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História Na sua pele - bughead - 07


Escrita por: Pretty_Poisons

Notas do Autor


Espero que gostem. ❤️

Capítulo 7 - 07


JUGHEAD


O LUGAR TAVA LOTADO. A Enmity faz muito sucesso entre os metaleiros e punks daqui. Além disso, o Reggie é da cena local desde moleque, então tem um monte de fãs fiéis só porque tá na batalha há um  tempão.

 Uma banda horrível, que imitava o Slayer, ia abrir o show pra eles  e já tava passando o som. Depois, ia tocar uma banda punk só de minas.  Ou seja: o show do Reggie devia atrasar. Legal, porque já eram mais de onze  horas, e eu não conseguia parar de olhar o celular. Toda vez que eu fazia  isso, o Archie revirava os olhos, e o Reggie dava risada. Só que os dois estavam
empenhados em secar uma garrafa de tequila. Nem levei pro lado pessoal.  

Fazia mais de uma hora que eu tinha mandado um torpedo pra Betty, pra  saber se ela vinha ou não, e nada de resposta. Eu tava impaciente e irritado. Em parte porque aquele era um território  desconhecido: o lance de monogamia era novidade pra mim. Tô acostumado a matar minha vontade quando preciso, apelar pras necessidades mais básicas e deixar meu instinto carnal me guiar. Ficar todo comportado não porque alguém me pediu, mas porque eu queria, era algo completamente novo pra mim, com efeitos colaterais que são um pé no saco. Estava com tesão e estressado e, pra completar, cansado de brincar de correr atrás dela por torpedo. 

Não sabia que a Betty era tão ocupada. A mina fica indo da aula pro trampo, do trampo pra um troço
voluntário, e é assim o dia inteiro. Quando a gente se via antes, só no fim de semana, eu achava que ela tinha tempo livre e passava o domingo na casa dos meus pais porque tava a fim. Mas não era o caso. Cada minuto do dia dela era planejado com todo o cuidado, e eu tava começando a entender o quanto ela tinha se sacrificado pra cuidar da minha família zoada.

– Relaxa. Se a Betty disse que vem, ela vem.

O Archie me deu uma cotovelada nas costelas, pra eu largar o celular. Já tava fazendo uns furos no aparelho, de tanto passar a mão na tela. Enfiei o troço no bolso e peguei a cerveja que tava lá há mais de uma hora, esquentando na minha mão. 

Cruzei o olhar com uma loira super gostosa que ficou me observando desde que a gente entrou no bar. Fiz um rápido apanhado mental do porquê tinha achado uma boa ideia ficar só com a Betty e tentar entender como essa mina consegue confundir tanto minha cabeça. Afinal de contas, tinha aquela mulher bem mais fácil de pegar ali na minha frente. A loira me deu um sorriso que mais pareceu um grito de “quero que você arranque minhas calças com os dentes”, e eu engasguei, porque a cerveja desceu pelo cano errado.

O Reggie abafou o riso e passou a mão por aquele cabelo bagunçado dele. O cara parece um rock star. É magro e tem um visual que tá sempre impecável. Não precisa fazer esforço pra deixar as minas loucas, com cara de tesão. Tem uma voz incrível e sabe cantar. Tipo, sabe mesmo. O fato de ele ter escolhido uma banda de metal não deixa de ser irônico, porque a maioria das músicas da Enmity é gritada e barulhenta.

 O Reggie é músico de verdade e escreve uns lances matadores. E ainda sabe tocar quase qualquer
instrumento. Uma noite, depois de a gente encher a cara de cerveja, ele confessou que gosta de heavy metal porque não consegue lidar com a fama que os estilos mais populares atraem, não gosta de ter um monte de gente em cima dele. O Reggie quer ter uma banda, mas, por algum motivo que só ele entende, não tá nem um pouco a fim de ser estrela. Apesar de ter o
visual e a voz pra isso.

– Juro que você atrai mais minas do que eu. E olha que tenho uma banda. É só você piscar que elas caem matando – disse.

Limpei a garganta e pus a cerveja em cima da mesa.

– É… Bom, falei pra vocês que vou ter que dar um tempo dessa merda.

O Reggie virou pra trás e olhou a loira, depois olhou pra mim e deu um sorriso malicioso.

– Boa sorte.

O Archie engoliu mais uma dose e fez pssssssss.

– Dá um tempo pra ele, cara. Tá rolando um lance da hora.

– Só tô dizendo que o Jughead não precisa nem fazer esforço com a mulherada.

Peguei o celular de novo e vi que horas eram pela centésima vez.

– Alguma coisa me diz que você tá redondamente enganado –falei.

O Reggie e o Archie mandaram outra dose pra dentro, e o Reggie soltou um gemido.

– A primeira banda tá se preparando pra começar. Preciso ir ver se os caras tão prontos pra tocar. A gente tá terminando de gravar o CD e tem que mandar bem hoje.

Depois que todo mundo na nossa mesa se despediu dele com um soquinho, soltei um suspiro, porque a loira tinha me dado outra olhada decidida. Não queria ficar olhando pra ela, mas é difícil mudar.

