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História Nada é Clichê - A Festa


Escrita por: Koha

Capítulo 19 - A Festa


— Nós não estávamos transando. — Sakura repete, pela enésima vez, entre risos e uma voz histérica, seguindo seu irmão pelo aeroporto.

Embora ele tenha chegado numa hora errada, e tirando o fato dele estar surtando porque pegou sua irmã quase nua montada no meu colo, ele parece ser uma pessoa legal. 

Pelo menos no segundo que me dedicou um olhar nada agradável. Bom, ele está defendendo a irmã dele, no fim. Isso o torna uma pessoa, no mínimo, honrada.

— Estavam prestes a fazer isso e se eu não tivesse chegado, teriam feito! — ele para, de repente, no meio do aeroporto lotado. Sakura faz menção de concordar, mas ele levanta uma mão. — E o que ele está fazendo aqui, mesmo?

Sakura me encara, comprimindo os lábios quando olha para a minha mochila e a caixa rosa com o Kit-Kat dentro, dormindo, como fez desde que o adotei. Então ela encara o irmão, da mesma forma prepotente que faz com o restante do mundo.

— Ora, vou apresentá-lo para os nossos pais, eles vão gostar de conhecer meu namorado.

— Seu o quê?!

Obviamente, era sobre essas reações que Sakura estava se referindo. Quando Ren, seu irmão, me dedica mais um olhar, ele parece querer queimar com os olhos cada tatuagem aparente pela regata preta, que cobre minha pele. Sakura abraça meu braço com suas duas mãos e, bem, não posso dizer que desgosto disso.

Ela pode se divertir às custas da minha humilhação porque, que se dane, eu sou capaz de me esfregar nesse chão só para fazê-la sorrir.

Merda, que tipo de pensamento é esse?

— Esse é mais um dos seus jogos, não é? Você disse que não tinha um namorado. — Ren balança a cabeça descrente, porque claramente conhece a irmã.

Sakura encolhe os ombros, fazendo um biquinho adorável. Parece que eu preciso interferir agora.

— Não há nenhum jogo aqui, nós estamos mesmo namorando, só que assumimos essa semana. — eu a abraço pelo ombro, colocando o queixo apoiado na cabeça dela com cheiro de morango. — Sinto muito pela cena que encontrou, mas eu gosto mesmo da sua irmã. Nós somos bons juntos.

Pela primeira vez, o olhar do irmão da Sakura não é de alguém encarando um marginal ou qualquer coisa do tipo. Isso me assusta. Será que fui claro demais? Talvez eu tenha deixado transparecer bem mais do que deveria.

Ele pretende dizer algo, mas o nosso embarque é anunciado. Por fim, ele suspira. — Vai ser ótimo ver a cara do nosso pai quando você apresentar o seu namorado.

Quando ele segue em frente, Sakura dá um pulinho bem infantil e fica na ponta dos pés para me dar um beijinho. Não vejo seus olhos billabong, porque ela está usando óculos escuros, mas seu rosto está limpo de maquiagem, então me deleito com as sardas rosas.

— Você foi bem convincente, parabéns.

Então ela avança e eu demoro um pouco no meu lugar, colocando meu óculos para esconder minha frustração.

Fui convincente porque gostaria de não estar mentindo.


A viagem é tranquila, tirando o fato de que Sakura tem medo de aviões. É adorável ver ela orando baixinho, segurando o meu braço quando o avião balança ou pedindo para que eu pare de rir dela.

Eu sempre sopro seu rosto e dou um beijo levemente nos lábios dela, o que incrivelmente parece ajudar. Lógico que estou fazendo isso porque, da poltrona da frente, Ren acha que não o vejo nos observar com raiva, pois Sakura o convenceu a ceder a sua poltrona para mim.

Mas a verdade também é que faço isso pelo meu próprio prazer.

Uma comissária muito bonita tenta chamar a minha atenção com sorrisos e muita prestação, mas eu simplesmente estou cansado de flertar, quando Sakura dorme tranquila com a cabeça apoiada no meu ombro. Ela rapidamente percebe que meu lance está bem aqui, roncando e se mexendo inquieta.

Sakura Haruno diz que é como qualquer outra garota, que não é boa o suficiente para alguém querer ficar com ela e, principalmente que ela não quer ficar com ninguém, mas eu não consigo pensar em mais nada quando seu rosto estrelado de sardas está na minha maldita cabeça. O que é esse sentimento de ser tão dependente de alguém?

