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História Nada é Clichê - A Garota Misteriosa


Escrita por: Koha

Capítulo 17 - A Garota Misteriosa


Estou bem melhor do que estava na noite anterior, quando acordo. Não tem mais congestão nasal, cansaço e, quando viro para o lado, passando a mão na cama, não tem Sakura também.

Porra.

Fico sentado, de olhos bem abertos, me sentindo com um pouco de frio, mas isso é o menos importante. Estou prestes a correr pelo apartamento atrás de Sakura, quando ela passa pela porta com uma bandeja cheia de coisas que cheiram muito bem.

— Bom dia. — ela fala, suavemente, colocando a bandeja sobre meu colo. Então, sem avisar, ela coloca a mão na minha testa, juntando levemente as sobrancelhas. — Parece que a febre passou, mas você não pode exagerar.

— Estou com frio. — com muito frio, na verdade, mas não quero dizer isso a ela.

— É culpa minha, desculpa. Acabei quebrando o ar condicionando, mas já chamei um cara que vai cuidar disso. Agora, coma.

— Que mandona. — murmuro, comendo os ovos mexidos que ela fez pra mim. — Será que eu nunca vou acordar na mesma cama com você?

— Você devia me agradecer, sou horrível acordando. — ela diz, meio tímida, mas contradizendo seu ponto quando eu admiro seu rosto cheio de sardas e os olhos grandes e verdes, que ficam ainda mais enormes quando ela dá uma giradinha neles.

Então, talvez pressionada pelo meu olhar, ela se levanta. É nesse momento que eu percebo algo.

— Você está usando meu moletom. — digo, surpreso. Ela abre a boca, mas desiste do que vai falar. — Ficou bem em você.

Ficou, mesmo. Ela é pequena, comparado ao meu tamanho e a peça cobre até seus joelhos, enquanto as mangas estão puxadas para cima porque ultrapassam suas mãos pequenas e delicadas.

— Hã, está frio... e foi a única coisa que eu achei. Você quer de volta?

— Não. Fica melhor em você, do que em mim.

Nós ficamos numa espécie de clima estranho, o que nunca aconteceu antes. Quando ela parece disposta a falar algo, a campainha toca.

— Deve ser o... cara que vai arrumar o ar-condicionado. — ela aponta meio sem jeito para a porta. — Coma, tá legal? Tudo!

Gosto da Sakura mandona e boca dura, que nunca abaixa a cabeça, mas a Sakura meio tímida está começando a me conquistar, somente porque eu sei que sou eu quem a está afetando.

— Sakura?

Ela para na porta, antes de avançar.

— Hmm?

— Você vai atender o cara sem calças?

Ela olha para si mesma, então parece se dar conta. — Porra. — murmura, enquanto corre pelo quarto a procura de uma calça. Quando acha, pula num pé só até a saída enquanto o outro está entrando na calça. — Obrigadaaaaa.

Dou risada, mas quando ela sai, deixo um suspiro cansado sair pela minha boca. De repente, não tenho fome, nem vontade de me levantar, porque percebo que estou caidinho por essa mulher.

Não apaixonado. Essa é uma palavra bem... extrema. E não acabei de descobrir isso, foi dois dias depois que ela me deixou sozinho na cama, com o coração, pois é, bem machucado.

Não quis perceber o óbvio: fiquei magoado, porque gosto dela. Gosto do rosto dela, das expressões estranhas que ela faz, do jeito que ela passa de rabugenta para uma mulher extremamente sensual.

Tenho ciúmes dela também. Muito. Não quero que ninguém mais a toque, porque, pela primeira vez na minha vida, eu quero tentar com alguém. Quero tentar uma relação com Sakura.

Me levanto, só de cueca, e vou até o banheiro dela. Ligo a ducha e tiro a minha cueca, entrando embaixo do jato quente de água. Ela desliza pelos meus fios quando eu olho para baixo, colocando a mão na parede. Aperto os lábios, respirando fundo quando sinto meu coração bater mais forte.

Sete dias.

Sete dias sem vê-la, sem sentir a maciez da sua pele, sem trocar mensagens ou ligações, sem sentir o perfume suave de morango do cabelo dela, sem foder ela...

Eu estava prestes a enlouquecer.

Só pensava nela, em mandar mensagens para ela, em ouvi-la me chamar pelo nome todo... no quinto dia, adquiri uma gripe fodida. E coloquei a culpa do nosso afastamento nisso, mas a verdade é que eu não queria aceitar o óbvio: gosto muito da Sakura.

