História Namorado Quase Perfeito - Vacilo

— Então você comprou um boneco-humano, que veio numa caixa, simplesmente porque achou que era uma brincadeira? – O olhar de Jin ainda estava tentando processar, aquilo estava mais que evidente.

— E porque terminou com o Hoseok. – Acrescentou Yoongi.

— Porque achou que era uma brincadeira e porque terminou com o Hoseok, é isso? – Jin corrigiu a frase, arregalando os olhos para Jimin.

O Park mais novo olhou para os lados, tentando achar algum lugar para esconder o rosto e não ter que encarar o irmão.  Jin o observava de um jeito indecifrável; Jimin não conseguia distinguir se ele queria rir ou simplesmente levantar e ir embora.

Depois do belo acontecimento no qual Jin deparou-se repentinamente com um pênis saltando para fora da coberta e, em seguida, com um garoto alto e estranho que nunca tinha visto, Jimin se limitou a explicar; Jungkook era seu novo “boneco-humano-namorado”. Não fazia sentido para quem quer que escutasse, mas o que Jimin poderia fazer sobre aquilo? Afinal, era a verdade.

Sentaram-se e o Park mais novo tentou arduamente explicar tudo sobre a aparição de Jungkook sem que parecesse uma piada total ou que seu irmão pensasse que era um virgem frustrado que gostava de comprar bonecos pela internet. Obviamente, Jin manteve a expressão confusa durante toda a explicação e tentou não rir de muitas partes dela.

Certamente não é todo dia que escutamos que nosso irmão mais novo comprou um garoto-robô pela internet, vindo numa caixa.

Ah, e que esse boneco é “humano”.

Eu te entendo, Jin, pode me achar a pessoa mais esquisita da família.

— Você é a pessoa mais esquisita da existência das pessoas esquisitas. – O mais velho comentou ainda incrédulo, seus olhos vagaram diretamente para Jungkook – Ele é mesmo um boneco?

Kook ainda estava enrolado na coberta, observando tudo sem entender muito bem; tudo o que entendia era que aquele era o irmão de seu hyung, e que estavam falando sobre si para ele.

— No começo eu fiquei assustado. É, ele é bem realista. – Jimin torceu o nariz – Mas acredite, depois de conviver alguns dias, você nota que ele é tudo, menos humano.

— Como assim, hyung? – Jungkook o encarou interrogativo.

— Nada, pirralho. Ele quer dizer que você é uma pessoa comum e civilizada. – Yoongi riu batendo nas costas do garoto.

O silêncio se estabeleceu, Jin naquele momento estava focado em analisar cada pequeno detalhe de Jungkook, para ter a certeza de que não havia alguma coisa que indicasse que ele não era humano. Contudo, não achou nada.

Jungkook era realmente muito realista.

O mais velho despertou de seu choque.

— Hã, certo, eu vou apenas... – Jin franziu o cenho ao encarar Jungkook, mas em seguida, seu olhar foi para o irmão – Ok, não tenho nada a comentar sobre isso, minha mente ainda está se recuperando. De qualquer forma... Jimin, podemos conversar por um instante?

O mais baixo o olhou com receio.

— Se for sobre n-

— Eu prometo que não vou tomar muito do seu tempo e... Não vou exigir desculpas, eu juro.

Jimin engoliu em seco, abaixando a cabeça; não se sentia confortável conversando com Jin daquela forma, era como cutucar uma ferida antiga que estava prestes a voltar a sangrar. Não estava psicologicamente preparado para escutar o que seu irmão tinha a dizer.

Encarou Yoongi em um questionamento silencioso do que fazer, e a resposta do ruivo foi certeira, como já era de se esperar. Yoongi, ainda que com os olhos, estava sugerindo que desse uma chance para Jin. O ruivo sempre havia apoiado sua “reconciliação” com Jin, talvez porque sabia que Jimin não deveria guardar aquele tipo de sentimento corrosivo, tal como o rancor. O Park, por sua vez, sempre perguntava a si mesmo: deveria dar uma chance para alguém que o machucou?

Talvez eu... Eu deva tentar...

— Certo – respondeu com um suspiro. – Vamos conversar.

Seu irmão sorriu minimamente com a resposta, mostrando-se feliz em ter sido correspondido, enquanto Yoongi apenas riu nasalado, orgulhoso pela atitude tomada por Jimin.

