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História Namorado Quase Perfeito - Moleque atrevido


Escrita por: ORUMAITOU

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE ~~~~ VOU FALAR UMAS COISAS NAS NOTAS FINAIS, ENTÃO GOOD LEITURA E DPS LEIAM MINHAS NOTAS ~

Capítulo 6 - Moleque atrevido


(...) 3  dias depois...

— O quê?! — exclamou ao telefone, o que o fez parecer um louco enquanto andava pelos corredores da faculdade.

— Isso mesmo que você ouviu, maninho. — A voz de Jin soava risonha. — Ou você me encontra neste exato momento, em frente ao pátio, ou vou à sua casa pela tarde. Precisamos conversar, você anda me ignorando.

— Eu sempre te ignorei, Jin. Mas se você está tão desesperado assim para falar comigo, tudo bem, me encontre no pátio. — Jimin finalmente deu-se por vencido, dando um giro e caminhando em direção ao pátio.

Desligou o telefone e suspirou profundamente; não se recordava do irmão ser tão insistente.

Talvez seja o peso na consciência dele dizendo para que me peça desculpas...

Mas eu estou cansado das desculpas dele.

Os últimos dois dias não tinham sido muito fáceis, afinal, além da faculdade, tinha seus próprios problemas para lidar. Jungkook era o principal deles, e o mais difícil de resolver.

Tinha conversado com o garoto, e os dois concluíram uma breve história para explicar a aparição repentina de Jungkook na vida do Park. Ele tinha dezoito anos (mas ainda cursava o médio), seu nome completo era Jeon Jungkook, vinha de Busan e era um amigo distante de Jimin. Para todos os casos, o Park havia o conhecido em um site de jogos online e os dois já tinham se encontrado algumas vezes, o que foi o suficiente para que Jungkook criasse confiança no mais velho.

Perfeito. Simples e tosco, mas perfeito.

Yoongi havia dado uma bela ajuda em toda aquela história; como um malandro, o ruivo tinha seus contatos, e com isso, arrumou alguns documentos essenciais para que Jungkook fosse visto como um ser humano normal; falso histórico escolar, carteira de estudante, certidão de nascimento e coisas do tipo. Até mesmo fotos editadas para que parecesse que Jungkook tinha uma família, Yoongi tinha arrumado. Isso tudo, surpreendentemente, em apenas três dias.

Um gênio.

Quando já estava em frente ao pátio, Jimin conseguiu avistar o irmão mais velho com as mãos no bolso, o aguardando pacificamente. Revirou os olhos só de pensar que teria que ter um diálogo com ele, parecia tedioso.

Chimchim, quanto tempo... — O mais velho sorriu enquanto tentava tocar a cabeleira de Jimin, que o evitou.

— Não me chame assim. — rosnou, tentando deixar claro que não estava para brincadeiras. — Sem enrolação, Jin; o que você quer? — Jimin concluiu que, quanto mais direto fosse, mais rápido poderia se livrar dele.

Observou a expressão do irmão se tornar carregada, quase como se ele estivesse se remoendo por algo. Jimin não iria se comover por isso; na verdade, ele não podia se comover com isso. Conseguia palpar o sofrimento que passara quando mais novo, e definitivamente um simples pedido de desculpa — bem como uma expressão de cão abandonado por parte de Jin — não faria com que o passado fosse apagado daquela forma. Enquanto esperava a resposta do mais velho, remexeu-se em seu lugar e o encarou com olhos afiados.

— Por que quando Namjoon te chamou, você sequer foi ver o que tinha acontecido comigo? — O rosto de Jin se fechou em uma expressão neutra e um tanto medonha, que lembrou Jimin de como o irmão era quando mais novo — Sabe, irmãos costumam proteger uns aos outros, e eu já pedi desculpas por tudo. Eu... Queria que você deixasse isso pra trás...

Um babaca.

