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História Nada é Clichê - O Cara Machucado


Escrita por: Koha

Capítulo 22 - O Cara Machucado


Eu sabia que teria que enfrentar esse dia, mas não sabia que chegaria tão cedo.

Não estou precisamente falando da cela felizmente vazia e pequena, do outro lado da sala de uma delegacia totalmente vazia, muito menos pelo fato de eu estar presa nela. O dia que chegaria mesmo, é o momento em que eu precisaria enfrentar Sai Uchiha.

Quando ele me ligou, irado e descontrolado, eu não estava conseguindo compreender o que ele queria me dizer; até, é claro, ele chegar na parte onde seis palavras ficaram evidentes: “Você tá fodendo com o Sasuke, porra!”

É óbvio que, quando ele me disse que Sasuke tinha ido até a festa do Naruto, eu não esperava que fosse o encontrar batendo boca com o dito cujo — muito menos que ele iria para cima da minha antiga paixão não correspondida. Eu estava lá para bater nele, esperando que ele estivesse bebendo e segurando alguma desavisada no colo enquanto ria da minha cara.

Mas não era ele que estava fazendo isso.

Se eu ainda não tinha superado Naruto Uzumaki, isso foi facilmente deixado de lado quando ouvi suas palavras desagradáveis, para não dizer nojentas, no mínimo. Foi um sentimento horrível, mas libertador. Como eu não o vi como ele realmente era?

Agora tudo é tão... visível.

Seguro nas barras da cela, com a cabeça entre elas, entediada. Já fazem duas horas, e até agora eu tenho evitado olhar para a cela do outro lado da sala porque Sasuke e Naruto estão lá, em extremos opostos, em silêncio.

Tudo está silencioso, aliás.

— Bill. — eu cutuco o braço do policial que está ao lado da minha cela, de guarda. Ele é um cara legal, tem dois filhos gêmeos e eu o ajudei avisando sobre a blusa de seu uniforme estar pelo avesso quando ele chegou atrasado.

Posso dizer que nos tornamos bons amigos.

— Ah, o que foi Sakura? Quer mais bolinhos? — ele pergunta, num sussurro baixo.

— Não, só que estou entediada. Quanto tempo isso vai demorar ainda?

— Bem, a denúncia é sobre a festa que vocês estavam dando.

Eu levanto a mão, com toda educação.

— Eu não estava dando nenhuma festa. Digo, eu estava lá... só que eu cheguei por último. Mas eu não queria estar lá!

— De qualquer forma, menina, nós só estamos esperando por conta do seu namorado número dois. — eu o encaro feio, franzindo o nariz quando ele ri. — Ok, ok... o cara do cabelo loiro. Ele está esperando para formular uma denúncia.

— Uma o quê? — eu quase grito, chamando a atenção dos outros dois. Bill me olha com um alerta nos olhos e eu suspiro, falando mais baixo. — Contra quem?

— Infelizmente, não posso falar.

Mas nem precisava, de verdade. Era óbvio, pelo olhar irado de Naruto em direção a Sasuke, suas intenções com uma denúncia. Irada, mas pensativa e controlada, eu aceno e me afasto.

Só para voltar dois segundos mais tarde.

— Hã, seu delegado, eu gostaria de formalizar uma denúncia também!

Bill me encara, confuso, mas quem meu radar embutido percebe o olhar é de Sasuke, mas ele parece tão entediado quanto eu. O delegado, da sua mesa, me encara com uma cansada sobrancelha erguida.

— Sobre o que, menina?

— Sobre o uso de drogas ilícitas dentro da festa naquela casa. — digo, com satisfação, encarando Naruto que entra em estado de alerta. — Inclusive, se o senhor revistar o cara loiro com o nariz quebrado, verá que há algumas com ele.

O delegado me encara, meio suspeito, então encara Bill, que meio que dá de ombros.

— Se não acreditam em mim, o revistem.

Mais uma vez, o delegado parece cansado, talvez porque eu tenha gritado muito na primeira hora. Mas não importa. Quando ele acena para Bill, eu sorrio satisfeita por ter o olhar irado de Naruto em minha direção.

— Não fode, Sakura! — ele grita.

— Também quero abrir um boletim contra ofensa e difamação. — cantarolo, para o horror de Naruto. — Não esqueça de checar os sapatos, Bill. E tire as meias também!

Cruzo os braços, erguendo uma sobrancelha. Esse idiota merece bem mais, mas eu não estou com a cabeça em Naruto, e som no outro cara dentro da cela, me encarando com uma expressão inquisidora, é o que me prende a atenção.

