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História Na Sua Estante - Preciso esquecê-lo


Escrita por: vggukys

Notas do Autor


Obrigado por lerem ♡

Capítulo 4 - Preciso esquecê-lo



[ ... ]

Era quinta feira à noite, o dia que a banda do Reita iria se apresentar no baila de Halloween da cidade. Eu passei muitos dias pensando em seu convite, eu não poderia recusar, eu estava decidida à ir. Mas a questão era... Eu não tinha fantasia de Halloween nenhuma, eu nunca havia ido à uma festa antes, muito menos uma de fantasia. Eu não sabia o que esperar, eu estava nervosa antes mesmo de chegar lá. Olhei no relógio e já era 19:30 da noite, normalmente essas festas começam um pouco mais tarde, e eu ainda tenho tempo de me arrumar.

    Vasculhei minhas gavetas em busca de alguma roupa que eu pudesse transformar em fantasia, quem sabe de um bruxa? Era assim que minhas roupas normalmente pareciam... Achei um vestido preto, foi um presente de aniversário que ganhei de uma tia minha, mas eu nunca o usava, ele era extremamente vulgar. Fiquei parada o olhando por alguns instantes... Será que isso chamaria à atenção dele? Comecei a ficar vermelha só de imaginar vestido essa peça minúscula. Mas, eu não tinha muita alternativa, além do mais, todos estarão com trajes extravagantes, eu nem seria notada. Decidi por fim usá-lo. Peguei a maquiagem da minha mãe emprestada, e arrisquei um look mais pesado, apesar de eu não ter a mínima ideia de como fazer uma maquiagem, eu simplesmente repeti o que eu via na TV algumas vezes. Calsei meu único sapato de salto, e por fim, estava pronta. Eu andava como uma pata, mas teria que me acostumar. Minha mãe permitiu que eu fosse à festa, desde que eu não chegasse bêbada, ou algo do tipo, e isso com certeza não vai acontecer.

[ ... ]

     Eu estava em frente à entrada do baile, por várias vezes me veio o pensamento de ir embora enquanto havia tempo, mas eu reuni toda a minha pouca coragem, e finalmente entrei pela porta. A música estava alta, e já estava lotado de gente, a maioria eram do colégio mesmo, todo mundo me olhava, mas pareciam não me reconhecer, eu estava nervosa, eu não sabia pra onde ir, eu não era amiga de ninguém ali. Andei até próxima ao palco onde a banda iria se apresentar, e vi os meninos testando os instrumentos. Wow, eles estavam todos fantasiados e maquiados ao estilo visual Kei, apesar de ser um pouco estranho, eles estavam lindos. Iriam começar à tocar em poucos minutos, eu fiquei parada alí os observando, quando Reita olhou pra mim de cima do palco, eu sorri pra ele, mas ele continuou sério me encarando. Que iludida eu, pensar que ele ficaria feliz em me ver, nem deve se lembrar de mim. Meu sorriso se desfez, e eu fui me afastando de perto do palco, quando em seguida ele desceu as escadinhas do palco e veio correndo até mim, meu coração bateu forte.

     - Amaya? – Ele me olhou sorrindo, me olhava de cima em baixo, fiquei constrangida. – Eu... Não tava te reconhecendo, me perdoa.

     - Ah, tudo bem, eu tô ridícula eu sei. – Sorri sem jeito.

     - Não, não, você tá bem bonita. – Ele respondeu sorrindo pra mim. Meu rosto corou.

      - Então, vocês vão tocar? – Perguntei nervosa. Óbvio que iriam, que pergunta obvia.

     - Sim, daqui a pouco, só estamos testando o som. Que bom que veio nos ver, espero que se divirta. – Ele falou simpático, mesmo que o som deles seja péssimo, eu já ganhei minha noite apenas falando com ele.

     - Com certeza, eu vou. – Respondi o olhando com a maior cara de boba, com certeza eu estava. Mas antes que ele respondesse alguma coisa, um dos meninos se aproximou de nós. Era o moreno.

     - Reita, já vamos começar a tocar a primeira música. Depois você fala com a sua namorada. – Ele falou rindo se aproximando de nós dois. Meus olhos saltaram.

     - Deixa de ser idiota Aoi, ela é minha amiga, Amaya... – Reita revirou os olhos, é, com certeza ele não gostou de ser chamado de meu namorado. – Amaya, esse imbecil aqui é o Aoi. – Reita completou rindo. O garoto de piercing nos lábios me cumprimentou com um beijo no rosto, fiquei sem reação.

     - Já que é solteira, quer sair comigo depois do baile? – Ele perguntou jogando seu charme, e tem só 1 minuto que acabamos de nos conhecer. Eu fiquei muda.

     - Não, ela não quer. – Reita respondeu por mim. – Agora vamos. – Ele pegou o de piercing pelo braço e ambos saíram indo até o palco onde iriam tocar.

