em sua mão.

         —Quem é você e o que fez com meu amigo? — indagou ele, em tom ironicamente ameaçador.

     Harry riu do outro lado da linha.

          — Ora... Posso ser tão gentil quanto qualquer um dos seus amigos. Deixe-me provar isso a você.

        — Não se dê ao trabalho. Lembre-se apenas de que precisamos estar no aeroporto em menos de uma hora. Tenho certeza de que vou lamentar estar dizendo isso, mas eu concordo. Faz mais sentido você passar aqui para me apanhar, já que está pronto e minha casa é mais perto de nosso destino. Só não se esqueça de que deve vir direto para cá.

          — Sim, senhor capitão! — respondeu Harry.

    Draco tinha certeza de que, se pudesse vê-lo, ele estaria prestando continência, do outro lado da linha. E provavelmente com a mão errada.

         — Então venha logo.

         — Só mais um detalhe: chocolate, caramelo ou geleia?

         — O quê?

         — Sua preferência por bolinhos, meu anjo.

     Anjo? Malfoy quase deixou cair o telefone. 

          — Bem...

         — Os três? Excelente escolha. Estarei aí em vinte minutos, no máximo.

    Ele ainda estava boquiaberto quando ouviu-o colocar o aparelho no gancho.

    Draco estava lindo, e deliciosamente provocante, quando o atendeu à porta. Os cabelos ainda pingavam sobre o roupão negro. Harry não deixou de fantasiar sobre como ele seria por baixo do tecido atoalhado.

         — Hum... Parece que estou vendo um Tritão que acabou de sair do mar.

     Draco virou-se de costas para ele, caminhando sala adentro.

          — Entre, e pode guardar sua lábia para outra vítima. Vou apenas me vestir para podemos seguir para o aeroporto.

       — Ei, tome o desjejum primeiro. Não se sinta menos à vontade por minha causa. Adoro ficar sentado em frente a um homem quase sem roupa.

     Malfoy parou em frente à porta e se virou, fazendo uma careta para ele.

         — Está bem. E se eu disser que o café vai esfriar se não tomá-lo agora? — sugeriu Potter.

         — Estarei de volta em dois minutos — disse ele, antes de fechar a porta do quarto.

   Harry quase riu ao ouvir aquilo. Julgava impossível se vestir em menos de meia hora. De fato, a maioria demorava em torno de uma hora para se arrumar. Cedrico levava quase isso entre vestir-se e perfumar-se.

    Ao vê-lo sair do quarto em menos tempo, Harry quase se engasgou com o bolinho que estava comendo. Draco seguira o mesmo estilo dele. Vestira jeans e uma blusa  verde, arrumada por dentro da calça. Aquela era mais uma prova de que seu amigo de infância estava mesmo se escondendo em roupas largas. Uma vez quando lhe questionou sobre isso, ele lhe dissera que desejava ser lembrado pelos colegas, pela sua mente brilhante e não pelo seu corpo.

    Com os trajes normais de trabalho e com as peças que Malfoy costumava usar para frequentar a casa dos pais, era impossível notar aquelas coxas musculosas e aquele tórax desenhado na blusa justa. Sorte que Draco não o flagrou a observá-lo. Ele estava olhando a caixa cheia de bolinhos, aberta sobre a mesa.

         — Espera mesmo que eu coma metade de tudo isso? Não sei de onde tirou a ideia de que sou insaciável.

         — Insaciável? — perguntou Harry, arqueando as sobrancelhas.

        — Por doces — salientou ele, pegando um bolinho. — Sabe, acho que devemos ir com a minha picape, em vez de usar seu carro. Além de ser mais espaçoso, chama menos atenção. Afinal, ficaremos quase uma semana fora, e nenhum estacionamento está livre de ladrões. Seu conversível será chamativo como uma isca.

    Ele estava com a mente distante, observando os movimentos sensuais que Draco fazia ao comer, finalizando cada mordida ao levar os dedos à boca, para tirar o açúcar. Cedrico tinha o mesmo hábito, mas fazia aquilo de modo estudado, olhando-o constantemente, com o objetivo real de seduzi-lo. Malfoy, por outro lado, não tinha a menor ideia do efeito que causava nele. Nem sequer estava percebendo o que fazia, pois havia se entretido com a leitura de uma lista de tarefas que colocara sobre a mesa.

         — Por que não está comendo, Potter? Considerando que insistiu tanto em trazer o desjejum, achei que estivesse faminto.

     E estava mesmo, mas não por bolinhos...

    A situação tenderia a piorar ao longo do dia, pois estariam confinados em um espaço mínimo no banco do avião. Céus, suas pernas roçariam a cada mudança de posição. Sem sentir o sabor do bolinho nem do café, ele acabou de comer, conseguindo apenas sonhar de olhos abertos. Cenas de uma cama onde Draco o chamava eram as mais repetitivas, acompanhadas de momentos em que faziam amor com intensidade frenética. Ele podia visualizar nitidamente, Draco  passando a língua avidamente sobre todo o comprimento de seu pau e o chupado com volúpia. Enquanto ele brincava com o dedo entrando e saindo daquele buraquinho rosadinho da bunda redondinha e branquinha.

         — E então? O que acha? — insistiu ele, acabando de comer.

    Esforçando-se para voltar à realidade, Harry se recordou das ultimas palavras ditas e tentou pensar em uma resposta.

        — Oh... Sim. Creio que tem razão. Meu carro é mesmo pequeno e chamativo demais. Enquanto acaba de se arrumar, vou levar sua bagagem e transferir a minha para o seu carro.

       — Pode deixar que eu levo a minha parte, pois vou ajeitar mais umas coisinhas. Além disso, só vou colocar os sapatos e estarei pronto.

   "Só faltam os sapatos?", pensou ele, olhando para os cabelos molhados de Draco. Notando a direção do olhar dele, Draco se adiantou e passou a mão pelos cabelos, dizendo:

         — Eles secarão no caminho, se é isso que o preocupa. Odeio secadores. Eles danificam os fios do meu cabelo.

     Na verdade ele estava imaginando como seria a sensação, de tocar aqueles cabelos úmidos. E se o fizesse, qual seria a reação de Malfoy. O esfolaria vivo?

         — Potter? — chamou ele, ao vê-lo paralisado.

       — O quê? Oh, sim. Desculpe-me. Acho que não estou tão acordado quanto pensei. Quer mais um desses doces? — improvisou ele.

     — Não, já acabei de comer. Você é que está atrasado. Acabe logo e vamos embora. Podemos levar o restante dos bolinhos recheados para os rapazes?

   "Rapazes!", pensou Potter ao se lembrar dos outros. O restante da equipe consistia em um representante de vendas, um perito em relações públicas e um pesquisador do setor de promoções, famoso por ser também professor de musculação. Todos haviam sido escolhidos não apenas pela qualificação profissional, mas também por serem jovens, atraentes, extrovertidos e por terem dentição perfeita. E, no momento em que os tais rapazes pousassem o olhar sobre Draco, vestido com aquela roupa, seria como o momento da criação de um novo inferno para ele.

         — Não. Deixe que eles mesmos consigam seus doces.

     E se alguém demonstrasse interesse em Draco, seria melhor arrumar um médico legista.



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