História Namorado por Sete Dias - Jikook - Segundo e (talvez) último passo

Poucos minutos depois de saírem da ultima das diversas lojas que estiveram naquele dia, finalmente se aproximavam do hotel. Jeongguk vinha conversando animado com sua irmã, mesmo que carregasse cinco das sete sacolas que eram de JiHyo.

O dia estava quase escurecendo, em poucos minutos o sol se poria, mas isso não parecia ser um problema para os irmãos Jeon. Nenhum dos dois pareciam se importar com as risadas altas que eram dadas, naquele momento era como se ambos fossem adolescentes novamente. E daí que Jeon Jeongguk era dono de uma das empresas mais cobiçadas da Coréia? E daí? Era seu direito se divertir também. E JiHyo, bom, ela poderia estar se casando, mas ela continuava jovem, continuava com seu senso de humor, continuava sendo... Bom, continuava sendo JiHyo.

Suspirando depois de retomar todo o ar que colocara para fora com suas risadas, Jeongguk finalmente adentrara a recepção do hotel, depois de JiHyo, claro. Só de colocar seus olhos na recepção, ele lembrava de Jimin. A recepção era como um museu, era limpa, havia quadros na parede, uma pequena música ao fundo, pessoas conversando e, Jimin era como uma obra de arte, sua beleza poderia ser comparada como um belo quadro, como se fosse uma pintura. Jeongguk imaginava aquilo porque, bem, ele imaginava como Park se produziria para o casamento de JiHyo, imaginava como ficaria com o presente que havia comprado para ele, ou melhor, os dois presentes. E só de pensar o seu pequeno sorriso se abria ainda mais.

Porém, sua atenção foi tomada pela voz irritada de sua mãe, que tinha um celular em seu ouvido. Chul tomava uma xícara de café, observando, e SunHee assinava alguns papéis enquanto falava ao celular. Jeongguk e JiHyo se entreolharam, é, parece que bastante trabalho ainda tinha de ser feito.

— Você quer ajuda com tudo isso? — Jeon perguntou, erguendo sua sobrancelha.

— Não, não, você tem de se acertar com Jimin, irmãozinho. — Riu baixo e piscou, entregando as outras sacolas a Jeongguk. — Mas pode deixar isso no meu quarto primeiro? — Jeon concordou. —Obrigada, a gente se vê depois, Jeonggukie. — Beijou a bochecha do irmão e se afastou.

Jeongguk sorriu e arrumou as sacolas em suas mãos. Subiu as escadas e seguiu ao quarto de JiHyo, que ficava no corredor do lado direito. O hotel tinha apenas um dois andares, mas não deixava de ser grande e bem movimentado. Jeongguk se dirigiu até a porta do quarto 14, quarto de JiHyo. Suspirando, Jeon nem ao menos abriu a porta por inteira, apenas deixou as sete sacolas de JiHyo do lado de dentro, ao lado da porta e saiu.

Até aquele momento o coração de Jeongguk estava normal, mas a cada dez passos seu coração parecia disparar um pouco mais. Não era novidade que estava nervoso, ele tentaria se acertar com Park depois de tudo o que disse, e talvez levasse um ‘não’ na primeira tentativa, então sim, Jeon estava nervoso, não tanto quanto a vez que teve sua primeira reunião na empresa G.J, mas estava.

Ele subiu os outros vinte degraus e parou na frente do corredor, refletindo um pouco sobre o que diria, nem ao menos ele sabia. Jeongguk pediria desculpas, isso era óbvio, mas e depois? Apenas entregaria o presente? Não, ele tinha que fazer algo a mais, ele tinha que beijar Park Jimin! Isso! Caramba, por que não havia pensado naquilo a alguns segundos atrás, assim pouparia seu coração de tanta inquietação. Certo, ele beijaria Jimin ali, naquele dia, naquele quarto.

Jeongguk fechou seus olhos e respirou fundo, finalmente tomando coragem de dar os passos finais até seu quarto. Ele se sentia como um garotinho apaixonado que daria seu primeiro beijo, quando na verdade, já havia beijado várias outras bocas, porém nenhuma delas atraía tanto Jeongguk quanto a de Park.

Ao tirar o cartão chave de seu bolso e abrir a porta, Jeon instantaneamente escondeu o presente atrás de suas costas e olhou para os dois lados, certificando que Jimin não o veria com aquele pacote antes da hora. Foi um alivio quando não viu nenhum sinal de Park ali. Jeongguk deduziu que Jimin estaria no quarto, talvez assistindo televisão ou até mesmo dormindo, e exatamente por isso se dirigiu até lá, se deparando com as cobertas ainda bagunçadas e a louça suja do café da manhã no criado-mudo ao lado da cama. Jeon soltou uma pequena risada ao perceber que Jimin havia comido o café da manhã na cama que havia pedido a camareira.

