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História Namjoon's reigns (Os reinos de Namjoon) - Reflection


Escrita por: InfiniteVitium

Notas do Autor


Espero que gostem desse capitulo.
Qualquer critica é bem vinda.

Capítulo 5 - Reflection


Fanfic / Fanfiction Namjoon's reigns (Os reinos de Namjoon) - Reflection

“Outro reino, contudo, que sobrepõe metade de nossa casa, era completamente diferente. Uma alta mistura horrenda, intrigante, medonha, coisas misteriosas. Incluindo matadouros e prisões, bêbados e peixeiras gritando, parto de vacas, cavalos aderindo a sua morte, contos de roubos, assassinatos e suicídios. ”

Por um bom tempo fiquei perdido em Seul, sem saber para onde ir.

Meus pés já estavam com calos de tanto andar, meu dinheiro estava na metade e comecei a arranjar qualquer tipo de emprego.

Dançava, cantava, servia de garçom, fazia de tudo.

Enquanto andava na calçada da região mais longe do centro, já perto de sair da cidade, me lembrei da nossa casa de praia.

 

Íamos lá antes de perdemos todo o nosso dinheiro. Era uma casa na frente da praia, perto do porto. As únicas coisas que me deixavam desconfortável com aquela casa, aquele lugar, eram o banheiro cheio de espelhos, o porão sempre trancado e a vizinhança sempre perfeita.

Quando já era tarde da noite, podia ouvir barulhos estranhos no porão. Gritos agudos de dor, barulhos de facas sendo afiadas e arrombamentos. Sempre ficava sem dormir quando ficávamos lá. Meus pais nunca perceberam, nem mesmo meu irmão.

Aquele banheiro cheio de espelhos por todas as paredes me deixava preocupado, sempre parecia que algo iria acontecer e eu precisava estar olhando para todos os cantos do banheiro.

Os vizinhos, sempre sorridentes, com seus filhos alegres. Chegava a ser irritante tanta falsidade completa por perfeição. Fingiam ser felizes, quando todos podiam ouvir as brigas durante toda a madrugada. Acho que todos são assim, fingem gostar dos outros, fingem estar bem, quando na verdade estão explodindo por dentro e fora.

 

Olhei para os tênis sujos em meu pé e para a frente, o sol brilhava com força. Era ainda meio-dia, decidi pegar um ônibus e ir para nossa velha casa de praia.

 

 

Foi o que fiz, e cheguei na beira-mar, depois de uma demorada viagem.

Andei por aquelas ruas que conhecia tão bem, e quanto mais me aproximava da velha casa, mais sentia meu coração bater forte.

Era estranho como precisava reencontrar tudo ligado ao meu passado para realmente poder deixa-lo.

Parei na frente da casa abandonada pelo tempo, com seu jardim não cuidado por anos, paredes descascando e a placa de venda já quebrada.

Nunca conseguimos vender aquela casa, por algum motivo, foi a única coisa que não vendemos para pagar nossas dívidas.

Entrei na casa, passando pelo jardim e abri a porta destrancada. Estava tudo como deixamos da última vez, podia ainda sentir o cheiro de comida no forno.

Fui direto para o banheiro, fechei a porta. Fiquei olhando meu reflexo malcuidado, por um demorado tempo. Estava com grandes olheiras, cabelos sujos e ainda podia ver algumas gotas de sangue em minha roupa.

Abri a torneira sem esperanças de ter água, mas para minha surpresa, tinha. Lavei o rosto e encarei meu reflexo. Não aguentava mais aquilo, aquele reflexo, aquela pessoa que não era mais eu mesmo me olhando. Sai procurando pelas gavetas por alguma tesoura.

Achei uma tesoura afiada, para cortar cabelos. Molhei o cabelo na pia e o penteei com um pente velho que ali tinha. Comecei a cortar meu cabelo com franja, nunca tinha tido um corte daquela maneira. Quando terminei de cortar, percebi o quão ridículo estava.

“Perfeito. ” Disse com um sorriso torto. Enquanto encarava meu novo eu, refletido no espelho.

Deixei a pia suja e sai.

Não iria entrar naquele porão, mesmo se tivesse algo de assustador lá dentro, não iria me assustar. Já tinha visto coisas grotescas demais.

 

Já estava escurecendo, aquela semana tinha sido uma semana mais clara. Não sabia como seria a seguinte.

Comecei a caminhar no calçadão da praia, naquela época do ano, tudo estava deserto, até mesmo o porto.

Cheguei no fim da praia e resolvi invadir aquele porto abandonado. Me lembrei de quando fomos visitar nosso pai em um de seus trabalhos provisórios por lá. Aprendi a assobiar naquele dia. Eu e meu irmão saímos correndo pelo lugar assobiando com nossos braços abertos, brincávamos de ser pássaros sem saber voar e sem ter saído do ninho, ou do ovo.

Fui abrindo todos os containers, tinha que ter algo de interessante em um deles. Um era cheio de instrumentos musicais, outro de lírios brancos, outro tinha obras de arte e por fim achei um que tinha apenas coisas para tatuagem. Quando botei o pé para dentro, o som do assobio veio em minha mente, resolvi que iria me tatuar.

Sentei na mesa e li alguns manuais sobre como fazer aquilo. Sempre soube desenhar bem, aquilo não seria um completo problema.

Desenhei um pássaro preto em meu braço, mas estava faltando algo. Faltava cor, continuei a me tatuar, quando vi. Já tinha feito por todo o braço esquerdo desenhos coloridos ou pretos e escrito algumas coisas também. Não tinha reparado no que era, até ler um “precisa se salvar, de si mesmo. ” Fiquei confuso com o que o meu novo eu queria me dizer, por um longo tempo, continuei sentado encarando aquela frase.

Acho que nunca irei entender. Nunca irei conseguir me entender completamente, pareço viver em uma guerra dentro de mim, uma guerra completamente sem fim. Uma revolução acontece dentro de mim, mas pareço não sentir seus resultados de imediato. Apenas quando for tarde demais, já estarei ouvindo o som das guilhotinas. 



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