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História Namorado Quase Perfeito - Qual é, garota?


Escrita por: ORUMAITOU

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEEEE VIADOSSSSSSSSSSSSSS
EXPLICÇÕES NAS NOTAS FINAIS, N DEIXEM DE LER!!!!
GOOD LEITURA!
Chumchu

Capítulo 7 - Qual é, garota?


— Como você consegue? Eu me mato de estudar e não consigo nem metade da sua pontuação! — O garoto exclamou impressionado e sentou-se na carteira ao lado — Cara, você precisa me ensinar a ser inteligente assim!

Jungkook sorriu, satisfeito consigo mesmo.

O hyung vai ficar feliz de ver a minha nota. Ele vai ficar feliz de saber que estou agindo como humano.

Não fazia muitos dias desde que começara a frequentar a escola, mas foi o suficiente para que mais do que a metade do colégio reconhecesse suas habilidades excepcionais em quase tudo o que fazia. Um bom aluno, ótimo nos esportes, e como diziam as garotas, “um fofo”.

Estava se saindo bem? Esperava que sim.

— Eu só sei as coisas. — deu de ombros, pensando ser uma característica comum. — Com você não é assim, Mok? Você não olha para algo e simplesmente aprende?

O amigo, Mok, bufou.

— O quê? Não seja convencido! Claro que não, eu não sou um gênio como você, que consegue aprender as coisas assim. Sou um mero humano mortal. — Era evidente que havia sido uma brincadeira, mas Jungkook não conseguia evitar sentir lá no fundo.

Ele está certo, ele é um humano...

Eu não queria entender as matérias assim de maneira tão fácil, queria estudar como ele...Ser humano como ele...

— Jungkook-ah, você me assusta quando fica encarando o nada assim. Já é hora do intervalo, se prepare para mais meio mundo de garotas virem falar com você. Além de esperto, é de boa aparência. Fico me perguntando se você é real. — O colega riu e bateu levemente nas costas de Jungkook, que se levantou juntamente de Mok e direcionou-se para o intervalo.

Eu que queria ser como você, Mok.

Talvez se eu fosse um humano... O hyung...

(...)

— Yoongi, o Brasil está te deixando mais idiota ou o quê? É claro que eu não vou arriscar Jungkook dessa maneira, já é o bastante que ele esteja em uma escola, não o quero trabalhando. — Jimin dizia ao telefone enquanto afrouxava as calças e sentava-se sobre a cama.

— Não insulto minhas ideias geniais e mirabolantes. Ele iria render uma grana alta como modelo. Se por fotos o achei um pitel, imagino pessoalmente. Quer dizer; eu pegaria fácil, e olha que sou hetero. — riu o ruivo, fazendo o Park rir e debochar do “hetero” que Yoongi acreditava ser. — Calado, plebeu. Aliás, fico imaginando como você ainda não transou com ele. Você deve estar doidinho para dar uma sentada no p-

— Ok, se controla.  — O Park o interrompeu antes que viesse a ouvir mais uma das putarias descaradas do amigo. — Eu o vejo como um boneco, certo? Que se dane se tem um corpo mais desenvolvido que o meu e se é um tremendo de um gostoso. Yoongi, pelo amor de Deus, ele nem sabia colocar uma blusa!

— Pelo que você me contou, ele sabe muito bem que o “brinquedinho” dele tem outras utilidades além de fazer xixi, e o senhor sabe bem disso, Jimin. Você é sonso, mas não tanto, então para de se fazer. — Ouch. Min Yoongi era selvagem. — Por mais que ele tenha esses defeitos de personalidade, ele deve saber muito bem como te fazer gritar e...

— YOONGI!

— Ok, desculpe ferir seus ouvidos frescurentos. A verdade te assusta, me esqueci. Perdão. — As gargalhadas do outro soavam altas, Jimin desejou calá-lo com um murro. — Mas, de qualquer maneira, não desperdice chances. Se quiser fazer... Faça. E pode parar com isso de “apenas um boneco”. Que se foda o fato do Jungkook ser boneco. Ele foi feito para isso, e ele sabe muito bem o que é sexo.

Jimin balançou a cabeça, se segurando para não rir.