Bom, se o platinado não estava no quarto, provavelmente estaria no banheiro, porém nada. Jeon foi então até a cozinha, mas nada novamente. Talvez ele tivesse saído já que nem na sala Park se encontrava. Jeongguk, suspirando, deixou o pequeno pacote com o presente sobre a mesa de centro da sala e passou as mãos em seus cabelos, logo após em seu rosto. Ele teria o dia seguinte para falar com Jimin, não é? Talvez Park estivesse até mais relaxado no dia seguinte, não? Por mais que pensasse em todas essas possibilidades não pode deixar de sentir o desespero em seu coração, a cada dia que se passava, menos chances tinha de conseguir Park Jimin como seu namorado.

Deus, só de pensar que em dois dias, se não fizesse nada, Park iria embora, seu coração começava a disparar. Ele não queria aquilo e se a sorte estivesse á seu favor, em dois dias ele estaria com Jimin, como seu namorado. E bom, ele não estaria mentindo para sua família, pois Jimin realmente era seu namorado, ou melhor, seria.

Suspirando, tentando pensar somente nas boas coisas que poderiam acontecer dali para frente, Jeongguk lembrou-se da sacada, onde tinha a linda vista para o jardim. O sol estava quase se pondo, em questão de poucos minutos escureceria, Jeon pode perceber pela cor laranja que iluminava toda a sala, já que as portas da sacada estavam abertas e por um segundo, pensou que a paisagem do jardim ficaria ainda melhor aquela hora, então por que não admirá-la?

Desabotoou os dois primeiro botões de sua camiseta e bagunçou ainda mais seu cabelo, se aproximando das portas da sacada, porém, sua surpresa foi grande quando avistou a figura de Jimin, sentado em uma das cadeiras com um lençol ao redor de seu corpo. Parecia já ter percebido a presença de Jeongguk ali, já que virou levemente o rosto, olhando para o moreno de canto. Certo, Park ainda estava bravo sobre aquilo.

Okay, seria agora, ele teria de pedir desculpas agora.

— Boa noite, Jimin-ah... — Jeongguk disse, com um pequeno sorriso em seu rosto. Colocou as mãos em seus bolsos, nervoso.

Jimin continuou em silencio, olhando para a paisagem em sua frente.

— Tudo bem, eu sei que você está bravo comigo... — Abaixou seu olhar, suspirando. — E eu admito que fiz merda, sabe? — Riu baixo, coçando sua nuca. Era incrível que toda aquela coragem que teve há alguns minutos atrás passou em questão de milésimos. — Jimin, me desculpa por ter dito aquilo, me desculpe por ter sido tão idiota...

Levantou novamente seu olhar, observando os cabelos platinados de Jimin, que pareciam ficar ruivos com a luz laranja refletindo sobre eles.

Park escutava o som da voz de Jeongguk e percebia o quão nervoso ele estava.

— Jimin-ah, você já sabe que eu sou horrível com relacionamentos, eu nunca tive um e eu disse a verdade sobre isso.

Park revirou os olhos. Tinha certeza de que Jeongguk estava mentindo sobre aquilo. Era impossível alguém tão lindo, gostoso e rico como Jeongguk nunca tivesse namorado com alguém.

— Por favor, a única experiência que eu tive com relacionamentos foi quando eu era adolescente, e nem foi namoro, foi uns beijos com talvez duas garotas da minha escola. — Riu baixo, revirando seus olhos.

Jimin suspirou, abaixando seu olhar, parecendo não se importar muito com aquilo. Já estava ficando irritado, aquela era uma desculpa muito insensível. Depois de brincar com seus sentimentos a única coisa que tinha a dizer era que sentia muito?

— Jimin, qual é? Eu sei que eu fui idiota, que eu devia ter pensado antes de falar, mas eu sou impulsivo, ok? Me desculpa...

Jimin merecia um pedido de desculpas melhor.

— É só isso? Porque se for, já pode ir. — Disse em um tom irritado.

— O que você quer pra me perdoar, hein? Um carro? — Suspirou, olhando para Park, que até então estava de costas.

Deus, Jeongguk podia ser tão egoísta e idiota quando queria! Aquela havia sido a gota d’água.