– Que bosta.

– Sério, cara, relaxa. A Betty é demais. Ela é muito linda, e tem coragem pra encarar essas merdas que você faz. A mina conhece você e, mesmo assim, tá disposta a te dar uma chance. Ela vai chegar, então se
acalma e diz pra esse seu pau dar um tempo.

Eu ainda tava com aquele moicano bem louco e não podia passar a mão no cabelo. Então, esfreguei a nuca e comecei a batucar na mesa.

– Por que você acha que ela tá disposta a me dar uma chance? Quer dizer, é lógico que a mina sabe que esse lance tem tudo pra dar errado. A Betty sabe do meu passado e, no geral, a gente não tem nada em comum. Não consigo tirar essa mulher da cabeça. Mas por que você acha que ela tá a fim de ver qual é?

– Acho que ela é uma mina super inteligente e, seja lá qual for o motivo dela, deve ter pensado muito bem antes de encarar esse lance. Não acho que ela foi pra cama com você de graça e tenho minhas dúvidas se topou tentar só por que você pediu. Se conseguir firmar essa sua cabeça e deixar seu pau dentro das calças, vai acabar descobrindo por que a Betty tá fazendo isso. E tenho certeza de que vai ficar de quatro quando isso rolar.

– Eu devo estar louco só por pensar que vou conseguir fazer uma coisa dessas.

Gosto de mulher, de sexo sem compromisso, de ir aonde quero na hora que quero sem ter que dar satisfação pra ninguém, só pra mim mesmo. Ficar com a Betty significa dar um tempo de tudo isso. Suspirei de novo e, quando vi, meus olhos pousaram na loira que ainda tava de olho em mim, só que aquela carinha bonita tinha virado uma careta. A boca estava enrugada, parecia que ela tinha comido alguma coisa azeda, e eu não consegui entender o que tinha rolado. Mas aí ouvi o Archie murmurar “caralho” e me liguei que todos os caras tinham se virado pra olhar pra Betty e Verônica, que tavam passando pelo balcão e vindo na nossa direção.

Elas faziam uma bela dupla, eram as minas mais classudas do bar. Estava na cara que nenhuma das duas tinha ido ao Cerberus antes. O cabelo loiro da Betty tava solto, caindo em cima dos ombros nus, porque ela tava usando uma blusinha frente única, com uma calça jeans tão justa que ia precisar de um cirurgião pra remover aquele troço. Os sapatos dela eram de salto, bem azuis, uma coisa que ficaria meio ridícula num lugar como esse, mas até os head-bangers das antigas babaram.

A Verônica tava com aquele cabelo preto bagunçado de um jeito sexy, usando uma saia curta, uma blusa roxa soltinha caída no ombro, e botas pretas que, com certeza, já tiveram dias melhores. Mas isso não impediu que as duas fizessem todo mundo – homens e mulheres – virar pra ficar olhando elas virem até a nossa mesa.

Não sabia direito o que fazer, então fiquei só olhando pra Betty, que ficou me encarando. Tinha quase certeza de que todo o sangue do meu cérebro tinha ido parar lá embaixo, e só consegui piscar que nem um idiota, enquanto o Archie ria e cumprimentava as duas.

– Oi. Desculpa o atraso, teve uma despedida de solteiro lá no bar e agente demorou mais para sair do que tinha imaginado.

– Te mandei uns torpedos pra ver o que tava rolando.

Eu devia ter perguntado se a Betty queria beber alguma coisa, ter feito algo que demonstrasse que estava feliz por ela ter vindo, mas acabei sendo grosso e esquisito.

A Betty fez uma careta e respondeu:

– Meu celular tá desligado.

A Verônica apoiou os cotovelos na mesa e tomou a dose de tequila que o Archie ofereceu.

– Conta pra ele por que tá desligado.

O tom era de acusação e deu pra ver, mesmo naquela luz fraca do bar, que a Betty ficou vermelha.

Pus a mão na parte de baixo das costas dela e me inclinei pra encostar os lábios em sua orelha.

– Por que tá desligado, Gasparzinho?

Ela pareceu nervosa.

– Por que o Gabe não para de ligar. Minha mãe convidou os pais do cara para jantar no clube de Brookside no fim de semana que vem, e todo mundo está esperando nós dois lá. Aí o Gabe pôs na cabeça que a gente tem que ir no mesmo carro e não me deixa em paz. Desliguei o telefone, porque isso está me deixando louca e, para começo de conversa, nem quero ir.

Uma garçonete escolheu justo esse momento pra passar pela nossa mesa, e as minas pediram drinques, e eu, mais uma cerveja. Puxei a Bettymais pra perto de mim e me virei, pra gente ficar de frente um pro outro.

– E o que você vai fazer?

Ela pôs a palma da mão no meu peito, bem em cima do coração, e me encarou com aqueles olhos verdes e um ar de tristeza.

– Não sei. Tenho que ir, ou minha mãe vai transformar minha vida num inferno, mas não quero nem chegar perto do Gabe. Estou tentando fingir que isso não está acontecendo.