Não que odiasse Jin, tendo em vista que não conseguia odiá-lo mesmo que tentasse. Ele ainda era o seu irmão, e esse laço não se tratava de algo que poderia ser facilmente apagado. Jimin ainda se recordava das partes boas e era maduro o suficiente para compreender, em parte, o motivo para que as coisas tivessem tomado o rumo que tomaram. Contudo, não era fácil para se esquecer de quando o mais velho se distanciou drasticamente, das vezes em que tentou chamar a atenção dele para que não se juntasse com "gente errada", dos momentos em que Jin apenas gritava consigo e dizia que desejava que Jimin jamais tivesse nascido. Aquilo doía. 

— Preciso responder essa pergunta? Por que você não questiona aos seus amigos? — O tom da voz de Jimin saiu ríspido e arranhado. Ele desfez a careta, esboçando um semblante cínico. — Oh... Eu me esqueci. Eles te deixaram, não é? E quando você não teve mais para onde correr, veio chorar para mim, que fui o único que sempre esteve realmente ao seu lado. — Ainda que tentasse parecer forte enquanto dizia tudo aquilo, Jimin podia sentir o bolo de mágoa na sua garganta. — Me poupe, Jin. Você foi um imbecil comigo praticamente a minha adolescência toda, mas agora quer que eu pague de esquecido e não me lembre das merdas que você fazia e do jeito que me rejeitava? Você acha que o que fez é algum tipo de brincadeira que eu posso simplesmente deixar pra trás como se não tivesse me afetado? Como se eu não tivesse me machucado?

Jin apenas o olhava, sem se sentir no direito de proferir uma palavra sequer perante o discurso do irmão mais novo. Jimin sentia-se péssimo; ainda que estivesse acostumado com aquele tipo de situação, nunca conseguiria lidar, de fato, com aquelas lembranças e com aquela amargura. 

— Espero que papai e mamãe continuem pagando a sua faculdade e a sua casa, assim como fazem comigo. A diferença, é que eu tenho bolsa e estou a me formar e arrumar algum emprego, enquanto você, só usa a droga da sua faculdade para arrumar confusão e gastar o dinheiro dos nossos pais em vão. Espero muito que papai continue te bancando para que você não vá parar na rua. Já sou um ótimo irmão por querer seu bem, não sou? Então me deixa em paz.

Quando ia virar as costas, seu pulso foi segurado. Jimin fechou os olhos com força e desejou que aquilo não estivesse acontecendo. Por que tanta coisa ruim? Por que seus dias estavam tão turbulentos? Por que tudo parecia tão pesado e difícil de lidar?

— Jimin...  Me desculpa... — Os olhos do outro pareciam marejados.

Jimin o encarou por instantes e logo puxou seu pulso com força de volta. Não perdia o controle com facilidade, e não poderia dizer que sua falta de paciência era resultado unicamente daquela conversa problemática com o irmão. Seus dias estavam corridos, tudo estava muito apressado e confuso.

Estava louco e perdido em sua própria vida.

— Desculpas não apagam o passado, muito menos fecham feridas. —grunhiu, virando para frente e se afastando em passos duros. — Tenha um ótimo dia, “irmãozinho”.

 

(...)

 

— Hyung? Hyung? — O Park sentiu o ombro ser chacoalhado, e só então conseguiu focar a visão nos olhos grandes de Jungkook.

— Hm, o que você tinha dito? — perguntou confuso.

— A moça pediu meu histórico, e você ficou encarando a parede. — Jungkook respondeu simplista enquanto parecia analisar atentamente o mais velho.

Jimin saiu do transe e se lembrou do que estava fazendo; aparentemente, se encontrava matriculando Jungkook em uma escola (outra ideia de Yoongi). Entregou o histórico para a moça.