Em questão de segundos o platinado levantou da cadeira e se colocou em pé, em frente á Jeongguk, ainda segurando o lençol sobre seu corpo. Aquela frase havia sido tão... Imbecil, difamadora que pareceu que Park fosse um grande interesseiro. Jimin não era assim, e ele odiava ser acusado de algo que não era.

— Você ta brincando com a minha casa? — O platinado perguntou, em um tom irritado e ao mesmo tempo sarcástico.

— O que—

— Não haja como se eu fosse um dos caras que você faz contrato, eu não quero nada seu! Eu não quero um carro, eu não quero uma casa e nem ao menos quero mais a merda da bolsa pra universidade, eu só quero uma desculpa real! — Fechou seus punhos fortemente, suas bochechas estavam rosadas de raiva e seus olhos marejados, como se fosse chorar a qualquer momento. — Você simplesmente disse que tudo que a gente teve até agora foi um jogo, Jeongguk. Então eu acho melhor você realmente me dar uma desculpa descente, ou eu vou considerar como se tudo o que a gente teve, tanto quanto sentimental quanto aos toques, como se fosse uma grande brincadeira pra você.

Jeon suspirou, mordendo seu lábio inferior. Era horrível ver Jimin daquela maneira, mas incrivelmente fofo o jeito como ele poderia levar até a frase mais inofensiva para um lado totalmente contrário. Jeongguk havia falado como uma metáfora e não como algo real. Mas Jimin estava certo, ele lhe devia uma desculpa decente.

— Certo. Você quer uma desculpa decente? Eu vou te dar uma desculpa decente. — Passou a língua nos lábios, antes de respirar fundo, olhando nos olhos castanhos de Jimin. — A verdade é realmente que eu não sei lidar com relacionamentos, muito menos sei lidar com os sentimentos que eu tenho por você. É uma coisa que eu nunca, nunca mesmo tive na minha vida. — Deu um passo a frente, se aproximando ainda mais de Park. — Desde que meu pai morreu eu administro a empresa, é como se fosse a minha casa de verdade, é meu jeito de cuidar da minha família, o jeito de deixar o nome do meu pai vivo, entende? Eu me concentrei tempo demais naquela empresa, tanto tempo que eu nem pensei em mim mesmo sem ser na aparência visual. Pra mim, eu vou falar a verdade, até agora, eu não tinha nem curiosidade sobre como era ter um relacionamento, mas por algum motivo você fez essa curiosidade crescer.

Algumas lágrimas haviam descido pela bochecha de Jimin, que continuava escutando aquilo com atenção.

— Eu não sei como lidar com os sentimentos que eu tenho por você, então me desculpe. Me desculpe por falar coisas que eu não deveria ter dito. Me desculpe por fazer você chorar e ter raiva de mim. Me desculpe por não ter pesquisado um pouco mais sobre um relacionamento antes de me envolver com você. Me desculpe por ter sido tão idiota a ponto de te privar de falar com o Yoongi. Eu fui imaturo e infantil, e eu reconheço isso.

Jimin soltou uma pequena risada e limpou as lágrimas de seu rosto. Era adorável o jeito como Jeongguk assumia as coisas de uma maneira tão... Ele não sabia explicar, mas era adorável.

— Então, me desculpe por tudo isso e por outras coisas que possam ter feito você se sentir magoado. — Suspirou, mordendo seu lábio inferior. — Mas se ainda sim você não quiser me perdoar, eu—

— Te perdoo. — Riu baixo, limpando as lágrimas de suas bochechas. Tombando levemente a cabeça para o lado, sorrindo para Jeongguk.

Jeon sorriu de voltar e deu mais um passo em frente, ficando com seu rosto próximo a Park, olhando em seus olhos. Pela primeira vez ele ficou hipnotizado mais do que pelos olhos, pela feição de Park Jimin, ficou hipnotizado pelo simples jeito frágil que o platinado tinha.

— Segundo a minha experiência em filmes românticos, essa é a hora que eu te beijo, não é? — Jeongguk perguntou, levanto uma mão até o rosto de Jimin, acariciando sua bochecha enquanto a outra segurava sua cintura.

— Segundo a minha experiência em relacionamentos, sim, essa é a hora que você me beija. — Soltou uma risada, colocando ambas as mãos sobre o quadril de Jeongguk.

Soltando uma pequena risada, Jeongguk olhou pela ultima vez nos olhos brilhantes de Jimin, e logo após, desceu o olhar aos lábios rosados e carnudos do garoto. Era tão bom observá-los de perto, se não os beijasse naquele momento, Jeon sentia que estaria cometendo o pior pecado de todos. E com um sorriso no rosto, observando os olhos fechados de Jimin, esperando ansiosamente por aquele beijo, Jeongguk fechou seus olhos também, até, claro, ouvir a voz de Yoongi do outro lado da porta.

