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História Na tempestade - Nem sempre o nosso passado será o nosso futuro.


Escrita por: Isasa

Notas do Autor


E ai vai o primeiro capítulo, espero que gostem!

Capítulo 2 - Nem sempre o nosso passado será o nosso futuro.


Este é o meu lugar favorito em todo o mundo, adoro o modo como a colina se inclina quando esta quase no fim, quando a grama curtinha bate no calcanhar de meus pés descalços, como as flores são sempre mais bonitas ao chegarem perto da casa apesar de ninguém ter as plantado lá. E talvez este seja o motivo de serem tão especiais, elas estão ali porque deveriam, e não porque alguém decidiu assim. Mas apesar de toda essa beleza, o que eu mais amo nesse lugar, e aquela única arvore na colina, eu nem saberia responder a quanto tempo ela esta lá, mas com certeza é o que eu mais gosto na casa dos meu avós.

Eu queria ter curtido mais os meus avós quando eles eram vivos, todos os verões eu reclamava com a minha mãe por ela me mandar para cá, e hoje eu vejo o quão bonito esse lugar é, vovó sempre tentava me mostrar essa beleza, me levava no topo da colina onde nos sentávamos e ela me contava historia, que na época eu acreditava ser a maior besteira, dia coisas que pareciam impossível, me falava do amor e de como tínhamos que agarrá-lo quando tivéssemos a oportunidade, é claro que eu falei que estávamos na vida real que nada poderia ser perfeito, mas todo dia ela insistia no assunto, lembro-me das conversas que tínhamos é como se ela ainda estivesse aqui.

- Hinata! Descreva-me o que você mais ama no mundo. – ela me pedia isso todo dia, e todo dia eu lhe dizia a mesma coisa.

- Amo a minha cidade, amo os meus amigos, amo a senhora e o vovô, a mamãe. – e por mais que eu me esforçasse no final ela sempre me dava aquele olhar severo, acho que ala queria algo mais especifico e um pouco menos vago.

- Parece que você não anda prestando atenção no que eu lhe digo! – e uma vez ela me respondeu assim, eu achei que finalmente ela me diria o motivo de ficar tão brava quando eu lhe respondia essa pergunta. – Fique mais atenta Hinata, pois a resposta esta dentro de você.

Alguns meses depois vovó adoeceu, me vi perdida, não sabia mais viver sem ela, apesar de eu relutar tanto em passar os verões ali, mais era tudo o que eu queria, eu era apaixonada por aquele lugar, só ali eu conseguia sentir a chuva tão bem, sem aquele gosto amargo que ela tem na cidade, amava passar o tempo com vovó. E agora eu já sabia a resposta a pergunta que ela tanto fazia, quando ela me chamou em seu quarto na noite que morreu, eu lhe pedi que novamente me fizesse a pergunta, mas dessa vez eu responderia corretamente,

- A chuva, com certeza o que eu mais amo no mundo é a chuva! – e dessa vez ela sorrio, ao invés de me olhar severamente.

- Então a aproveite ao máximo, usufrua de sua presença sempre que possível, e se chover, corra até ela, abrace-a, sinta seu gosto e cheiro, e não perca nunca essa possibilidade, não importa em que situação você esteja, Hinata eu te amo muito e fico feliz de finalmente você ter entendido, saiba que na chuva você sempre será forte e feliz, não porta o quão complicado esteja a sua vida, ou o quão triste esteja, a chuva vai te deixar melhor por quanto tempo você estiver nela ou o quanto ela durar. Adeus pequenina nos encontraremos novamente.

E assim ela se foi apesar dela ter morrido sorrindo eu não pude deixar de chorar, vovô morreu alguns dias depois dela, e ninguém sabe o motivo, sua saúde estava perfeita e ele poderia viver mais uns dez ou mais anos, mas eu sabia que ele não conseguiria sem a vovó, ele morreu de solidão e tristeza.

Mamãe chegou ontem para o enterro como os dois morreram em períodos muito próximos, enterraríamos juntos, eles ficariam assim eternamente.

Desde a morte da vovó que não chovia, acredito que a chuva se recuse aparecer que ela não a contemplará. Mas eu precisava tanto dela, eu estava perdida, e pra ajudar no dia do meu aniversario de 16 anos minha mãe fora internada no hospital, todos já esperávamos por isso, ela vinha lutando contra o câncer já fazia muito tempo, mas mesmo sendo algo esperado, fui pega de surpresa, eu não merecia tanta dor, no dia do seu velório, finalmente choveu, parecia que Deus planejara me tirar todos que eu amava em um único ano, eu estava sozinha sem nenhum parente, eu conhecia somente meu avós paternos e mamãe não costumava falar de seus pais, tudo que eu sabia meu pai tinha me contado quando eu era pequena. Minha mãe tinha sido expulsa da família quando não aceitou se casar com quem seu pai havia escolhido para ela, amava meu pai e não renunciaria a ele, saiu de casa e os pais dele a acolheram, eles se casaram e quando eu tinha sete anos ele morreu com um infarto.

Todos que eu já amara na vida, me deixaram, eu não poderia amar mais ninguém, correria o risco de perdê-lo também, eu não suportaria outra perda.

As pessoas foram indo embora do enterro de minha mãe por causa da chuva que só aumentava, parecia que meu sentimentos estavam naquelas gotas, tão intensos e pela primeira vez em muito tempo eu me senti feliz e realizada, não sei quanto tempo eu ficara na chuva, lembro-me que estava claro quando ela começo e já era noite e ainda estava lá. Não sei como eu sai da chuva, me lembro de deitar em um banco e sentir o seu sabor, e quando eu acordei eu estava aqui.

Não me sentia mais tão triste pelas minhas perdas, sempre me sentira vazia no lugar onde quem eu amei ocupava, mas a chuva tinha me lavado por completa, e nada poderia ser melhor do que isso.

Ontem quando acordei eu estava neste hospital, uma enfermeira me contou que eu fui encontrada na chuva congelando com o frio, com pneumonia e sem nenhuma identificação, que não tinha sido procurada e que ficara em coma por dois anos.

- Prazer, eu sou sua enfermeira e me chamo Haruno Sakura!

- Sou Hyuuga Hinata!

Hoje eu faço dezoito anos, e como presente esta chovendo, lembrado das palavras de minha avó, e me senti atraída pela chuva e logo que dei por mim já tinha saído do hospital e a estava aproveitando, e nem ligava para o fato de estar descalça e com a camisola do hospital.


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