É claro que tinha pensado muito antes, mas havia chegado à conclusão de que Jungkook realmente estava apto para estudar; ele, por mais incrível que parecesse, era inteligente, sabia ler, escrever, entendia matemática muito bem e era ótimo em biologia. Segundo Yoongi, matriculá-lo em uma escola ajudaria a dar mais “humanidade” e convívio com outras pessoas. No começo, a ideia soou como uma loucura e Jimin se recusou a pensar sobre o assunto, entretanto, quando finalmente resolveu dar a devida atenção ao que o amigo dizia, refletiu por alguns dias sobre de que forma colocar Jungkook em uma escola poderia ajudar.

Era óbvio que Jungkook era um bobão num corpo alto e bonito, inexperiente em relação ao convívio com outras pessoas, já que só sabia ser um namorado e nada além disso. Frequentar a escola, de alguma forma, poderia fazer com que o garoto adquirisse vasto conhecimento sobre diferentes tipos de pessoas e, além do mais, o daria a noção de sobrevivência numa sociedade, assim como um senso de obediência perante regras. Jungkook precisava saber como se portar no mundo se fosse ficar nele, e se a solução era colocá-lo no meio de adolescentes, numa escola, Jimin teria que deixar seus medos de lado e executar aquilo que Yoongi dissera. Soava estranho e, no mínimo, idiota, mas fazia sentido por um lado, e o Park estava, no fundo, curioso sobre como seria se Jungkook pudesse conhecer além das paredes de seu apartamento luxuoso.

E lá estava ele, matriculando um boneco no ensino médio.

Yoongi e suas ideias.

— Certo, Jeon Jungkook, temos uma vaga para você. — anunciou a mulher em frente ao computador — Você vai ficar no terceiro ano B, se sua nota cair ou aumentar, define se você irá permanecer no B, decair para o C ou evoluir para o A. Pode começar essa semana, a sala fica no segundo andar.

— Então... Ele já pode vir amanhã? — Jimin perguntou, mordendo o lábio.

— Poderia ser semana que vem, mas aconselho que comece o mais rápido possível para que possa se ajustar melhor e pegar o conteúdo das matérias, já que estamos no meio do ano será complicado para ele. Aliás, só para confirmar, ele é maior de idade, certo?

— Sim, mas está um ano atrasado. — afirmou e viu a mulher digitar mais alguma coisa, antes de voltar o olhar para si.

— Certo, é apenas isso. Bem-vindo à nossa escola, Sr. Jeon.

— Obrigado!

Jimin deu um leve abaixar de cabeça como sinal de agradecimento e puxou a camiseta de Jungkook para fora do estabelecimento.

— Hyung, você está bem? — ouviu a voz calma do garoto soar atrás de si enquanto caminhavam calmamente pelas ruas.

— Que pergunta é essa? Estou sim, por quê? — deu de ombros e continuou a caminhada.

Com uma agilidade incrível, Jungkook meteu-se em sua frente e agarrou seus ombros. O Park pensou rapidamente que precisava se acostumar com a forma como Jungkook gostava de ser imprevisível e, no mínimo, muito sem noção, ainda mais em público. Ainda com as mãos em seus ombros, Jungkook o encarava com aqueles olhos gigantes e brilhosos, que pareciam ansiar por uma resposta que, até aquele momento, Jimin não havia dado. Sobretudo, Jimin precisava admitir que os olhos dele lhe causavam um nervosismo inexplicável, como algo desconhecido se remexendo em seu estômago. Eram lindos, lindos olhos, e Jimin se sentia seguro apenas por encará-los.

— Você está aéreo. Não brigou comigo a manhã inteira, parece abalado por alguma coisa... Alguém te fez mal? Eu posso bater nessa pessoa, hyung, Ninguém faz mal ao meu namorado.

Jimin riu. Ele era uma graça.

— Não... Eu só... Você parece me conhecer bem, mesmo estando tão pouco tempo comigo... Hahaha...

— Não mude de assunto. — O garoto parecia sério, e Jimin fez questão de cessar a risada para que pudesse se concentrar no que Jungkook estava prestes a falar — Se algo está te incomodando, eu quero que fale para mim. Quero poder te ajudar. Sei que posso parecer inútil por não ser um... Um humano... Mas realmente quero te ajudar, hyung. Quero te ver bem...