Poucos segundos depois, vejo uma figura passar pela porta, olhando para os lados até que encontra o que está procurando. Ele tem cabelos longos e negros, amarrados num rabo de cavalo baixo, e seus olhos são negros e estão em Sasuke.

Oh, merda. Será que...?

Sasuke se levanta, meio irritado.

— O que você tá fazendo aqui?

— É assim que me recebe, depois de Sai ter me contado sobre o que houve? Mal chego ao país e já preciso te livrar de encrenca? — sua voz carregada de um sotaque australiano e a forma como encara Sasuke, não me deixa dúvidas de quem ele é. — E você, Naruto? O que aconteceu com os dois para fazerem isso?

Nenhum dos dois respondem, mas ambos me encaram, o que parece ser uma resposta para o homem, quando ele me encara também. Ele não parece estar bravo, mas confuso. Depois, ele só respira meio incrédulo.

— Uma garota? — o cara fala, com o sotaque pesado. — Você tá falando sério?

— Itachi.

A voz de Sasuke parece um aviso, mas Itachi não parece estar me desprezando, nem o fato deles terem brigado por uma garota. Ele parece estar surpreso por Sasuke ter feito algo do tipo, por uma garota que não é, basicamente, nada dele.

— Sou a Sakura. — coloco a minha mão entre as barras. Itachi se aproxima, ainda como se eu fosse um E.T, me dando a mão. — Você é o irmão do Sasuke, né? Muito prazer.

— Sou... hã, Sakura? A garota que cuidou do Sasuke quando ele estava doente, não? — balanço a cabeça e minha resposta parece aliviar um pouco seu rosto, quando ele sorri.

A beleza com certeza está na genética da família Uchiha porque nossa, ele é gato pra caralho. É basicamente da mesma altura que Sasuke, provavelmente uns dez anos mais velho, o que dá a ele um charme especial. Tenho certeza absoluta que estou babando agora, porque ele abre um sorriso meio constrangido.

Aí, eu quero apertar ele.

— Será que têm como você me tirar daqui? — Sasuke rosna, com o sotaque pesado, o que quer dizer que ele está irritado.

Itachi parece perceber isso também, pois solta uma risadinha descrente.

— A culpa foi minha, Itachi. A verdade é que Sasuke só arrebentou a cara do Naruto porque esse idiota me ofendeu. — confesso, sorrindo fraco e Naruto rosna, baixo, para a surpresa de Itachi. — Sinto muito, eu não queria...

— Você tá de sacanagem comigo?! — a voz que invade a delegacia, vem acompanhada de uma voz baixinha logo atrás.

Ren e... Mel?

— Ren? Como você... — eu paro, encarando o sorriso impaciente de Mel. — Foi o Sai? Porra, é sério?

— Ele estava preocupado demais quando me ligou, mas....

— Irritado demais para não ligar para o meu irmão, claro. A porra do Sai!

Ouço a risadinha de Sasuke do outro lado na outra cela, me fazendo encará-lo feio, até Ren aparecer irado no meu campo de visão.

— Definitivamente, você só pode estar querendo me testar, Sakura. Como que você veio parar na cadeia?

Eu posso pisar o pé no chão, agir como a caçula mimada que sempre fui com meu irmão e forçar argumentos impossíveis mas, quando encaro a expressão de lamento de Bill, eu só suspiro e deixo os ombros caírem.

Só pode ser o carma.


Uma hora depois, Ren já me tirou da cadeia e eu já consegui explicar toda a verdade a ele do lado de fora da delegacia. Meu irmão não está menos irritado comigo, mas está visivelmente mais irritado com a situação. Quando é a vez de Sasuke ser solto com a ajuda do irmão, ele o encara, com uma expressão duvidosa.

— Eu estava errado sobre você, cara rabiscado. É bom você ter quebrado bem a cara dele.

Sasuke solta um riso fraco, que faz Itachi erguer uma sobrancelha. Ren o percebe então, erguendo a mão na direção dele.

— Você deve ser irmão do Sasuke. Prazer, sou o irmão mais velho da namorada dele.

Itachi, subitamente, engasga, se colocando para frente e tossindo muito. Melanie, muito surpresa também, me encara, mas eu balanço a cabeça devagar, torcendo para que ela não diga nada.

— Sasuke está... namorando?

Sasuke me encara, esperando que eu me encarregue da situação, como sempre. Dessa vez, é até justo, já que eu fui a progenitora do problema criando uma mentira sobre nosso relacionamento.

Ah, que ótimo.

— Hã, sim... eu devia ter dito aquele dia, quando nos falamos por telefone, só que...

