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História Na guerra e no amor vale tudo. - O que está sempre a nossa frente, mas nunca enxergamos.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Bom dia!
Boa leitura.

Capítulo 14 - O que está sempre a nossa frente, mas nunca enxergamos.


Fanfic / Fanfiction Na guerra e no amor vale tudo. - O que está sempre a nossa frente, mas nunca enxergamos.

    O cansaço do voo tornou ridícula a ideia de querer começar a trabalhar no estande da Ravenclaw & Salazar antes do meio-dia no dia seguinte. Pelo menos no que dizia respeito a Potter. Considerando-se que era ele quem liderava a equipe, os outros membros viviam ansiosos para seguir seu exemplo. Até mesmo Draco.

    Harry deduziu que ele estava cansado demais, tanto físico quanto emocionalmente, para discutir. Isso sem falar que ainda arrumara forças para derrotá-lo três vezes do jogo de videogame. Mas o pior era a sombra de desconfiança nos olhos azuis, mesmo no final do jogo. Pensara em quebrar o clima tenso de várias formas, mas não sabia se havia funcionado. Contudo,houvera momentos dignos de serem lembrados.

   Um deles fora quando haviam ficado lado a lado, em silêncio, observando a chuva, através da gigantesca janela do aeroporto, que dava vista para a pista de pouso. Ou o detalhe de ele haver permitido que ele permanecesse com o braço ao redor de seus ombros, enquanto caminhavam pela multidão. Outro exemplo fora o modo como Malfoy procurara seus braços como travesseiro, quando voltaram ao voo e o sono o venceu. Isso sem contar o beijo, claro.

   Harry pensara muito naquele beijo, e na confissão de Draco a respeito de haver se apaixonado. Também não se esqueceu dos comentários de Finch, Langdon e Nott sobre como ele os afetava.

    A noite mal dormida fora mais torturante que o esperado, pois havia uma porta conectando seu quarto ao dele. E o pior era saber que ela estava destrancada, por exigência dele próprio. Continuava assim na manhã seguinte, mas ele não teve coragem de verificar o detalhe, antes de ouvi-lo deixar o quarto. Com um pouco de sorte, tudo melhoraria ao longo do dia. Até o momento, estivera fazendo apenas um jogo de sedução com Malfoy. Porém, chegara o momento de demonstrar algo sério. Tinha um plano em mente, além de uma boa dose de determinação. Tudo teria de funcionar em tempo recorde. Havia um prazo limite. Não o estabelecido por Cedrico, mas por ele mesmo.

    No sábado, ao final da exposição, Harry queria que Draco o estivesse amando. Isso porque, ao longo daquela noite de insônia, chegara à conclusão de que o estava amando e que sempre o amara. Isso explicava por que não conseguia aceitar a ideia de desperdiçar a vida ao lado de Diggory. Sempre fora feliz ao lado de Draco, e não havia motivo para ter de abrir mão de tal felicidade.

   Mas seria difícil atingir sua meta. Precisaria de todo seu charme, e quando ele mostrasse algum sinal de que estava cedendo, pensaria no passo seguinte. Primeiro teria de conseguir a atenção dele com exclusividade, e mantê-lo junto de si. Ao chegar ao gigantesco centro de convenções e eventos de Londres, recebeu um cumprimento nada encorajador de Malfoy.

          —Não está com vontade de trabalhar hoje? — indagou ele, olhando para os trajes sociais que Harry escolhera.

   Tanto ele quanto os rapazes estavam de jeans e camiseta, trabalhando arduamente na montagem do equipamento e do estande. Havia caixas, ferramentas e peças por toda parte. A área reservada para a empresa no centro de convenções mais parecia uma mistura de canteiro de obras com parque de diversões de algum cientista louco.

         — Certo. Vejo que me vesti da maneira errada — admitiu Harry. — Diga-me o que espera que eu faça, e darei um jeito.

    Malfoy olhou a prancheta que estava a seu lado e começou a procurar por algo. Nesse meio tempo, Harry observou que os outros três rapazes da equipe não desviavam os olhos da direção de Draco. Cada um em sua tarefa, mas todos prestando atenção no que acontecia com seu príncipe de gelo.