Castigo, claro.

Quando finalmente chegamos à Seattle, percebo que ainda posso odiar a América. O céu cinza, a garoa fina e o vento gelado batendo em meu rosto é, no mínimo, triste.

— Espero que tenha trazido um casaco. — Ren se aproxima de mim, me encarando. Ele é uns três centímetros mais baixo que eu, mas tem um físico trabalhado e não se parece em nada com Sakura. — Ela não te avisou que nossos pais moram na cidade da chuva?

— Deve ter avisado, mas eu não estava realmente prestando atenção nisso. Você sabe como é a sua irmã, ela consegue me distrair facilmente. — sorrio, cheio de insinuações, para o seu desprazer. Ele se afasta, tão rápido quanto apareceu.

Pego meu moletom na minha mochila, o colocando pela cabeça e mantendo a touca. Sakura está sentada num banco, enquanto esperamos o Uber, dando comida para o Kit-Kat. Ela também está falando com ele, com uma voz fina e estranha.

Eu balanço a cabeça, dando risada.

— Você é ridícula.

— A culpa é sua, por me dar o melhor presente do mundo. — ela continua a fazer uma voz idiota, fazendo carinho no filhote preguiçoso. — Você pode colocar ele dentro da sua touca? Está muito frio.

— Nem fodendo.

— Por favor, Sasuke. — ela faz um biquinho, erguendo Kit-Kat em minha direção. — Olha pra ele, ele mal tem pelos! Ele vai ficar na sua touca, apoiado no seu pescoço. Só até a gente chegar na casa da minha família.

Não há como negar algo a essa garota quando ela está fazendo esse biquinho. Então, como um idiota, eu coloco o cachorro no meu ombro e, para minha surpresa, ele começa a ronronar.

— Que lindinho! — Sakura diz, toda boba, apontando a câmera de seu celular para mim. — Vai ser a minha tela de bloqueio.

Estou prestes a mandá-la ao inferno quando ela se inclina e me dá um beijinho rápido. Sakura e eu nos beijamos bastante, mas esses beijos rápidos parecem vir com algo bem mais íntimo. Me pergunto, enquanto ela anda até o carro que chegou, se ela se dá conta disso, como eu. Caralho, eu gosto muito mesmo de beijá-la.

Quando chegamos à sua casa, que é bem maior e mais arquitetada que eu imaginava, Sakura solta uma respiração profunda e pega o Kit-Kat da minha touca.

— É bom ter aquecedor na sua casa. — digo, para que só ela me ouça. — Porra, seus pais não podiam morar na Califórnia?

— Você é tão reclamão. — ela ri, apertando o filhote em sua blusa, para ele não passar frio. — Não se esqueça que, nesse fim de semana, nós somos namorados, ok?

Eu teria dito a ela que, definitivamente, não conseguiria esquecer isso por, pelo menos, o resto da minha vida. Mas ela avança pelo caminho de pedras, sendo seguida por seu irmão e, por fim, por mim.

Assim que entramos pelas duas portas, uma luz se ascende e um estrondoso “Surpresa!” nos paralisa no lugar. Por pouco Sakura não deixa o Kit-Kat cair, de tão surpresa que ficou.

— Que. Porra. É. Essa?

Ela está tão transtornada, que não consigo me divertir as suas custas. Ren, ao seu lado, parece realmente pasmo quando diz:

— Eu juro que não sabia.

Uma mulher alta, vestida num vestido azul claro e muito bem conservada, anda até Sakura com os braços abertos.

— Querida, estávamos com tanta saudade. Finalmente meu bebê fez vinte anos. — ela se afasta, checa a minha não namorada da cabeça aos pés e faz uma careta. — Você está magra. Tem se alimentado direito?

— Não monopolize nossa criança, Mebuki. — um senhor, um pouco mais alto que a mãe de Sakura, na faixa de seus cinquenta anos, anda até a Sakura e lhe dá um abraço forte. Ele tem os olhos verdes como os dela. — Você está tão linda, querida. Como foi de viagem?

— Bem menos surpreendente do que isso. — ela murmura, entre dentes. — Vocês sabem que eu não gosto de...

As outras pessoas, cerca de quinze ou vinte rostos desconhecidos, começam a apertar e abraçar a minha não namorada antes que ela termine sua reclamação, mas ela parece estar prestes a dar um soco no próximo que lhe desejar felicitações.