— Aonde o hyung vai? – Jungkook perguntou ao ruivo, enquanto Jimin já se levantava e guiava o irmão para a varanda, onde teriam privacidade.

— Ele vai ser adulto, Jungkook. Jimin está indo fechar uma velha ferida. – respondeu casual e de maneira tranquila, mas sem dispensar um sorriso sacana que surgiu em seus lábios logo na sequência – Que tal irmos no playground aqui do prédio irritar as criancinhas? Depois que você vestir uma roupa, claro. Não quero ninguém com o “bastão” balançando por aí,

— Mas isso não é errado? Digo, irritar crianças.

— Quem disse? Crianças me irritam o tempo todo, por que não podemos irritá-las?

(...)

— Então... – Jimin coçou a cabeça, seu olhar estava vagando por todos os lugares, menos por onde deveria.

Era inegável, sentia-se esquisito e sem vontade alguma de bater um diálogo com Jin. Por experiência própria, já sabia que o mais velho lhe daria desculpas e mais desculpas que de fato não mudariam as coisas que aconteceram e nem seus traumas antigos.

Jin o encarou cauteloso, pois sabia que devia usar as palavras certas e com os tons certos quando se tratava de seu irmão mais novo.

— Escuta, eu... Não vou vir aqui e te encher de mil desculpas como sempre faço, porque sei que não adianta. Não vou mais te perturbar ou ficar implorando a sua atenção, Jimin. Só quero que você ao menos tente não se remoer por tudo que houve no passado. – A voz de Jin saia calma, ele parecia calcular cada palavra que saía de sua boca, abaixando a cabeça. – Isso não é por mim, é por você. Eu não quero que você leve uma vida inteira destruindo e limitando a si mesmo apenas pelo fato de que dei uma mancada muito grande com você quando éramos garotos.

— Eu...

— Você tem todo o direito em dizer que me odeia ou de me ignorar, só não deixe esse remorso acabar com você. Talvez seja demais pedir uma segunda chance, entendo isso e não vou te pedir para que me perdoe, mas se quer saber, eu... Só sinto falta do meu irmão, certo? Fui um adolescente inconsequente que só queria ser livre e não percebi que te machucava com isso.

Os dedos de Jimin juntaram-se ao ferro da varanda e apertaram o objeto com força.

Jin é meu irmão... Por mais que ele tenha feito tudo o que fez, eu...

Eu não consigo ser indiferente quando se trata dele...

E por uns instantes, as vozes de Yoongi e Namjoon balançaram por seus pensamentos de maneira rápida; era óbvio que Jin havia errado, mas quantos vezes Jimin já havia errado com Jungkook?

Quantas vezes eu disse coisas feias para ele e mesmo assim ele continuou comigo?

Fechou os olhos.

Talvez eu deva aprender com o Jungkook...

— Jin... Você, nós... – O Park mais novo alisou a testa e encarou o irmão no fundo dos olhos – O que você fez foi cruel e, bem, me machucou profundamente. É realmente duro admitir que, até mesmo hoje em dia, eu ainda tenho vontade de chorar sempre que lembro do fato de que nos afastamos tanto, e então só consigo pensar que...

— Sinto a sua falta.

— Sinto a sua falta. – O mais baixo concordou com um suspiro triste, sua voz soando fraca – Eu não consigo perdoar tudo e agir como se não fosse nada. Ainda assim, eu cresci, Seokjin. Sou um adulto agora, e adultos precisam entender que os outros erram e nem sempre guardar rancor é a melhor opção. Eu sempre vivi me remoendo e me fechando pra você; fiquei tão chateado e preocupado comigo mesmo que nem pensei em te dar uma chance para provar que está diferente.

O rosto de Jin subiu de forma rápida com as palavras de Jimin, seus olhos arregalados evidenciavam que ele estava surpreso com a situação.

Faça isso Jimin.

Você é um adulto agora.

— Eu dou uma segunda chance para você. – Aquilo saiu como um peso de suas costas, um sentimento intenso de alívio preencheu-o por inteiro – Eu deixo você provar que está diferente e peço desculpas por ter sido tão infantil esse tempo todo p-

A voz de Jimin foi subitamente cortada pelos braços grandes de Jin o rondando. O aperto foi tão grande que as palavras sumiram.

