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História Namorado de Aluguel - Bughead - Capítulo dez


Escrita por: aabbie

Capítulo 10 - Capítulo dez


Eu estava uma pilha de nervos. O que eu devia vestir para ir a uma festa informal de formatura como namorada de mentira? Liguei para a Cheryl e para a Toni pedindo ajuda para escolher a roupa, tentando manter a mesma rotina pré-encontro de sempre. Com uma lata de Coca muito gelada na mão, Cheryl entrou no meu quarto e sentou na cadeira da escrivaninha. Toni se acomodou na cama, ao lado das roupas que eu tirara do armário.

— Essas são as melhores opções até agora?

— Sim. — Peguei a primeira possibilidade, um short e uma blusa de tecido fino, e fui me vestir no closet.

— Cadê a Midge? — Cheryl perguntou.

— Ela disse que não podia vir.— Prometi a Cheryl que ia tentar e, apesar de não querer a presença dela ali, liguei para a Midge e a convidei para vir.

— Falei com ela quando vinha para cá.

— Ah, legal. Ela mudou de ideia?

— Ela disse que não foi convidada.

Saí do closet meio vestida.

— O quê? Eu liguei e disse para ela vir. Isso não foi um convite?

Cheryl suspirou, como se não soubesse em quem acreditar.

— Vocês precisam se acostumar uma com a outra, ou não vão sobreviver ao próximo ano.

Abri a boca para insistir na história do convite, mas me detive

. — Como é que é?

— Ano que vem... a faculdade.

— Ela... — Eu não queria nem terminar a frase.

— Sim, ela entrou na UCLA. A Midge não te contou?

Ela estava ocupada demais me sabotando.

— Não. — Voltei ao closet para vestir a blusa. A notícia não era nada boa. Eu me sentia queimar por dentro. Tentei sufocar o sentimento e saí do closet com os braços abertos. — E aí?

— Não — Toni opinou. — Casual demais. — E jogou o vestido amarelo para mim.

Cheryl falou:

— Ela disse que ia te contar.

— É a primeira vez que escuto essa história. Mas que ótimo — respondi sem sair do closet, porque não tinha certeza se a minha expressão confirmaria as palavras.

— Vai ser divertido. — Eu tinha que encontrar uma solução, porque não queria continuar com esse drama na faculdade.

— Queria que você também fosse, Toni.

— Eu sei. Nem me lembra. A faculdade daqui parece pior a cada dia.

— Não é tarde demais para ir com a gente — Cheryl lembrou.

— Na verdade, é. Quatro anos de notas ruins e alguns milhares de dólares tarde demais para a UCLA.

— Quem precisa de dinheiro e boas notas quando se tem a faculdade da cidade? — Cheryl respondeu.

— Exatamente o que eu tenho dito nos últimos quatro anos — Toni concordou. Ouvi o constrangimento em sua voz e senti pena dela por ter tido tantas dificuldades no colégio. Pus o vestido e voltei ao quarto.

— Você vai se divertir, Toni. E são só três horas de viagem. Vamos nos ver o tempo todo.

Ela dobrou as roupas que eu já havia experimentado e alisou a blusa muitas vezes.

— Você quase não via o Archie, e ele era seu namorado.

— Exatamente. Ele era só o meu namorado. Você é a minha melhor amiga há cinco anos. Vai ser muito diferente.

Cheryl se juntou a Toni na cama e a abraçou.

— Quem quer sanduíche de Toni?

Corri e a abracei do outro lado.

— Tudo bem, gente. Não fiquem com pena de mim.

— Não é pena. A gente só precisava de um abraço. — Eu a apertei com mais força. Ela riu.

— Vou sentir saudade de vocês.

Abracei Toni mais uma vez e fiquei em pé.

— Acho que a roupa é essa — ela disse. Senti que ela precisava mudar de assunto.

— Você acha? — Dei uma volta. — Tem cara de churrasco? Tem até bolso para guardar o celular.

— Estou tão confusa. Quem é o cara? Não consigo superar o fato de você não ter contado nada sobre ele. — Cheryl esticou o braço para pegar a bebida em cima da mesa e quase caiu da cama. Toni agarrou sua perna, impedindo a queda.

— É. Não vai contar?

— É um encontro às escuras. Não sei nada sobre o cara.

— Quem arranjou? E desde quando você concorda com esse tipo de encontro?

Hesitei. Eu nunca tinha tido um encontro às escuras antes, mas acho que aceitaria, se confiasse em quem fez o arranjo.

— É uma garota da minha turma de política. O cara é irmão dela.

— O quê? Uma garota da sua turma armou um encontro entre você e o irmão dela, e você aceitou?

— Eu devo um favor a ela.

— Por quê?

— Não tenho sido muito legal com a garota e os amigos dela.

— Ah, entendi. É tipo caridade. Tem certeza de que é seguro?

— Não. Quer dizer, sim, é claro que é seguro. E não, não é caridade. — Eu me virei para me olhar no espelho.

— E aí? Sim? Não?

— Sim, perfeito. Deixa o cabelo solto e usa aquela sandália plataforma. A menos que ele seja baixinho. É baixinho?

— Não.

— Ele é bem mais alto que eu.

— Vocês vão à festa do Logan hoje?