— Também estou aqui, velhotes. — Ren se aproxima dos dois, beijando o rosto da mãe e do pai, que parecem extremamente felizes de os verem.

É uma cena agradável de se ver, eu posso ficar apenas encostado num canto vendo eles distribuírem amor fraternal. É nítido, mesmo que Sakura esteja irritada, o quanto se amam.

— Nós não queríamos passar seu aniversário em branco, então... surpresa! Por favor, seja uma boa menina. — a mãe de Sakura sorri, apontando para a faixa enorme que pega o corrimão da escada na parte de cima, com os dizeres:

“Feliz vigésimo aniversário, Cerejinha.”

Sakura franze o rosto, inclinando a cabeça para o lado.

— Oh, o que temos aqui? Que graça. Não nos contou que tinha um cachorro. — o pai de Sakura nota o pequeno filhote, sorrindo para ele e fazendo carinho na cabeça do traidor, que ronrona no colo de Sakura.

— E não é a única surpresa que temos hoje. — Ren fala, sorrindo faceiro para Sakura quando enxerga sua oportunidade de importunar a irmã. — A dedicada filha de vocês está namorando.

Os pais de Sakura parecem visivelmente confusos, porque ainda não me notaram. Mas a ignorância da minha presença dura pouco, já que Sakura vê a sua chance de vingança quando se aproxima de mim e segura meu braço.

— Mãe, pai, conheçam Sasuke Uchiha... meu namorado.


Quando eu saio do quarto de hospedes, encontro Sakura prestes a bater na porta. Ela está vestida num vestido bordô com detalhes pretos, tomara que caia e com saltos pretos. Prendeu seu cabelo, o que deixa visível seu pescoço longo e, graças a Deus, ela fez uma linha escura nos olhos mas não cobriu as sardas.

Entretanto, ela parece tão surpresa quanto eu.

— Uau. — murmura, piscando os grandes cílios. — Você tá um gato.

Rolo os olhos, fechando a porta atrás de mim. Não estou tão diferente do que sempre estive, a não ser pela camisa preta de botões. Os olhos de Sakura estão nela, então imagino que seja algo relacionando a sua tara pelas minhas blusas.

— Está preparado? — pergunta, ao enrolar seu braço no meu. — Isso vai ser um show de horrores. Sinto muito, não queria te enfiar nessa bagunça.

Com “bagunça” ela provavelmente está se referindo a festa, mas isso não me incomoda.

— Isso é bem mais legal, afinal de contas, estou sendo apresentado para outras pessoas além sua família.

Ela me encara, quando chegamos ao topo da escada, sem entender meu ponto. Eu passo meu polegar pelo seu queixo, inclinando sua cabeça em minha direção.

— Por que você não se diverte comigo, nessa festa?

— O que você está aprontando? — os olhos dela brilham, e os lábios vermelhos se comprimem de uma forma tentadora.

— Apenas siga o fluxo. — murmuro, segurando sua mão, entrelaçando meus dedos aos dela.

É a segunda vez que fazemos isso, mas agora parece mais íntimo. Consigo sentir como se Sakura fosse mesmo a minha namorada e gosto muito da sensação.

— Ah, aí estão vocês! — Mebuki, a mãe de Sakura, se aproxima de nós e checa minha roupa. Parece visivelmente aliviada por eu ter coberto as tatuagens.

Kizashi, ao lado de Mebuki, tenta disfarçar seu desconforto, mas não age tão diferente do que Sakura me disse que ele agiria. E quando ele a chama de canto, Sakura se afasta e pisca para mim. Eu fico sozinho com a mãe dela.

— Ah, Sasuke, me desculpe por antes. — ela diz, segurando uma taça de algum liquido borbulhante. — Não queria ter agido daquela forma, mas nós fomos pegos de surpresa.

Como Sakura disse que aconteceria, a senhora Haruno ficou mesmo sem palavras para expressar sua surpresa. Demorou muito para me cumprimentar e pedir para Sakura me mostrar o quarto de hospedes. Já o senhor Haruno, apenas arregalou os olhos em silêncio e assim ficou, pelo menos até agora.

— Não se preocupe, senhora Haruno. A Sakura me avisou sobre as reações de vocês, eu já estava preparado.

— Avisou? — ela ri, levemente, com bastante classe. Ela provavelmente é uma dessas socialites e o pai de Sakura, com certeza, é um empresário muito bem sucedido. — Ela nos conhece muito bem, no fim.