E não como um amigo.

Então, quando ela me ligou, eu apenas vim até aqui sem pensar e, porra, eu faria isso mil vezes se fosse preciso. E isso é assustador para caralho. Sentir que pode fazer qualquer coisa por alguém.

Saio do banheiro e coloco minha calça, sem cueca, esfregando a toalha no meu cabelo em seguida. Pego a bandeja de café da manhã quase intocada e sigo para a cozinha, onde Sakura está observando um homem baixinho e gordinho arrumar a porta dela.

Arrumar a porta dela?

— Ele não estava aqui pelo ar-condicionado? — pergunto, ao deixar as coisas na pia.

Ela está apertando um controle em direção ao ar-condicionado, comprimindo os lábios.

— Isso aí! Temos uma boa temperatura de novo. — ela dá um pulinho, então me encara. — Ah, só estou trocando a fechadura e... adicionando uns trincos. Segurança nunca é demais.

Olho de novo para o cara, que na verdade está adicionando um terceiro trinco à porta. Fecho os olhos, suspirando, sem saber como entrar nesse assunto.

— Sakura... — puxo sua mão para nos afastarmos. — Você não me mandou mensagem ontem à noite por causa de um rato, né?

— Foi por isso, sim. — ela não hesita e solta uma baixa risada incrédula. — Por que mais seria?

— Não sei. Mas o que eu sei é: ninguém se tranca no quarto num dia e coloca trincos na porta no outro, por causa de um rato.

Ela balança a cabeça, mordendo a ponta do dedo, um claro sinal de nervosismo. Um arrepio sobe a minha nuca, porque de repente eu tenho medo de saber qual é o grande mistério por trás disso. Sinceramente, já odeio qualquer coisa que tenha a deixado naquele estado.

— Senhorita Haruno. — o cara que não é só do ar-condicionado a chama e ela tira seus olhos dos meus. — Já está tudo pronto. Deseja mais alguma coisa?

— Não, senhor Jackson. Muito obrigada, seu cheque está sobre a mesinha.

O baixinho nos olha, meio suspeito, então acena e se afasta. Quando a porta bate, encaro Sakura de novo, mas ela parece mais destemida do que antes.

— Se você quer falar dos esqueletos no meu armário, nós teremos que falar dos seus também. — ela cutuca meu peito com seu dedo indicador, bem encima da tatuagem de um coração com uma chave dentro. — Quem é Hayley?

Prendo minha respiração, olhando bem para o seu rosto estrelado e para os billabong destemidos quando meu coração bate mais rápido.

— O que você sabe sobre a Hayley?

— Seu irmão ligou ontem à noite, mas eu não quis te acordar e atendi. Como ele não sabia que era eu, já atendeu dando informações. Algo sobre Hayley estar em Nova York e não pela Victoria Secreets.

Aperto minhas mãos em punhos, contraindo minha mandíbula. Porra de Itachi e sua boca grande, sempre me fodendo! Sakura me encara, perscrutando meu rosto em busca de qualquer falha na minha expressão. Por fim, respira.

— Você não precisa me dizer quem é ela, já falamos sobre isso. Se lembra? — ela coloca as mãos nos meus ombros tensos, os massageando. — Também não precisa ficar tenso desse jeito. Todo mundo tem direito de ter segredos.

— Hayley é... é complicado. Você não...

Ela me beija, só encostando seus lábios nos meus, para me calar. Então, me surpreende, abraçando minha cintura e encostando seu rosto no meu peito.

— Você não precisa mesmo me contar, assim como você não precisa saber tudo sobre mim.

Quero muito saber o que a faz temer tanto, porque a minha vontade é de matar qualquer pessoa que a deixe vulnerável, quando Sakura é tão forte e destemida. Infelizmente, não posso ter uma confirmação porque, principalmente agora, Sakura não pode saber sobre Hayley.

Sakura respira, visivelmente aliviada, se afastando de mim.

— Vou tomar banho, quando eu voltar é bom que você tenha comido tudo isso aí.

Solto uma risada anasalada, vendo-a partir, com as mãos apoiadas na pia. Pelo menos ela não me mandou ir embora.

Quando finalmente termino o café da manhã, vou até o quarto dela. Ela está se olhando no espelho, totalmente nua com os cabelos úmidos e, quando me percebe observando, lança um sorriso e um olhar pelo reflexo do espelho.