— Obrigado, Chim. – O mais velho sussurrou em tom brando, a felicidade mais que evidente no timbre. – Obrigado por confiar em mim, eu prometo que não vou te decepcionar.

— H-Hyung... Me larga... – Jimin disse entre gaguejadas.

Seu irmão se afastou e o agarrou pelos ombros; o sorriso no rosto dele parecia querer iluminar a cidade inteira. Depois de tanto tempo, no fundo, Jimin precisava admitir que estava feliz em ver aquilo.

Preciso tentar perdoá-lo.

Ao menos tentar.

— E... Sobre o Jungkook...

— O boneco? – Jin colocou a mão na boca, evitando que algum riso escapasse.

O mais novo fez uma expressão interrogativa.

— Está rindo?

— Não, prossiga. – Jin se recompôs, ajeitando a roupa.

— Certo. Enfim, o Jungkook, ele... É um bom garoto, sabe? Um garoto realmente doce. Peço de coração que você não-

— Conte para os nossos pais que você mantém um garoto que nomeia o próprio pênis de passarinho no seu apartamento? – Jin ergueu uma das sobrancelhas – Eu não vou dizer nada, se você tem fetiche com bonecos eu não tenho nada a ver com isso.

Jimin tombou.

— Oi? – Arregalou os olhos, espantado – Fetiche? Não, Deus, não! Eu já disse que foi puro engano, eu pensava que era brincadei-

— Ok, Chim, eu entendi. Fica tranquilo, não vou contar para ninguém sobre seus gostos peculiares. – Seu irmão piscou descaradamente, caminhando para fora da varanda – Vou andando por agora, maninho. Ah, e.... Obrigado.

Jimin, ainda parado pelo choque da palavra “fetiche”, despertou de seus pensamentos e concordou com a cabeça, respirando fundo.

— Faça a chance que eu te dei valer a pena.

Jin riu.

— Eu vou.

(...)

— HYUNG, ISSO DÓI! – O berro de Jungkook, acompanhado da cena engraçada em que se encontrava, atraiu os olhares dos moradores presentes no playground.

— Shhhhhhh! E se fizer barulho eu juro que você não toca naqueles malditos biscoitos que eu comprei.

— Os biscoitos não! – O menino fechou os olhos, choramingando.

Yoongi vinha atrás, observando a orelha de Jungkook pendurada nas mãos de Jimin enquanto o mais baixo arrastava o garoto para fora da área de brincar.

— Jimin, o menino estava só brincando. É vacilo tirá-lo de lá.

— Vacilo! – Jungkook concordou enquanto urrava de dor.

— Você sequer sabe o que é vacilo, traste? – O Park revirou os olhos, sarcástico – Vacilo mesmo é uma “criança” enorme dessa aqui empurrar um garotinho de dez anos.

— MAS ELE ME BATEU!

— ELE TEM DEZ ANOS, JEON JUNGKOOK!

Jungkook cruzou os braços e sussurrou um “mas ele me empurrou do balanço” acompanhado de nomes como “anãozinho” e “melequento” atribuídos ao garoto que havia o empurrado.

— Se a mãe do garoto vier tirar satisfações sobre o rosto dele estar cheio de areia, garanto que você não come biscoito por uma semana.

— Ei, ei, os biscoitos não, cara.  Vacilo. – Yoongi interviu, indignado e defendendo Jungkook.

— Vacilo. – O menino apenas assentiu, choroso – Eu estava no balanço, eu estava, e não ele. Eu queria balançar e ele disse que eu não podia porque já era um “tio”. Eu nem empurrei forte, hyung!

— E então você empurrou a criança na areia como se ela fosse um pião de xadrez. – Jimin rosnou – Não se faz isso com crianças, Jungkook! Ainda bem que eu cheguei na hora, se dependesse de Yoongi, ele iria rir e bater palmas.

— Eu não sou assim, ok? – Yoongi disse, brincalhão – Eu filmaria também, como pode ter se esquecido disso?

Jimin ignorou Yoongi e prosseguiu a caminhada com os resmungos de Jungkook. Após entrarem no prédio r pegarem o elevador, o apartamento de Jimin projetava-se logo à frente, poucos passos de distância.