— Está bem, já entendi. — concordou com a cabeça, já exausto de todo o diálogo sobre bonecos e sexo. — Agora cale a boca e vai dormir, vagabundo. Aí já é de madrugada e você ainda está acordado para me dizer essas merdas? Que feio, Min Yoongi. — brincou.  — Preciso buscar Jungkook na escola, até mais.

— Claro que estou acordado. Se não fosse eu para te ensinar coisas assim, você seria virgem até hoje.

— Quieto.

Jimin jogou o celular na cama e se encarregou de arrumar a calça novamente, já que faltava pouco tempo para que Jungkook saísse da escola.

Felizmente, tinha feito bem em coloca-lo no colégio; o mais novo estava começando a interagir com outras pessoas e a aprender coisas novas. De início, Jimin confessava que tinha medo de que as pessoas viessem a descobrir sobre ele, e mais medo ainda de que o tratasse mal — veja bem, Jungkook era um anjinho inocente, estava à mercê da manipulação dos outros —, mas aquela sensação o deixou assim que viu o rosto feliz de Jungkook após o primeiro dia de aula. O garoto sentia-se feliz de poder frequentar o colégio como alguém normal.

Hoseok e Namjoon questionavam algumas vezes sobre Jungkook quando se encontrava com eles na faculdade, mas o Park limitava-se a dar repostas curtas e evitar que eles se interessassem ainda mais sobre a “vida” de Kook.

Quanto menos eles souberem, melhor.

Não era tarefa fácil cuidar de Jungkook e da “imagem” dele, era quase como inventar todo um teatro e ter que seguir o roteiro sem qualquer falha. Aquilo deixava Jimin exausto.

Mas tudo bem, o Kookie me recompensa com a presença doce dele.

Jimin, que em um piscar de olhos já seguia pelas calçadas do bairro, pôde ver o amontoado de adolescentes uniformizados, o que indicava que a escola não estava tão distante. Sabia que pegava mal ir buscar Jungkook quando todos os adolescentes normais voltavam sozinhos, mas não gostava de se arriscar; tinha que ter certeza de que o mais novo tomaria o caminho certo para ir para casa.

De longe, o Park conseguiu visualizar o corpo alto e a cabeleira escura do rapaz se aproximarem. Ele estava acompanhado de um garoto drasticamente mais baixo, loiro, que comentava animadamente sobre algo e fazia com que Jungkook risse.

— Ah, esse deve ser o tal do Mok de quem o Jungkook falou ontem. Até parece que são amigos há tempos. — disse para si mesmo enquanto os dois jovens já ficavam deveras mais perto.

Jungkook não tardou em notar a presença de um Jimin de braços cruzados, encarando-o de forma avoada.

— Hyung, tudo bem?

Jimin, até o momento distraído, focou seu olhar no rosto de Jungkook.

Tinha me esquecido de como ele fica lindo nesse uniforme...

— Ah, você já está aqui. — sorriu para o mais alto e gradativamente notou a presença de Mok ao lado dele. — E você deve ser...

— Só o Mok. — O garoto estendeu a mão. — Jungkook-ah fala muito de você. Jimin-hyung, não é?

— Sim, sou eu. — Jimin sorriu, gentil. — Ele fala, é? Espero que não seja sobre a minha comida. — Jimin fuzilou momentaneamente Jungkook com o olhar, como se o repreendesse por relatar a todos que ele conhecia sobre o arroz duro do Park.

— Mok está na escola só faz um ano, ele ajudou a conhecer os outros porque disse que sabe como é ficar sozinho em uma escola nova. Ele é muito legal, hyung!  — Jungkook disse, animado.

Mok coçou a cabeça, sem graça, e riu enquanto socava levemente o ombro de Kook.

— Não sou tão legal assim...  — O menino riu.

 Jimin levantou uma sobrancelha, abrindo a boca.

O que é isso? Estão agindo como amiguinhos íntimos já?

— Hã, certo... Obrigado por cuidar bem do Kookie. — sorriu fechado, virando-se ao mais alto. — Agora, que tal irmos, Jungkook?

Jungkook concordou com a cabeça.

— Tudo bem. Até amanhã, Mok! — acenou, mas Jimin já o puxava para longe.

— Não se esqueça de pelo menos estudar para o trabalho em sala de amanhã, hein, cara! — Mok exclamou de longe.

