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História Nada soa como você - VMIN - Criança psicopata


Escrita por: taecurekim

Notas do Autor


Recomendo que antes, depois, no meio (quando ces quiserem) escutem com a tradução a música do link, vai ajudar a entender um pouquinho os sentimentos do Jm: https://youtu.be/0VAfvy_4NU0

é isso familia, boa leitura

Capítulo 3 - Criança psicopata


Fanfic / Fanfiction Nada soa como você - VMIN - Criança psicopata

“Quando é hora de viver e deixar morrer, e você não consegue outra chance, algo nesse coração morreu… você está em ruínas” 

— 21 Guns, Green day 

 

Não esperava encontrar Taehyung no corredor, mas eu não era a pessoa mais sortuda desse mundo, então, obviamente eu iria trombar com aquele cara por aí. A conversa não foi de toda desagradável, tirando o fato de que ele me intimidava para caralho e me olhava como se pretendesse me matar.

Pelo menos, não tocou no assunto sobre ir ao jardim.

Eu já havia me decidido.

Precisava ficar vivo para ver o meu irmão se fudendo então não correria riscos desnecessários.
E talvez, Taehyung fosse um risco.

Então, eu não iria. É, não iria. Não porque eu sou covarde, sabe? Apenas para evitar morte ou problemas. O cara, às vezes, parecia ter saído de um quadrinho de terror. Será que quando ele era criança também era assim? sei lá, uma criança meio psicopata.

Balancei a cabeça ignorando o assunto na minha mente.

Depois da breve conversa no corredor eu sai andando até a cozinha e encontrei Jungkook ali, ele comia enquanto tomava uma caixinha de suco de laranja e eu o encarei meio puto.

— Nem água você toma mais. Só suco — Ele deu de ombros — Pelo menos você ainda come esses sanduíches horríveis.

— Chaaaaaaato — Eu revirei os olhos — Vai comer não? — Ele disse com a boca cheia e eu fiz uma careta para ele, Jungkook arrotou em seguida e eu quis tacar a coisa mais próxima de mim na cara dele, era uma banana.

Achei melhor não desperdiçar comida.

— Você acha que eu vim fazer o que na cozinha? — Peguei leite na geladeira e pão no armário, conferi se o café ainda estava quente na cafeteira e para a minha felicidade estava. — Aquele novato...— comecei o assunto mas Jungkook era tão lerdo quanto uma lesma e não captou aonde eu queria chegar. Na verdade, nem eu sabia direito, mas queria que meu amigo continuasse o assunto, ele permaneceu em silêncio. — O que acha dele?

— O kim Taehyung? — Jungkook perguntou e eu assenti, mordendo meu lanche — Acho ele diferente.

— Só isso?

— Ué, Jimin. Quer que eu faça uma lista sobre ele, cara? Eu não tenho que achar nada.

— Você tem razão — Suspirei — Ninguém tem nada a ver com ele mesmo.

— Tá perguntando por que? — Jungkook abriu os olhos redondos e mastigou com um bico na boca, assemelhava-se a um coelho daquela forma. Chegava a ser fofo e eu sorri com o pensamento. Depois voltei a comer antes de respondê-lo.

— Ele é estranho comigo, eu acho — Jungkook riu.

— O cara é estranho com a escola toda, é só o jeito dele, Jimin.

Assenti.

Será que eu deveria contar para ele sobre a parada do jardim? Olhei bem para Jungkook e decidi que não. 

Eu nem iria mesmo.

Terminei meu lanche o mais rápido possível e acompanhei Jungkook até seu quarto, já estava escurecendo, ele me chamou para entrar, mas eu não me dava muito bem com o companheiro de quarto dele então recusei.

Jungkook assentiu e me abraçou em despedida. 

Depois segui para o lado contrário do corredor.

Jungkook tinha razão em dizer que ninguém tinha nada a ver com Taehyung mas ele havia falado comigo e se, eu bem havia interpretado, me chamado para encontrar-me com ele perto da fonte do jardim de madrugada.

Ou talvez aquilo fosse um aviso para que eu não saísse naquele horário.

Ao chegar no meu dormitório percebi que estava vazio, Honey havia vazado mais cedo hoje, provavelmente iria se drogar em algum dos quartos que já havia sido revistado essa semana.