— O que quer fazer, Sasuke?

— Nesse momento? Qualquer coisa que envolva você e eu nessa cama.

Ela rola os olhos levemente, divertida. Subitamente, nós somos nós de novo. Sem esqueletos no armário, sem Hayley, sem ratos ou qualquer merda do nosso passado. Eu ando até ela, abraçando-a por trás, nos vendo no reflexo do espelho. Ela parece avaliar nossa imagem, pendendo a cabeça para o lado.

— Nós fazemos uma boa dupla, não é?

— Sim.

Quero dizer que podemos fazer um bom casal, mas tenho certeza que isso não é o melhor a se fazer nesse momento. Sinceramente, não sei nem se chegará um momento propício para dizer algo desse tipo.

Encosto meus lábios no pescoço dela e isso, somado aos meus dedos pressionando sua cintura, parece ser o suficiente para ela fechar os olhos.

— Como vai me comer hoje, Sasuke Uchiha? — pergunta, com a voz rouca, abrindo suas duas pedras gigantes e verdes em direção aos meus olhos.

Impaciente, a viro em minha direção, tomando seus lábios cheios. Nosso beijo é, sem dúvidas, cheio de saudade silenciosa, depois de uma semana sem nos tocar dessa forma. É como beber água, depois de dias no deserto. Um alívio!

A jogo na cama, deitada de bruços, e tiro minha calça; coloco o cabelo dela para o lado, prendendo ao redor da minha mão para poder comandar os movimentos da sua cabeça; então esfrego meu pau na sua bunda, ao mesmo tempo em que encosto minha boca em sua orelha.

— Hoje eu vou te comer devagar, e de costas, desse jeito.

Ela grita, quando eu me enterro com força e sem aviso dentro de dela. Sakura já está molhada, prontinha para mim, me engolindo de uma forma enlouquecedora. Eu posso sentir cada parte dela sem a camisinha e, porra, é delicioso para cacete.

— Seu piercing... tá tocando... — ela arfa, virando seu rosto em minha direção. — Tá esfregando em mim...

Sem me conter, beijo seus lábios, cumprindo a minha promessa de foder devagar. Não é o nosso tipo de sexo, mas é bom, de alguma forma é mais intenso, como se tivéssemos todo o tempo do mundo só para fazer isso. Beijo seu rosto, afundo meu nariz no seu cabelo, sussurro palavras sujas em seu ouvido...

— Ninguém nunca vai foder você gostoso assim, Sakura. — ela balança a cabeça, enlouquecida de tal forma que está concordando.

Esfrego um ponto sob meu pau, dentro dela, que a faz tremer. Uma linha de suor se acumula no seu pescoço, e ela geme mais alto quando eu deslizo minha mão por baixo de seu corpo, esfregando em círculos seu clitóris inchado e molhado.

— Mais rápido!

Prendendo minha respiração, sou incapaz de não atender seu pedido, quando eu estou mais do que necessitado de vontade de me derramar dentro dela.

Ela goza, mordendo o travesseiro. Duas ou três estocadas depois, eu deixo meu líquido espesso dentro dela. Caímos com a respiração cortada, arfantes e suados na cama. Sorrindo, ela se aproxima e deita a cabeça no meu peito.

— Gosto de transar com você, mas parece bem melhor agora que você goza dentro de mim.

!!!

Essa mulher vai me enlouquecer, porra!


Não sei exatamente quanto tempo ficamos assim, deitados. Às vezes parecia que Sakura pegava no sono, outras eu mesmo acabava dormindo. Mas agora, ela está fazendo círculos em alguns pelos do meu peito, com a boca colada bem ao lado.

— Descobri algo sobre você ontem à noite. — murmura, com a voz meio rouca. — Você fala dormindo.

Ah, que ótimo.

— E o que eu falei?

Ela cruza suas mãos no meu peito, levantando a cabeça, apoiando seu queixo nas mãos e me encarando com seus olhos billabong astutos.

— Você pediu para eu não ir embora. — ele sorri, quando eu rolo os olhos. — Foi bem fofo, na verdade.

— Achei que “fofo” fosse um termo proibido no nosso acordo. Isso não é coisa de pessoas que não tem um relacionamento.

— Esse acordo não está valendo muito, não acha? — fico surpreso e até chego a tremer um pouco pelo que ela fala. — Somos amigos, agora. Acho que dá pra fazer dar certo, nenhum dos dois quer um relacionamento e isso é um ponto indiscutível.