Antes que Jungkook pudesse formular uma resposta, seu corpo já era “arrastado” pelas calçadas e seu punho envolto pelas mãos de Jimin.

Parece que ele está mesmo se dando bem na escola.

— Então... — O mais velho coçou a cabeça, sem saber exatamente o que falar. — Como foi sua aula hoje?

— Eu não gosto de lição, hyung. — Jungkook comentou com seriedade. — Temos que escrever muitas coisas e coisas muito chatas. Eu só gosto quando chega a hora de comer, e as pessoas são muito legais. Me sinto um humano lá.

Jimin sorriu de forma acolhedora.

— Mesmo? — afagou os cabelos de Jungkook. — E... Aquele é o seu amigo, o tal Mok, não é?

Kook assentiu.

— Mok é muito legal, ele me ajuda em algumas coisas que eu não entendo na escola, como quando fizeram uma fila no refeitório e ele me disse que era para pegar o lanche. — continuou. — Ele disse que as garotas ficam me secando... Mas eu não entendi.

O Park engasgou com a saliva.

— Secando?

— Sim. — O mais alto deu de ombros. — Eu não sabia o que queria dizer, então apenas concordei.

— Ele quer dizer que as garotas acham você bonito e ficam te admirando. — respondeu Jimin, não muito surpreso e soltando um suspiro. — Era de se esperar. Quer dizer, você é lin... — parou, engasgando. — Você é de boa aparência.

Jungkook parou de andar e focou seus olhos no rosto do mais velho, sorrindo.

— O que você ia dizer, hyung?

— Como assim? Eu não ia dizer nada.

— Você me acha lindo? Mesmo? — Um sorrisinho bobo brincou nos lábios de Jungkook.

Jimin virou a cabeça para outro lado, pois não estava forte o bastante para encará-lo.

 — Sim, eu... Te acho realmente bonito, Kookie.

Ouvi o garoto socar o ar com alegria, e logo em seguida um estalar de lábios repentino fez os passos do mais velho cessarem. Jungkook havia lhe dado um selinho.

— Obrigado, eu também te acho lindo.

Ok, foi só um selinho.

SÓ UM SELINHO!

— Jungkook!!! Na rua não! — Jimin esbravejou enquanto sussurrava e socava o ombro do mais alto. — Ainda estamos perto da sua escola, alguém pode ver!

Kook pareceu confuso.

— O que tem se alguém notar? Eu quero te beij-

— Em casa, huh? Se controla.

(...)

— E por que você quer uma conta no snap? Você sequer sabe amarrar um cadarço, imagina ter um celular. Nada disso. — Jimin ralhou sem tirar os olhos dos livros da faculdade.

— Por que não? Mok perguntou se eu tinha um, e as garotas disseram que queriam me “add” lá. Eu não sei o que é “add”, mas parece legal.

Parece que as meninas estão loucas por ele, tsc, adolescentes... Mal podem receber carne nova no colégio que já querem até o snapchat.

— Porque não é coisa para você, oras. Snapchat não tem nada legal, só fotos de gente idiota falando coisas idiotas.

— Não gosto de gente idiota.

— Nem eu, Kookie, e é por isso que não vai ter um celular e nem um snap. Aliás, as garotas da sua escola parecem bem interessadas em você, hein? Muito legal. — O mais velho manteve os olhos no livro.

— Eu não entendo as garotas... Mok disse que elas são seres complicadas, enigmáticos e que são imprevisíveis. Uma garota estava se olhando no espelho na sala, não parava de mexer no cabelo, então quando terminou, disse para si mesma que estava horrorosa, mas ela estava linda.

— Humanos são complicados. — Deu de ombro o Park.

— Você é uma garota, hyung?

Os olhos de Jimin automaticamente faiscaram, o livro agora parecia sem importância.

— Oi?

— É porque você é enigmático e imprevisível. Você é sempre lindo, mas esses dias se olhou no espelho e disse “Jesus amado, que visão do inferno”. Parecia a menina da minha sala falando. — explicou Kook, como se suas engrenagens cerebrais estivessem pifando. A relação que estava fazendo parecia coerente para ele mesmo, ainda que não fosse. — Você fala muito “Jesus amado”.

