POV America
Sua boca explorava a minha, e isso me causava uma sensação diferente das que eu já havia sentido durante um beijo.
Porém, não era uma sensação tão boa assim, era algo semelhante à remorso, arrependimento. Nicholas beijava bem, tinha uma boa pegada, mas não passava disso, não havia química entre nós dois.
Eu precisava parar aquilo, não queria iludi-lo, nem fazê-lo criar expectativas por algo que nunca aconteceria.
- Isso está errado. - eu disse, recuperando o fôlego.
- Sim. - Nicholas concordou, se afastando.
Aquilo realmente me impressionou, pois desde que o conheci, ele me paquerava, e quem paquera, provavelmente quer alguma coisa. Mesmo assim, me senti aliviada, pelo menos eu não perderia sua amizade.
Minha fixa começou a cair somente depois que eu lhe dei às costas, adentrando em meu apartamento.
Me joguei no sofá, apenas pensando em uma coisa.
- O que eu fiz? - me perguntei, levando minhas mãos à cabeça.
[...]
Acordei, novamente atrasada, e tomei um banho às pressas, vesti uma roupa simples e coloquei um óculos para cobrir um pouco do meu rosto, completamente natural.
Chegando em meu local de trabalho, logo fui abduzida por aqueles cheiros de produtos capilares e o barulho dos secadores de cabelo. Pode parecer estranho, mas eu amo muito isso, e não pretendo parar tão cedo.
POV Maxon
Mais uma semana começou, e tenho muito o que enfrentar por hoje. Um dia de reuniões me espera.
- Bom dia, Maxon. - Magda surge ao meu lado, com um sorriso casto estampado em seu rosto. Ao contrário de sua filha, ela não me odeia.
- Bom dia, Magda. - sorri de volta, e ela muda sua expressão ao pegar uma prancheta com papéis em cima de uma mesa. - Aconteceu alguma coisa? - perguntei, preocupado.
- Não, nada. - se manteve distante por um tempo. - Na verdade, acho que algo está acontecendo, e vamos descobrir nesta reunião. - concluiu.
- Devemos nos preocupar?
- Acredito que sim. - ela assentiu, apreensiva.
E realmente, deveríamos.
Ao entrarmos todos na sala de reuniões principais, olhares curiosos e angustiados pairavam sobre os principais sócios.
Fiquei entrei Kota e Eros, irmão mais velho de Celeste. Uriah, irmão de Marlee, estava próximo de nós. Todos estavam confusos.
- Chamamos vocês para informá-los sobre um problema que nos cerca. - meu pai tomou a iniciativa de começar a falar.
- Poucos sabem, mas recebemos uma oferta milionária. - Shalom disse. - Andersen, nossos rivais, querem comprar nossa empresa, e parecem estar decididos a fazer.
- O quê? - pasmou Kota.
E logo diversas vozes começaram a ecoar pela sala, preenchendo o silêncio que havia se instalado no local.
- Isso não pode ser possível! - um dos principais engenheiros emitiu, com uma expressão indignada.
- Os senhores vão vender a empresa? - uma das funcionárias perguntou.
E comentários surgiam cada vez mais.
" Vamos todos perder nossos empregos? "
" A Andersen Real State nunca esteve em situação pior, por que vai querer comprar uma empresa? "
" Eles são popularmente conhecidos por esquemas de lavagem de dinheiro. Se eles comprarem a Ontwerp, (N/A: É o nome da empresa dos pais de America, Maxon, Celeste e Marlee. Significa projeto em holandês. Muito aleatório, não?) levarão todo o mérito conquistado até hoje por água abaixo. "
A cada palavra, via meu pai e o de America perderem a paciência mais e mais.
- Silêncio. - pediu Shalom, enquanto respirava fundo.
Foi completamente ignorado. As vozes já haviam dominado o ambiente.
- Eu disse, silêncio! - explodiu, levantando-se e dando um soco na mesa, e provocou o silêncio tão esperado.
Ninguém mais falou nada.
Agora percebi de quem America herdou sua impaciência e seu estresse.
- Antes que tirem conclusões precipitadas, nós não pretendemos vender a Ontwerp tão cedo. - disse, se acalmando.
- Mas não é só isso. - meu pai falou. - Os proprietários da Andersen não são flores que se cheirem, e acredito que vocês já saibam disso.
- Após recusarmos sua proposta, - o pai de Marlee começou. - eles nos ameaçaram.
- Que tipo de ameaça? - perguntei.
- Não foi nada explícito, porém, em interpretação geral, sofreríamos consequências graves. - respondeu. - Foi apenas o que nos disseram.
- Contataram a polícia? - Uriah indagou, franzindo o cenho.
- Não temos provas. - Shalom respondeu, batucando seus dedos na mesa.
Vários minutos se passaram, e, graças aos céus, a reunião foi finalizada. E minha mãe pediu para conversar comigo.
- Maxon, meu filho, eu preciso que você me escute, pelo menos desta vez. - ela revirou os olhos, e me espantei, ela nunca havia feito isso. - Nós não sabemos exatamente com quem estamos lidando, e quais serão as consequências disso. - segurou minhas mãos, unindo-as as suas. - Eu não me perdoaria se algo acontecesse com você, o que é pouco provável, mas eu não seria capaz de suportar. - me olhou nos olhos. - Tome cuidado, por favor.
- Nada acontecerá comigo, mãe.
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