– Essa tática não vai funcionar por muito tempo.

Gosto do jeito como ela se encaixa em mim, parecendo que foi feitasob medida.

– Eu sei.

A garçonete trouxe as bebidas, e a Verônica fez cara feia quando a primeira banda começou a tocar. Dei risada e servi mais uma dose de tequila pra ela.

– Só tenta aguentar as duas primeiras bandas. Juro que a do Reggie é muito boa.

A mina fez uma careta e respondeu:

– Curto músicas com banjo e vozes mais agudas.

Todo mundo deu risada.

– Ajuda o Archie a acabar com a garrafa de tequila. Vai te ajudar a aguentar. Se ficar ruim demais, aposto que o Reggie tem uns protetores de ouvido que a gente pode surrupiar pra você.

A Verônica disse alguma coisa que eu não entendi, mas o Archie morreu de rir. Virei pra Betty e me arrepiei todo por dentro quando vi que ela tava encarando a loira. Subi a mão até a cintura dela e dei um puxão pra grudar a Betty em mim.

– Ô, não faz isso.

– Ela não precisa ser tão descarada.

– Olha em volta, Betty. Tem pelo menos uns dez caras, num raio de um metro e meio, que tão arrancando sua roupa com os olhos. Tá tudo certo. Tô com você, não com ela, e você tá aqui por minha causa, não por causa deles. É isso que importa, certo?

A Betty fez uma careta que me deixou com vontade de chupar o lábio inferior dela. Estiquei o braço e coloquei uma mecha de cabelo dela atrás da orelha. Parecia feito de cetim de tão sedoso, e soltou imediatamente.

– Nunca fiquei esperando uma semana inteira só pra ficar com uma mina que eu tivesse a fim. Sendo bem sincero, é um saco, mas quero ficar com você.

– Desculpa mesmo por ter demorado. Deu trabalho convencer a Verônica vir comigo. Isso aqui não é mesmo a praia dela, nem a minha, mas estou feliz por estar aqui com você.

Aí ela passou o dedo indicador pela tatuagem de fênix que tenho no bíceps e falou:

– Também quero ficar com você, Jug. Desculpe por minha vida ser tão corrida.

– Não esquenta – passei a mão por baixo daquela cascata de cabelo e me inclinei mais pra sussurrar no ouvido dela. – E aí, você vai pra minha
casa depois?

Se a Betty dissesse “não”, acho que eu teria que tomar um banho frio antes de tirar as calças. Aqueles olhos verdes brilhavam quando ela olhava pra mim. Nunca uma mina, principalmente uma mina que eu conhecia há tanto tempo, tinha conseguido me deixar na dúvida. Era difícil adivinhar o que ela tava pensando. Parecia que seus olhos só refletiam o que eu tava sentindo.

– A gente veio de táxi. Se não tiver problema pela Verônica, é uma boa opção.

A Betty tava falando mais baixo, meio rouca. Acho que nunca ouvi nada mais sexy. Soltei um grunhido de aprovação, porque sou um homem das cavernas, e pus a mão na bunda dela.

Nós quatro ficamos conversando e tomamos mais algumas, sofrendo com o show das duas primeiras bandas. A segunda até seria legal se a vocalista tivesse se concentrado mais em cantar do que em parecer alternativa. Mas elas só ficaram gritando e pulando por uma hora, até a Verônica ter vontade de subir no palco e arrancar o microfone da mão da coitada. 

Nunca pensei que pudesse ser tão divertido ficar ali, curtindo com a Betty e a amiga dela. A Verônica é engraçada e sarcástica, ficou trocando umas alfinetadas com o Archie como se fosse amiga dele há anos. Quando a Enmity começou a passar o som, a garrafa de tequila já era, e os dois estavam bem bêbados.

A Betty é mais quietinha e ficou observando tudo e todos à sua volta. Fazia umas perguntas e respondia quando falavam com ela. Mas, na maior parte do tempo, só ficou de olho no que tava rolando em vez de participar de verdade. Uma hora, quase comecei uma discussão. Tinha ido no banheiro, e o Archie, saído pra fumar um cigarro. A gente só se ausentou por um minutinho mas, quando voltou, um metaleiro suado tava dando em cima da Betty.

Não sou um cara ciumento. Tipo, passei a vida inteira sendo pior que meu irmão gêmeo, então não consegui entender por que aquela raiva assassina começou a fluir dentro de mim. De uma hora pra outra senti ciúmes, fiquei a fim de ser dono dela, de dizer pra todo mundo que a Bettyera minha. Por sorte, o Archie chegou antes e dispensou o cara de um jeito bem direto, porque eu ia fazer picadinho dele e acabar passando a noite na cadeia. Mesmo assim, quando voltei pra mesa, fiz a mina ficar de pé naqueles saltos azuis que deviam ter saído uma nota e mandei um beijo naquela boquinha linda e cor-de-rosa com tanta força que o piercing que tenho no lábio me beliscou. Achei que a Betty fosse resistir, quem sabe me xingar por eu ser tão vacilão, mas só agarrou minha camiseta com aquelas mãozinhas e me deixou fazer o que tinha que ser feito. Quando finalmente deixei a mina sentar de novo, ela tava vermelha, com as pupilas meio dilatadas. Aí passou a língua no lábio inferior e se ajeitou do meu lado.

