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História Namjin: 'Complete' - Jin: You're right about me


Escrita por: thebaddestpark

Capítulo 11 - Jin: You're right about me


Fanfic / Fanfiction Namjin: 'Complete' - Jin: You're right about me

 -...Então e você Jin? - Jyoon perguntou animada.

 -...Eu o quê?

 -Você... Não ouviu?

 -Não estava com atenção. - Respondi honesto.

 -Amor, o que se passa? - Cholyeon tocou-me no joelho e eu olhei para ele com ironia. 

 Queria socá-los aos dois.

 Eu considerava-me alguém impaciente a maior parte do tempo, mas naquele dia em especial eu estava sem paciência para fingir que estava tudo bem. Tinha acordado sem vontade de viver naquele dia. Queria ficar na cama e queria que o mundo inteiro desaparecesse. 

Eu odiava-me tanto. Havia dias em que eu queria sair dali e ir para um lugar distante onde não conhecia ninguém, mas naquele dia eu queria desaparecer do mundo. O meu maior desejo era perder noção o tempo o suficiente para arranjar forças para mentir e viver como sempre. Mas eu não conseguia. Ele era tão nojento.

Cholyeon olhava me com preocupação e eu achava isso nojento. Ele era egoísta e artificial e eu odiava-o porque achava que eramos iguais.

 Como é que aquele ser tinha sequer a ousadia de me tocar? Acho que iria explodir senão fosse o meu celular tremendo.

Namjoon: Você nem consegue fingir um sorriso quando está com ele

 Encarei a tela do meu celular confuso até receber outra mensagem:

Namjoon: Será que se olhar para o balcão eu conseguiria fazer isso?

 Eu observei o balcão do café e vi um garoto bonito olhando para mim com um sorriso, daqueles que só ele poderia dar.

E com aquele sorriso o meu desejo de sair daquele mundo real realizara-se.

 -Sério? - Sorri para ele guardando o aparelho no bolso - Volto já. - Avisei antes de me levantar da mesa deixando aqueles dois para trás para me sentar ao lado de Namjoon no balcão.

 -E ai? - Sorriu apoiando o seu rosto à sua mão.

 -Ainda bem que você está aqui, eu ia socar eles os dois. - Admiti num suspiro.

 -Já disse para deixar esse tipo de coisas comigo. Não quero que se machuque de novo. Sua mão está melhor?

 Eu coloquei-a em cima do balcão e ele puxou a manga do meu casaco para cima para ver o estado em que estava.

 Tinha a mão negra mas tapava-a sempre com a roupa para não me fazerem perguntas.

 -Já foi ver se é grave ou...?

 -Fui a uma farmácia. Eles disseram que está só machucado e me deram um creme.

 -Da próxima já sabe.

 -Será que você pode socar eles por mim? - Pedi parecendo inocente.

 -Você sabe que eu faço tudo por si, bebé. - Fez-me rir - Quem é a garota? - Falou antes de beber um pouco da sua bebida.

 -É a prima dele. Que ele fode. - Fiz ele se engasgar. 

 -Ele...? - Ele apontou-me o dedo com um sorriso irónico - Você está brincando, certo?  Que porra...?

 -É. Ele está comigo para ninguém desconfiar que eles se comem. Mas não se contenta e também tenta me comer.

 Namjoon abanou a cabeça e não comentou.

 -Como você está? - Perguntei tentando me distrair.

 -Cansado. - Suspirou - Saí à pouco do trabalho. - Esfregou a mão no rosto.

 -Mmmh. Na verdade eu ia chamar você, mas sendo assim eu fico em casa hoje.

 -Você queria sair?

 -Nem sei. -Respondi e ele sorriu fazendo me acalmar a raiva - Não estou tendo um grande dia, sabe? Queria me distrair mas ao mesmo tempo não sei se quereria sair de casa.

 -Aconteceu algo com eles?

 -Não. Há muitas mais razões para eu ser assim que não são eles.

 Namjoon observou-me e levantou-me o queixo com indicador sem muita intimidade:

 -Gostava de poder ajudar mas soa demasiado pessoal. 

 -E é.

 -Bem... Eu poderia aquecer as coisas e beijar você. Aqui e agora. Sei que você ia sorrir pelo menos e assim teria um motivo para brigar com aquele cara lá.

 Eu sorri para ele. Ele era realmente alguma coisa.