— Não estávamos prontos. — então, meu namorado de mentira, fala. — Não é grande coisa, também.

Sua voz está baixa e, magoada? Aí Deus, o que eu fiz com Sasuke Uchiha?

— Puta merda. — Mel fala, baixinho, mas todos a escuta. Ela fica meio vermelha, quando Itachi estreita os olhos para ela, meio suspeito, então cora, limpando a garganta.

A situação é bem crítica, mas pelo menos o olhar de Itachi recaiu sobre Mel, me livrando daqueles olhos negros e desconfiados. Ren, ao meu lado, parece inquieto e, quando o encaro, ele está com os olhos fixos em Itachi e com uma carranca bem feia.

O que eu perdi?

— Bem, já era. Acabou, então, vamos embora. — Sasuke fala, gemendo um pouco, quando toca o nariz.

— Vamos até um hospital. — digo, me aproximando dele, encarando seu rosto todo machucado. Ele abre a boca, mas eu o encaro feio. — Agora.

— Eu posso levar vocês. — Itachi se oferece, mas eu balanço a cabeça.

— Eu prefiro levá-lo eu mesma, mas obrigada.

Mel se aproxima, balançando a chave do meu carro em frente ao rosto.

— Imaginei que precisaria dele, então está aqui.

— Ah, eu posso te dar uma carona então...

— Melanie, é meu nome. — ela diz, sorridente, para Itachi. — Mas meus amigos me chamam de Mel.

— Meu nome é Itachi, Mel. Será um prazer te acompanhar.

Ouço um barulhinho incrédulo que, para minha surpresa, vem da direção de Ren, que parece indignado enquanto encara Mel. Franzo as sobrancelhas, tentando fazer cálculos dessa situação entranha, mas todo meu foco retorna a Sasuke quando ele geme baixinho ao meu lado.

— Está doendo muito? — murmuro, numa pergunta, mas ele balança a cabeça. — Mentiroso.

— Já levei piores, não precisamos ir ao hospital, de qualquer forma.

— Não é você que decide. Agora, vamos. — eu pego sua mão, o levando para longe. — Eu os informo sobre a situação dele, assim que sairmos do hospital.

— Nem fodendo, eu não sou uma criança.

Eu rolo os olhos, mas me despeço de todos. Sasuke diz isso, mas enquanto o puxo até o local onde está meu carro, do outro lado da calçada, ele parece uma criança emburrada.

Assim que entramos no carro, espero até que ele coloque o cinto. Sasuke o faz, rolando os olhos, virando seu rosto na direção da janela. Ótimo, vamos ficar em silêncio, então.

Mil vezes ótimo.

Acontece que, no momento, ficar em silêncio não é exatamente o que eu quero.

— Seu irmão está interessado na Mel.

— O seu também. — ele responde, para a minha surpresa.

Aperto os dedos em volta do volante, achando graça do que ele disse. Mas a verdade é que eu indiquei a academia Senju para Ren na semana passada e, bem, Melanie não está mais com o Joshua.

Ainda sim...

— Bom, que seja. — eu resmungo, porque isso não é importante agora. — Pode falar alguma coisa? Esse silêncio está me matando.

— Quer falar sobre o quê? — ele vira seu rosto em minha direção, com os olhos apertados. O direito está roxo e começando a inchar. — Sobre a briga, a cadeia ou o nosso namoro de mentira?

— Hã, tenho outras opções? — faço uma careta para o farol vermelho, quando paramos. — Por que não falamos sobre você ter contado ao Sai sobre nós?

— Achei que não houvesse um “nós”.

Eu respiro, encarando seu rosto, muito impaciente sobre nossa situação.

— Então é dessa forma que nós vamos fazer? — minha voz está baixa, mas bem irritada, quando paramos em frente ao hospital. — Você fica bravo e fode tudo, eu tenho inseguranças e tento impor seus sentimentos. É dessa forma que vai ser?

— Está dizendo que tem culpa também?

— Diferente de você, eu sei reconhecer meus erros, Sasuke.

Saio do carro, batendo a porta com força. Ouço o bater da outra porta, mas só ando mais rápido, como se fosse eu que precisasse de um médico.

Por que ele me irrita tanto?

— Espera! — Sasuke puxa meu braço, com tanta força que meu corpo bate no seu, minhas mãos espalmadas em seu peito. — Não é surpresa nenhuma que eu sou um idiota de merda. Eu estava irritado e, porra, eu só queria que...

Aperto os lábios, me sentindo fraca demais para lidar com ele nessa situação. Sasuke me consome demais, como se sugasse toda a vontade e certeza de que devo me afastar dele, de que ele é um problema.