– Preciso dizer, Jughead. Adoro beijar todo esse metal na sua cara. Nunca achei que fosse curtir uma coisa dessas, mas você realmente faz valer a pena.

Ai, cara. Era a coisa mais sexy que já tinha ouvido na vida. Passei o braço no ombro dela e ri daquele comentário meio seco, mas não me dei ao trabalho de negar o motivo da pegação explícita. 

A gente continuou conversando e se divertindo. Quando as luzes se apagaram e chegou a hora do Reggie subir no palco, eu já tava de saco cheio de ficar com o pessoal, queria ficar sozinho com ela. Infelizmente, o Reggie manda muito bem. A Verônica disse que aquela barulheira que a banda estava fazendo não podia ser chamada de música, mas não demorou muito pra arrastar a Betty até a frente do palco.

A banda era mesmo barulhenta e agressiva, e foi tocando de qualquer jeito, uma música atrás da outra. Só que o Reggie é um cara bonito e sabe agradar a plateia. Nem me surpreendi quando as duas correram lá pra frente, porque a Verônica tava com um brilho estranho naqueles olhos de bêbada. Então tive que cuidar sozinho do Archie, que também tava muito bêbado.

– Você aguenta até o fim do show?

Ele mal conseguia abrir aqueles olhos castanhos. Se não tivesse encostado na mesa, com certeza ia cair de cara no chão. É desse jeito que fico depois de encher a cara a noite inteira, e era meio assustador ver isso de outra perspectiva.

– Hã?

O Archie tava enrolando a língua, meio gaguejando. E eu sentindo que meus planos de uma noite de sexo não iam rolar. A triste realidade é que eu ia ter que carregar o Archie pra casa, tipo agora mesmo.

– Mano, é bom você não vomitar no meu carro. Vou achar as minas e avisar que a gente precisa ir embora.

– Mblsrmlsn.

Certo. A prioridade número um era tirar ele dali antes da tequila voltar por onde entrou. Suspirei e comecei a ir até o palco, mas a tal loira me interceptou. Agora que a Betty estava aqui, e a minha cabeça – a de cima – tava no controle da situação, dava pra ver claramente que não tinha comparação entre as duas. A Betty é perfeita e linda de um jeito que não precisa de cinco quilos de maquiagem nem de roupas que revelam mais do que escondem. E também não tem muita noção do efeito que causa sobre o sexo oposto, o que me deixa babando. Mas essa mina tava aqui pra chamar atenção e levar cantada. Colocou um dedo no meu peito e piscou com aqueles olhos carregados de maquiagem pra mim. 

– E aí?!

– Hã… Oi.

Na boa, eu podia ter só desviado dela, mas o bar tava lotado, e a banda, levando o povo à loucura. Tinha gente pulando e batendo cabeça por todos os lados. Então, se eu não fosse bem na direção daquela mina, não ia conseguir passar pela galera. Como sou bem alto, consegui ver uma cabeça preta e uma loira pulando no ritmo da música, bem lá na frente. 

Fiquei passado de ver que a Betty tava se divertindo, mas também meio puto, porque era praticamente impossível chegar aonde ela tava. 

– Eu tava te olhando. Você é amigo da banda.

– Hã-hã.

Esse é o tipo de garota que costumo procurar: fácil, sem compromisso, ligada aonde a noite ia nos levar e no que ia rolar na manhã seguinte.

– Você não quer sair daqui e ir pra um lugar mais calmo onde a gente possa… conversar?

Fiz a maior cara de espanto. Se eu estivesse bêbado, talvez isso tivesse soado diferente. Mas eu tava sóbrio, e achei papo de vagabunda desesperada.

– Valeu, mas tô acompanhado.

A mina retorceu aquela boca vermelha e deu um passo pra trás.

– É, eu percebi. E também percebi que ela não vai ficar com você por muito tempo. Não vai mesmo.

Eu estava acostumado a ser julgado, a ouvir que não tava a altura dos outros pelos mais diversos motivos. Mas ouvir isso de mina bebum que tinha acabado de tentar me convencer a sair com ela quase me fez cair pra trás.

– Tá.

Foi só o que deu pra dizer.

A loira bufou e jogou aquele cabelo todo arrumado pra trás.

– Aquela garota tem a maior cara de riquinha, e você é todo tatuado e parece gostar de diversão. Por quanto tempo acha que ela vai pensar que você tem alguma coisa pra oferecer?

Fiz uma careta. Não ia mais ser educado. Tirei a mina da frente e gritei, virando pra trás:

– Sei lá, mas eu seria muito vacilão se não pagasse pra ver.

