História Namjin: 'Complete' - Jin: No problems

-...Oi? - Atendi a chamada.

 -Hyungie! É o Jimin.

 -Ah oi, Jimin.

 -Você viu a minha mensagem?

 -Você... mandou...? Desculpe, não vi...

 -Tudo bem. - Declarou - Eu vim sair com o YoonGi e o Namjoon, você vem ter connosco, certo?

 -Ah... Na verdade eu estou meio cansado. - Esfreguei os olhos e deitei a cabeça no travesseiro.

 Era domingo há noite e eu passara o dia fechado no quarto fazendo trabalhos da escola e lendo para me distrair.

 -Hyung, você está sozinho?

 -Sim, porquê?

 -Não, nada... Só vem! O Namjoon hyung vai se sentir sozinho comigo e com o YoonGi! - Falou num tom animado e eu sorri fraco.

 -Peça desculpa por mim mas não estou mesmo com vontade de sair.

 -...Aconteceu algo? Você não está muito bem.

 -Eu te conto amanhã. - Garanti para não o preocupar.

 -Foi aquele idiota, não foi? Vocês brigaram?

 -Sim. Mas não se preocupe, eu terminei com ele.

 -SÉRIO? WOOOAH! Isso é ótimo!

 -É... Jimin, podemos falar depois? Eu tomei uns negócios para poder dormir e estou me a sentir com sono.

 -Certo, sim... Nós falamos amanhã. Cuide-se. - Pediu antes de desligar a chamada.

 Deixei o celular cair algures na minha cama e o peso nos meus olhos tornou a sentir-se. Talvez dessa vez teria tomado a quantidade certa.

 Mas isso durou durante pouco tempo. Quando dei por mim a minha mãe estava me acordando e estava chateada.

 -...Kim Seokjin, já não te falei para não tomar esses negócios sem me avisar? - Falou alto.

 -Omma, eu não conseguia dormir. - Expliquei puxando o cobertor para cima.

 -Ei, acorda, os seus amigos estão aqui! - Puxou o cobertor antes de sair do meu quarto.

 -Amigos...? - Olhei para a porta e vi a trindade entrar enquanto eu puxava os cobertores para cima - O que vocês querem? - Esfreguei as mãos no rosto.

  -Não seja mal educado. - YoonGi repreendeu-me sentando-se no fundo da minha cama.

 -Tá. Olá, como estão? Querem comer alguma coisa? Que devo a esta visita, tão desejável, a horário útil? - Perguntei irónico com doçura na voz.

 -Viemos ter a certeza que você está bem. - Jimin declarou - Você terminou mesmo com ele?

 -Sim. - Suspirei encostando as costas ao travesseiro.

 -Então...? Porquê esse desanimo todo? Devíamos estar festejando agora! - YoonGi disse.

 -Não exatamente. - Cruzei os braços - Eu terminei com ele, porém ele não me vai deixar em paz tão facilmente. 

 -Porquê?

 -É melhor eu contar do início. Ele mandou mensagem dizendo que queria falar comigo então eu me encontrei com ele. Eu ainda não entendi se ele estava lá, ou se alguém lhe contou... Mas ele soube que eu e o Namjoon tínhamos estado juntos. Eu vou saltar a briga porque é simplesmente... - respirei fundo - Ele teve um surto qualquer e disse para ficarmos juntos ou algo do género. O que vocês têm de saber é que ele me bateu e eu bati nele mas ele não entendeu a mensagem clara. 

-Vocês... bateram um no outro?

Dei de ombros:

-Ele não parou de me tentar ligar e continua mandando mensagens enormes a pedir para falarmos.

-Ele sabe que você o traiu, mas quer você de volta? - YoonGi Divagou.

-Também não entendo, ele diz que me ama.

-E você acreditou? - Namjoon finalmente disse algo.

-Eu não. Se ele realmente quer me de volta não é amor, é obsessão. Algo não está bem com ele.

-E você está com medo dele?

-Não sei bem. Ele tornou-se possessivo e sabe onde eu moro, sabe as minhas rotinas, como é que eu faço se ele aparecer à minha frente e tentar algo? Eu sei tomar conta de mim mas isso tudo stressa-me.

-Não tem de ter medo, nós não deixamos você sozinho. - Jimin assegurou-me.

Eu acenei e YoonGi Levantou-se:

-Bem, tenho a certeza que vocês os dois querem falar, Jimin-ssi.

-Indo. - Jimin andou depressa até à porta do meu quarto que foi aberta por YoonGi - Até manhã, cuide bem do Hyung. - Piscou o olho a Namjoon.

-Mas não demasiado. Os pais dele estão em casa. - YoonGi falou mais baixo antes de fechar a porta.

Seguiu-se um silêncio estranho.

-Senta. - Disse num tom tímido.

Namjoon Sentou-se na minha cama um pouco mais perto de mim que YoonGi tinha sentado.

-Eu... fiquei preocupado ontem. - Falou num tom sério quase como um pai a falar com um filho, apenas sem olhar para mim.

Brincava com os seus dedos no seu colo. Eu sentia-me tão ensonado que não conseguia prestar atenção a muito mais.

-Desculpe, estava tendo um ataque de pânico quando vi você.