— Só queria te magoar, assim como você me magoou dizendo aquilo sobre... bem, você sabe.

O vento está frio, o que faz meu corpo tremer um pouco quando sinto suas mãos esfregarem meus braços. Sasuke se afasta, tirando sua blusa de frio manchada de sangue e me dando como se ele não pudesse sentir frio.

— Aqui. — murmura, me ajudando a colocá-la. — Não fica brava comigo, por favor.

Quando minha cabeça passa pela touca, vejo seu rosto de garoto emburrado me dando os momentos nada normais de seu rosto quase corado. Sasuke não é do tipo que está acostumado a falar coisas bonitas, mas ele se esforça, da sua forma, é claro.

— Não estou brava com você, Sasuke. Estou... irritada, mas comigo mesma. Eu sou totalmente fodida, não escolho certo e, convenhamos, você não é exatamente o cara mais confiável do mundo.

Sasuke não responde, ele apenas balança a cabeça, como se não houvesse mesmo algo para fazer. Nós caminhamos em silêncio até o hospital, ouvindo vários sopros de surpresa pelo caminho.

Seu rosto está muito, muito feio mesmo. Agora, o que fiz com Naruto, parece pouco demais.

Nós esperamos um bom tempo, em silêncio. Sasuke parece estar pensando, com a cabeça baixa, o que me deixa inquieta. No que ele está pensando? Será que está bravo? Já desistiu da sua ideia de gostar de mim?

Ao mesmo tempo em que torço muito para que seja isso, sinto vontade de chorar só de pensar que posso não vê-lo mais.

Mesmo Sasuke com o rosto todo machucado, arranca suspiros da enfermeira e sorrisinhos nada convenientes. Fico encostada na parede, enquanto ela dá pontos no rosto dele, que mal se meche.

Enquanto eu preciso olhar para baixo, porque odeio agulhas.

Quando tudo termina, seu rosto está limpo de sangue, mas com alguns hematomas e curativos. Ele não fala comigo, mas me acompanha até o carro em silêncio.

Estou prestes a quebrá-lo, quando suas mãos seguram meus braços e ele me empurra contra o carro.

— O que quer eu faça?

— O quê?

Surpresa, eu balanço a cabeça, vendo seu rosto ficar aflito.

— Tem que ter alguma coisa que eu possa fazer para provar que eu posso ser bom pra você, Sakura.

Isso me comove e, caramba, como pode um coração bater tão forte? Sinto que vou explodir.

— Essa não é a questão, Sasuke. Você já me faz bem, eu gosto de você.

— Você gosta de mim?

— Eu disse que gosto de estar com você.

— Não. — ele abre um sorriso, com o canto do lábio inferior inchado, inclinando a cabeça para baixo. — Você disse que gosta de mim. Porra, você também gosta de mim!

Eu quero muito dizer que ele está enganado, que eu não gosto dele da forma que ele está afirmando. Mas também, pensando bem, simplesmente não posso.

Eu gosto dele.

— A questão ainda não é essa...

— Eu sei, Sakura. A questão é que você acha que eu vou te foder mas, eu juro, eu não vou. Não no mau sentido, pelo menos.

Quando ele fala assim, me olhando com esses olhos de pedinte, me tocando dessa forma, sem se importar se alguém na rua pode nos ver, eu só quero muito ceder e acreditar que tudo pode ser fácil assim porque, quando me imagino com Sasuke, tudo parece ser realmente fácil e perfeito.

Como uma fraca, acompanho de camarote a luta entre minha razão e meu coração. Resistir a Sasuke, de repente, é como ter um peso enorme nos ombros e, ganhando de lavada, meu coração leva a melhor.

— Tá bom.

Ele me encara, pasmo.

— É sério? — eu aceno, contendo meu sorriso. — Fácil assim?

Eu franzo as sobrancelhas e ele balança a cabeça, passando suas mãos pela minha cintura.

— Não me olhe feio, só achei que teria que assistir alguns filmes clichês para pensar em algo que pudesse dobrar você.

— Nada de clichê. — eu faço uma careta, balançando a cabeça. — Só esse nosso jeito... torto, de lidarmos um com o outro. Não basta?

— Muito. — ele murmura, com a voz animada e, caramba, como ele pode estar tão feliz por isso? — Se bem que, valeu a pena levar alguns socos agora que você é oficialmente minha namorada.

Eu sorrio, mas grito quando ele me levanta e me roda no meio da rua. Quando ele me solta, algumas pessoas estão nos olhando, com curiosidade.

— Não faça isso!