Dei umas cotoveladas e empurrei alguns corpos suados até conseguir chegar onde a Betty e a Verônica tavam. O Reggie estava bem na frente delas, de joelhos, com a cabeça jogada pra trás. O cara tinha arrancado a camiseta, e dava pra ver o anjo da morte enorme que tem tatuado no peito. Ele tava gemendo que nem um verdadeiro deus do rock. A Betty tava fascinada, mas a Verônica parecia que ia derreter de tesão. Pelo jeito, ele tinha convertido aquela interiorana que só curtia country em uma roqueira por uma noite. 

Coloquei a mão no quadril da Betty e me abaixei pra avisar:

– Preciso tirar o Archie daqui, ele tá muito bêbado.

Ela arregalou os olhos e balançou a cabeça, sem discutir. Aí se inclinou e gritou alguma coisa pra Verônica, que gritou alguma coisa pra ela. A morena fez uma onda com os dedos pra mim e, quando me liguei, a Bettyestava me puxando com aquele corpinho miúdo dela pelo meio da multidão. O Archie tava quase deitado em cima da mesa, e o segurança tava olhando feio pra ele.

– E a Verônica? Como vai pra casa?

– Ela prometeu que vai me ligar quando estiver saindo. Disse que vai pegar um táxi.

– Tudo bem ela ficar aqui sozinha?

– Tudo, a Verônica já é bem grandinha e sabe se virar sozinha. Além disso, acho que quase já curou a bebedeira de tanto dançar. Ela quer ficar pra dizer pro seu amigo que gostou muito do show.

– O Reggie tem esse efeito sobre as mulheres.

– Entendo perfeitamente.

Fiz o Archie ficar de pé e arrastei o cara pra fora do bar, segurando pela cintura. Meu amigo é bombado, e manobrar aquele peso dele é bem difícil.

– Você vai mudar de ideia e me trocar por um rock star?

A Betty bufou e pegou as chaves que joguei pra ela abrir as portas do carro. Eu ia enfiar o Archie meio de lado no banco de trás.

– É bom você não passar mal aqui, cara – avisei.

Não houve resposta, então ajudei a Betty a entrar e percebi que ela nem hesitou em ir embora comigo. Isso fez alguma coisa no meio do meu peito parecer toda pegajosa e quentinha.

– Só tô dizendo que ele é muito carismático e, mesmo sem entender metade do que o cara cantou, o show foi intenso. O bar inteiro estava comendo na mão dele. Esse tipo de magnetismo é impressionante.

– É, o Reggie nasceu pra ser estrela. Só que ele tem um probleminha comos holofotes e a fama. Sempre teve.

– Faz tempo que vocês se conhecem?

– A gente ia ver o cara tocar quando era mais novo, quando ele ainda era punk. O Archie, Reggie e o Sweet são meus amigos há um tempão. O Sweet chegou depois, quando foi trampar no estúdio, mas a gente é tipo irmão de mãe diferente.

Ela se ajeitou no banco de couro, e liguei o aquecimento porque percebi que tava passando a mão nos braços todos arrepiados.

– Deve ser legal ter um monte de amigos. Eu nunca tive.

Olhei de canto pra ela e perguntei:

– Como assim?

– Sou tímida e esquisita. Para mim, fazer amigos não é muito fácil. Pegaram muito no meu pé quando eu estava no colégio. O Dylanera meu único amigo de verdade, e agora só tenho a Verônica. Tenho dificuldade de me aproximar dos outros. Acho que é por que sei o quanto dói quando as pessoas mais próximas de você são as que mais te decepcionam.

– E eu e o Cole?

– Vocês dois o quê?

O Archie gemeu lá no banco, e olhei pra trás, meio tenso. A situação dele não tava nada boa.

– Como assim? A gente não era seu amigo?

A Betty cantarolava de um jeito que fez partes vitais da minha anatomia acordarem na hora.

– O Cole sempre foi como um irmão mais velho, que cuida de mim,implica comigo, e me protege de tudo o que me machuca ou magoa.Você… Bom, você sempre foi alguma outra coisa, nem amigo nem irmão.

– E essa outra coisa é ruim?

Me liguei, mesmo sem ver, que a Betty encolheu os ombros.

– É e não é.

Não entendi aquilo direito, então deixei o assunto morrer. Dirigi o resto do caminho com um olho na rua e o outro no Archie, que tava fazendo uns barulhos sofridos bem altos. 

Quando a gente chegou em casa, olhei pra Betty, mas ela estava curvada em cima do banco de trás fazendo carinho na cabeça careca do Archie e falando baixinho que ele ia ficar bem.

– Olha, não sei quanto vou demorar pra dar um jeito nele. Mas fica à vontade, se quiser que eu leve você pra casa, ou sei lá, é só falar.

Ela olhou pra trás e falou:

– Tudo bem. Sei bem como é que você faz pra ficar no estado que eu costumo te encontrar no domingo de manhã. Como te disse, preciso ir trabalhar lá pelas dez. Se você puder me levar, tá tudo certo.

Fiquei sem palavras, só consegui ficar encarando a mina por um momento até o Archie fazer barulho de quem ia vomitar. Aí, fui obrigado a me mexer.