— É óbvio que não sou uma garota, Jungkook! Já pedi para que me tratasse como tal? Não! Porque eu me entendo como homem, seu idiota! — O Park se levantou raivoso e pisou fundo até o próprio quarto. — Que pergunta idiota! E eu não sou complicado!

Jungkook arregalou os olhos.

— Mas...

— Eu sou homem!

E fechou a porta.

Ela foi aberta novamente.

— E COLOCA UMA ROUPA!

Fechada de novo.

Ainda se assustava com os surtos de Jimin, evitava discutir para não ser chutado.

Aprendi com o hyung que não importa o tamanho do pé, um chute sempre dói.

O pezinho dele faz estrago.

Jungkook olhou para o próprio corpo nu e em seguida assentiu. Levantou-se, pois iria buscar algo confortável para vestir, mas antes que o fizesse, o som estridente do telefone fixo ecoou. Estava acostumado com Jimin atendendo as ligações, mas não lhe parecia que o Park sairia do quarto depois daquilo.

A mão de Kook escorregou para o telefone.

— Alô? Jimin? Então, eu acho que vou voltar para a Coréia. — Uma voz conhecida fez-se presente. — Jimin?

— Quem é?

A voz demorou alguns segundos para responder.

— É o Yoongi. É você, Kookie?

— Sim.

— Oh! E aí, cadê o Jimin?

— Eu perguntei se ele era uma garota, ele gritou muito e se trancou no quarto. — argumentou como se estivesse confuso, e de fato estava. — E pediu para que eu vestisse algo.

— Você o quê? — gargalhou o mais velho, engasgando-se. — Você é louco? Queria levar um murro na fuça?

— O que é fuça?

— Enfim. — prosseguiu Yoongi, parecendo interessado. — Se lembra de quando nos falamos no shopping? Acho que você já me conhece.

— Sim.

— Já que dei a sorte de que foi você quem atendeu, vou fazer uma pergunta indelicada para fins de curiosidade. Vocês já transaram?

Jungkook abriu os olhos, espantado.

— Eu e o hyung?

— É, gênio.

— Não... O hyung disse que é para gente que se ama MUITO. Eu o amo muito, mas ele ainda ama o Hoseok. Eu odeio o Hoseok.

— Hm, entendo... Hoseok ainda está na cabeça daquele pedaço de estrume. — Yoongi pareceu pensativo. — Jimin é repleto das famosas frescuras, mas nesse ponto eu o compreendo. — comentou consigo mesmo — Enfim, você quer transar com ele, não quer?

— Quero, parece muito bom, vi uma cena de acasalamento e perguntei para ele se podíamos repetir.

Yoongi, antes de responder, gargalhou o mais alto que conseguia.

— Não acredito, mano. E ele disse o quê?

— Ele tacou o controle remoto em mim e mandou dormir no sofá.

— Ah, o velho sofá... Que terrível, dá uma maldita dor nas costas.

— Maldita dor nas costas. — Jungkook concordou, repetindo como um papagaio.

— De qualquer forma, não se preocupe, pirralho. Posso lhe dar umas dicas de como retirar esse cu doce todo do senhor Park Jimin, até mesmo fazê-lo esquecer o Hoseok e ser muito feliz, daí você poderá transar com ele o quanto quiser. Não soa bem? — o ruivo riu, sacana.

— Soa ótimo! — Jungkook bateu palmas e sorriu como uma criança, esboçando uma expressão confusa em seguida. — Mas por que o cu do hyung está doce?

— É uma expressão, criança.

— Ah, sim.

— Certo, eu devia estar fazendo outra coisa agora, porque aqui já é madrugada... Mas, enfim, vou te ajudar porque, Deus, você precisa fazer o Jimin se apaixonar logo. — O ruivo suspirou, parecendo refletir consigo mesmo. — E porque vocês dois são a coisa mais caralhamente fofa que eu já vi, e olha que só vi por fotos. Bem, não sou de ficar falando essas porras aí de fofura, mas acho válido dizer que acho que formam um belo casal. — declarou Yoongi. — Jimin pode ser um pouco difícil de início, quando ele gosta de alguém, é complicado fazê-lo se esquecer da pessoa, que no caso, é o Hoseok.

Jungkook assentiu com a cabeça e murmurou um “certo”.

— Acho melhor que você vá para um lugar onde não tenha perigo de que ele ouça, vou te contar uma história agora. Se Jimin souber que eu te contei isso e que estou falando com você...