 -Aish, meu querido... você não me faz me sorrir só com os seus beijos. Você sabe bem que eu gosto de si pelas suas palavras.

 -O que interessa? Ele nunca entenderia as nossas conversas; nunca arranjaria uma briga com as nossas conversas.

 -Namjoon-ah. - Vi-o beber o resto que tinha no copo.

 -Fala, bebé.

 -Vamos embora. - Pedi como uma criança.

 -Quer ir onde?

 -Apenas para casa. Para longe dele.

 -Vamos. - Levantou-se.

 Eu levantei-me e dirigi-me à mesa onde estavam sentados os outros dois para pegar a minha jaqueta.

 -Vou para casa. - Avisei.

 -Quem é aquele? - Cholyeon olhou-me arrogante.

 -Um amigo meu. Até manhã. - Virei costas antes que me fizesse mais perguntas.

 -É bonito, não me quer apresentar? - Jyoon falou divertida.

 -Não. - Fiz sinal a Namjoon para sair.

Andei a seu lado em silêncio por um bom tempo. Só estar na presença de Namjoon já me acalmava e eu achava isso estranho mas eu não queria ser uma pessoa horrível ao lado dele.

Namjoon não disse nada quando agarrou na minha mão e eu gostei disso. Queria que as coisas fossem naturais entre nós. Não era o mais fácil, mas eu queria isso.

-...Onde você trabalha? - Acabei por perguntar fixando o seu rosto com curiosidade.

-Hum... Numa loja de conveniência, porquê?

Eu sorri e acenei:

-Por nenhum motivo específico. Só acho estranho eu não saber nada sobre você.

-Faça as perguntas que quiser, eu não tenho segredos. - Afirmou e eu deitei a cabeça no seu ombro sem parar de andar.

-Porque é que você precisa de uma fuga da realidade?

-O quê?

Olhei-o sorridente:

-Eu tenho um desejo de morte e problemas. Aproveito cada momento consigo por essa razão, e você? Porque é que fica comigo?

Ele encarou o chão por um bocado e depois olhou para mim:

-Não tenho a certeza.

Bem, aquilo era desapontante.

-Eu vi você na festa e o que me chamou à atenção foi a sua beleza. Sinceramente. Mas depois quando falámos você pareceu tão arrogante e... as coisas estranhamente rolaram bem. Acho que você se tornou menos venenoso quando me beijou. E desde ai que eu apenas deixo as coisas entre nós acontecerem...

-Você é que me beijou. - Interrompi.

-Não, não fui. - Torceu o nariz.

-Eu não estava assim tão bêbado. Foi você, Namjoon.

-Estava sim, foi você! Eu não ia beijar alguém com namorado a menos que essa pessoa se jogasse em mim primeiro. Não tenho essa confiança toda.

-Tem agora.

-Mas agora eu sei que você também quer que eu beije você.

-E é por isso que você fica comigo?

-Jin. - Parou de andar para suspirar.

Eu parei e encarei Namjoon tentando me controlar. Estava tão instável e fraco mentalmente que a última coisa que queria fazer era afastá-lo.

-Se você não me parar... se você não me afasta, como você quer que eu acabe isso?

-Eu... Eu não quero que isso acabe. - Gaguejei confuso.

Namjoon acariciou o meu rosto e piscou os olhos.

-Exato. Eu também não. É por isso que eu deixo as coisas entre nós acontecerem. Você já pensou no que sente por mim?

Eu engoli a saliva que tinha na boca e acenei a cabeça.

-Eu também não. Estamos bem assim?

-Eu não quero mudar nada, Namjoon. - Falei nervoso - Só... eu não quero ser um peso.

Namjoon acariciou o meu nariz com o dele. Baixei a cabeça usando as poucas forças que tinha para não chorar.

-Ei, Jin-ah... - Ele puxou me mas eu tentei continuar a andar - Bebé... - Puxou-me com mais forças finalmente conseguindo que eu me encostasse ao seu peito e apertou-me com força - Meu nené. - Murmurou com os lábios no meu ouvido - Eu sabia que você estava pior que nos outros dias. Quer me contar o que se passa?

 Abracei Namjoon de volta. Com força. Ele era real mesmo? Eu não estava sozinho ali? Eu tinha alguém para me apoiar mesmo?

 -Eu... estou mal, me desculpa

 Namjoon encostou os lábios à minha testa sem me beijar e deixou-me estar abraçado a ele até me acalmar.

