História Namorada de Mentira - Conversa

Ele entrou pistola e sentou na sua cadeira, eu sabia que aquilo tudo tinha dado merda, não devia ter aceitado a maldita daquela proposta.

_ Sakura. Depois do trabalho, vamos conversar, tudo bem? – Ele me perguntou e eu afirmei que sim, com a cabeça.

Quando a gente saiu do serviço, ele me disse:

_ Eles me chamaram pra ir assinar um testamento. O caso é sério. E por isso eu vou falar com o Naruto e com o Sai, pra a gente criar a nossa própria empresa, vai ser melhor pra todo mundo.

Eu senti a mágoa na voz dele, eu sabia que ele tava sofrendo por fazer isso, mas aquilo era necessário, eu engoli seco e abaixei a cabeça triste, mas antes de falar qualquer coisa vi meu celular vibrar e vi que minha mãe tava me ligando por isso atendi.

Fiquei uns cinco minutos com ela no celular, ela tinha me dito que queria se encontrar comigo e com ele, pra esclarecer tudo, junto com os pais dele, o que pra mim não iria adiantar de nada, já que os Uchihas não iriam mudar de opinião tão cedo.

A gente foi pra casa onde tomamos banho, e depois vestimos uma roupa confortável, quando terminei de me vestir ouvi a campainha da minha casa ser tocada, e por isso eu atendi, ali estavam os meus pais e o pior, acompanhado dos pais do Sasuke, e dessa vez o Itachi não estava com eles e isso me fez da graças a Deus, porque se não eu iria voar em cima dele de tanto ódio que eu tava sentindo do mesmo.

_ Entrem. – Falei sendo fria dando espaço pra eles entrarem, assim que entraram, Mikoto perguntou:

_ Cadê o Sasuke?

_ Tô aqui.

Olhei pra ele e vi que ele usava uma blusa preta sem desenho algum, e uma calça moletom cinza.

_ O que querem?

_ Conversar com vocês.

Eu olhei pra minha mãe, ela claramente estava magoada, certamente Mikoto tinha feito minha caveira pra ela.

A gente sentou no sofá, meus pais e o dele sentaram no maior, enquanto eu e o Sasuke no menor.

_ Queremos saber a história toda, minha filha.

_ Aliás, coisa que não ensinamos a você. – Minha mãe disse.

_ A culpa foi minha tia. – Sasuke-kun começou a falar, ele sempre chamou a minha mãe de tia, por isso não era estranho ouvi-lo chama-la assim agora.

_ Eu sempre amei a filha de vocês, mas ela sempre me viu como amigo, e o meu irmão e os meus primos ficavam tirando com minha cara dizendo que eu era gay, sendo que não sou, e no desespero, eu fui até ela, que era a minha melhor amiga, alguém com que tinha intimidade, e podia contar tudo, e fiz esse pedido e ela aceitou.

_ Em troca de uma vaga numa faculdade, Sakura Haruno. – Minha mãe lembrou.

_Não. No inicio até foi, mas também foi por causa do desespero dele, eu via isso no olhar dele, além do mais eu fiz um vestibular escondido e passei, mês que vem começa as aulas e eu vou cursar a droga desse curso.

_ Fora que eu vou conversar com o Naruto, e com o Sai e nós vamos montar nossa empresa, esse era um projeto antigo da gente mesmo.

Os pais dele ficaram surpreso, ao ouvi-lo, e Fugaku disse:

_ Nunca pensei que iria nos trair, Sasuke... A gente te criou com tanto amor.

_ Amor? O único filho de vocês, sempre foi o Itachi, eu aposto que se ele tivesse feito o mesmo com a Izumi vocês não estariam aqui dando esse show todo, que por sinal é ridículo.

_ Vocês nos enganaram? Queria o que? Que estivéssemos felizes?

_ Olha Mikoto...

_ Mãe. Me chame de mãe, Sasuke.

_ Vocês vão me deserdar, não tem porque eu continuar te chamando de mãe.

Eu sabia que ela estava a um ponto de chorar, eu a entendia, se eu tivesse um filho e esse estivesse me dando às costas, eu também choraria, mas então lembrei que ela que deu as costas primeiro a ele, e por isso a pena que eu estava sentindo dela passou.