— Ele me mata.

— Não só você. Vá para a varanda dele.

Jungkook obedeceu e seguiu calmamente até a varanda, olhando para o quarto e se certificando de que Jimin ainda estava lá dentro. Se sentiu momentaneamente fora da lei por estar fazendo coisas sem que Jimin soubesse.

— Ok, por onde começo? Não sei se é certo te dizer isso, mas...

— Eu prometo que não vou dizer nada a ele, Yoongi-hyung. — O garoto admitiu. — Eu só... Quero entender o hyung, a história dele... Quero conhece-lo de verdade, não só as coisas que ele me conta.

Yoongi soltou um riso, encantado.

— Você está apaixonado, não está? Nem parece um boneco falando assim. Talvez você não esteja acostumado a ouvir isso do Jimin, mas vou te contar algo que eu sempre pensei: o que você diz, e a forma como diz, parece algo muito além de uma programação. Eu não sou de sentir essas merdas, mas digamos que sei quando algo é verdadeiro.

— Eu amo o Jimin-hyung. — Jungkook sorriu, brincando com os dedinhos. — Eu amo muito o Jimin-hyung. Muuuuito!

Yoongi o achou a coisa mais preciosa do universo naquele momento.

— Tudo bem, acho que é justo que você saiba da história de Park Jimin. — Foi escutado um suspiro breve. — Jimin nem sempre foi esse hyung maravilhoso que você vê agora, feliz e animadinho. Jimin era alguém... Diferente.

— O que isso quer dizer? — Jungkook questionava em plena confusão.

— Digamos que os pais de Jimin não sejam os melhores. Deus, eu odeio aqueles velhos do inferno... — confessou. — Eles são típicos pais que não dão a mínima. Jimin e o irmão, Jin, cresceram na fortuna. Eles moravam em uma casa enorme, você não tem ideia. Apesar da riqueza, eles eram garotos extremamente... Como posso dizer? Solitários.

Jungkook limitava-se a escutar cada mínimo detalhe, pois não se atrevia a perder nenhum fragmento sobre a vida de Jimin.

— Os pais deles viviam trabalhando, se apareciam algum dia para tomar café-da-manhã ou jantar com os filhos, já era motivo para Jesus estar voltando, porque era bem, bem raro que isso viesse a acontecer. Os dois foram praticamente criados pelos empregados, eram obrigados a seguir uma rotina padrão todos os dias e tinham aulas de etiqueta, que evidentemente Jimin deve ter sido horrível, porque nunca vi pessoa mais destrambelhada e...

— Yoongi-hyung.

— Foi mal, é do meu instinto meter o louco no Jimin. Prosseguindo. — continuou o ruivo. — Eles foram duas crianças carentes da atenção dos pais, Jimin principalmente, por ser o mais sentimental. Por isso, ele se contentava em ficar preso dentro daquela mansão, contanto que estivesse com o irmão e tivesse a atenção e amor dele. Acho que isso explica o motivo de ter ficado tão magoado quando Jin se afastou... Eles eram colados, só tinham um ao outro ali, não recebiam elogios dos pais, se questionavam a atenção deles, eram severamente castigados. Eu conheci Jimin quando tínhamos doze anos, ele era quieto na sala de aula e se levava uma bronca, faltava chorar. Era extremamente inseguro consigo mesmo. Foi quando arrumei uma briga com ele, sem motivo nenhum, aliás. Na realidade, eu era bem problemático e no fim só queria entender o porquê de ele ser tão quieto. Jimin não me bateu, apenas dei alguns murros nele, mas ele revidou com algumas palavras que me deixaram muito comovido.

— O que ele disse?

— “Pode bater o quanto quiser, eu estou acostumado com dores bem piores que essa”. E foi quando eu vi que ele se referia à dor de ser sozinho, e eu senti aquilo na pele, porque digamos que não era muito diferente dentro da minha casa. Mesma bosta, só que pior. A partir daquele momento, comecei a me aproximar e, olha só, aqui estamos; amigos há mais de uns nove ou dez anos, por aí. Bem, naquela época, Jimin era difícil de conversar, ele não se abria e era tímido em relação a tudo, mas aos poucos ele foi se soltando, e contando para mim tudo o que o chateava, assim como contava para Jin, que naquela época era um cara legal. Foi só quando eu e Jimin fizemos treze que as coisas começaram a apertar...