Ouço as risadas de Sakura, e quando a olho ela está se inclinando com a mão no ombro de seu pai. Encontrá-los rindo não era bem o que eu esperava, mas eles estão longe, bem longe, de uma discussão.

— Não se preocupe. — a senhora Haruno coloca seus dedos pintados de vermelho no meu ombro, sorrindo de uma forma quase... nostálgica. — Kizashi aceitaria a decisão de Sakura mesmo se ela dissesse que virou uma streaper. Ela sempre dobra ele... bem, nos dobra.

Ela se afasta e caminha em direção do marido e da filha. Eu fico observando e pego uma taça de champanhe quando um garçom passa por mim, olhando-os pela haste da taça. É claro que são uma família unida e se amam bastante e isso me... me deixa um pouco triste.

Não sei, talvez esteja confuso.

De fato, essa festa é um porre e, toda vez que Sakura tenta se aproximar de mim, é puxada por algum amigo, parente ou demônio inconveniente. Acabo ficando sozinho na mesa, comendo uns biscoitos salgados que eu não faço ideia do que são.

Foda-se, pelo menos são bons.

— Você é o namorado da Sakura, né? — olho para o lado, para encontrar uma criatura magra e loira sorrindo para mim. — Me desculpa, eu sou a Ino. Sou amiga da Sakura desde o jardim de infância.

Claro, eu vi Sakura abraçar e absorver uns gritinhos histéricos dessa tal de Ino antes de algumas pessoas abraçando a minha agora namorada de mentira. Ino me olha de cima abaixo, mas não parece ter maldade no seu gesto.

— Me desculpa, você não é do tipo de cara que a Sakura namoraria na escola. — ela fala, com um riso nervoso.

— Pois é, mas ela está na faculdade agora. — mastigo meus biscoitos de sei-lá-o-quê, com uma cara de poucos amigos. — Dois anos na faculdade mudam muito uma pessoa.

Nós dois olhamos para Sakura, que agora está ao lado do irmão. Quando ela nota meu olhar, abre um sorriso grande e tenta, sem sucesso, vir em minha direção. Ren parece estar falando algo que não está a agradando.

— Você tem razão, ela mudou bastante. — diz a amiga, que eu quase esqueci que estava aqui. Efeito Sakura, claro. — Cabelo rosa, machucado nas mãos, ela nitidamente odeia essa festa, o que é estúpido; Sakura adorava festas de aniversário.

Agora ela conseguiu chamar a minha atenção, uma vez que a Sakura que estava em Nova York deixou claro que seu aniversário não era sua data preferida. E a que se deparou com essa surpresa hoje, muito menos.

— Você está tentando me dizer algo? — pergunto, indo direto ao ponto, quando vejo conflito em seu rosto.

— Só... não a machuque, tudo bem? Sakura passou por um relacionamento conturbado, muito mesmo. Isso a quebrou e ela ter um namorado agora é realmente incrível, depois de tudo o que houve.

Depois disso, ela se afasta e vai até Sakura. Ela comenta algo com a minha não namorada, que novamente sorri para mim. Sorrio de volta, mas não consigo evitar de pensar nas palavras de Ino.

Depois de um tempo, Sakura finalmente se livra dos convidados, correndo até a mim. Ela parece realmente feliz por ter se livrado deles, ou muito feliz por estar comigo?

Sendo eu, prefiro acreditar na segunda opção.

— Meu Deus, tenho certeza que tenho um terceiro braço. — ela murmura, me puxando para longe. — Esse lugar é a própria Chernobyl.

Eu dou risada dela, mas ela me olha feio.

— É sério. Olha aquela senhora ali. — ela mostra uma mulher mais ou menos da idade de sua mãe. — Ela vive dando encima do meu pai, na cara da minha mãe. E aquele cara ali abraçado àquela garota... Só uma coisa a dizer: ela não é filha dele.

Eu a abraço pela cintura, observando ela fazer seu biquinho marrento.

— Obrigada por estar aqui. — sua voz está cheia de gratidão e sinceridade e, porra, isso me comove. — Se você não estivesse aqui, eu...

Eu a beijo, colocando minha mão direita em sua nuca. Foda-se que há várias pessoas aqui, foda-se que os pais dela vão nos ver ou que o irmão dela não para de nos observar; eu quero essa garota para mim e beijá-la agora é como ter feito o melhor desejo e ter sido atendido.