_ Itachi é nosso filho mais velho, vai daqui a alguns uns anos se tornar o presidente da empresa, então é claro que eu devia ficar com ele, eu precisava o ensinar como ser um empresário de sucesso, pra então, ele te ensinar. – Fugaku falou.

_ Então só porque sou mais novo, que eu não tenho valor? – Ele perguntou arqueando a sobrancelha esquerda, e continuou:

_ Eu não sabia que existia uma hierarquia numa família, eu sempre achei que família era sinônimo de amor, e não como uma empresa.

_ Mas... – Mikoto começou a falar, mas eu a interrompi.

_ Não sei porquê ainda estão correndo atrás da gente, nada vai mudar as nossas escolhas, e não, ele não está escolhendo uma mulher ao invés da família dele, a família dele que resolveu virar as costas pra ele, por isso essa conversa acaba aqui, e nós dois queremos vocês longe da gente.

_ Até a gente? – Meu pai perguntou.

_ Se ficarem do lado deles, sim, papai.

Doía falar aquilo, e vi que quem tava quase chorando era eu, eu não queria que meus pais ficassem contra mim, por causa dos amigos deles, aquilo não era certo.

_ Mas você manchou o nome da nossa família, Sakura, você...

_ Eu não fiz nada, que droga! Quer saber, eu tô pouco me fodendo pra vocês, uma universidade federal é muito melhor que uma particular, por isso quem tá saindo no lucro aqui sou eu! – Gritei irritada, já estava farta com aquilo tudo.

_ E se continuar desse jeito, quem vai virar as costas pra família, vai ser eu.

Minha mãe abaixou a cabeça e começou a chorar, enquanto dizia:

_ Minha filha, minha única filha...

_ E ai, estão do lado de quem? – Perguntei.

_ Isso não é uma guerra Sakura. – Meu pai falou.

_ A partir do momento, em que eu fui humilhada pela família Uchiha, sim, virou uma guerra.

Sasuke-kun me olhava assustado, nem eu mesma estava acreditando que essa era eu, mas o desespero de pensar que meus pais estavam querer fazer o mesmo que o dele, me deixou daquele jeito.

_ Hein? Vão responder ou não?

_ Sakura... – Minha mãe começou a falar, enquanto parava de chorar, ela sempre foi sensível demais.

_ Então?

_ Estamos do lado de ninguém, todos estão errados! – Meu pai gritou.

_ Vocês estão errados por terem inventado essa história, que por sinal é coisa de adolescente e não de dois adultos, e os pais dele, por querem deserda-lo por besteira.

Eu revirei os olhos, enquanto cruzava os braços, e encostava minhas costas no sofá, e ele gritou de novo:

_ Não revire os olhos Sakura, você sabe que também tá errada, aliás, isso aqui acabou, e já que está se comportando como uma adolescente pode ir pedir demissão do seu emprego, você está indo pra Londres com a gente.

_ O quê? – Eu gritei enquanto me levantava do sofá, e ainda continuei:

_ Eu tenho 23 anos e...

_ E mais nada Sakura, faça suas malas, você vai pra Londres.

_ Ela não vai a lugar nenhum! – Sasuke-kun gritou novamente:

_ A Sakura vai ficar aqui, ela já é maior de idade, faz o que quiser da vida!

_ Sasuke não se meta. – Meu pai falou olhando pra ele.

_ Me meto sim, até porque a Sakura a partir de agora é minha mulher, já que estamos morando juntos.

Ele se levantou e me abraçou por trás, eu sentia que ele estava tremendo, pois eu o sentia tremer.

_ Agora vão todos embora daqui, e Fugaku e Mikoto, vocês não são mais nada meu, por isso peço encarecidamente que sumam da minha vida pra sempre, nem os netos de vocês, vocês iram conhecer.

_ Então tá, essa é a decisão de vocês, não é? Vamos gente, não dá pra conversar com eles dois. – Mikoto disse se levantando do sofá.

_ E você Sakura, a gente ainda vai se falar. – Minha mãe disse.

Eles foram embora, e ele me abraçou forte:

_ Por favor, não vá, não quero ficar sem você.

 _ Eu não vou, tá entendendo? Não vou ficar sem você.

Se antes eu tava com medo dos pais do Sasuke-kun, eu agora estava com medo dos meus, eu sabia que eles iriam continuar com essa história de eu ir pra Londres com eles.