As mãos de Jungkook ficaram mais tensas em seus ombros, e não foi preciso muito tempo para que Jimin tirasse-as calmamente de si. Segurou as mãos do mais novo e as acariciou gentilmente, como em um agradecimento mudo pela preocupação adorável do menino.

— Eu só estou confuso, Kookie. É tudo muito... Muito confuso. Minha vida toda está uma baderna. Eu não fazia ideia de que você realmente viria parar na porta da minha casa, meu irmão está me aborrecendo como sempre e...

— O Hoseok também faz parte disso, não é? — Jungkook acariciou a palma do mais velho com delicadeza. — Hyung, se eu puder fazer qualquer coisa para te ajudar, eu...

— Não precisa ajudar, tudo vai se resolver com o tempo. Só pare de falar sobre Hoseok, certo? Estou tentando evitar o nome dele...

E antes que pudesse ao menos completar sua fala, seu corpo foi pressionado com força, engolido pelos braços grandes e quentes que Jungkook possuía. Um abraço apertado, tão apertado que seu rosto encontrou-se espremido sem piedade sobre o peito do mais alto. Não recebia um abraço daqueles desde...

Faz quanto tempo que não recebo um abraço esmagador desses?

Estava pronto para se afastar de Jungkook e reclamar sobre aquelas demonstrações de afeto em público, mas seu não o obedeceu. Estava embriagado pelo cheiro doce do menino. Fazia um longo tempo desde que era abraçado daquela maneira, e um longo tempo desde que algo tão gostoso e confuso se remexia na sua barriga e subia por sua espinha de um jeito quase sorrateiro, mas muito bom.

Sentiu algo estranho em si mesmo. Não sabia muito bem interpretar o que era, mas sabia que era bom e confortável.

Talvez fosse o sentimento de sentir-se amado, protegido.

De certa forma, Kookie me faz tão bem...

— Eu prometo que vou ser o melhor namorado do mundo, Jimin-hyung. — Com uma convicção que fez o coração de Jimin ficar quentinha, Jungkook soltou as palavras com firmeza, ao mesmo tempo em que seus olhos cintilavam de puro, puro amor.  — Eu prometo que vou esperar sua confusão parar e prometo que vou fazer o que você pedir. Prometo que vou ficar com você. — Calmamente, Kook sussurrou sobre seu ouvido e continuou o abraçando.

Merda.

Os olhos do Park encheram de água, mas não permitiria que lágrima alguma caísse; não na frente de Jungkook. Não queria parecer estúpido ou simplesmente desabar na frente dele, além de que evitaria jogar seus problemas e frustrações no garoto.

Sinto que estou usando ele como uma distração, mas...

— O-Obrigado, Kookie, mas... Você está me esmagando. — disse entre risos, Jungkook se afastando de si e soltando o melhor sorriso que conseguia.

Adorável.

De alguma forma, Jungkook o acalmava. Não sabia se era aquele jeito gentil ou inocente demais de encarar as coisas, ou se era por aquele lado protetor e preocupado que fazia com que o Park se sentisse tão importante como jamais se sentira antes. De fato, eram tantas, mas tantas coisas apaixonantes em Jungkook, que Jimin se sentia prestes a cair num buraco ao pensar na possibilidade de amá-lo. Aquilo soava errado, muito errado, mas por alguma razão, naquele momento, só conseguia prestar atenção no rosto sereno e de um sorriso sutil que Jungkook possuía.

Quando Jimin se preparava para dizer mais alguma coisa, algo em seu ombro o interrompeu. Uma mão o puxando. De ímpeto, seu corpo virou bruscamente para trás, ao encontro da pessoa que havia o puxado.

— Jimin! Pensei que já estivesse em casa. — O sorriso de Namjoon era grandioso o bastante para cegar muitas pessoas.