A voz de Yoongi começou a ficar tensa, como se estivesse se sentindo culpado e até mesmo amargurado por estar contando aquilo. Jungkook mantinha-se atento. Talvez fosse errado estar escutando aquilo, mas no fundo, ele sentia que precisava conhecer mais sobre Jimin.

Nem que aquilo custasse ficar algum tempo no telefone com o melhor amigo do Park.

— Jin ainda era legal, mas ele estava se afastando. Começou a não se contentar com a prisão de luxo onde os pais os mantinham, e foi rebelde. Fugia de casa algumas vezes, ia para lugares onde não deveria ir e a andar com gente que não deveria andar, se é que me entende. Você não tem ideia do quanto assistir o irmão indo embora daquele jeito chateava Jimin. Muitas vezes ele via os pais deixando o irmão sem comer, já que Jin vivia em confusões e como consequência era punido daquela forma. Enfim, Jin virou outro cara quando fizemos quatorze. Foi muito triste assistir Jimin se destruir por causa do irmão, como se ficasse se culpando por tudo que havia acontecido.

O mais novo apertou os punhos e fechou os olhos, conseguia sentir a dor e a solidão de Jimin o envolver, e estava começando a não gostar nem um pouco do irmão dele.

— E então Hoseok apareceu, quando tínhamos acabado de entrar no ensino-médio, com quinze ou dezesseis anos. Jimin começou a melhorar no quesito falar com outras pessoas e interagir mais, por minha causa, acredito. Fiz com que ele vivenciasse coisas boas, como uma fuga da detenção, cabular aulas e desafiar as professoras, questionar as coisas e viver um pouco mais. Aquilo o fez ver que a vida não era somente a bolha escura onde os pais dele haviam o colocado.  — Yoongi parou um momento para respirar. — Voltando ao Hoseok, ele era e ainda é bem radiante, entende? Aquele tipo de pessoa que é amiga de todos e que tem um sorriso imortal. Acho irritante, mas tinha seu encanto. O conhecemos na detenção, ele era da mesma classe que nós, mas nunca tínhamos nos falado, pois eu e Jimin éramos fechados para outras pessoas além de nós mesmos. De qualquer maneira, Jimin gostou dele, Hoseok parecia o fazer extremamente bem com aquele sorriso enorme e irritante, as piadas imbecis e o jeito de gazela. Eu não gostava muito dele, nunca curti a ideia de que teria que dividir minhas loucuras com alguém além do bobalhão Park Jimin, contudo, acabei me acostumando e me divertindo com Hoseok. Nos tornamos inseparáveis e criaturinhas terríveis de toda a escola.

Jungkook pigarreou, ouvir o nome de Hoseok não lhe parecia agradável, entretanto, não comentou nada.

— Eles ficaram próximos, e eu, obviamente, rapidamente percebi que Jimin estava se apaixonando por ele. Não era muito difícil sabe que Hoseok correspondia aquilo. Eu não dava a mínima, aliás, só me irritava com o fato de que Jimin me enchia a paciência sempre falando de Hoseok e mais Hoseok, até que decidi que iria empurrá-los um para o outro, o que foi difícil, já que ambos têm o famoso cu doce, que já te expliquei o que é.

Jungkook realmente nunca iria entender aquelas expressões humanas.

— Ok, isso está ficando cansativo, vamos pular para o começo do segundo médio, quando eles começaram a namorar, blá blá, foi tudo uma maravilha. Eu continuava pegando metade da escola e não me apegando, Jimin e Hoseok permaneciam com a putaria toda deles, o namorico e os carinhos todosÓbvio que os pais de Jimin não sabiam do namoro, apenas Jin sabia, mas ele sequer ligava para o irmão mais novo. De qualquer forma, esse foi o resumo do segundo ano do médio e de metade do terceiro. Bom, no meio do ano, terceirão, Taehyung entrou na escola, e o mesmo que ocorreu com Hoseok, ocorreu com Taehyung. Ele foi incluído na nossa roda de amigos, mas não da maneira mais agradável possível. Era evidente que ele gostava de Hoseok, e ainda mais evidente que Jimin não gostava nem um pouco daquilo. Eles eram ótimos amigos, claro, mas havia aquela tensão no ar sempre que Jimin e Hoseok davam as mãos ou coisas do tipo, pois Taehyung se sentia chateado. Teria sido ótimo se Hoseok não tivesse notado que Taehyung gostava dele, mas ele notou, e foi aí que o negócio desandou completamente. O namoro de Jimin e Hoseok permaneceu até acabarmos a escola, com aquelas básicas discussões sobre Taehyung, onde Jimin declarava sentir ciúmes e medo de perder Hoseok. Eu não acompanhei o resto, pois viajei para o Brasil cinco meses depois de ter encerrado a escola, mas não foi preciso acompanhar pessoalmente para descobrir o rumo daquilo. Passou-se mais um ano e... Bem, acho que você já sabe.