 Odiava-me tanto naquele momento. Mas na verdade quando é que eu não me odiava?

 -Se você falasse mais com as pessoas ao seu redor talvez os seus problemas não pesassem tanto. Eu não estou dizendo que me deve contar nada mas... Você podia falar com alguém. Eu sei que o YoonGi preocupa-se consigo, você não confia nele? - Acariciou o meu cabelo.

 Eu funguei e afastei o rosto da roupa dele.

 -Não tem haver com confiança em ninguém eu... Eu quero deixar de existir, Namjoon.

 Nunca me iria esquecer do olhar que Namjoon me deu. Acho que era pena mas de certeza que era muito mais que isso. Eu conseguia vê-lo.

 Namjoon abanou a cabeça devagar com o intuito de fazer uma caricia no meu nariz com o dele e colocou as mãos no meu pescoço de um jeito protetor. 

 -O que eu posso fazer por si? - Sussurrou.

 Eu acenei e agarrei nos seus braços:

 -Esqueça-me. Não se importe comigo. Assim, talvez eu consiga me odiar um pouco menos sabendo que há menos uma pessoa a se importar em alguém como eu.

 Namjoon engoliu de seco ao ouvir as minhas palavras tirando as mãos de mim e o seu olhar mudou drasticamente:

 -Nossa... Você não tem noção do quanto eu quero bater em você... Você é ridículo, chega a ser absurdo, Jin. - Falou com um sorriso mas eu soube que não estava achando graça às suas próprias palavras - Eu entendo que você não me conta nada e que é um problema pessoal e talvez até psicológico mas é ridículo esse seu jogo todo. Você finge que não se importa com nada e...

 -Eu não me importo com nada.

 -Importa. Importa sim. - Insistiu sem paciência - Você julga que sabe tudo e conhece todos com um simples olhar, mas isso é tudo uma mentira! Porque você se acha um grande mentiroso mas não é. Se as pessoas investirem um segundo que seja em conhecer você saberão tão bem quanto eu que você pode ser um grande mentiroso mas que você não quer viver disso como faz as pessoas crerem. Você arranja tretas, você gosta de problemas e de criar confusão e caos. E por isso você pensa que é um grande génio maligno mas na verdade você é só um ser solitário. Que se importa. Bastante.

 Eu encarei ele sem reação.

 -E aquele idiota lá é só um instrumento para a sua auto-destruição. Eu já entendi isso. E nesse momento, em que eu sei que você está desesperado porque não iria cair assim em meus braços miseravelmente sem estar desesperado, você está à procura de uma saída desse sentimento. Então deixe-me te ensinar algo: Se você tiver peso na consciência e chorar sobre isso, se isolar e se enterrar você não vai encontrar nada. Você tem de sobreviver. - Falou pausadamente fazendo me ouvir cada palavra - Para alguém tão brilhantemente realista e cru, você me desilude nesses momentos. - Confessou com frieza - Nós não devemos viver pelos outros mas sim por nós mesmos.

 Eu fiquei calado ouvindo aquilo tudo. Como é que eu o tinha deixado entrar no meu mundo e ainda pior: Como é que eu tinha deixado ele partir as paredes de vidro que tinha à minha volta?

 -Desculpe a sinceridade. Não consigo ficar calado perante injustiças. - Colocou as mãos nos bolsos.

 Eu abanei a cabeça e tentei organizar os pensamentos mas não estava conseguindo fazer ligação a nada. Os meus órgãos pareciam se ter disconectado. O coração não estava ligado ao cérebro ou sequer aos pulmões. Estava tudo embaciado.

 Namjoon também fechou a boca esperando o que quer que fosse da minha parte. 

Tudo o que eu consegui pensar foi nas caixas debaixo da minha cama.

 -Você... Quer ir a minha casa? - Perguntei e ele abriu os olhos um pouco mais, surpreendido - Eu tenho algo para te mostrar. - Continuei andando chocando contra ele sem força.

Namjoon seguiu-me em silêncio atrás de mim, mantendo uma certa distância. De vez em quando eu tinha de limpar a cara porque ainda haviam lágrimas a escorrer. Não as sentia até elas molharem o meu rosto.