O Park gelou ao notar Hoseok ao lado dele, segurando livros. Suas mãos começaram a suar.

— Oi, Chim! — ele sorriu, acompanhado de Namjoon.

Não parou para pensar no motivo para que aqueles dois estivessem ali, mas estavam. Por alguns segundos, permaneceu estático, olhando para um ponto qualquer a fim de calcular mentalmente o que estava acontecendo e o que deveria fazer.

— Oi... 

— Pensei que nem saísse de casa. — Namjoon gargalhou, colando os olhos em algo ao lado de Jimin. Jungkook. — Não vai nos apresentar seu...?

— Namor-

— Amigo. — Jimin interrompeu Jungkook antes que este viesse a implantar o caos.

Os olhos do menino estavam claramente fuzilando Hoseok.

Se olhar afetasse fisicamente, Hoseok estaria morto.

Jimin paralisou. Estava com um boneco na frente de seus amigos, e não sabia sequer como reagir a isso. Era óbvio que não falaria nada sobre a verdadeira identidade de Jungkook, tampouco deixaria que o mesmo se pronunciasse a fim de evitar maiores constrangimentos. Mas, afinal, o que realmente deveria fazer numa situação como aquela?

Certo, está tudo bem, Jimin, é só mentir.

Minta.

— Hoseok, Namjoon, esse é o Jungkook, mas podem chamá-lo de Kookie. Ele veio de longe para morar comigo algum tempo. — deu seu melhor sorriso forçado, enquanto Jungkook prosseguia com seu ódio e tentava inutilmente agredir Hoseok com o olhar.

— Oh, Kookie-ah! Prazer, Jung Hoseok. — Hoseok sorriu e estendeu a mão para o mais novo, que a ignorou completamente.

Jimin lançou um “seja educado” para Kook por meio de uma pisada no pé, o que fez o outro resmungar e estender a mão para Hoseok, contragosto. Namjoon repetiu o ato de Hoseok e estendeu a mão para Jungkook em seguida, que foi educado e correspondeu. Jimin se surpreendia com a forma com a qual Jungkook conseguia ser extremamente imprevisível e esquisito algumas vezes, ainda que soubesse do desgosto em particular que o garoto nutria por seu ex.

Era até fofo, de algum jeito.

Esquisito, mas fofo.

— Eu e Namjoon estávamos na biblioteca faz um tempinho... Então, o que os dois fazem aqui? — Hoseok questionou animado.

— Não é da sua conta. — Jungkook respondeu ácido, e Jimin sentiu-se na obrigação de dar sua melhor pisada nos pés do mais novo.

Nem que eu tenha que quebrar os dedos desse boneco idiota.

—Ah, ele está estressado porque teve que mudar de Busan para cá, não liguem.

— Eu não estou nada estress-

— Enfim. — O Park prosseguiu. — Vim matriculá-lo em uma escola, sabe? Para que não fique sem estudar enquanto está aqui. Apesar de já ter dezoito, ele meio que perdeu um ano.

— Entendo. — Namjoon assentiu com a cabeça. — Kookie-ah, não fique triste porque mudou de escola, aqui a cidade é bem legal e as pessoas são gente boa. Aliás, Jimin é uma ótima pessoa.

— Ótima pessoa, mas um péssimo cozinheiro. — Kook levou a mão ao queixo, verdadeiramente pensativo. — Ele deixou o arroz duro e se eu tivesse engolido tudo, teria morrido. Mas de resto, Jimin-hyung é um amor de pesso-

— Certo, Jungkook, nós já entendemos. — Jimin puxou o garoto. —Estamos indo. Até amanhã na faculdade, garotos.

Hoseok e Namjoon davam risadas do comentário de Jungkook, perplexos com a audácia do menino.

— Certo. — Namjoon se despediu, rindo. — Foi bom te conhecer, Jungkook.