– Você sempre foi assim, tão incrível? 

A Betty fechou as portas do carro e me ajudou a carregar meu amigo escada acima. Não respondeu, mas pegou um copo de água gigante pro Archie e ficou procurando remédios pra dor de cabeça no banheiro até encontrar. Deixou os comprimidos na pia e me deu uma olhada bem séria.

– Vem quando você terminar.

Soltei um monte de palavrões bem baixinho e ajudei o Archie a tirar a calça jeans. Estava pensando em enfiar o cara debaixo do chuveiro gelado, mas aí a tequila começou a se vingar dele. Sua cabeça tatuada desapareceu na privada, e eu passei a próxima hora só de olho pra ver se ele não iadesmaiar, fazendo o cara beber água e saindo da frente quando o líquido voltava. Quando tive certeza de que o Archie não ia mais vomitar, arrastei o cara até a cama, deitei com o rosto pra baixo, dei uma limpadinha no banheiro e em mim e fui atrás da Betty.

A porta do meu quarto tava aberta, e ela tinha ligado a TV. Não sabia muito bem o que eu ia encontrar, minha mente poluída tava imaginando todo tipo de cena, mas não aquela. A Betty estava trocando, bem rapidinho, os lençóis da minha cama king size. Aqueles sapatos azuis muito loucos estavam no chão, não combinando em nada com as camisetas e calças jeans sujas espalhadas pelo quarto. Só consegui ficar parado na porta, observando. 

Ela tava meio que falando sozinha, mas tão baixo que não consegui entender. Esperei cinco minutos pra ver se olhava pra mim e se ligava que eu estava observando, mas isso não aconteceu. Aí eu perguntei o que ela estava fazendo, e a mina deu um pulo de susto.Antes de responder, pôs a mão no peito e, pelo menos, fez uma cara de culpa.

– Trocando os lençóis.

– Por quê?

– Hã… Por quê?

– É, Betty, por que você tá trocando os lençóis às três horas da manhã?

Ela escapou de responder porque começou a tocar uma música do Garth Brooks no bolso dela. Me liguei que gosta de escolher um toque pracada pessoa. Conversou rapidinho com alguém que, concluí, era a Verônicae deixou o telefone no criado-mudo ao lado da cama. Pegou uma ponta do edredom e começou a estender na cama grande.

– A Verônica conseguiu uma carona. Acho que seu amigo da banda se lembrou dela do Goal Line e se ofereceu pra levá-la pra casa.

– Legal, mas o Reggie não tem fama de ser um cara de uma mulher só. Espero que ela não esteja criando falsas esperanças.

– Como eu disse, a Verônica sabe se cuidar e, pra ser bem sincera, você também não tem essa fama – ela sacudiu a mão em cima da cama. –Então, se vou dormir aqui, ou fazer qualquer outra coisa, nessa cama por onde já passou mais gente do que pelo aeroporto de Denver, pode ter certeza que vou trocar os lençóis antes.

Ela mordeu o lábio inferior, provocativa.

– Betty... – fechei e tranquei a porta, e fui até ela. – Ninguém deitou nessa cama depois de você. Eu disse que sabia que aconteceu alguma coisa entre a gente naquele sábado, e que era diferente.

Quando me aproximei, a Betty tremeu um pouco, e me liguei pelo olhar dela que tava toda vulnerável. Dava medo ver como seria fácil magoar a mina e como eu não queria que isso acontecesse de jeito nenhum.

– Não sei como fazer isso, Jughead. Me joguei em cima de você quando estava de porre, e tive a sorte de você me pegar. Mas estando sóbria é difícil não olhar pra essa cama e pensar em todas as meninas que já passaram por aqui. E mais de uma ao mesmo tempo, às vezes.

A Betty até tentou dizer aquilo meio na brincadeira, mas dava pra perceber uma tristeza verdadeira naquela voz. Coloquei as duas mãos no rosto dela e puxei, pra gente ficar cara a cara.

– Não posso mudar o passado, Gasparzinho. Nem um pouco. Não posso fazer nenhuma dessas minas nem o fato de você ter entrado aqui e dado de cara com elas domingo após domingo desaparecer. Não posso trazer o Dylan de volta nem viajar no tempo pra não ligar pra ele. Devo ter um milhão de arrependimentos, e se eles forem ficar entre nós dois na vida ou na cama, vamos parar por aqui, porque não vou ficar lutando com meu passado justo agora que estou querendo investir no futuro.

Ela levantou as mãos e segurou meus pulsos. No começo, achei que ia me empurrar pra longe, mas não fez isso. Se inclinou pra frente e encostou a testa no meu peito.

– Jughead, se isso der errado, vai dar muito, muito errado.

A voz dela era só um sussurro meio rouco no meu peito.

– É verdade. Mas se der certo, vai dar muito, muito certo.

Passei os dedos pelo cabelo dela, que soltou as mãos nos meus ombros. A gente não forma um par perfeito. A Betty é muito mais baixa do que eu, e tenho que admitir que, em termos físicos, formamos um casal estranho.