— Hyung... – Os olhos do garoto brilharam na direção do Park– Eu vou continuar com os biscoitos, não é?

Jimin estreitou os olhos.

— Jogo sujo, Jeon Jungkook. Jogo sujo. – Jimin estreitou os olhos, referindo-se à carinha de cão sem dono do rapaz. – Não me venha com essa cara.

— Por favor... – A expressão pidona de Jungkook furou a proteção de Jimin como uma estaca.

Jimin terminou de fechar a porta do apartamento, com todos já dentro, e então voltou a encarar o menino.

— E o que eu ganho se não tirá-los?

— Eu posso te mostrar as posições sexuais que fariam você berra-

— SEM BISCOITOS!

— ESPERA, VAMOS NEGOCIAR, HYUNG! – Jungkook o segurou pelo pulso, impedindo que saísse dali – O que você quer em troca dos biscoitos?

Yoongi ignorava a cena de negociação e jogava-se no sofá, ao mesmo tempo em que Jimin pensava em algo realmente traiçoeiro.

— Você precisa vestir pelo menos cuecas, e sem reclamar, por uma semana. Caso você fique pelado, tirarei, além dos biscoitos, a televisão também.

Jungkook arregalou os olhos e abriu a boca, totalmente pasmo com a crueldade.

— Você é uma pessoa maldosa. Você... Você é... – Jungkook colocou a mão na boca, incrédulo.  – Eu pensei que gostasse de mim, hyung...

— Jimin e as altas mancadas. Depois o menino sai comendo outras bundas e você vai chorar, hein? Faça tudo, menos privá-lo de andar pelado. – Yoongi brincou, já começando a roncar no sofá. – Nome que dou a isto é vacilo.

— O hyung é um vacilo.

— Não tem como uma pessoa ser vacilo, Jungkook-ah. – Jimin riu.

— Não? – Jungkook ergueu a sobrancelha em confusão, mas logo voltou à expressão incrédula de segundos atrás. – Mesmo assim, eu não acredito que vai fazer isso comigo, hyung...

— Os biscoitos ou o pênis tomando arzinho. Você escolhe. – O Park sorriu com sua própria maldade.

O garoto mordeu os lábios.

— É só por uma semana, não é? Depois eu posso ficar pelado?

— Sim, você pode. Mas lembre-se, se por acaso você se esquecer de ficar de cueca e acabar ficando pelado... Adeus, televisão. E adeus, biscoitinhos.

É muito baixo fazer uma troca assim?

Que se dane, ele precisa aprender a vestir roupas.

— Certo. – Jungkook concordou, engoliu em seco e fechou os olhos – Eu vou usar cueca por uma semana.

Jimin gargalhou satisfeito consigo mesmo. Era uma vitória realmente marcante na sua vida como responsável de um boneco.

Quando estava prestes a virar de costas para ir ao seu quarto,  percebeu que a mão quente de Jungkook ainda apertava levemente seu pulso. Imediatamente, teve o braço puxado até que estivesse colado ao corpo do mais novo.

— Hyung...

Foi tudo o que Jimin conseguiu entender. O abraço era caloroso e aconchegante, fazia-o desligar suas habilidades de entendimento para ativar suas habilidades de sentir. E naquele momento, podia sentir  Jungkook com clareza, desde o abdômen coberto pela camiseta até os braços que discretamente acariciavam suas costas. Um fato que realmente jamais poderia esconder, no fim, era que Jungkook se mostrava verdadeiramente provocante e sensual, mesmo sem se esforçar ou dizer uma sequer palavra.

Ele era o tipo de pessoa cujo um simples olhar poderia lhe despertar diversos e diversos pensamentos obscuros.

Eu me sinto tão estranho pensando nele dessa maneira, já que ele é sempre tão doce comigo. Mesmo assim, de alguma forma...

É tão bom quando isso acontece.

 Ok, precisava ter calma. Se Jungkook era quente e totalmente irresistível o abraçando daquele jeito? Talvez muito, talvez até demais, entretanto, não podia demonstrar aquilo de forma alguma. Se Jungkook ousasse descobrir o efeito que causava nele...

Ele vai se aproveitar disso para me seduzir ainda mais rápido.

Como eu sempre digo, esse garoto tem apenas a cara de inocente.