Era nesse momento que eu deveria ter falado que, na verdade, se for com ela, namoro é um ponto bem discutível para mim?

— Nisso, você tem razão. — minto, porque sou covarde e porque, por enquanto, isso é o suficiente.

Eu a viro na cama, ficando por cima do seu corpo, bem próximo do seu rosto.

— Então eu posso dormir aqui, usar seu shampoo e te levar para sair?

— Para sair? — ela pondera, unindo as sobrancelhas finas de uma forma adorável. — Bem, acho que não tem problema. Mas você deveria comprar seu próprio shampoo.

Eu dou risada, meio incrédulo, porque a ideia de eu ser contra relacionamento está tão enraizada na mente de Sakura, que o fato de eu estar a chamando para um possível encontro não é um ato grandioso e nem a remete à possibilidade de eu querer algo a mais.

Agora sim, Deus, você pode me deixar com saldo positivo para os próximos pecados que eu vou cometer, porque claramente eu paguei todos eles querendo namorar uma garota que odeia a ideia de ter um relacionamento.

— Não será um encontro, podemos chamar de... rolê entre amigos.

— Parece ótimo. — enterro meu rosto em seu pescoço, absorvendo seu perfume e rindo contra sua pele.

— Por que está rindo?

— Nada, é só que... me dei conta de que você descobriu algo sobre mim, mas eu não descobri nada de interessante sobre você.

Ela sorri, toda orgulhosa, com seu cabelo cheio de nós e sua cara limpa — de maquiagens, porque as estrelas rosadinhas continuam sempre lá.

— No que depender de mim, não descobrirá nada de vergonhoso nunca.

Nesse momento, não estou muito afim mesmo, não quando ela sorrindo desse jeito me deixa cheio de vontade de atacar a sua boca. Mas, quando estou próximo o suficiente até para sentir o gosto do seu hálito, ouvimos o telefone tocar na sala.

— Deixa tocar. — murmuro, quando ela tenta se levantar, beijando o pescoço dela para sustentar meu pedido.

— Só o meu pai liga no meu telefone... — ela resmunga, mas vira a cabeça para dar passagem para os meus beijos em seu pescoço.

— Ele te perdoa, pode ter certeza. — encosto meus lábios nos dela, sentindo a vibração de seu riso.

Quando estou prestes a aprofundar nosso beijo, ouvimos o pequeno “beep” da secretária eletrônica.

— Oi, Cerejinha. Você provavelmente está na faculdade, como sempre. — a voz é bem grossa e meio resignada. — Mas não pense que nós esquecemos do...

— Aí, merda... — Sakura tenta se levantar, mas eu a seguro, ao mesmo tempo em que o pai dela continua:

— ...seu aniversário de vinte anos. Ren disse que te acompanhará, então é bom vir passar esse dia com seus pais. Sua mãe está mandando um beijo. Te amo.

O telefone fica mudo, então eu encaro Sakura. Ela está com os olhos fechados, como se estivesse tentando ter calma. É engraçado.

— Então seu aniversário é na semana que vem? — solto uma risada incrédula. — Porra, Little Cherry, você não ia me contar?

— Isso não é engraçado, Sasuke. — ela resmunga, me dando um tapa de leve no ombro. — E não é nada importante.

— Claro que é e nós vamos comemorar.

— Sem comemorações. E, pelo que você ouviu, vou estar na casa dos meus pais. — ela balança os ombros, toda orgulhosa achando que venceu a discussão.

— Tudo bem. — finjo que me dou por vencido, tirando alguns fios do cabelo dela do rosto. — Vamos fazer nossas comemorações antecipadas aqui nessa cama, mesmo.

— Gosto da ideia. Mas não agora. — ela me empurra e eu saio de cima dela. — Precisamos nos trocar e comer algo.

— Posso fazer algo para você comer e eu te como depois, o que acha?

Ela me olha sob o ombro, quando fica sentada, sorrindo de uma forma indecente enquanto passa uma blusa pela cabeça.

— Você não vale nada, Sasuke Uchiha. Se não se trocar, você não vai comer nada.


No fim, os argumentos dela ganharam dos meus. Sakura me convenceu a sair da porra da cama para irmos almoçar fora. No meio da minha raiva e mal humor, por ter saído da nossa zona de sexo e conforto, ela me puxou pela mão quando estávamos atravessando um farol até um restaurante do outro lado da rua.