Mas ela tem uma coisa que não sei explicar. O jeito de se curvar sobre mim, de dizer meu nome suspirando como se estivesse rezando, o cheiro de luz do sol e doçura e tudo de mais delicioso… Todo o resto perdia a importância, e ela era a única mina com quem eu tinha vontade de ficar por mais que um simples momento de prazer.

A Betty  começou a tirar minha camiseta, e ri um pouquinho quando ficou louca por que ficou presa no meu cabelo espetado. Aí fez uma careta e jogou a blusa pra trás, no chão. Bateu com o dedo no meu cabelo, fez uma cara séria e disse:

– Você tá parecendo o último dos moicanos, Jughead.  Mas preciso te dizer que esse cabelo dá muito trabalho.

Aí passou as mãos nas minhas costelas e parou pra admirar as tatuagens. De um lado, tenho um desenho da morte, que começa na axila e termina na coxa. Do outro, tenho um anjo bem bonito, e, entre os dois, uma cruz gótica gigante que atravessa meus ombros e acaba no cóccix. A cruz tem uma faixa da hora, escrito “Dylan” em letras garrafais. Tenho mais pele com do que sem tatuagem e, apesar de não pensar muito nisso, ficar pelado perto daquela pele clara, perfeita e gloriosa era meio estranho.

A Betty desceu as mãos e, antes de eu conseguir dar um beijinho sequer, já tava abrindo a fivela do meu cinto.

– O Dylan ia amar essa tatuagem, sabia? Ele sempre me dizia que ficou muito feliz quando você começou a se tatuar. Falava que ter alguém igualzinho a ele era muito esquisito, mas aí você começou a ficar bem diferente. Ficava feliz de ser você, porque não ia aguentar de jeito nenhum ficar sentado até alguém terminar de fazer uma tatuagem nele.

É verdade. O Dylan tava sempre se mexendo, sempre inquieto. Nunca ia conseguir ficar sentado uma sessão inteira. Toda vez que eu chegava em casa com uma tatuagem nova, ele era o primeiro a ver. Completei meu treinamento, mas ele morreu antes disso. É um dos milhões de arrependimentos de que eu tinha falado pra Betty.

Ela tava tirando minhas calças rapidinho e, de repente, senti necessidade de ir mais devagar. Peguei a mina como se fosse uma bonequinha e coloquei no meio da cama. Ela se esparramou de costas, com as pernas bem abertas. Tirei os coturnos e deixei minhas calças caírem no chão, porque não costumo usar cueca. Quando fui pra cima, tava pelado, mas ela ainda tava toda vestida. Arregalou os olhos quando coloquei as mãos por baixo da blusa dela e me abaixei pra dar um monte de beijos naquele pescocinho.

– Você é tipo um uísque dos bons, Betty. Sobe à cabeça rápido e suave. Da última vez, a gente deixou passar batido um monte de coisa boa. Que tal ir mais devagar hoje?

Passei os dedos por cima da blusa dela, que foi ficando com o corpo tenso de tesão. Aí dobrou as pernas, pra eu ficar no meio. Apesar da nossa diferença de altura, a gente se encaixava muito bem. Ela ficou passando as mãos nas minhas costas, beliscou minha pele com as unhas e pressionou os pés na curva da minha bunda. Foi incrível.

– É que fiquei com medo de que, se a gente parasse pra pensar, você ia desistir, e eu ia morrer se isso acontecesse.

Pus as mãos dentro da blusa, e ela ficou dando uns suspiros que me deixaram com o pau mais duro do que já tava. Desamarrei a blusa e deixei cair na cintura dela. Tasquei um beijo, e a Betty não perdeu tempo e foi me beijando também. Na hora me liguei que beijar essa mina é o mais perto do paraíso que vou chegar. Tinha a medida certa de dar e receber, de língua e dentes, aquela pegada sem ar que me fazia ver estrelas e ter vontade de arrancar as calças dela e ir pra cima como um predador. Ela não tava de brincadeira quando disse que gostava dos piercings na minha boca. Esfregou a língua no meu halter e passou o lábio inferior na argola, de um jeito que me fez fechar os olhos e quase esquecer o que eu devia mostrar pra ela: que a gente deixou um monte de coisa boa passar batido da última vez.

– Acho que a gente não se concentrou muito aqui, sabe? – disse, passando o dedão nos mamilos dela, que saltaram na hora. – Você é tão bonita, toda rosadinha, Betty. Acho que não tem a menor noção disso.

Passei a língua na base do pescoço dela e fui descendo até ficar com um mamilo durinho na boca. O gosto da Betty é tão doce quanto o cheiro, e saber que eu era o único que já tinha feito isso nela, que aquela mina era minha, só minha, deixava tudo ainda melhor. Ela murmurou meu nome e arqueou as costas, e mandei ver nos peitos dela com a boca. A Betty ficou
bem excitada, ondulando debaixo de mim, me puxando mais pra perto com mãos cheias de tesão, se esfregando na parte do meu corpo que concordava que eu tava indo muito devagar. Larguei aquela carne que tava torturando com um chupão de leve e beijei o osso do peito.