Cheryl, que mexia a bebida com o canudinho, levantou a cabeça.

— O Logan vai dar uma festa hoje?

— Sim. — A gente nem sabia — disse Toni.

— Ah, desculpem. Eu devia ter falado. Achei que ele ia convidar todo mundo. Vocês deviam ir.

— Não fomos convidadas.

— Ele deve ter pensado que eu falaria com vocês. Desculpem.

Cheryl e Toni se olharam por um segundo, e Cheryl voltou a atenção para a bebida.

— É, acho que vai ser divertido. Talvez a gente deva ir, Toni. Vamos convidar a Midge também.

Não entendi se elas estavam bravas comigo por eu não ter falado antes ou sei lá o quê. Pensei que todo mundo tivesse sido convidado.

— Vou tentar ir para lá depois do meu encontro.

 

 

Minha mãe se esforçava para ser educada. Eu percebi pelo sorriso em seu rosto. Mas era o sorriso mais forçado do mundo, e não havia a menor chance de a Veronica não ter percebido.

— Aonde você vai mesmo? — ela perguntou, olhando sobretudo para mim, mas seus olhos se voltavam para Veronica a todo instante, e nesse momento estudavam a fileira de brincos em sua orelha esquerda.

— Vamos para a minha casa. Estamos na mesma turma de política, e a Betty disse que me ajudaria a estudar a matéria. Aqui está o endereço. — Veronica deixou um pedaço de papel em cima da bancada, na frente da minha mãe. — E o telefone dos meus pais também está aí, se precisar falar com eles. — Ela sorriu, e o sorriso da minha mãe pareceu um pouco menos forçado.

Para mim, mamãe disse:

— Seu irmão está em casa. Eu queria todos juntos hoje à noite. Nós vamos jantar fora.

Ela ainda estava falando quando Chic entrou na cozinha segurando a chave do carro.

— Vou sair com uns amigos, mãe. Vamos deixar o jantar para a próxima vez que eu vier?

— O quê? — minha mãe reagiu. Chic parou no meio da cozinha ao avistar Veronica, e eu vi a curiosidade estampada em seu rosto. Ele deu uma olhada em sua roupa, na minha, e não precisou dizer nada para eu saber que estava se perguntando quem era Veronica e por que estava ali. — Ela é amiga da Betty— minha mãe apresentou. — Veronica, não é?

— Vocês são amigas? — O tom de Chic era de incredulidade. Veronica deu risada.

— Não exatamente. Somos colegas e vamos estudar juntas.

A explicação não mudou a expressão do meu irmão. Ele olhou para mim como se estivesse me vendo pela primeira vez.

— Hum — resmungou e terminou de atravessar a cozinha. — Tudo bem, mãe? — E sorriu para ela daquele jeito que, eu lembrava, sempre o livrava das consequências dos problemas que causava quando morava aqui. Ela acenou, mandando-o sair, e sorriu. Apontei para a porta.

— Viu? Nem ele vai ficar. Eu posso ir, certo?

— Por que você se arrumou tanto se vai só estudar? — ela perguntou enquanto me olhava da cabeça aos pés. A desculpa veio fácil.

— Porque ela tem um irmão bonitinho. Minha mãe revirou os olhos, como se de repente entendesse por que eu andava com aquela criatura estranha.

— Tudo bem. Mantenha o celular ligado, Betty.

— É claro. — Beijei seu rosto, e Veronica e eu saímos em silêncio. Quando estávamos lá fora, perguntei:

— Por que você inventou toda essa história? Achei que o seu irmão viesse me buscar.

— É claro que não.

— Não preparei minha mãe para...

— Para mim?

— É.

— Os pais adoram essa coisa de “ela vai me ajudar com os estudos”. Dá a impressão de que os filhos são inteligentes. Mas, para sua informação, minha média em política é dois por cento maior que a sua. Então, se precisar de ajuda...

Eu ri.

— Ela ficou brava porque você não ficou para o jantar em família?

— Eu acho que ela não chegou a planejar nada. — Na verdade, eu achava que ela havia usado o jantar como desculpa para não me deixar sair com Veronica.

— Então ela é sempre daquele jeito?

— Que jeito? — Olhei para trás, esperando ver minha mãe na varanda, mas não tinha ninguém lá. Veronica destravou as portas do carro e nós entramos.

— Perfeitamente arrumada.

Pensei em minha mãe, com o cabelo sempre penteado, a maquiagem sempre impecável. Eu raramente a via de outro jeito.

— É... acho que sim.

Enquanto Veronica saía com o carro, minha mãe apareceu na varanda. Eu sorri e acenei.

— Quando minha mãe ligar para os seus pais, porque provavelmente ela vai ligar, eles não vão ficar bravos?

— Eu deixei o meu número.

— Ah. Certo. — Outras pessoas da minha idade deviam enganar os pais desse jeito o tempo todo, mas eu nunca precisei. — Se você já dirige, por que o seu irmão foi te levar ao baile de formatura?

— Porque supostamente ele ia precisar do carro naquela noite, e esse foi outro motivo para eu ter ficado tão brava quando o vi no baile com você.

— O que ele ia fazer?

— Nem imagino. — Ela se distanciou da minha casa. Era a hora da verdade. Em breve eu veria o Archie postiço de novo.



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