O lugar não era tão grande, mas era próximo o suficiente para irmos a pé — minha condição. Embora estivesse um pouco cheio, nós conseguimos uma mesa perto da janela, que nos dava vista da avenida.

— Preciso de algo com muito molho. — ela resmunga consigo mesmo, olhando o cardápio. — O que você vai querer?

— O que você pedir, está bom.

Ela me encara, como se eu fosse um estraga prazeres e rola os olhos antes de encarar o garçom e fazer o pedido. O garçom se vai e então retorna, com uma garrafa de vinho.

— Nós não pedimos isso. — Sakura fala, confusa.

— Cortesia do restaurante. — o cara, um menino alto e magricela, sorri todo bobo quando ela agradece com uma piscadinha.

Quase rolo os olhos. Sakura balança os ombros, como se não fosse uma maníaca viciada em flertar.

— Não é engraçado? — quando eu a encaro confuso, ela encolhe os ombros. — Nada de vinhos e flores, se lembra?

— Que bom que é só vinho. Você mesma disse que isso é uma bobagem.

— É, mas... — ela respira, abre a boca, mas suspira. — Deixa pra lá.

Estou quase implorando para que ela fale, porque ridiculamente qualquer coisa que saia da boca dessa mulher é importante para mim. O que está acontecendo comigo?

— Sakura! Sabia que era você. — Hinata aparece, provavelmente do inferno, sorrindo toda delicada. — Como você está?

— Hã, bem. — Sakura parece desconfortável e, bem, não é para menos. Naruto está ao lado de Hinata, tão desconfortável quanto Sakura.

Ah, que maravilha! Isso aqui pode se tornar pior?

— E vocês, como estão? Vão comer aqui? A comida daqui é muito boa, mas o restaurante está muito cheio. Que pena. — quando você passa tanto tempo com Sakura, acaba percebendo umas coisas, tipo: ela fala demais quando está escondendo algo.

— Nós podemos comer com vocês, não é? — Hinata pergunta, olhando para Naruto. — Adoro encontro duplos.

— Isso não é um encontro. — Sakura e eu falamos ao mesmo tempo, e Naruto me encara meio suspeito.

— Hã, não sei, amor. É melhor deixar a Ce... Sakura e o Sasuke comerem sozinhos.

— Você não se importa, né, Sakura? — puta merda, que garota chata da porra.

Olho para Sakura, claramente pedindo desesperadamente que ela não aceite, mas a minha adorada não namorada solta um suspiro resignado.

— Claro que não. Fiquem à vontade.

Hinata sorri, toda feliz, enquanto Naruto parece não saber onde enfiar a cara. No chão de concreto, de preferência. Sakura troca de lugar, se sentando mais perto de mim, tão perto que murmura só para eu ouvir:

— Me mata, agora. Eu imploro.

— Não podemos ficar transando o dia inteiro, Sasuke. — repito o que ela disse mais cedo, antes de sairmos, com uma voz fina. — Precisamos sair. Hoje é sábado.

— Eu não falo assim! — ela sussurra, pasma, então me dá um tapinha quando eu dou risada. — Idiota.

Olho para sua expressão zangada, enquanto nossos convidados indesejados chamam o garçom, pelo canto do olho. Por fim, seguro a mão dela por baixo da mesa e quase encosto os lábios em sua orelha.

— Relaxa, Kit-Kat. Estou aqui, né? No mínimo, vai ser engraçado.

— E no máximo? — ela se inclina mais na minha direção, apertando a minha mão com a voz aflita.

— No máximo você vai acabar voando sobre a Miss Inglaterra, o que vai ser super engraçado também.

Ela pondera, com um biquinho que me dá vontade de morder. Porra, eu virei o caralho de um idiota mesmo.

— Parece bom para mim.

Nós trocamos olhares e, claro, caímos na risada, da nossa forma de rir de todas as desgraças em nossas vidas. Somos assim e, porra, eu adoro isso.

Mas só percebi, um pouco depois, os olhos azuis do meu sórdido amigo em nós quando Sakura apoiou sua cabeça no meu ombro.


Notas Finais


Vish, o que esperar desse double date indesejado?
E finalmente Sasuke caiu, mas infelizmente (para ele) o fundo do poço tem vários andares.
Agora ele sabe que a Sakura tem um segredo e, pelo que vocês puderam ver, não vai ser nada legal quando ele descobrir. Hohohohohoh é cedo para pedir muito soco e pancadaria?


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