     Depois de verificar todas as páginas da incessante lista de tarefas, ele o fitou com ar de desgosto e disse:

        — Não há muito o que fazer aqui que possa mantê-lo limpo. Eu o mandaria de volta para o hotel, mas corremos o risco de não vê-lo mais no dia de hoje.

        — Então não se incomode com minha roupa. Se não estou preocupado, por que você deveria ficar?

       — Ora, porque foi sua mãe que lhe deu esta camisa, no último Natal. Se você arruiná-la e ela souber que fui o responsável, jamais serei perdoado.

       — Isso não é problema — disse ele, retirando a camisa e exibindo sua musculatura bem definida, tentando impressioná-lo.

    Malfoy não desviou o olhar da prancheta e nem mesmo piscou diante da demonstração, mas os três colegas de trabalho lançaram-lhe seus olhares mais mortais. Ele sabia que não estava jogando limpo, mas e daí? Todos estavam habilitados a ficar sem camisa por ali. Pelo que havia notado, o único que poderia superá-lo em forma física era Langdon, que, apesar do porte atlético, já havia sido dispensado por ele.

         — O que quer que eu faça primeiro? — indagou Harry, sorrindo com malícia.

         — Vista a camisa novamente.

   O sorriso dele desapareceu, pois Draco mal o olhou. Nenhuma demonstração de ter ficado impressionado nem admirado. Aquela podia até ser uma tática adolescente, mas sempre funcionara bem. Com outros homens. Aqueles que Malfoy definira como "desmiolados". Ele teria de se esforçar mais. Contudo, o jogo estava no começo, e aquele era apenas o primeiro ponto que fora perdido.

        — Por que não encontra um telefone e pede o almoço para nós? — sugeriu ele. — Enquanto isso,vou encontrar a caixa com as camisetas promocionais de Crest. Ao voltar, poderá colocar uma delas.

     Os três rapazes ao fundo do estande trocaram sorrisos de satisfação entre si, ao vê-lo colocar a camisa de volta. Aquilo parecia um desafio, que merecia um retorno à altura. O troco viria junto com o almoço.

         — Está bem. Eu até perguntaria o que cada um quer comer, mas acho mais interessante fazer uma surpresa.

    Draco sorriu concordando, e ele se colocou em movimento, pensando nos próximos passos de seu plano. Menos de dois segundos depois de Harry sair de seu campo de visão, Draco sentiu uma presença atrás de si. Qual não foi sua surpresa ao se virar e ver os três colegas de trabalho olhando-o com seriedade.

          — Hum... Malfoy? Podemos falar com você? — perguntou Nott.

          — Claro. O que foi?

          — Potter — murmurou Finch.

          — Achamos que devíamos alertá-lo sobre seu amigo —completou Langdon.

          — Alertar? Sobre o quê?

          — Você virou um desafio para ele — desabafou Finch.

          — Ele é o único homem que você deixa que se aproxime — disse Theodore.

          — E parece que ele está disposto a tirar vantagem disso — finalizou Langdon.

    Draco os fitou com ar surpreso por alguns segundos, mas em seguida começou a sorrir e falou em tom de brincadeira:

          — Certo. Agora contem outra.

    Ao vê-los permanecer sérios, e com ar de censura, ele voltou a arregalar os olhos.

         — Estão falando sério?

         — Estamos — confirmou Nott.

         — Cometemos um erro — confessou Finch.

         — Foi errado contar a Potter sobre você — concordou Langdon, cabisbaixo. — Pensamos que fosse um dos nossos.

      — Pelo menos de certa forma — adicionou Nott. — Sabemos que são velhos amigos, e pensamos que se ele tivesse algum interesse em você, teria se pronunciado no passado.

      — Além disso, julgamos que ele não soubesse valorizar alguém como você, considerando o projeto de ken que arrumou como namorado — disse Finch.

         — Não é que não o consideremos belo — emendou Nott.

         — Na verdade, você vale por dúzias de Cedrico Diggory.

         — Isso mesmo — reforçou Finch.

   Malfoy esfregou o meio da testa com os dedos, tentando afastar os sinais de enxaqueca que começavam a se pronunciar.

         — Estão tentando dizer que Harry está interessado em mim?

     Os três rapazes trocaram alguns olhares, cheios de tensão.

          — Bem... Com um homem esbanjando sex appeal, você entende, não é? — explicou Nott.