— Gostei desse garoto. — Hoseok, que também gargalhava, se despediu. — Até mais!

— Chim? Quem ele pensa que é pra te chamar ass-

— Jungkook, silêncio. — O Park repreendeu ao mesmo tempo em que se afastavam dos dois.

(...)

Jimin sentiu as bochechas ficarem vermelhas quando uma cena de sexo começou a passar na televisão. Jungkook vestia uma confortável calça de moletom — que, aliás, tinha sido uma cerimônia de drama por parte de Jungkook para vesti-la — e já estava de banho tomado.

Os cabelos úmidos o deixavam extremamente sexy.

— Hyung, isso que eles estão fazendo é sexo, não é? — O garoto perguntou, apontando para o ato. — Acasalamento. Eu sei o que é. Fui feito para isso.

O Park quase cuspiu o suco que tomava, encarando Kook de forma assustada,  enquanto o menino apenas permanecia hipnotizado pela cena.

— Mas que merda...? — Jimin balançou a cabeça, incrédulo com a falta de pudor do menino e com a forma como ele apontava tão descaradamente para a cena e perguntava algo que parecia tão óbvio.

Com um grunhido, mudou de canal.

Recebeu um olhar acusador de Jungkook.

— Por que você mudou? Coloca de volta, eles vão começar a acasalar.

— Não, não vai ver isso. — Jimin disse, autoritário. — Aliás, amanhã você tem seu primeiro dia de aula. Vá dormir, pirralho.

— Por quê? Eu quero ver, hyung! Coloca de volta.

— Já disse que não, então é não. Sinto muito, Kookie.

Num susto por parte de Jimin, o garoto deu um pulo, tentando arduamente alcançar o controle remoto. O Park, assustado com a reação e já resmungando algumas broncas para o mais novo, conseguiu, de forma quase surpreendente, desviar. Era apenas em momentos como aquele que Jimin conseguia notar que Jungkook realmente não era uma pessoa, já que sua força era anormal demais para a de um garoto de dezoito anos.

Moleque atrevido.

— Jungkook! Nada disso, vai dormi-

— Deixa só eu ver enquanto eles fazem, hyung! É rápido! — O mais novo implorou, ainda se inclinando sobre o Park e tentando alcançar o controle.

— Pra quê você quer ver isso? Não tem nada de legal em coisas assim!

— Eu quero ver! Por favor, já vai acabar!

— Não vai ver nada, não! Sai! — O mais velho resmungou, o braço esticado para que Jungkook não conseguisse o tão almejado controle.

— Posso aprender mais técnicas pra transar com você, hyung! Mais do que as que eu já sei. Isso vai te deixar feliz. Me deixa ver! — Jungkook admitia seriamente enquanto um Jimin engasgava com a própria baba e tentava ignorar as declarações pervertidas que o rapaz fazia.

Jimin ficou ainda mais vermelho ao perceber a posição em que se encontrava Jungkook; em cima de si, encostando partes que não deveriam estar encostadas, partes que deveriam estar bem distantes umas das outras. Naquele momento, o mais novo pareceu ainda mais provocante, pois parou com os protestos e começou a encarar Jimin de forma intensa. O mais velho conseguiu apenas arregalar os olhos, os braços estendidos para cima para que Jungkook não alcançasse o controle. Todavia, já era notório que o controle  havia sido esquecido naquele instante. Os cabelos úmidos de Jungkook, automaticamente, começaram a adquirir uma tonalidade escura, levemente arroxeada, e as pupilas dele estavam consideravelmente dilatadas.

Deus, esse garoto é um completo pedaço de... Que droga estou falando? Sem cerimônias, ele é gostoso, mas é um boneco!

Jimin gelou. Estava nervoso, deveria empurrá-lo, pois uma sensação de estranheza e de aquilo era absolutamente errado  o fez se sentir momentaneamente mal pela aproximação. Aquilo não soava correto e sua testa brilhou com o suor do mais puro nervosismo.