Quando chegámos perto da minha casa, Namjoon agarrou no meu braço sem força fazendo me olhar para ele com receio:

-Olha... Jin, me desculpa. Eu fui muito agressivo, você não está bem e não precisa de ninguém a criticar você num momento assim. Foi mal.

-Eu precisava disso. - Justifiquei - Sério. - Coloquei a chave na porta.

_

Ao entrarmos no meu quarto eu dirigi-me para o lado da minha cama. Namjoon observou as fotografias coladas às paredes azuis do meu quarto com atenção.

-Você tirou todas essas fotos?

-Sim. - Respondi com orgulho sem olhar para ele.

Deslizei as caixas debaixo da minha cama para o exterior e Sentei-me na minha cama.

-Hum... - Encarei os albuns dentro das duas caixas - Na verdade eu nem sei que interesse você teria em ver isto... eu apenas me lembrei.

Namjoon tirou o olhar da parede para observar a caixa.

Eu sentia me envergonhado. Porque eu me dava ao trabalho de tentar impressionar Namjoon? Como se ele já não tivesse descoberto a verdade sobre mim, eu tentava que ele continuasse a ter um interesse em mim, era infantil. Era desesperado.

-Posso? - Apontou para as caixas e eu abanei a cabeça.

Ele sentou-se na minha cama, com alguma distância o que me deixou triste e desconfortável. Estava perdido. Aquele caso "amoroso" se assim se podia chamar estava completamente perdido. Todos os beijos e os sorrisos, as conversas que nunca teria coragem de ter com mais ninguém... estava tudo no vácuo a partir daquele momento.

-2012. - Leu a etiqueta depois de fechar o álbum - Você fez mesmo por ano ou tem um conceito?

-Ano. Mas esse foi o primeiro álbum de fotografias completo que fiz seguindo o ano, então estava sem ideias. - Expliquei sem estar muito entusiasmado por ele falar comigo.

Ele pegou no de 2013 e observou as fotos com atenção e parou para apontar para uma foto de uma aliança a ser queimada:

-Essa foto é sua mesmo? - Pareceu verdadeiramente surpreendido.

-É.

-Você queimou uma aliança para tirar a fotografia? Isso é criativo a outro nível...

-Na verdade... - Fiz ele olhar para mim - Eu queria queimar a aliança. Depois lembrei-me de tirar foto.

-A aliança...?

-O Cholyeon ofereceu-ma por 5 meses de namoro. Queimei-a e disse que a tinha perdido.

Namjoon soltou uma risada e eu não resisti em sorrir mesmo que não quisesse.

-Você mesmo é um quebra-corações.

-Não sou nada. Eu... tenho de terminar com ele. - Falei mais sério.

-Todo o mundo te tentou dizer isso. - Ele continuou sorrindo ao encarar as fotografias.

-Não. Não é isso. Estou falando isso por causa do nosso acordo.

Namjoon olhou para mim confuso:

-Eu disse que você tinha de descobrir por si mesmo porque eu ando com ele e você queria que eu terminasse com ele em troca. Dissemos isso da primeira vez que fomos beber café, se lembra?

Namjoon olhou para mim pensativo e perguntou sério:

-Você vai terminar com ele logo?

-Eu... sempre pensei que quando terminasse com eu poderia fazer algo bem dramático. Queria me divertir a mim mesmo, só que eu sei que me vou arrepender. Eu não sou nenhum bully para humilhar ninguém. Só queria uma boa treta. - Falei com humor a última parte fazendo Namjoon rir.

-O que quer que faça por favor faça rápido. Estou cheio de ser o seu amante.

Eu sorri ao ouvir aquilo.

-Pensei que fosse excitante. - Provoquei ele que riu virando a página.

-Tem a sua graça brincar à frente dele. Mas eu não gosto de te partilhar.

Eu sorri e abanei a cabeça. Estaria tudo bem para ele?

-Seja dramático ou não, tenho de ir com calma. Se terminar com ele de repente ele vai andar atrás de mim e a minha intenção é mesmo nunca mais o ver.

-Pode sempre dar aquela desculpa de continuarem amigos.

-Não dá. Quando éramos amigos ele era muito chato, andava sempre atrás de mim.

-Porque você não diz que encontrou outra pessoa?

-Mmh... ser honesto com ele? - Olhei para Namjoon que sorriu ao ouvir aquilo - Quer dizer é verdade. Se não fosse você, eu não questionava nada.

-Sou assim tão importante? - Inclinou-se brincando.