— Eu quero você. — murmuro contra seus lábios, sem fôlego, com a testa colada na dela. — Quero você sem esse vestido, ou mesmo com ele. Será fácil, bem fácil.

— Aqui, no meio de todo mundo? — ela solta uma risada animada. Que safada! — Meus pais surtariam. É melhor irmos para outro lugar.

— Seu quarto?

— Seremos pegos antes de chegarmos lá. — ela murmura, como se alguém fosse nos ouvir com essa música clássica ou o falatório. — Tem uma salinha à direita, se formos devagar...

— Você é uma depravada. — rio, quando ela bate no meu braço.

Ela olha ao redor, checando o perímetro, então me empurra e corre em direção a porta aberta. Quando entramos, ela tranca a porta e solta a respiração de uma forma dramática.

— Precisamos ser rápidos, Ren está de olho em mim. — ela diz, toda afobada e prova que também tem ciência disso.

A sala está meio escura, mas parece ser uma sala de música. Há um piano enorme no centro da sala e os detalhes da arquitetura da casa são finos e ricos.

— Você nunca me disse do que seus pais trabalham.

Ela morde o lábio inferior, com os braços para trás. Então dá de ombros.

— Bom, meu pai é o presidente de uma editora... minha mãe é uma escritora famosa. Você não deve conhecê-la.

Penso no nome da mãe dela, por um tempo. Não conheço nenhuma Mebuki Haruno. Mas, espere...

Mebuki Saito? Porra, você tá falando sério?

— Você leu os livros dela? É sério?

— Não, mas ela é bem famosa mesmo. — Itachi provavelmente já falou sobre ela, tenho quase certeza. — Então... Você não quer ser associada ao nome dela?

— Não quero ser comparada. — ela murmura, ficando ao meu lado, encostada no piano. — É difícil ser filha de uma escritora famosa querendo seguir a mesma carreira.

— Entendo. — eu acaricio seu queixo, inclinando meu rosto em sua direção. — Seu segredo está guardado comigo.

Ela sorri, e se não estivesse escuro, eu diria que ela está corada. Mas não tenho certeza.

— Então... com roupas?

Eu sorrio. Essa é minha menina safada.

— Tira sua calcinha. — não preciso dar uma segunda ordem para ela passar o pedaço de pano rendado pelos saltos do seu pé.

Ansiosa e com a respiração forte, ela não espera um segundo comando. Se vira e inclina seu corpo sobre o piano, levantando a saia do seu vestido. Eu toco entre suas pernas e me delicio com o quanto ela já está úmida.

— Você estava querendo isso há algum tempo, não é, sua safada? — minha pergunta vem acompanhada de um sonoro tapa, que a faz pular e rir sem fôlego.

— Nossa, você não sabe o quanto. Como vai me comer hoje, Sasuke Uchiha?

Toda vez que ela me pergunta isso, eu sinto um arrepio profundo se instalar na minha espinha. Respiro fundo, abrindo minha calça e tirando meu pau semi-ereto da cueca. Começo a me tocar, para endurecê-lo, enquanto as vozes lá fora tornam o que vamos fazer muito mais sujo e excitante.

— Rápido, forte e bem duro. Antes que alguém apareça. Tem certeza que trancou a porta? Não quero ser interrompido dessa vez.

Ela faz que sim várias vezes, olhando para baixo com a cabeça inclinada em minha direção. Sem aviso algum, me enterro dentro dela, ouvindo seu gemido estrangulado.

— Não se reprima, gata. Deixe todos lá fora saberem a depravada que você é.

Ela tenta reprimir os gemidos, mas eu meto com mais força, fazendo ela deslizar no piano para frente e para trás. Apoio uma mão em sua nuca e com a outra abro as suas nádegas, para ver meu pau entrando e saindo dela. Deslizo meu polegar em seu ânus, fazendo círculos que fazem seu corpo tremer e seu quadril rebolar no meu pau.

— Gosta disso? — pergunto, inclinando meu corpo sobre o dela para colar meus lábios na sua orelha. — Você vai deixar eu comer você por aqui, um dia? Eu prometo que faço devagar, vai ser gostoso pra porra.

Ela geme, se levantando de repente, me empurrando até que eu saia de dentro dela. Confuso, ofegante e atordoado, encaro seus olhos caídos, sua boca borrada de batom e o quanto se entorta toda pra puxar o zíper do seu vestido.