Ok... Isso foi... Estranho. Mas tudo bem, primeira festa que eu vou.

     Ruki pegou o microfone e anunciou o nome da primeira música, “Regret”, eles pareciam um banda profissional, todos tinham presença de palco. Começaram à tocar, e o som era melhor do que eu imaginava, a música tinha uma boa melodia, eles era bons. Eu não tirava os olhos de Reita, mas logo outras meninas começaram à se aproximar do palco e eu fui sendo esmagada no meio do povo, aquele empurra-empurra mal me deixava vê-los direito.

     A primeiro canção se encerrou, então eles começaram outra, Ruki anunciou o nome da música, era Cassis, e essa era mais lenta e melódica. Finalmente pararam de me empurrar. Vi alguns casaizinhos do meu lado se pegando, e aquilo tava me deixando deprimida. Enquanto Ruki cantava, eu só pensava nele, naquele loiro de faixa tocando baixo lá no palco, como eu queria que ele estivesse aqui comigo agora, do meu lado. Mas vir à essa festa compensou, estamos ficando amigos, e isso já é um bom começo. Essa é a noite mais feliz da minha vida.

          [ ... ]

      Os meninos já haviam tocando umas 5 músicas, e estavam na última, essa era mais agitada, todo mundo fazia headbanger, eu até gostaria de tentar, mas eu iria ficar tonta, cair e pagar um mico. Assim que a música terminou, Ruki os outros meninos agradeceram ao público, e saíram pelos fundos do palco. Senti um vazio imenso no meu peito, queria gritar pra eles voltarem. Onde será que foram? Talvez já estivessem indo embora... Fiquei parada alí tentando decidir o que fazer, quando vi Reita e os meninos se aproximando de mim, se eu não estiver vendo coisas sim... Eles estavam vindo até mim. Engoli seco.

     - Gostou do show Amaya? – Reita perguntou sorrindo.

     - Sim, eu adorei. – Respondi com um sorriso bobo. Mas antes que eles falassem alguma coisa, duas meninas vieram correndo em direção à nós, uma delas me empurrou atravessando na minha frente.

     - RUKI VOCÊ PODE AUTOGRAFAR MEU SUTIÃ? – Uma delas falou, tinha a voz aguda e irritante. Qual é, quem é que pede pra autografar sutiã? Quando olhei lá estavam Ruki e os demais meninos escrevendo nos seios das garotas, me deu vontade de vomitar, fiquei tonta com ciúme súbito que subiu a minha cabeça. Mas precisava me controlar. Logo as duas vadias saíram toda empolgadas. Eles não pareciam constrangidos, ao contrario, estavam rindo.

     - Quer que eu autografe seu sutiã também? – Aoi falou apontando a caneta em minha direção. É agora que eu saio correndo dalí.

     - Não, muito obrigado. – Respondi séria.

     - Quer tomar alguma coisa com a gente? – Uruha perguntou educadamente.

     - Não, não tomo álcool. – Respondi sem jeito.

     - Bom, a gente vai indo então, foi um prazer conhecer você Amaya. – Uruha falou saindo com os meninos, indo até o bar. Ele nem me reconheceu com essa fantasia, estudamos juntos no meu colégio a vida toda. Ri por dentro.

     - Prazer conhecer vocês também. – Respondi olhando sem jeito. Eles estavam saindo, quando vi Reita voltando. Comecei a suar.

     - Pensando bem eu, acho que vou te fazer companhia. – Reita falou ficando do meu lado. Meus olhos se encheram de lágrima, chora bestona, estraga tudo. Tentei me controlar e sorri pra ele.

     - Se quiser, pode ir beber com seus amigos... – Falei sem graça.

     - Ah... Nem tô afim de beber hoje, amanhã tenho recuperação de álgebra, de novo, então... – Ele respondeu sorrindo. Eu iria ficar sozinha com ele mais uma vez, eu ainda não me acostumei com isso, meu estomago começou a embrulhar de novo, as malditas borboletas.

     - Entendo. – Respondi apenas isso, mas por dentro estava pulando de alegria.

     - Então... Vamos pra outro lugar, aqui tá muito abafado. – Ele segurou na minha mão, e meu corpo se esquentou. Iria começar a gagueira.

     - Tu-tudo bem. – Respondi nervosa, mas eu não iria correr.

     Fomos pro lado de fora do baile, eu nunca tinha ficado sozinha com um garoto antes, e parecia claro meu nervosismo. Eu não falava, apenas olhava pro nada naquela rua escura, a gente caminhava lentamente apenas por caminhar, ele do meu lado com as mãos no bolso, e eu com os braços encolhidos devido ao frio, eu pensava em mil e uma coisas, quando em um momento em pisei em falso e cai pro lado sendo rapidamente segurada por ele, minha cara inchou de vergonha, ele segurava forte nos meus braços e me olhou com um sorriso.