— Jungkook-ah... – disse trêmulo, ainda envolvido pelos braços do garoto – O que você está fazendo? Me solta.

— O Yoongi-hyung já dormiu... Ele não vai ver isso. – A respiração abafada de Jungkook chocou-se com a pele de seu pescoço – Eu só quero te abraçar, qual o problema? Gosto de ficar perto de você, hyung. Me sinto bem quando você está assim, próximo do meu corpo.

— N-Não é por causa do Yoongi, eu... – Suas palavras estavam em falta, tudo o que saiu de sua boca foi um ar soprado que deveria ser alguma palavra.

— O que foi, hyung? O que você disse?

Esse menino!

Se ele continuar assim...

Conseguiu desprender-se dos braços de Jungkook com muito esforço, afinal, para perder totalmente o sentido que o guiava e o controle que tinha das palavras, significava que a situação estava realmente perigosa.

— Eu sei muito bem por qual razão você está fazendo isso. Sei bem que você não é nada inocente, Kook-ah. – O Park se recompôs, seus olhos marejados entregando-o.

— Isso não é nenhum segredo, hyung. Sempre deixei muito claro tudo o que quero fazer com você. – O garoto admitiu sem pudor algum – E, eu posso estar enganado, mas... Você também me deseja, não é, hyung? Mesmo que só um pouco.

Jimin fechou os punhos e encarou Yoongi, que realmente já dormia feito uma pedra.

— É que...

— Me diz a verdade. – Jungkook se aproximou em uma caminhada lenta – Se você falar “Jungkook, eu não te desejo” eu vou entender. Só quero saber a verdade. Porque um bom namorado...

— Não faz nada que seu namorado não queira. – Jimin completou, mordendo o lábio. – Eu sei disso...

O cabelo de Jungkook adquiriu um tom vinho intenso; os olhos do garoto pareciam chamar silenciosamente pelo seu corpo.

— Eu...  – Jimin tombou a cabeça para trás e grunhiu – Merda, sim. – Fechou os olhos e lambeu os lábios. – Eu te desejo, tudo bem? Deus... Isso é tão estranhp, ah...

Jungkook deixou um riso nasalado escapar. Suas mãos abrigaram a cintura do Park, que já naquela altura do campeonato, não ousou afastá-lo.

— Você disse que sexo é apenas para quem ama muito. – Jungkook sussurrou calmo no seu ouvido. – Eu te amo, hyung. Sei que você não me ama como eu te amo, e tudo bem, sabe? Tudo bem. Mesmo assim, se você ao menos me deseja, apenas um pouquinho de nada, por que não me deixa, pelo menos, tocar em você para fazer com que se sinta bem, hm?

— Jungkook-ah...

— Quando chegar a hora certa, quero te sentir por dentro. Quero fazer tantas coisas com seu corpo pequeno e bonito... Se você deixar e quiser, é claro. Você e somente você vai saber quando permitir, hyung. – O menino suspirou, sorrindo leve – Mas por agora, você permite que eu te toque para acabar com o seu desejo momentâneo, hyung?

— Eu não sei, Jungkook, eu não...

Ele parece tão maduro quando fala de coisas assim...

Tão crescido...

— Deixa eu te fazer feliz, hyung. Caso você não queira, é só me afastar nesse exato momento.

— Você fala como se fosse fácil. – O Park segurou nos ombros largos do garoto – Aliás, você sabe bem que está me deixando louco e que eu vou acabar aceitando, no final das contas. Vacilo, Jungkook-ah...

— Se toda vez que eu fico assim em relação a você for vacilo, eu sou um vacilo, hyung – admitiu, sereno.

O Park riu.

— A quem eu quero enganar? – Suspirou risonho – Chegamos até aqui, não é? Pode me tocar, mas...

— Sem sexo. – O garoto concordou – Eu sei, você ainda não me ama.

Por que meu coração dói sempre que ele diz essas coisas?

— Mas... – as mãos ágeis de Jungkook pousaram nas coxas do mais velho, erguendo-o de forma ágil e firme para que ficasse no colo dele. – Mesmo sem sexo, eu prometo fazer direito, hyung. Vou ser excelente da forma que você merece que eu seja.

Deus...

Esse menino me deixa louco.