— O Hoseok...?

— Se apaixonou pelo Taehyung, sim, e o conhecendo bem, imagino que pensou muito antes de decidir que precisava terminar com o Jimin. Hoseok é honesto, ele não aguentaria esconder aquilo do Jimin.

— Eu...

— Não culpe o Hoseok, Jungkook. Eu sei que você pode não gostar muito dele por diversos motivos, mas ele nunca teria a intenção de machucar o Jimin, ele simplesmente se apaixonou. É a vez de Jimin seguir em frente e você vai ajudar ele, não vai?

Eu vou.

Eu vou fazer o hyung feliz.

— Eu vou.

— Kookie? Com quem você está falando? — A voz abafada de Jimin ecoou minimamente distante, o que de imediato fez Jungkook se arrepiar e apertar freneticamente todos os botões do telefone para desliga-lo.

Precisava urgentemente esconder a droga do objeto, já podia escutar os passos leves do Park aproximando-se, e previa a surra que tomaria caso fosse pego mexendo no telefone que não era dele.

— Kookie? Me responde! Você está na varanda? Foi mal, eu sei que dei chilique e... — Jimin parou na entrada da varanda, encarando o garoto tremendo,  a coluna ereta e ainda pelado. — O QUE RAIOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO PELADO NA VARANDA, JUNGKOOK?!

Jungkook olhou para si mesmo, notando que ainda estava nu, mas só conseguia pensar em manter o telefone atrás de si, evitando que Jimin o notasse.

Jimin, ainda chocado com a audácia do garoto em sair pelado ao ar livre daquela forma, visualizou a vizinha jovem na varanda ao lado, fingindo ler um livro, mas era evidente que ela não estava prestando atenção alguma no maldito objeto, e sim, espiando por cima dele para analisar cuidadosamente o corpo de Jungkook.

O rosto do Park adquiriu um vermelho intenso. Entrou na frente de Jungkook e encarou a menina.

— Qual é, garota? — levantou a sobrancelha. — Nunca viu um garoto nu em uma varanda?

A menina arregalou os olhos, espantada, mas negou.


— Está esperando o quê? Vai, vai! Circulando! — gesticulou com as mãos para que a garota fosse ler em outro lugar e parasse de encarar Jungkook — Sua mãe sabe que você fica vendo garotos pelados na varanda, huh? Vamos, saia!  

A menina saiu às pressas, o que fez Jimin virar-se automaticamente para Jungkook, que permanecia com sua natural expressão de não estar entendendo nada.

Que ele não veja o telefone, que ele não veja o telefone, que ele não veja o telefone.

 

O mais novo podia jurar que o olhar do Park estava o atravessando de tão afiado.

— Pelado, na varanda, e ainda por cima satisfazendo a visão de uma garota. Por que você acha que eu sempre digo pra vestir roupas, hein? PARA NÃO CORRER O RISCO DE COISAS ASSIM OCORREREM! — O Park empurrou o garoto para dentro, Jungkook habilmente jogava o aparelho telefônico em algum lugar desconhecido do sofá.

Jimin pareceu sequer notar. Seu semblante ainda era irritado.

— Vamos por partes; sabia que a mãe dela pode vir aqui reclamar sobre isso? E nós seriamos castigados! Aliás, eu não tinha pedido para você vestir algo assim que entrei no quarto? Ah, Jungkook...