Eu só lhe dei um pequeno sorriso e isso deixou Namjoon calmo.

-Você... Eu não insistiria nunca em você terminar com ele se vocês namorassem a sério. - Fechou o álbum - Mas o que vocês têm não é nada. Eu sei que só machuca você e que ele não te faz bem. Nós falamos muito em como entre nós, não há nada mas... eu acho que há, Jin. Talvez não seja amor, mas é bom quando estamos juntos. E ver você, infeliz com ele deixa-me... desapontado. Porque não é como se eu pudesse ser seu amigo verdadeiro quando você está junto dele.

Eu olhei para os meus pés e continuei a ouvir a voz calmante de Namjoon:

-É confuso, para mim pelo menos. Nós não nos conhecemos muito bem mas sabe bem estar próximo assim. E... eu não sei o que fazer quando você está triste mas eu nunca viraria as minhas costas ao te ver assim. Eu não posso ignorar o que sinto por você mesmo que não entenda o que seja, sabe?

Eu abanei a cabeça tímido.

-...Hum... eu não sei o que te diga mais. Acho que está na hora de você me dizer algo. Tenho direito a isso, não tenho?

-Tem. - Concordei e fiz uma pausa - Eu apenas não sei o que te diga, sinto que você vai me odiar se eu for honesto.

-Jin. - Agarrou na minha mão - Eu não te vou odiar. Podemos brigar mas eu não vou odiar você. Por favor não me minta, eu não mereço isso.

Faltou me o ar por segundos e depois eu virei o rosto para conseguir falar.

-Eu... Eu gosto de você. Não de uma maneira matura, posso dizer. Eu tenho momentos em que quero brincar com você, e puxo e empurro você, mas eu juro que não faço isso com más intenções de te iludir ou magoar, eu... gosto de como nós agimos um com o outro. Você sabe do que eu estou falando, certo?

Ele acenou brincando com os meus dedos:

-Eu também... - Passei a mão pelo rosto tremendo e ele agarrou na minha outra mão.

-Não esteja nervoso, apenas fale comigo.

-Desculpe. - Respirei fundo - Mas é isso mesmo. Eu fico nervoso quando se trata de você e eu ajo como um idiota sem emoções porque quero que você continue interessado em mim. Eu não quero me entregar, porque eu não quero que ganhem controlo sobre mim, mas eu sou fraco mentalmente a esse ponto. Eu... quero confiar em você, mas eu não quero machucar você. Você tem razão, eu não sou o ser maligno que digo que sou mas... eu não sou bom, Namjoon. O que você me disse mais cedo faz me querer tentar ser eu mesmo. Sem medo.

Ele acariciou a minha mão e ouviu-me atento:

-E... quando acabar com Cholyeon eu não pretendo namorar, não acho graça a isso. Mas eu gostava de ficar consigo. Um pouco mais sério. - Ele apertou a minha mão ao sentir a minha mão tremer - Você acha que podemos experimentar?

-Eu não dou um bom namorado. - Declarou.

 Eu sorri me lembrando de YoonGi e de Jimin me dizendo exatamente o contrário.

-Eu não quero um bom namorado, eu quero um amigo verdadeiro.

Namjoon deu me um pequeno sorriso e segurou o meu rosto acenando antes de me dar um beijo na testa. Namjoon envolveu-me num abraço forte e tão gostoso que eu queria estar ali para sempre, confortável nos seus braços e peito.

-Gosto mais de si assim. - Acariciou a minha cabeça - Doce e honesto. Sem aquele sarcasmo e mistério todo.

 Basicamente, ele gostava de mim sem máscaras. Era bom saber isso.

-Obrigado por ser honesto comigo e me chamar à atenção.

-Será que mereço uma recompensa? - tirou a franja dos meus olhos e eu olhei-o com curiosidade - Ainda não recebi um único beijo hoje.

Eu sorri e colei os nossos lábios. Aquilo não era um mundo à parte e agora eu percebia isso. Aquilo era a coisa mais real na minha vida. As mãos dele nas minhas costas, a pele dele na minha, as nossas línguas juntas por fim. Parecia que Namjoon me estava a tirar dum lugar escuro lentamente.

Quando separámos os lábios eu olhei para ele que me deu mais uns selinhos rápidos e carinhosos nos lábios. Eu sorri e ele puxou me para o colo dele mas vermos outro álbum. Aquele tinha conceito e não estava acabado. Era natureza do urbano. Ruas de noite, trânsito, jardins da cidade coisas que eu conseguira capturar.