— Tira a roupa.

— O quê?

Ela puxa o vestido, mostrando seus seios, a cinta ligada a meias pretas transparentes sete oitavos até que ele caia no chão. Porra! Eu fico parado, observando essa escultura, esse corpo maravilhoso dessa mulher que vai acabar comigo.

— Tira a sua roupa, Sasuke. — ela repete, avançando contra mim com as suas mãozinhas impacientes puxando minha camisa pelos lados. Tenho certeza que um ou dois botões voaram. — Sobe naquele piano, deita nele, e me deixa montar em você.

Uma parte da minha mente sabe que há qualquer momento alguém vai nos procurar, mas existe uma forma de negar algo a essa mulher? Meu corpo agindo sob o comando dela diz que não.

Sem roupas, me coloco sobre o piano e a espero. Sakura se inclina sobre mim como uma gata, o cabelo já solto jogado para o lado, os olhos de felina, ela me beija e, então, se move até o meu pau. Ela dá uma sugadinha de leve, se levanta e desliza sobre meu pau, colocando suas mãos no meu peito.

— Sabe, eu nunca fiz anal. — ela geme, rebolando e rebolando. — Mas se você quiser, eu quero.

Eu a seguro pela cintura, puxando seu cabelo para que ela se abaixe até a mim e me deixe beijá-la enquanto nos sincronizamos em nossos movimentos.

— Quando fizermos, vai ser bom pra caralho. — falo contra seus lábios e, no delírio do nosso tesão, ela concorda freneticamente. — Assim como é maravilhoso foder essa sua boceta molhada.

— Meu Deus! — ela treme, e eu aperto um seio dela. — Pelo menos no sexo, você sabe bem o que falar.

Eu dou uma risadinha, metendo mais forte nela. Entre beijos, carícias, respirações aceleradas e palavras sujas, chegamos ao nosso orgasmo. Quero ficar assim com ela, com nossos corpos grudados pelo suor e aproximação, mas ela se joga para o lado.

— Aí! — reclama, então. — Esse lado está gelado, por que fizemos sexo encima do piano?

Eu a encaro, pronto para responder. Mas ela balança a cabeça, rindo.

— Tudo bem, isso foi demais. — murmura, ainda recobrando o fôlego. — Mas precisamos voltar, antes que meus pais me procurem.

Eu a observo se sentar, amarrando o cabelo no alto da cabeça. Ela é linda e eu deveria apenas ficar observando seu corpo lindo, em silêncio. Mas me vejo falando:

— Seus pais não são tão ruins assim.

— Só às vezes, eu acho. — ela se levanta, se colocando dentro do vestido.

Eu me levanto também, para subir o zíper. Quando termino, acaricio seus braços nus e apoio meu queixo no seu ombro.

— Você devia aproveitar mais a presença deles, Sakura.

Confusa pela seriedade no tom da minha voz, ela se vira e me encara. Me arrependo do que disse no mesmo momento.

— Por que está dizendo isso?

— Nada. Esqueça o que eu disse.

Eu pego minha cueca e a coloco, em seguida a calça. Tento não olhá-la, mas Sakura segura minha mão, me parando.

— Você pode falar comigo, sobre qualquer coisa.

Eu a encaro, em conflito. Não falo sobre isso com ninguém, nem mesmo com Itachi. Mas com ela... com Sakura, parece muito fácil admitir que eu tenho pontos fracos.

— Sua mãe é atenciosa, como a minha era na minha infância.

— Era?

Eu balanço a cabeça, olhando para o chão e depois para seu rosto chateado.

— Ela teve câncer de pele, quando eu tinha dez anos. Meu pai não aguentou a barra da sua morte e se suicidou, dois anos depois.

Não gosto de lembrar disso, mas é compreensível eu sentir inveja de Sakura, mesmo que eu provavelmente agisse como ela caso meus pais ainda tivessem vivos.

Você nunca dá valor a algo, até que o perca. É dessa forma que funciona.

Ouço um pequeno gemido, e quando encaro Sakura, seu rosto está banhado em lágrimas.

— Porra. — rosno, puxando-a pela cintura para abraçá-la. — Não era pra você estar chorando no seu aniversário, me desculpa.

— É que... — ela solta um soluço, os olhos vermelhos combinam com a mancha vermelha em sua boca. — Isso é bem triste, eu sinto muito.