Entrei no Instagram e pesquisei por "Kim Taehyung" mas nenhum perfil parecia corresponder ao do garoto que havia — apenas por pura curiosidade — me deixado completamente intrigado.

Quando "God save me, but drown me out" começou a tocar nos meus fones me deitei na cama largando o celular e prestando atenção na música. Eu não sou expert em inglês, mas conheço a letra de algumas músicas das quais gostava bastante. E essa em específico me fazia pensar bastante, me deixava melancólico e um pouco assustado comigo mesmo.

Eu era alguém ruim?

Me virei de lado e por um segundo passou pela minha cabeça o pensamento em que, se Taehyung escutasse essa música, o que ele diria dela? Primeiro sobre a melodia? Depois sobre a letra? Ele iria gostar?

Ele gostava de "i'm your psycho", será que era um padrão? Por que se fosse um padrão, ele não gostaria dessa música e isso me deixava angustiado porque, algo me dizia que era uma música que se encaixava com ele.

Mas, como eu poderia dizer algo assim sobre alguém que eu não conhecia?

Eu havia criado sobre ele, assim como toda a escola, um estereótipo. E aquela conversa no corredor não mudava muita coisa, nem a forma que ele me olhava, ou o jeito que falava comigo. Mas e se ele fosse diferente?

Respirei fundo e me levantei, nos fones tocava "I think i'm okay" e coloquei as mãos na minha cabeça segurando meus cabelos para trás, deixando minha testa à mostra. Enquanto a voz do cantor dizia que achava que alguma coisa estava errada para caralho com ele, eu pensava o mesmo sobre mim.

Eu estava infeliz vivendo ali, no internato, mas achava melhor viver ali do que seguir as regras dos meus pais. A questão é que eu não tinha ideia do que faria depois que saísse dali. Eu odiava as segundas feiras por ter que ir para o internato mas odiava ainda mais as sextas, porque eu precisava voltar para a minha casa. Era uma regra estúpida dos meus pais.

Como se eles se importassem. Puff.

Mas quando a escola acabasse... eu voltaria para a casa deles? Faria faculdade fora? Me casaria, assim como meu irmão mais velho? Por um momento senti uma dificuldade de respirar e um aperto forte no peito.

Odiava pensar no futuro, mas o presente também era uma merda.

Fui em direção ao banheiro ainda segurando o celular e a música tocando, me olhei no espelho enquanto na letra dizia: "Eu me machuco, às vezes, isso é muito assustador para você?" Eu não queria morrer, só queria alguém que me entendesse.

Jungkook não poderia ser essa pessoa.

Se eu chegasse e descarregasse todo o peso dos meus pensamentos em seus ombros, que merda de amigo eu seria? Eu ainda estava tentando arrumar uma forma de ajudá-lo com o lance do suco de laranja.

Muitas vezes eu não sabia o que fazer. Mas eu nunca fiz o que não tinha vontade.

Era esse o motivo de estar ali, não é? O único acordo que concordei em ter com meu pai. Ir para um colégio interno ou me casar com dezenove anos. Escolhas bizarras como a minha família.

Eu não culpava meu velho por ser assim, mas às vezes, gostava menos dele por isso.

"Me observe, pegar uma coisa boa e foder com ela em uma noite"

Mudei de ideia enquanto ainda me observava no espelho e pensava em todas aquelas coisas.

Se fosse um aviso ou um convite eu quebraria as regras naquela noite. Eu queria viver perigosamente agora? Ou só estava sendo imprudente por que me sentia todo errado?

Tanto faz.

Encontraria Taehyung ou o lobo mau, que fosse. Sairia do quarto e iria até a fonte à meia noite. Pela primeira vez, dentro daquele lugar faria algo que eu quisesse sem sentir medo de ser pego. Sem detenção. Não era um chocolate, era uma escapada na madrugada.

Se fosse pego provavelmente seria expulso.

Tirei os fones do ouvido no momento em que "Weird!" começou a tocar e soltei uma risada curta, iria me preparar para ver a pessoa mais estranha que eu havia conhecido.

Que bela trilha sonora. 



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