— Desculpa, hyung, eu... Hã, fiquei curioso sobre a paisagem, lá fora é refrescante e o ventinho que bate no meu passarinho é gelado e gostoso, então eu-

— Certo, certo. — Jimin sacudiu as mãos. — Sem detalhes.

O Park teria continuado com suas broncas e dito mais uma das milhares de vezes que já havia dito sobre Jungkook vestir algo e que andar com “as coisas” soltas fazia mal, entretanto, seu celular vibrou no bolso. O coração de Kook quase saiu pela boca quando escutou o barulho, mas felizmente, era o celular de Jimin, e não o telefone que usara para falar  com Yoongi.

— Ah, Deus, essas pessoas... Ligam justamente quando estou repreendendo você... — bufou alto e alcançou o aparelho no bolso — Alô?


— Chim? Oi, é o Hoseok! — O som da voz de Hoseok quase explodia os ouvidos de Jimin.

Afastou o celular da orelha e observou Jungkook virar o rosto para outro canto, emburrado.

Esse moleque ciumento... E pelado.

 

Se perguntou mentalmente o porquê de Hoseok estar gritando e ainda ter ligado para si. O ex-namorado definitivamente não era de ligar desde que haviam terminado.

— Por que você está gritando, Hoseok?

— É que estou em um festival. De qualquer forma, acho que Yoongi já te ligou avisando que ele vai voltar para a Coreia.

Jimin levantou uma sobrancelha, parecendo completamente perdido no assunto. Yoongi havia contado algo para Hoseok antes que contasse para ele? Aquilo parecia estranho. Não que estivesse com ciúmes do melhor amigo, na verdade...

É, estava sim.

— Ele disse isso? Não, ele não me avisou.

— Ah, sim, ele vai. Com o fato de que ele está voltando, nós combinamos de ir você, o Tae, Namjoon, Yoongi, eu e o Jungkook para a praia assim que ele chegar aqui. Acho que vai ser o máximo, já vai juntando dinheiro e preparando calções de banho e sungas com o menino, huh? Até mais!

— Praia? Oi?

— Tenho que desligar, Jimin. E nem tente negar, você vai ir conosco, sim, senhor! Adeus!

E tudo que escutou após aquilo foi o barulho do celular indicando que a ligação estava encerrada e o som da voz de Jungkook dizendo:

— Hyung? Sunga? — O sorrisinho de Jungkook transparecia uma animação que brilhou por toda a sala. — Me soa ótimo.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


LEVANTA A MÃO QUEM ACHA QUE A MENINA NA VARANDA DEVIA TER TIRADO FOTOS.
GENTE, ME BATAM, ME CHUTEM!! Pela primeira vez, eu atrasei! Pois é, e não tenho desculpas como "estava viajando" ou "meu pc tava sem net" e n vou mentir, foi porque eu sai bastante essa semana, fui na casa do meu amigo, fui no shopping com meus outros amigos, e ontem fui no cinema com meu pai, e eu sou assim; gosto de ter um dia inteiro livre pra responder vcs direitinho e aproveitar pra postar cap, e como eu tecnicamente n tive o dia totalmente livre, fica tudo muito corrido e eu acabo chegando tarde em casa, claro que daria tempo de responder todos vcs, mas eu acho errado dar respostas curtas e chatas, por isso eu procuro ler o comente todinho e responder adequadamente! Não dianta nada responder comentários 22h estando com sono e sem animação, enfim.

LEIAM COM ATENÇÃO!!!!!!!!!!!

As postagens mudaram, como eu atrasei, as postagens serão todas as sextas, eu compensei vcs com esse cap de 4.000 palavras KSAKAAOKAKAKAO9 MAS DESCULPEM MESMO POR TER ATRASADO, VIU? MIL E MIL DESCULPAS! VOU TENTAR N REPETIR ESSE ERRO!
Aliás, VOU AGRADECER A ESSES FUCKING 251 FAVORITOS, VIAAAAAAAAAAAAAAAAADO TO CHOCADA, N ESPERAVA TUDO ISSO DE FAVORITOS, GENTE, E ESSES COMENTÁRIOS? CONTINUEM ESSAS LOKAS Q VCS SÃO, ADORO!!!!
Muito obrigada de verdade a todos vcs que continuam acompanhando a fic, viu!!! A fic n seria nd sem vcs, OBRIGADA!!!!!! <3 <3 <3
Chumchu~


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