-Isso não deixa as coisas melhores. Você podia ter dito.

-...Você não ia parar de trabalhar por minha causa.

Ele torceu os lábios não gostando da minha resposta mas sem saber como me responder.

-Está tudo bem agora? - Olhou para mim - A sua mãe queixou-se de você ter tomado coisas para dormir.

-Quando tenho ansiedade, tenho insónias. - Expliquei - Mas ela não gosta que eu tome isso sem avisar porque já exagerei na quantidade antes. E ela não achou que fosse um acidente.

-Foi?

-Nem eu sei. Eu esquecia-me de quantos era suposto tomar assim como esquecia que já tinha tomado, mas não posso garantir que não estava viciado.

Odiava falar sobre aquilo e assustar as pessoas.

-Você ainda não contou à sua mãe que terminou com o Cholyeon.

-Não falei muito com ela desde ontem. Não queria que ela percebesse o estado em que eu estava.

Namjoon acenou positivamente com a cabeça baixa.

-Ele bateu em você por minha culpa?

-Não. - Sorri fraco - Ele bateu me porque eu não o amo.

Ele baixou o olhar triste e eu inclinei me agarrando a sua mão para chamar à atenção dele:

-Ei, já pensou que eu estou oficialmente solteiro? - Sorri - Você já não é um amante.

-Pois é. - Sorriu fraco.

-Meio que é pena. Eu gosto da palavra amante. - Dei aquele ar provocador que usava sempre quando tínhamos aquelas conversas sem fim.

-Aposto que sim. - Observou me com um semi sorriso - Então... e agora?

-Agora... - Repeti antes de abanar os ombros - Agora estamos juntos.

-Mas... sem problemas?

-Sem problemas. Não é um namoro, certo?

Ele concordou mexendo a cabeça.

-Podemos continuar a chamar a isso de caso amoroso.

Eu ri e concordei.

-Soa tão ideal. - Passei a cabeça pelo cabelo.

-Temos de nos manter fiéis a nós mesmos, Jin.

-O que quer dizer com isso?

-Os debates profundos e sexuais de meia noite têm de permanecer parte do nosso tempo juntos.

-Nem considerava outra coisa. - Ri-mos juntos - E... Não somos um casal para fazer aquelas coisas idiotas de casais. Mas nós os dois não somos nós mesmo se não houver aquele romance bizarro.

-Óbvio. - Concordou sério.

-Logo temos de fazer coisas românticas e bizarras que não são clinchés e lamechas.

-Mmh... Devíamos fazer uma lista. Como uma lista de objetivos ou desejos para cumprir.

-Acho que toda a gente tem uma, mas podíamos fazer uma lista só para nós os dois. E também devíamos escrever uma lista de regras de coisas que são proibidas.

-Escrevemos isso e da próxima vez que estivermos juntos, completamos as listas juntos. - Sugeriu e eu acenei sorrindo.

-Quando posso voltar a ver você? - Perguntei ansioso.

-Hum.... Amanhã tenho aulas e trabalho, na terça tenho aulas, trabalho e são os anos do meu irmão...

-Você tem um irmão? - Perguntei surpreendido.

-Sim. - Sorriu - Chama-se Kihyun.

-Faz quantos anos?

-Vai fazer 8 anos.

-Tão pequeno... - Sorri.

-É... Eu ia dizer que nós poderíamos ir almoçar juntos na terça mas na verdade a minha mãe encarregou me de ir comprar o bolo de aniversário dele e eu estava contando em usar a hora de almoço. Não sei onde ir... - Passou a mão pelo rosto.

-Eu sei de uma pastelaria muito boa e não fica muito longe do seu trabalho.

-Sério? - Olhou para mim com esperança - Então podemos ir almoçar e depois você me leva lá?

-Claro. - Respondi sereno e feliz, gritando internamente por termos planos.

-Nossa, você é um anjo. Eu deixei isso arrastar durante semanas, minha mãe matava-me se eu não levasse um bolo.

-Tonto. - Abanei a cabeça achando aquilo ridículo.

-É... então e você frequenta muito essa pastelaria? O idiota te levava lá?

-Você está com ciúmes? - Um sorriso nasceu nos meus lábios ao vê-lo amuado.

-Eu estou aqui, ele não, acho a resposta óbvia. - Exclamou mas viu-se insegurança.

-Ótimo que você tem essa noção. - Sorri e ele revirou os olhos antes de receber um beijo rápido no pescoço.

Eu sabia que era abusado mas não me contive.

-Eu trabalhei lá no verão passado. Ajudava a fazer doces e servia às mesas.

Ele olhou para mim por momentos e depois disso suspirou.

-Não te incomoda que nós passamos tanto tempo juntos e falamos de tanta coisa mas mal sabemos a vida um do outro? - Perguntou e eu soube perfeitamente o que ele estava a dizer.

-Ás vezes. - Abanei a cabeça e acariciámos as mãos um do outro - Mas eventualmente chegamos lá.

Ele só assentiu e pouco tempo depois decidiu que era melhor me deixar dormir. Eu fui deixá-lo à porta mesmo com os olhares de lado da minha mãe e apenas me despedi dele com um beijo no rosto.