     - Tudo bem? – Ele perguntou rindo ainda me segurando.

     - Esses... Esses sapatos, eu sabia que não era uma boa ideia. – Falei totalmente corada. Sabia que não ia encerrar minha primeira festa sem pagar um mico.

     - Essas coisas acontecem, eu já cai muitas vezes no palco enquanto tocava, e olha que isso foi na frente de muitas pessoas. – Ele comentou na tentativa de me fazer sentir melhor. Eu sorri sem jeito, aos poucos ele foi soltando meu braço, e ficamos parados um na frente do outro.

    - Obrigado, por não me deixar cair. – Respondi ainda envergonhada.

     - Imagina, esquece isso. Eu guardo seu segredo. – Falou sorrindo. – Bom, mas mudando de assunto... O Aoi pareceu bem interessado em você, o que achou dele?

     - Bem... Eu... Ele... Ele é bonito mas... – Eu respondi com dificuldades aquela pergunta inesperada, mas antes de terminar ele me interrompeu.

     - Olha, o Aoi é meu amigo, e eu o conheço... Por isso, eu não acho uma boa ideia você... E o Aoi... – Ele falou sorrindo de lado, como se me escondesse algo. Eu engoli seco. Estava tentando me proteger.

     - Acredite, eu... Já estou interessada em outra pessoa. – Falei quase que sem querer. Ele me olhou por alguns instantes e eu senti que meu segredo acabara de ir por água abaixo.

     - E essa pessoa também gosta de você? – Ele perguntou como quem não tinha caído a ficha. Comecei a suar, eu precisava sair daquela situação, ou ia acabar tendo um ataque cardíaco à qualquer momento.

     - Eu acho que não... Ele... Ele não me nota... – Falei nervosa, Reita olhou pra cima como se tentasse descobrir quem era. Eu nunca pensei que ele seria tão ingênuo à esse ponto.

     - Eu sei como é... Eu gosto de uma garota sabe, o nome dela é Mayumi. Mas eu não conto isso pra ninguém, porque meus amigos ficam me zuando. E eu sei que nunca teria chances com ela... – Ele falou em seguida, senti meu peito ser dilacerado minimamente, minha garganta travou, eu fiquei em silencio pensando numa resposta inteligente naquele momento.

     - Na-não pense assim... Você é legal, é divertido, com certeza faria qualquer garota se apaixonar por você. – Falei segurando o máximo pra não desabar em lágrimas perto dele.

     - Sabe, eu recebi uma carta anônima à algumas semanas atrás, e eu meio que achei impossível ser dela... Mas com você me dizendo isso, me animou bastante. – Ele sorriu empolgado. Uau, fiquei feliz em ter ajudado, só que não.

     - Espero que... Dê tudo certo com a Mayumi. – Falei aquilo engasgada. Ele sorriu como um bobo apaixonado, como eu ficava quando olhava pra ele disfarçadamente no intervalo na escola.

     - Você também tem que ter fé que vai conseguir conquistar o garoto que você gosta! – Ele me olhou animado. Eu sorri pra disfarçar.

     - Sabe o que é... Já tá tarde, eu tenho que ir pra casa. Prometi à minha mãe que não chegaria tarde. – Eu precisava sair dalí rápido, tava doendo muito. Eu me arrependo amargamente de ter vindo nessa festa. Era melhor ter ficado só na ilusão do que ouvir a verdade nua e crua. Amaya, você não tem chances. Desista.

     - Quer que eu te leve em casa? Pode ser perigoso andar sozinha à essa hora. – Ele perguntou educadamente.

     - Não, não precisa, eu tenho uma arma bem aqui! – Respondi apontando pros meus sapatos. Ele riu e voltamos à caminhar lentamente.

     - Tá bem, mas eu vou com você até aquela esquina iluminada alí, aqui tá bem escuro. – Ele falou todo meigo, mas eu sabia que ele só estava sendo educado. Aceitei de bom grado sua ajuda e fomos andando juntos até chegar na outra esquina. Antes que eu falasse alguma coisa, vi ele aproximando seu rosto do meu, se curvando um pouco pra ficar do meu tamanho, e senti algo gelado na contra a minha bochecha, seus lábios doces me deram um beijo singelo de despedida, algo que eu não esperava dele. Fiquei desnorteada.

     - Até mais, Amaya. – Ele falou sorrindo. Eu abri a boca na tentativa de responder, mas nada saia, simplesmente me virei de costas caminhando sem olhar pra trás. Coloquei a mão sobre meu rosto, eu mal podia acreditar naquilo. Porque ele só dificulta as coisas pra mim? Tenho que esquecê-lo. Eu preciso esquecê-lo.

[ ... ]



Notas Finais


Então, gostaram?(^.^)/
Perdão por qualquer erro rs (obs: eu sei que nessa época eles ainda não tocavam Regret, nem Cassis, mas é que foram as músicas que lembrei no momento).


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