         — Esbanjando sex appeal? — repetiu ele.

        — Deduzimos que ele só teve tal ideia depois que lhe contamos sobre sua falta de percepção quanto ao que sentimos por você — falou Langdon.

       — Sobre o que sentem por mim? — indagou Draco, sentando-se na escada mais próxima. — Em algum momento eu dei a entender que estava interessado em alguém?__ Disse Malfoy de forma sarcástica.

   Langdon olhou ao redor e para cima, em direção à estrutura do teto, dizendo:

         — Trouxemos corda no equipamento? Aquela viga parece forte suficiente para eu me enforcar nela.

    Draco deu um leve empurrão no braço dele.

        — Não fale desse jeito. É natural vocês repararem no meu corpo. Não são cegos._Disse Draco sorrindo de ladinho_ Então todos falaram sobre mim no bar?

       — Mas não foi apenas uma citação. Você foi o assunto da conversa toda — esclareceu Nott. — E tudo o que posso dizer é que não o consideramos como irmão do futuro vice- presidente. E sim com um homem bastante sexy e inteligente.

    Malfoy balançou levemente a cabeça, certa de que não estava ouvindo direito. Ele riu ao ouvir aquilo.

         — Mas o mais importante, Draco, é que você nunca percebe quando um homem está atraído por você — disse Nott.

         — Atraído por mim?

   "Meu Deus!", pensou ele, "Vitoria tinha razão! O livro funciona... E até bem demais. Oh, o que foi que eu fiz?” Dentro de seu ceticismo sobre o livro, Malfoy não considerou que Como conquistar o seu homem podia ser tão letal quanto uma arma carregada, e usou as táticas sem a menor preocupação.

        — Vocês estão brincando! — insistiu. — Se é assim, como é que ninguém lá da empresa jamais me convidou para sair?

        — Bem que tentei — falou Finch. — Você nem mesmo notou que era isso que eu estava fazendo.

         — Oh... Os ingressos .Eu nem desconfiei. __ Disse Draco com falsa inocência.

   O rosto dele pareceu se iluminar.

            — Então vai sair comigo?

           — Bem, não é que não aprecie seu convite mas, na verdade... — Malfoy desviou o olhar. — Sabe o Guy, da contabilidade? Está apaixonado por você e, se sairmos juntos, ele nunca mais falará comigo. Eu não deveria ter contado isso, então prometa que não dirá que soube por mim.

    Nott bateu a mão no ombro de Finch, dizendo:

          — E bom ter um companheiro a caminho de se acertar com um belo ruivo.

          — Creio que vou ligar para ele quando voltarmos — falou Finch.

          — E enquanto nosso amigo aqui liga para Guy, o que acha de jantar comigo, Malfoy? — sugeriu Theo.

   Ele balançou a cabeça lentamente, em negação, murmurando:

         — Neville, do departamento de atendimento ao consumidor...

         — Mas ele disse que nunca mais queria me ver por perto! — exclamou Theo, surpreso.

     — Era mentira. Agora ele está morrendo de saudade — explicou Draco, virando-se para Langdon antes mesmo que ele o convidasse também. — E quanto a você, Gregório só começou a sair com Vicente para deixá-lo com ciúme.

        — Eu sabia — afirmou Langdon, mas estava claro que era um péssimo mentiroso. — Como soube de tudo isso?

     — Fofocas de empresa. Nos últimos tempos, não tem havido muitas novidades, mas acho que após o retorno de certos três rapazes, teremos muito o que falar.

       — Você é um cara excelente, Draco. Desculpe-nos por havermos complicado sua situação — falou Finch.

       — É mesmo — concordou Nott, sorrindo com sarcasmo. — Caso queira, poderemos pegar Potter em um beco escuro e quebrar as pernas dele. Seria um prazer.

      — De jeito nenhum, rapazes. Ele é o melhor jogador do time de squash. Se quisermos ganhar o campeonato, é melhor mantê-lo inteiro — lembrou Malfoy.

       — Que tal depois da temporada? — sugeriu Nott, suspirando com ar decepcionado.

       — Quem sabe? Por enquanto, deixem-no comigo.

   Finch soltou uma risada breve e sagaz.

       — Sabem, meus amigos, do jeito que ele falou agora, quase estou com pena de Potter.



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