É errado que eu queira que ele se aproxime mais?

O rosto de Kook ficou mais próximo, sua respiração quente já se chocava à pele do Park, que se mantinha estático e sentia o abdômen do mais alto colar-se ao seu. Jimin conseguiu sentir o suor escorrendo pelo próprio pescoço e o rosto arder de quentura. O que estava fazendo? Sua mente borbulhava, o dizendo que deveria correr ou, quem sabe, escapar daquela situação que sequer sabia como havia se metido. Tudo girou por alguns instantes.

Mais perto...

Jimin queimou num ato que expressava sua confusão e, sobretudo, sua curiosidade sobre o que poderia acontecer, e sobre como havia acabado naquela situação. Estava com uma pitada de medo, e se sentiu idiota por isso. Tão idiota.

Jungkook apenas foi sutil.

Foi algo simples, e antes que Jimin pudesse sequer ficar ainda mais nervoso e imerso naquela miscelânea de sentimentos diversos, seus lábios roçaram brevemente aos de Jungkook. Leve, calmo e doce. E mesmo que parecesse tão bom e macio, alguns segundos foram o suficiente para que os músculos de Jimin voltassem à ativa e seu coração trabalhasse descontroladamente. Sua parte racional acordou de maneira bruta, e numa separação um tanto dolorosa, deixou os lábios do garoto.

— Jungkook! O que você pensa que está fazendo?! — empurrou o garoto, que caiu do sofá para o chão.

Os olhos do menino o buscaram, cintilando de maneira arrependida e tão confusa quanto Jimin.

— Me desculpa... Eu... Foi automático, hyung, eu... Desculpa, desculpa! Por favor, não briga comigo, eu... Eu... — Kook ajoelhou-se em desespero.

— Ei, ei, calma! — O Park abanou o ar com as mãos, tentando acalmar mais a si mesmo do que a Jungkook. Compreendia o jeito afetuoso e repleto de carinho a dar que Kook possuía, e mesmo que tentasse, não conseguia se sentir bravo ou irritado com aquele beijinho bobo, porque ele havia sido originado do mais puro impulso, movido pelo momento.

Suspirou consigo mesmo e passou a mão pela testa.

 Foi um selinho, por que você está tão nervoso, seu idiota?

— Não foi nada, Kookie. — sibilou, sorrindo de leve para tentar admitir a si mesmo e a Jugkook que aquilo havia sido apenas  um selinho — Me pegou de surpresa, mas, hã... Foi... Foi bom.

Ok, Jimin, você enlouqueceu.

Jungkook levantou a cabeça, como se tivesse escutado errado. Sua sobrancelha arqueou-se em dúvida.

— Espera... Então eu... Posso fazer de novo? – perguntou espantado, receoso e tímido. As bochechinhas queimavam e estavam vermelhas.

Jimin desviou o olhar.

Já era humilhante o bastante estar admitindo para si mesmo que havia gostado daquele toque. Aquilo estava sendo mais difícil para si do que deveria ser.

Ele é só um boneco... Então... Eu acho que não tem problema agradá-lo um pouquinho.

— Pode, m-mas... Só algumas vezes, entendeu? E nada de ser em públic-

— OBRIGADO, HYUNG!!! — Numa explosão de felicidade, Jungkook exclamou, o sorriso quase tão grande que não cabia no seu rosto.

O mais novo o agarrou pela cintura subitamente, logo o largando e voltando a sorrir de maneira grandiosa. O peito de Jimin recebeu pequenas pontadas ao observar aquele sorriso. Kook estava feliz por algo tão simples, e aquilo o preencheu de um jeito tão gostoso e, como era de se esperar vindo de Jungkook, tão doce.

Meu coração está tão acelerado.

Esqueça isso, Jimin. Mude de assunto.