— JEONGGUK EU TO BEBÂDO DE NOVO E NÃO SEI CADE A CHAVE DO MEU QUARTO! EU ACHO QUE TA NO JARDIM, MAS TA ESCURO E EU NÃO TENHO LANTERNA E NEM SEI ONDE TA MEU CELULAR!

E em um segundo, Jimin abriu seus olhos novamente, confuso.

— Não, de novo não. — Jeongguk sussurrou.

Segurou o rosto do garoto a sua frente, fazendo seus olhares se encontrarem mais uma vez. E rapidamente, desejando mais do que tudo aqueles lábios rosados sobre os seus, o beijou, apertando a cintura do próprio contra a sua, tendo certeza de que o platinado não daria passo atrás. Sua surpresa foi grande quando Park pareceu retribuir aquele beijo e logo, o que parecia um selinho inofensivo se transformou em um real beijo. Quando finalmente Park pode sentir a língua de Jeon tocando a sua, foi como se as borboletas adormecidas em seu estomago voltaram, e para o moreno não foi diferente, ou melhor, foi. Aquela havia sido a primeira vez que sentiu as tais borboletas no estomago, e nunca se quer havia sentido uma sensação melhor.

Com um sorriso no rosto, Jimin deslizou as mãos até o pescoço de Jeongguk, deixando com que o lençol caísse no chão. Mesmo com a voz embriagada de Yoongi do outro lado da porta, Jeon abraçou a cintura de Park, possessivamente, como se deixasse claro pela primeira vez que Park Jimin agora o pertencia, como se agora sim fosse seu real namorado. E quando o ar pareceu faltar, ambos separaram aquele beijo, colando suas testas enquanto continuavam com seus olhos fechados.

— JEONGGUK EU TO FALANDO SÉRIO, EU PRECISO MIJAR, CARA, VOCÊ NÃO TA ME ENTENDENDO!

E depois daquela frase, Jeongguk e Jimin abriram seus olhos, soltando uma risada gostosa. Tanto quanto pela frase de Yoongi, quanto pela satisfação de finalmente terem seu beijo real.

— Eu acho que eu preciso ir ajudar ele... — Jeongguk sussurrou, voltando a olhar nos olhos de Jimin, que riu baixo, concordando.

— Eu também acho. Acha que ele teria coragem de fazer xixi na nossa porta? — Riu, acariciando a nuca de Jeongguk.

— Bêbado do jeito que está, não duvido nada. — Riu, aliviando o aperto na cintura de Jimin, dando um ultimo selo em seus lábios. — Eu vou, mas eu volto...

— Certo... — Concordou, colocando as mãos atrás de seu corpo.

Assim que Jeongguk adentrou a sala, olhou para o presente em cima da mesa de centro e sorriu, voltando seu olhar para Jimin. E só então, havia percebido as vestes que Jimin estava. Seu sorriso se desfez e o ar pareceu faltar. Park vestia apenas sua camiseta preta de manga comprida e sua cueca, provavelmente estava com seu pijama. Mas por Deus, aquelas coxas, aquele corpo, Park Jimin! Maldita hora que Yoongi teve que ficar bêbado.

— DA PRA PARAREM DE TRANSAR E ME AJUDAR, EU TO QUERENDO MIJAR, TO FALANDO SÉRIO!

— E-Eu to indo, idiota! —Jeongguk disse, ainda observando Park de cima a baixo, suspirando.

Jimin não entendeu até descer o olhar pelo próprio corpo, sentindo suas bochechas corarem e um riso nervoso sair de seus lábios. Jeongguk ao perceber aquilo, desviou o olhar e sorriu, caminhando até a porta.

— Jimin-ah, eu comprei um presente pra você, está ali na mesa, quero que use no casamento de JiHyo... — Sorriu, colocando a mão na maçaneta, girando-a.

Jimin sorriu ao ver a embalagem bonita em cima da mesa de centro, e se aproximou de lá, pegando-a em suas mãos.

—Ah, Jeonggukie! — Chamou, erguendo o olhar até o moreno que estava prestes a sair.

— Sim? — Olhou para Park por cima do ombro.

— Você não precisa mais dormir no sofá... — Sorriu corado, com o olhar no de Jeongguk, que sorriu aberto com aquilo, concordando com a cabeça.

E assim que Jeongguk saiu do quarto e fechou a porta, Jimin soltou uma risada feliz, apertando o presente contra seu peito.