— Se corar desse jeito, vou gritar para todo mundo que você é minha namorada.

— Se fizer isso, termino agora esse namoro.

Ele ri, colocando os lábios no meu cabelo. — Até parece. Sou o melhor namorado do mundo, e o mais bonito também.

— Só tem um minuto que nós estamos namorando! — eu balanço a cabeça, indignada. Ele dá de ombros, algo muito típico de Sasuke. — Você se acha.

— E você gosta de mim. — ele murmura, contra meus lábios, com os olhos nos meus. — E eu gosto de saber disso.

Eu abro a boca, pronta para rebater essa informação com qualquer coisa que venha a minha cabeça, mas Sasuke me beija.

Eu perco o ar e, por um momento, sinto que vou cair. Ele me segura pela cintura, passando sua língua pela minha, suspirando quando seu piercing toca a minha língua.

— Sai vai surtar.

— Argh. — eu gemo, fazendo uma careta. — Você quebrou toooodo o clima, Sasuke Uchiha.

O caminho para Chelsea é bem mais descontraído do que foi para o hospital. Sasuke não para de me beijar, mesmo com o lábio machucado, o que não parece ser um empecilho na sua forma de querer ficar cada vez mais perto de mim.

Tudo bem, não posso dizer que odeio isso e nem que não gosto, pelo menos, cem por cento de ser beijada por ele.

Estou tentando focar nessa parte, no quanto é divertido estar com ele, no quando Sasuke consegue espantar os demônios do meu passado apenas com seu sorriso e a sua forma de ser ele mesmo.

Gosto muito, muito disso.

— Ah, por um momento, achei que eu nunca mais voltaria aqui. — ele coloca a senha do meu prédio, despreocupadamente, enquanto eu só observo. — Não me olhe assim, sua senha é muito fácil.

— Não é, não. — resmungo, passando por ele. — Odeio sua memória fotográfica.

— Corrigindo: você tem inveja dela. — ele entra no elevador, ao meu lado, rindo um pouco.

Nunca vi Sasuke de tão bom humor, o que está me contagiando um pouco. É tão fácil estar com ele, penso, enquanto observo seu rosto machucado pelo espelho.

— Está me encarando.

— Aham.

As portas se abrem, e nós saímos. Sasuke me coloca, literalmente, contra a parede, tocando meu nariz com o seu

— Por quê?

— Porque você gosta de mim. — ele junta as sobrancelhas escuras, confuso. — Eu gosto de saber disso.

Ele abre seu típico sorriso ladino, meio perverso e inteiramente sensual, mas eu o empurro.

— Não me olhe assim, eu tenho vizinhos. — dou um tapinha em sua mão, quando ele começa a beijar meu pescoço, com pequenos estalos.

— Se não abrir essa porta em dez segundos, eu não respondo por mim. — ele diz, me segurando por trás, enquanto eu tento encaixar a chave na fechadura entre risos e seus beijos.

Então, eu percebo, que não preciso colocar a chave na porta.

Ela está aberta.

— Você não trancou antes de sair? — Sasuke pergunta, com a voz séria.

— Eu tranquei, sim, eu tenho...

Logo, não há muito o que pensar ou questionar, quando o cenário da minha sala é bem caótico. O sofá está virado, minha mesa de vidro está em cacos no chão, há papéis e diversos objetos misturados em meio a bagunça.

Fico parada, olhando cada um deles, até que ouço um latidinho baixo. Kit-Kat vem mancando e chorando até a mim, como se eu fosse seu refúgio.

— Meu Deus! — eu suspiro, surpresa, me abaixando para pegá-lo. — Alguém o machucou, Sasuke...

Meu agora namorado de verdade, não está ao meu lado quando eu o procuro, contudo, em pouco tempo, ele está de volta com um semblante mortífero e revoltado, muito diferente de antes.

— Não tem ninguém aqui, mas...

— Alguém esteve aqui. — murmuro, assombrada, quando sentimentos antigos me invadem com medo e muita dor.

Abraço Kit-Kat, querendo chorar enquanto vejo a bagunça na sala. Só pode ser brincadeira!

Isso de novo, não!


Notas Finais


Tava tudo muuuuuito fácil

Vamos as apostas: quem vocês acham que fez isso? Hayley ou Hidan? Nossa dupla HH que ainda não apareceu mas já tá causando o terror psicológico

Itachi está no país. Por quê? O que houve para ele vir sem avisar?

E sim, temos um possível triângulo amoroso aqui. Ren e Mel, Itachi e Mel. Vocês shippam ela com quem?

Sigam lá no Twitter a tia: @writerkoha


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