— Tudo bem, tudo bem... Agora vamos dormir, amanhã eu tenho faculdade e você precisa ir para a escola. Se sente animado? — indagou, numa tentativa cega de sair daquele assunto para que não ficasse ainda mais perdido e mais envergonhado do que já estava.

Jungkook assentiu, parecendo ceder fácil à mudança de assunto.

— Eu quero muuuuuuuuuito ir para a escola, que nem você, hyung. Agora eu pareço como um humano, não é mesmo? – O sorriso adorável de Jungkook parecia não morrer.

Jimin riu anasalado e acariciou a cabeça do garoto.

— Sim, você parece, Kookie.

E quando foi dormir naquela noite, o cérebro de Jimin começou a trabalhar de forma intensa e incansável. Jungkook dormia ao lado num colchão, tinha um sorriso inocente que não combinava em nada com seu corpo musculoso e sexy.

É errado o que estou fazendo com ele? Sinto que estou manipulando o pobrezinho...

Todavia, no fundo, bem no fundo, o Park tinha consciência de que havia mantido Jungkook em sua casa unicamente para ter algo com o que se preocupar, para se distrair. Precisava de alguém ou algo que tirasse sua mente da situação patética de sua vida, e cuidar de um boneco humano era a melhor saída que lhe tinha aparecido.

Mas ele gosta tanto de mim... O que faria se descobrisse que só o deixo aqui por um motivo tão imbecil desses?

Não, Jimin. Ele não tem sentimentos reais.

Apenas.

Um.

Boneco.

Apenas isso.

— Hyung?

Jimin revirou-se na cama e deu de cara com o rosto sonolento e alegre de Jungkook, que apoiava as duas mãos em sua cama enquanto estava sentado no colchão.

— Hm? Não está conseguindo dormir?

— Não, não é isso. Só queria dizer que eu amo você. — sorriu, os olhos sumindo ao que seus dentinhos apareciam. — Eu realmente amo você, hyung.

Seu coração pulou.

— Jungkook... Eu...

— Não precisa responder. Eu sei que não consegue. — completou, sincero e calmo, como se entendesse, e de fato entendia, a situação de Jimin. — Eu só quero que você saiba que te amo, não conseguiria dormir sem dizer isso. Boa noite, Jimin-hyung.

Jimin apertou os punhos e fechou os olhos, uma sensação lhe apertando o peito e fazendo com que se sentisse, por uns instante, a pessoa mais insensível do mundo. Por que Jungkook tinha que ser tão, tão doce?

— Boa noite, Kookie. 

Apenas um boneco.

Ele...

É apenas um boneco?

 


Notas Finais


LEVANTA A MÃO QUEM ACHA UM ABSURDO O KOOK N PODER VER ACASALAMENTO.
GEEEEEEEEEEEENTE eu sei que eu demoro pra responder os coments e n tenho um motivo bastante plausível pra isso, MAS RELAXEM, eu SEMPRE, e quando digo sempre, é SEMPRE, respondo vcs, por mais q eu demore!!! Essa é minha ultima semana de aula, por isso os bags estão meios apertados, sem contar q eu descobri q tenho um problema na alimentação esses dias, ai complica tudo. EU TO MEGA ATRASADA, ACABEI DE COMEÇAR O CAP 8, POR ISSO TENHO Q AGILIZAR E PERDÃO SE ESSE CAP SAIU MEIO BOSTA, ESSE E O CAP 7 SERÃO MAIS SOBRE EXPLICAÇÃO DO QUE TUDO.
Mas enfim né gente, QUASE DUZENTO FAVORITOS E OITENTA E POUCOS COMENTS, GENTE, VCS SÃO DEMAIS PUTA MERDA!!!!!!! Não tenho palavras pra descrever o quanto me sinto feliz com isso, juro pra vcs!!! Obrigada de todo meu coração a todos vcs q estão acompanhando, favoritando e comentando!! De verdade!!!!
DE QUALQUER FORMA, ATÉ PRÓXIMA TERÇA, AMO VCS!!!!
Chumchu~


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