– Viu? Muita coisa boa.

Ela suspirou e disse:

– Total.

Levantei meu corpo com a ajuda do cotovelo e fui beijando do pescoço até o umbigo. A pele excitada da barriga dela arrepiou quando fiz a mesma coisa em volta do umbigo. Gostei de ver minha pele tatuada perto daquela tela em branco. Achei da hora quando pus a palma da mão contra a barriga dela e vi meu nome ali, tipo, dizendo que aquela mina era minha.
Enganchei o dedão no cós da calça dela e fiz carinho ali. A Betty se sacudiu, toda provocante, contra meu corpo.

– Jughead – tinha certa urgência na voz dela. – O que você tá esperando?

– Nada.

Beijei de novo, bem devagar. Queria que minha mina soubesse que me afetava o mesmo tanto que eu a afetava. No geral, quando tô com uma mulher, só penso em prazer imediato. Não tem nada de preliminares nem de brincadeira. Quer dizer, acho que desenvolvi umas manhas bem boas nesses anos todos, mas curto cruzar a linha de chegada o mais rápido possível. Não tô lá pra criar boas lembranças na cabeça da mina. Tô lá pra ter um orgasmo de pirar a cabeça e um minuto de paz. Mas a Betty é diferente. Eu sou diferente com ela, e o que tá rolando entre a gente também é diferente, com certeza.

Enfiei a mão dentro daquelas calças superjustas e fiquei surpreso quando me liguei que ela estava sem nada por baixo. Ergui a cabeça, dei um sorriso e perguntei:

– E a calcinha?

A Betty encolheu os ombros e se mexeu um pouco quando meus dedos brincaram com as partes quentes e delicadas do corpo dela.

– Esses jeans são praticamente pintados no corpo. Por menor que fosse a calcinha, ia marcar. Não usar nada era a única saída.

– Nunca pensei que você fosse desse tipo.

Ela falou meu nome, quase sem fôlego, quando enfiei os dedos naquele calor úmido. Curvou o corpo inteiro contra o meu, e segurei a Betty pelas costas pra continuar no comando da situação. A fricção entre meu toque e as calças tava fazendo a mina tremer toda nos meus braços, e eu sabia que era só uma questão de tempo até gozar na minha mão.

– Você é sempre tão certinha. Quem ia imaginar que existia uma mina tão safada escondida aí dentro?

Ela tava molhadinha e tremendo, bem do jeito que eu gosto. Aí fez um barulhinho delicioso de surpresa e arregalou os olhos pra mim. Segurou meu pescoço com força, me puxou pra dar outro daqueles beijos que fazem meu cérebro derreter, e senti a Betty se dissolver todinha. Dei um sorriso com os lábios colados nos dela e mudei de posição pra ajudar a tirar as calças da mina, que tava demorando muito. Depois, admirei a paisagem por um minuto, porque a Betty pelada é um troço pra se admirar. Agora, a Betty pelada e brilhando de tão satisfeita faz qualquer gênio da pintura se matar pra conseguir reproduzir num quadro.

Então ela se inclinou pra pegar uma camisinha na gaveta. Fiquei de costas e deixei a mina se arrastar por cima de mim. Pus as mãos atrás da cabeça e fiquei só olhando ela rasgar a embalagem com os dentes e colocar o negócio em mim com todo o cuidado. Acho que ela tava com medo de me machucar, porque o piercing lá de baixo às vezes atrapalha um pouco
na hora do sexo seguro.

Quando tudo ficou do jeito, meu pau tava tão duro que eu poderia pregar coisas com ele. Ela me olhou, com uma cara meio tensa, e sentou no meu colo:

– Acho que eu não sei como fazer desse jeito.

Isso não era simplesmente incrível? Eu tava ensinando essa mina linda de morrer, sensacional, tudo sobre sexo e as merdas todas que acontecem no meio do caminho.

 Me mexi pra colocar a Betty no lugar certo e ajudei a descobrir como escorregar pra baixo e pra cima. Cerrei os dentes e soltei uns palavrões, porque não tava preparado pra sentir a Betty tentando encontrar o ritmo. Enquanto ela se mexia pra cima e pra baixo, ia pra trás e pra frente, praticamente transformava meu cérebro em geleia. Tentei manter o mínimo de controle, mas não rolou. 

Quando me liguei que ela estava quase gozando de novo, virei a mina e meti como se quisesse me enterrar dentro dela pra sempre. Pelo jeito, a Betty não se importou muito com aquela pegada. Afundou as unhas na parte raspada da minha cabeça, e os dentinhos no meu ombro. Deu um suspiro, e a gente gozou ao mesmo tempo. Depois soltei meu peso em cima dela, acabado. A Betty ficou passando as mãos nos meus ombros e sussurrou no meu ouvido:

– Você sempre foi incrível assim?


Notas Finais


Amanhã tem mini maratona. ☺️☺️

Comentem e apertem o coraçãozinho. ❤️


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