-Acho que esse é o meu favorito. - Afirmou.

-É claro. - Revirei os olhos.

-O que foi?

-O conceito é mesmo você. Um garoto das ruas.

-Eu sou um garoto das ruas? - Perguntou sorrindo.

-É rapper, eu assumo que seja. Mas eu não sei nada sobre você mesmo. - Falei como uma indireta.

-Você é mesmo bebé. - Abraçou me a cintura - Tendo em conta que você me trouxe a sua casa e me mostrou o seu trabalho, eu sinto que devia fazer algo por si.

-Também acho. - Concordei ansioso.

-Temos de ter um verdadeiro encontro, não daqueles passeios que damos à noite. Algo real. O que você diz?

-Acho que sim. - Senti-me bem com aquele olhar.

-De preferência quando estiver tudo acabado com o outro. Não quero ser apanhado.

Eu sorri e beijei o rosto de Namjoon ao abraçar os ombros dele. Nem acreditava que não estava nada perdido.

 O meu celular vibrou dentro do meu bolso. Namjoon pediu para eu atender vendo que era Cholyeon e pus em alta voz:

 -Oi? - Olhei para os olhos de Namjoon.

 -Jin? Onde você está?

 -Onde eu... Que pergunta é essa? Eu te disse que vinha para casa. - Fiz uma careta baixando o olhar.

 -Tem a certeza?

 -Hum... Eu acho que sei distinguir a minha casa das outras, Cho. Porquê a pergunta? Porquê essa preocupação toda? Aconteceu algo?

 -Eu não sei, com a pressa que você saiu com aquele cara.

 -Ah não, você está com ciúmes outra vez?

 -SeokJin, o que você quer que eu faça, você não fala comigo. Quem era o cara?

 -Era o Namjoon, aquele...

 -AH QUE ÓTIMO. - Ele falou quase num berro e eu e Namjoon controlámos o riso. Ele estava surtando ou algo? - Você quer dizer que me deixou pendurado por aquele cara que você conheceu há uns dias mas que está sempre enviando mensagens?

 -Sim, esse mesmo.

 Namjoon deu-me um olhar de reprovação.

 -Há algum problema? Ele é simpático o que quer que eu faça, eu gosto dele. - Senti-me nervoso a dizer aquilo à frente de Namjoon.

 -Deve ser muito simpático. - Comentou irónico - Vê-se mesmo que é amigo do YoonGi tem mesmo ar disso.

 -Não estou entendendo o seu tom e já te avisei sobre falar assim do YoonGi, você não tem confianças para tal. - Levantei o tom.

 -Tá, só acho muita graça a isso tudo.

 -Eu não.

 -Você realmente acha normal você me ter deixado...

 -Sozinho? Você age como se eu te tivesse deixado sozinho, a Jiyoon não estava com você? 

 -A culpa é sempre da Jiyoon né?

 -Não, amigo, a culpa é sua. Eu nem entendo porque é que você está sendo tão agressivo. Tenha calma respira fundo.

 - Calma?! Você está brincando só...?

 -Se você não vai ter calma então adeus, me liga quando estiver mais calmo e se não estiver não ligue de todo. - Avisei antes de desligar a chamada - Gente stressada é outro nível.

 -Você é muito cruel com ele. - Namjoon comentou.

 -Fala o amante. 

 -Culpado. Uma pergunta, como ele nunca descobriu sobre a aliança quando você tem provas disso em fotografia?

 -Ele nunca viu nada dessas caixas, Namjoon. - Falei como se fosse óbvio - Aliás, nunca ninguém viu. - Admiti mais baixo.

 -Eu... Fui o primeiro?

 -E provavelmente o único. - joguei o meu celular para cima da cama e reparei que ele me olhava surpreso.

 -Porquê?

 Eu abanei a cabeça sem resposta.

 -Nunca achei que devesse mostrar a ninguém tudo isso.

 -Bem... sinto-me especial. De verdade.

 -Compensa o drama todo de hoje?

 Ele riu e acenou antes de me beijar de novo. Estava ficando tarde então ele teve de ir para casa. Eu fiquei aliviado quando ele foi embora e quando me deitei na cama respirei fundo. Tudo aquilo era demais. 

 



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