— Já faz muito tempo, tudo bem. — beijo sua testa, limpando seu rosto. — Agora pare de chorar, por favor. Lágrimas não combinam com você.

Realmente, não combina e eu me odeio por ser o causador disso. Quando ela para, finalmente, eu beijo cada olho dela e me afasto, para pegar a minha camisa. Mas ela segura minha mão, me puxando.

— Eu tive um relacionamento abusivo. — confessa, para a minha surpresa, sem mais nem menos. — Ele era colega da faculdade do meu irmão. Me limitava a fazer vários de seus caprichos e, quando eu não fazia, ele gritava e, às vezes... me batia.

Sinto meu sangue ferver e meu coração bater mais forte. A ideia de alguém machucando a Sakura simplesmente me tira do sério, de tal maneira que só percebo que estou com as mãos fechadas em punho quando ela começa a acariciá-las.

Só que, quando ela continua, só piora:

— Nós terminamos, mas ele não aceitou. Me perseguia, me stalkeava nas redes sociais e, numa dessas, soube que eu estaria na minha primeira festa da faculdade.

Ela volta a chorar, olhando para baixo, com os ombros trêmulos.

— O que houve? Ele...

Só de pensar que ele pode ter... argh! Quero socar algo, de preferência a cara do infeliz.

— Ele me drogou, tirou minhas roupas e algumas fotos. — ela limpa o rosto, os olhos distantes, como se estivesse revivendo aquele dia. — Mas eu consegui mandar uma mensagem ao meu irmão antes dele me levar para um quarto vazio. Ren chegou antes que tudo pudesse piorar. O que foi uma dádiva e uma maldição, já que como não houve estupro, ele pôde sair da cadeia com fiança.

— Por que está me contando isso? — pergunto, meio sem voz.

Ela balança um ombro, limpando as lágrimas do rosto com os lábios trêmulos.

— Eu não sei.

Nós ficamos em silêncio, o que é bom; preciso de um tempo para absorver tudo isso. Agora tudo faz um pouco de sentido e, porra, como eu posso competir com esse passado?

Quero matar quem fez isso com ela.

— Naruto sabe disso?

Ela balança a cabeça duas vezes, para acrescentar um amargo na minha garganta. Como passamos do nosso sexo maravilhoso para a parte em que a garota mais forte que eu conheço está se debulhando em lágrimas?

Odeio o cara que fez isso com ela.

Odeio Naruto por saber disso e não ter cuidado dela.

E me odeio ainda mais, por estar pensando nos meus sentimentos de raiva e covardia, quando a única coisa que eu deveria priorizar era essa garota forte e linda na minha frente.

— Vem cá. — ela não pondera quando eu abro os braços, se jogando contra mim. — Sinto muito.

Suas lágrimas grudam na minha pele, mas ela aperta os braços ao redor da minha cintura.

— Está tudo bem, obrigada por não agir estranho.

Acaricio seus cabelos, pensando em mil coisas que quero saber sobre esse cara, mas que não posso perguntar à ela, não quando o assunto é muito delicado. Enquanto absorvo seu cheiro de morango, penso que não importa como, vou conseguir mais detalhes.

— Você ainda quer voltar para essa festa?

— Sinceramente? Não. — ela fala, com a voz meio anasalada. — Mas eu preciso. Contanto que você não saia do meu lado, eu ficarei bem.

Merda, quando ela fala coisas desses tipo, eu simplesmente não posso conter as batidas frenéticas do meu coração. Olho para Sakura e só quero cuidar dela, escondê-la de todas essas merdas, abraçá-la tanto a ponto de guardá-la dentro de mim...

Então é isso que é estar apaixonado?

Dizem que se você fala uma vez, não tem como voltar atrás. Bom, não há muito o que fazer agora que eu não consigo enxergar um mundo onde ela não esteja.

Estou apaixonado por Sakura Haruno.

E bem fodido.


Notas Finais


PORRAAAAAAAAA SASUKE ADMITIU CARALHO AGORA É SÓ AMOR E SEXO AAA

Só. Que. Não.

Muita coisa pra rolar ainda, mas garanto que Sasuke é persistente. Próximo é a visão da Sakura e maia da viagem. Os pais dela vão interagir mais com o Sasuke também.

Vamos aguardar que só falta a Sakura admitir que também está caidinha por esse homem.


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